Caleidoscópio escrita por lljj


Capítulo 39
Vermelho, azul e amarelo brilhando nas sirenes


Notas iniciais do capítulo

Oioi
Como vão vocês? Prontos para o carnaval? Ha! eu não..
Detesto carnaval, carnaval é tão chato. Prefiro Natal, sabem... Pelo menos tem comida.
Outro ponto ruim do carnavel é o estado das ruas. Quem mora aqui no Rio sabe como a coisa fica feia. É por isso que todo ano minha Linda, amada, idolatrada, salve, salve Mamãe sempre viaja para fora da cidade nessa época.
Então galerinha semana que vem não estarei aqui para postar meu ultimo capitulo(a espera será mais dolorosa sabendo que é o ultimo?).. Talvez eu volte até sexta-feira então postarei no sábado.
Olha sobre o capitulo de hoje... É bem... Não to a fim de falar nada sabem? Tudo pelo suspense hihihi
Só adianto uma coisa. Não está Kawai!!
Boa Leitura!!
Ps.: A ortopedia fica no quarto andar sala 11 não se percam ;)



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O vento sobrava balançando as portas da janela aberta. O sol entrava marcando a poeira que flutuava pelo ambiente e um cheiro insuportável de hospital permeava o ar.

Estavam no quarto Rangiku, Kisa e Gin... Kisa havia acabado de acordar e como de costume estava com fome.

— Ok, ok. Eu já entendi Kisa, mas você tem que esperar as enfermeiras trazerem o lanche. — Rangiku falou sentada ao seu lado.

— Eu to com fome agora mãe. — A menina reclamou. — Pede pra ela trazer agora.

— Vai ter que esperar! — Ela a repreendeu.

— Se está com medo de deixa-la sozinha comigo Rangiku, saiba que só como criancinhas indefesas no café da manhã. — Gin falou sorrindo sentado no sofá.

Ela o olhou surpresa e Kisa começou a rir.

— Não é medo, é só que... — Ela não achava as palavras. — Ah Gin! Não é isso.

— Então vá pedir algo para ela comer. — Ele se levantou do sofá. — Sei me virar bem com crianças. — Disse bagunçando os cabelos de Kisa.

— E desde quando? — Rangiku se levantou e pôs uma mão na cintura.

— Desde que conheci você! — Ele abriu mais seu sorriso.

— Ha-ha muito engraçado... — Ela debochou. — Se comporte até eu voltar. — Ela falou para Kisa.

— Tá bom mãe. — A menina sorria se divertindo com a situação.

— E você também. — Ela apontou um dedo para Gin.

— Claro mamãe. — Ele usou um tom de voz macio para responder.

Rangiku apenas o olhou e foi andando até a porta.

— Já volto. — Ela fechou a porta atrás de si.

Gin se encaminhou até a poltrona ao lado da cama.

— Você já conhecia a minha mãe? — Kisa perguntou o encarando.

— Sim... Eu e Rangiku somos amigos de infância. — Ele falou preguiçosamente.

— Então por que você e ela brigaram?

— O porquê eu já disse: Ela é uma criança.

— Não, ela é uma adulta. — Kisa disse balançando a cabeça.

— Uma adulta criança... Isso é muito comum. — Ele balançou as mãos.

— Então ela também faz xixi na cama?

Ele a olhou piscando.

— Eu não sei agora, mas antes ela fazia. — Disse tentando segurar o riso.

— Minha mãe!? — A menina arregalou os olhos.

— É. Ela era uma menina bonitinha e esperta como você.

Kisa apenas sorriu.

Os dois ficaram em silêncio por um momento. Até que Kisa falou:

— Obrigada por me salvar. — Seus olhos verdes brilharam com as palavras.

— Que isso garota. Qualquer um faria aquilo. — Ele se ajeitou na poltrona.

— Mas foi você e você é legal. — Kisa saiu de sua posição sentada e pulou nos braços de Gin.

— Ei! — Ele se espantou com o movimento da menina.

Ela abraçou seu pescoço com os braços finos e lhe deu um pequeno beijo na bochecha.

— Brigada. — Ela repetiu.

Gin apenas estava apoiando a menina. Ao contrario do que disse nunca havia estado tanto tempo com uma criança e muito menos foi abraçado por uma. A maioria sentia medo de se aproximar.

— Tudo bem... Eu... Entendi. — Ele afastou o corpo dela. — Fique quietinha aqui agora porque se sua mãe entra e vê você assim ela me mata... — Colocou a sentada e cobriu suas pernas com o lençol grosso da cama.

— Mamãe gosta de você. — Ela falou enquanto ele arrumava o lençol.

— Eu sei... — Ele disse distraído. — É ela que não se lembra.

— Voltei! — Rangiku gritou abrindo a porta e dando um susto nos dois. — E olha o que trouxe. — Ela deu passagem para uma enfermeira e um carrinho com comida.

— Está aqui para a menina mais fofa desse hospital. — A enfermeira falou passando o dedo no nariz de Kisa.

Kisa soltou uma gargalhada de criança brincalhona.

— Trouxe café com leite, pão, um pedaço de bolo e uma maçã. — A enfermeira começou a despejar tudo na bandeja de cama que Rangiku pôs na frente de Kisa. — Coma tudo que eu passo depois para recolher. — Ela falou observando Kisa atacar a comida.

— Obrigada. — Rangiku falou abrindo novamente a porta para a mulher.

— O-obi-gada. — Kisa disse de boca cheia.

A mulher empurrou seu carrinho para fora rindo. Rangiku fechou a porta e se aproximou da cama.

— E então... Deu tudo certo? — Ela falou.

— Sim mãe! O senhor Ichimaru disse que você faz xixi na cama. — Kisa falou sorrindo.

— Hã... hã... Fica quieta menina. — Gin falou disfarçando.

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Gin saiu do hospital no fim da tarde. Havia marcado de voltar no outro dia e planejava levar algum presente para Kisa. Ela havia falado que perdeu seu boneco favorito no dia do acidente, não seria mal lhe dar outro...

Ele foi rápido pelas ruas de Karakura ao anoitecer. Chegou em menos de vinte minutos no prédio e notou que alguém havia estacionado na vaga de seu carro.

— Mas que droga! — Abaixou o vidro e olhou para o carro em sua frente.

Deu ré e seguiu para outra vaga que também costumava usar.

Ao lado dela estava um carro preto com dois homens escorados nele.

— Por que o Rose tem que ser tão lerdo? — Um deles gritou sacudindo os braços.

— Pega leve. Deve estar se despedindo da filha. — Um cara de cabelos brancos falou de braços cruzados.

Gin estacionou o carro e saiu.

Atraiu a atenção dos dois homens ao fazer isso.

— Boa noite. — Ele deu seu costumeiro sorriso.

— Boa noite. — Os dois disseram em uníssono.

Ele começou a andar ainda sentindo seus olhos em suas costas. Foi em direção ao elevador do estacionamento e assim que as portas se abriram deu de cara com um homem alto e de longos cabelos loiros. Um homem que lhe era muito familiar.

Estava fardado de policial e teve uma leve surpresa ao olhar para Gin.

Gin fez um aceno de cabeça e entrou no elevador. O homem respondeu com outro aceno e saiu.

Assim que as portas se fecharam Gin desmanchou o sorriso.

Era isso que me faltava.

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— Esse cara não me parece estranho. — Love falou coçando o queixo.

— E não é... — Kensei disse. — Acho que já esteve lá na delegacia.

— Foi apreendido por trafico... — Rose falou se aproximando. — Era menor de idade e não ficou nem um mês preso.

— Ele não tem cara de boa pessoa. — Love disse.

— Hupf. — Kensei abriu a porta do carro. — Já tem tempo que ele saiu da cidade não é?

— E por que será que voltou? — Love entrou.

— Como vou saber?

— Eu dou uma olhada na ficha dele quando chegar à delegacia. — Rose falou preguiçosamente no banco do carona.

— Você devia trocar de turno novamente Rose e voltar a ficar com a gente. — Love disse o cutucando. — Quando iremos sair para beber agora?

Rose apenas suspirou.

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Gin estava neste momento sentado em uma cadeira que acabara de levar para sua sacada. Dragava com lentidão um cigarro que havia acabado de acender.

Rose era um delegado que o capturou há alguns anos com um pouco de droga e munição de arma. Até que ele era legal em comparação com os outros que costumavam espancar os adolescentes infratores. Rose apenas dava longos sermos de como a vida podia ser diferente. Infelizmente Gin nunca deu muita importância para isso.

Ele deve ter se lembrado de mim...

Pensou soltando a fumaça do cigarro.

Mas o que ele estava fazendo aqui?

Um dos homens havia falado sobre uma filha.

Gin arqueou a cabeça para trás e soltou uma alta gargalhada.

— De tantos prédios que Karakura tem, a filha dele tinha que morar no meu? — Ele falou olhando para o alto sorrindo.

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— Como foi com Ichimaru? — Nanao perguntou depois de entrar no quarto de Kisa.

Rangiku como sempre estava sentada na poltrona ao lado da cama olhando Kisa dormir.

— Acredita que... Foi melhor do que eu esperava. — Ela falou com um sorriso brincando no rosto.

— Jura? — Nanao continuava em pé do seu lado.

— É... Kisa gosta dele e ele foi bem simpático. — Ela começou a mexer em uma de suas mechas de cabelo.

— Vocês já se acertaram?

Essa era uma boa pergunta.

Rangiku se levantou da poltrona e esticou os braços dando um alto suspiro.

— Não. — Ela falou dando alguns passos pelo quarto. — Mas... Eu não sei. Acho que ele está realmente querendo mudar agora Nanao.

— Se você diz. — Nanao cruzou os braços.

— Não foi como das outras vezes... — Rangiku viajou até um ponto distante em seu passado.

Quando Gin ficava por menos de alguns dias ao seu lado e parecia aéreo a sua presença.

— Rangiku. Rangiku? — Nanao chamou sem sucesso. — Rangiku!

— Ai! O que foi Nanao. Por que está gritando? — Ela voltou à poltrona.

— Você pareceu estar em outro mundo. — Ela falou arrumando os óculos. — Você não deve se esquecer de uma coisa Ran...

— O que?

— Ichimaru ainda é um criminoso e tem contas com a justiça. Se alguém descobrir a vida que ele leva... Quer dizer, levava, podem suspeitar de você. — Nanao parecia preocupada.

Rangiku ficou seria.

— Não tinha pensado nisso...

— Não quero jogar água fria na sua felicidade, mas você deve levar em consideração todos os inimigos que ele deve ter e os crimes que ele deveria pagar.

— Nanao! — Rangiku se levantou da poltrona. — Não está pensando em denunciar ele não é?

— Denunci... O que? Mas é claro que não. — Ela balançou a cabeça freneticamente. — Eu juro que não vou fazer isso, mas não sou a única que sabe da vida que ele levava e queira ou não um dia tudo isso vai vir à tona.

— Por que está dizendo isso? — Rangiku parecia chocada.

— Porque essa é a verdade... E porque não quero que você sofra. — Ela sussurrou.

Rangiku pôs uma mão na testa e se jogou na poltrona novamente.

— Não quero pensar nisso agora... — Ela olhou para Nanao com os olhos feridos. — Também não quero ter que brigar com você.


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Como o prometido, Gin havia aparecido no outro dia no hospital para ver Kisa. Consigo levou também uma bela raposa branca de pelúcia para a menina.

— Parece com você. — A loirinha falou sorrindo.

Passou parte do dia junto dela e de Rangiku. Kisa, sendo sempre curiosa, insistia em descobrir mais do passado dele e de Rangiku. Perguntava coisas bobas como: “Qual era seu jogo favorito?” a coisas mais serias como: “Vocês já se beijaram!?”.

Gin achava graça da menina e sentia-se alegre ao estar ali naquele momento. Mal notou as horas se passando...

Desceu acompanhado de Rangiku para o primeiro andar do hospital. Kisa havia ficado com umas estudantes de enfermagem que liam livros para as crianças dormirem.

— Aquela menina é realmente impressionante. — Ele falou sorrindo.

— Eu sei... Ela é muito inteligente também. — Rangiku falava orgulhosa.

Gin a olhou curioso.

— Você a trata como se fosse sua verdadeira filha... — Gin diminuiu um pouco seu sorriso.

— Bem, o tempo foi passando e meu amor por ela só foi aumentando. Agora eu não sei mais como seria minha vida sem ela. — Eles começaram a caminhar para fora do hospital. — Ela foi como um raio de sol...

— Na escuridão que eu criei? — Ele falou de repente.

Rangiku parou de andar e o encarou.

— Prefiro pensar que foi um raio que me despertou para a vida plena. — Ela o olhava intensamente.

— Vida... — Ele repetiu baixo.

— É. Uma vida de verdade, sendo realmente livre.

— Liberdade essa que está ameaçada com minha presença.

— Não. — Ela se aproximou dele. — A minha liberdade é inabalável. Você ameaça a minha estabilidade... Eu não quero contar com você comigo e uma hora descobrir que você se foi.

— Rangiku... Por várias vezes eu fiz a coisa errada, agora eu quero fazer tudo do jeito certo... Para ficar com você. — Ele segurou cada lado de seus braços.

— Gin... Eu... — Ela não sabia o que dizer.

Sua mente estava focada na respiração quente que se aproximava cada vez mais de seu rosto.

— Eu sinto muito. — Ele sussurrou encostando seus lábios nos dela.

Ela não se preocupou com o que ele acabara de dizer, apenas fechou os olhos e se entregou aquele momento que por anos havia ficado gravado apenas em sua memória.

Foi um beijo lento e desejado pelos dois. Algo que poderia ter durado muito mais tempo se alguém não houvesse ido atrapalhar.

— Rangiku? — A voz grave falou por de trás de Gin.

Ela se separou relutante dele e olhou já reconhecendo o dono daquela voz.

Daniel estava parado a menos de dois metros os olhando surpreso.

Ah seu otário! Essa é pra você ver de quem é a garota!

Gin deu um passo para o lado sorrindo imensamente.

— Daniel. — Rangiku continuava sem saber o que dizer. — Eu.

— Me desculpe ter atrapalhado. — Daniel a cortou bruscamente. — Vejo que cheguei em uma péssima hora.

— Que isso. Estava maravilhosa. — Gin falou segurando a cintura de Rangiku.

— Gin! — Ela o olhou irritada e afastou seu braço de seu corpo.

Notou rapidamente que seu sorriso havia ficado mais tenso.

— Novamente me desculpem pela interrupção. — Daniel falou ríspido. — Podem continuar de onde pararam. — Ele deu meia volta e seguiu o mesmo caminho que havia feito até ali.

— Daniel. — Rangiku tentou ir atrás dele, mas Gin impediu. — Me solte Gin.

— Para que? — Ela se espantou com a frieza de sua voz. — Para ele de agarrar como fez aquele dia?

— Não seja ridículo. — Ela puxou com força seu braço e se soltou de suas garras. — Daniel é meu amigo e não vou perder a amizade dele por conta da sua infantilidade.

— Então vá atrás dele. — Ele falou com raiva antes de se virar e sair por outro lado.

Rangiku ficou um momento parada o olhando ir. Depois se virou para o caminho que Daniel havia tomado. Com um suspiro ela começou a correr.

Me desculpe Gin.

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Gin estava em seu carro dirigindo rápido. Mal observava as luzes da cidade passarem resplandecentes em sua janela. Sua mente estava focada no que Rangiku estaria fazendo agora.

Aquele desgraçado estragou tudo. Miserável, vou acabar com ele na próxima oportunidade.

Sua mente estava tão aflita que mal viu o sinal vermelho. Freou bruscamente e parou a poucos centímetros de outro carro que estava parado a sua frente.

Tamborilou os dedos no volante impacientemente e assim que o sinal brilhou verde seguiu o caminho até seu apartamento vazio.

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Três longos e tediosos dias se passaram desde a fatídica noite que tinha tudo para terminar bem. Em nenhum momento sequer cedeu ao pensamento de procurar Rangiku e deixar o ocorrido de lado.

Tentou ao invés disso ocupar sua mente com coisas mais produtivas e enfadonhas. Como a compra de um grande e complicado terreno.

Eram 10:30 da manhã quando começou subir a serra das colinas em direção ao leste da cidade.

Havia se comunicado com o dono do terreno por telefone e agora partiria para poder conhecê-lo. O que realmente não era necessário. Conhecia os bosques e as lagoas daquele local como a palma de sua mão. Foram gloriosos anos correndo descalço pelos caminhos de terra batida sem dar a mínima para o que acontecia com o mundo ao redor. Eram apenas ele e sua família... Rangiku.

Ele deu um leve sacolejar de cabeça.

Foco!

Durante suas conversas com o proprietário das terras havia dado boa oferta pela compra de um terço do terreno. Não sabia ao certo o que faria, mas tinha planos em investir em pequenos lotes onde pessoas comuns poderiam comprar ou até mesmo construir seus próprios imóveis e alugar. Pensaria melhor quando já tivesse em mente que parte do terreno seria seu.

Combinou de encontrá-lo em um ponto mais alto onde poderiam ver plenamente a extensão das terras.

Se aproximando do lugar combinado avistou de longe seu vendedor. Era um homem jovem e de boa aparência, estava acompanhado de um segurança e um senhor de terno e gravata que compraria a outra parte das terras.

Estacionou seu Volvo perto dos outros dois carros e se encaminhou sorrindo até os três homens que estavam de pé perto do pico onde se via a deslumbrante vista do grande vale que era aquele lugar.

Verde era a cor que reinava ali, mas se misturava muito bem com uma grande trilha de cerejeiras que, por obra da natureza ou do homem, ficava ao redor do rio que cortava as terras. Existia também uma cachoeira que ficava em outro lado e não era vista desse ponto. A paisagem era realmente de deixar qualquer um maravilhado. Mas poucos eram os que sabiam os segredos que aquela terra guardava.

— Bom dia senhor Ichimaru. Este é Muhai Hugsh o outro comprador.

Gin deu um aceno para o homem velho que respondeu sorrindo.

— Como já havia dito para vocês. — O vendedor começou. — Esse lugar é muito desejado e cobiçado por outras pessoas e...

— Então por que só estamos nós aqui? — Gin falou sorrindo apontando para si e para o velho.

— Err... Hum... Vocês são pessoas as quais me passaram confiança. — Ele falou com fluidez.

— Hum... — Gin sussurrou.

O velho só balançou a cabeça em concordância.

— As terras são férteis e tem essa bela vista dos pontos mais altos. — Ele apontou para os verdadeiros vales em volta do rio. — Temos uma bela cachoeira e algumas nascentes espalhadas em toda sua extensão. É um lugar paradisíaco e mágico.

— Os drogados que o digam. — Gin falou olhando em volta.

— Como disse? — O homem o olhou mudando de feição.

— Não adianta você focar na beleza e achar que não sabemos o que esse lugar esconde. Sei que depois da desocupação muito entulho restara das casas e que vários pontos do rio se encontram em estado de degradação por conta de esgotos e lixo.

— Também gostaria de discutir isso. — O senhor de idade entrou na conversa. — Acho que esse tipo de coisa desvaloriza a terra e que não vai compensar o valou que você cobra.

— Providencias já estão sendo tomadas. — O homem falou esfregando as mãos nervosamente. — Equipes de limpeza de rios e nascentes estão visitando o local para ver as medidas cabíveis.

— E quando essas medidas terão resultado? — Gin quis saber.

— Preveem seis meses depois da desocupação.

— Seis meses!? — Gin e o senhor falaram em uníssono.

— É tempo demais. — O velho reclamou. — Planejava começar construções de hospedagens, mas quem iria querer ficar em um lugar assim?

— Ora e sua obra vai demorar quando tempo para ser concluída? Um mês? — O jovem falou perdendo a compostura. — Enquanto faz as suas construções os agentes fazem seus trabalhos e quando o senhor acabar tudo já estará pronto para dar lucro.

— Pode me responder por que tanta pressa para vender? — Gin falou cruzando os braços.

— Isso já me deu muita dor de cabeça. — Ele passou a mão no rosto. — Eu juro que as terras são boas, mas como veem aqui é um lugar deserto. Não temos muitos moradores e comércio, por isso essas pessoas sempre invadem. Vocês são a chance de dar a esse lugar uma nova vida.

— Hum. — O velho falou olhando em volta. — O que garante que essa gente não vai voltar depois que comprarmos?

— A policia irá monitorar e cuidar do local. Esse tipo de situação não voltará a se repetir...

Um silêncio incomodo se instalou no lugar.

— Eu não sei. — Gin falou de repente. — Achava que a terra seria produtiva, mas vejo que muitos problemas serão comprados junto com ela. — Ele deu um passo para trás. — Passo a minha proposta.

— Compartilho do mesmo pensamento. — O velho Muhai falou também caminhando em direção ao seu carro.

— Não, não, por favor! — O vendedor gritou se descabelando. — Vocês são os únicos que aceitaram ao menos ver esse lugar. Não podem ir embora!

— O que houve com a confiança? — Gin sorriu olhando para trás.

— Eu abaixo 10 mil do valor da proposta!

— Tck, não é nada. — Gin continuou a andar.

— 15 mil. — Ele correu atrás deles. — 20 mil!?

Os dois continuaram andando.

— 35 mil!! — Ele falou quase chorando.

— O que você acha? — Gin perguntou ao velho.

— Se dermos mais alguns passos é capaz das terras saírem pela metade do preço. — O homem sussurrou rindo.

— Continua andando.

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Depois de mais uma hora de negociação nada de muito produtivo se foi tirado, apenas a redução de 60 mil do valor das terras.

Estava agora voltando para seu prédio da mesma forma que havia saído mais cedo... Entediado.

Não seria uma má ideia ir ao hospital ver a Kisa...

Ele pensou terminando de descer as ladeiras da serra e já se aproximando da estrada que levava a cidade.

Afinal fui eu quem a salvou não? Devo acompanhar sua recuperação e blá, blá, blá...

Ele pegou a primeira transversal que viu e partiu em rumo a rua eu seguia para o Hospital onde Kisa estava.

Dirigia no limite da estrada que estava com um fluxo muito alto de carros. Fez umas duas ultrapassagens e mudou para a vertente que levava a outra estrada. Subindo um pequeno viaduto viu que um pouco a frente de seu final havia uma blitz da policia.

Não deu muita importância para isso, mas por questão de segurança fez outra ultrapassagem e foi para o lado esquerdo da rua. Isso não fez muita diferença, já que mesmo assim foi parado.

O policial fez sinal para ele encostar e ele passou para o lado direito da rua. Depois do carro parado o policial se aproximou de sua janela e pediu os documentos do carro.

— Estão aqui. —Ele entregou nas mãos do homem alto sua habilitação.

Ele o olhou estranho.

— Também quero os documentos do carro. — Ele levantou uma sobrancelha.

— Aqui. — Ele o entregou. — Mundo pequeno este não?

— Sim... — O policial falou ainda desconfiado. — Muito pequeno. Aguarde um momento por favor.

Gin o observou se afastar e ir até a viatura onde começou a falar com outro policial.

Alguma coisa estava estranha.

Depois de alguns segundos de conversa o parceiro do policial lhe enviou um olhar contemplativo.

Trocaram mais algumas palavras e outros olhares em sua direção até que o policial que havia pegado sua habilitação voltou até ele e lhe entregou os documentos.

— Me desculpe, mas poderia sair do veiculo? — Ele disse com voz grossa.

Gin apenas sorriu mais.

— Pode me dizer por quê?

— Queremos revistar o carro. É só rotina.

Gin olhou para o policial ao longe e o viu pegar as algemas.

— Rotina...

— Sim. — O homem falou simplesmente.

— Talvez da próxima. — Gin deu uma arrancada com o carro que jogou o policial no chão.

Circulou o carro da policia que estava em sua frente e aproveitou o pouco movimento da rua para voltar à estrada.

Ouviu alguns gritos e depois a sirene.

Droga.

Acelerou o carro e começou a fazer ultrapassagens a fim de despistar o carro da policia que corria desenfreadamente atrás dele. Fez um retorno pela parte debaixo viaduto e entrou em uma estrada mais deserta.

Talvez fosse mais fácil para os policias o verem, mas se tornava melhor para acelerar até a ultima potência do carro. Seguiu a longe rua direto até ouvir as sirenes da policia mais distantes. Conhecia aquela rua por ter final em uma estrada reservada para veículos de grande porte.

Avistou ao longe uma grande fileira de caminhões que andavam a todo vapor pela larga estrada. Esperava o momento em que uma falha se formasse na fila do tamanho ideal para seu carro. Não teve outra opção a não ser parar.

— De pressa! — Ele murmurou olhando os caminhões passarem a sua frente.

Ouviu as sirenes se aproximando cada vez mais.

— Vamos! — A falha surgiu ainda alguns metros distante da rua.

Foi feita entre um caminhão de entulho e uma rebocadora. Tinha de calcular com precisão a hora de entrar e a velocidade que os caminhões seguiam ou seria completamente esmagado pelas grandes maquinas.

A falha foi se aproximando junto com a policia.

— 1 — Ele tentou se concentrar. — 2 — O barulho se tornou ensurdecedor. — Agora!

Ele acelerou para frente virando o volante com tudo para a esquerda. Entrou aos 80 por hora e quase sentiu a rebocadora passar por cima de seu Volvo.

Olhou pelo retrovisor e viu o carro da policia parar no ponto onde ele estava antes.

Soltou uma alta gargalhada ao ver o motorista do carro da policia sair sem entender o que havia acontecido.

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Continuou junto com os enormes caminhões até achar uma entrada para outra pista. Que levava ao norte de Karakura. Já estava muito afastado do local onde foi parado na blitz, mas contava agora com mais policiais atrás dele.

Hora de ver o placar do jogo Gin... Eles têm seu nome, a placa do seu carro e seu endereço. Você... Tem dinheiro.

Ele olhou para frente e viu que estava perto da loja de Urahara. Estaria em seu prédio em menos de 40 minutos se pegar a Central que passava perto do córrego.

Ok. Se o cara ia me prender ali é porque deve ter algum tipo de mandado em meu nome. Agora já devem ter falado as características do meu carro para outras viaturas e devem estar me procurando pelas ruas. Vão chegar em meu prédio em pouco tempo.

Ele deu um suspiro e passou a mão nos cabelos.

Acho que não tenho muita escolha...

Ele olhou para frente e viu seu dia indo embora junto com uma promessa.

— Me desculpe Rangiku.


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Notas finais do capítulo

Ai, ai gente eu esgotei todos os meus conhecimentos em carros aqui ok.
Se tem alguém que entende de ruas, estradas, componentes de um carro e tal, por favor, saibam que eu só escrevi apenas o que eu vejo e entendo de Velozes e furiosos.
'Só isso Lljj!?'
Pois é... Prevejo passar o resto da minha vida andando de busão, a vida é um vadia.. Mas olhem o próximo e (infelizmente) ultimo capitulo de Caleidoscópio será completamente e irrevogavelmente marcante. Por quê? Bem... Segredo!!
Espero que sobrevivam ao carnaval e vejo você no fim da tormenta. Até!!



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