Caleidoscópio escrita por lljj


Capítulo 31
Luzes da cidade


Notas iniciais do capítulo

Oioi Gente
Não se preocupem, eu sei que estou atrasada... Mas eu vim hoje não vim??
Demorei um pouco para concluir esse capitulo (eu apaguei parte dele), mas sinto me bem novamente.
Enfim meu período infértil terminou e estou tendo boas ideias para a reta final da fic.
Espero que gostem do capitulo... Estou me focando muito no Gin já que ele resolveu aparecer.
Continuo investindo em pontos humorados, mas não sei se estão bons. Me digam vocês!!
Boa Leitura!!



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O elevador continuou subindo lentamente.

  Espero que ele não se irrite...

Deu uma olhada no espelho ao seu lado e arrumou o cabelo que estava meio arrepiado por conta de alguns movimentos bruscos. Descuidadamente esbarrou sua prancheta no corrimão do elevador e ela caiu espalhando alguns de seus papeis.

Ao olhar para baixo viu uma pequena carteira cor de vinho caída perto da porta do elevador. Agachou e pegou a carteira.

Ao abri-la constatou que era da mulher que acabara de sair.

  — Rangiku Matsumoto. — Nome bonito.

A porta então se abriu e parado na frente dela estava o homem sorridente, que deixou de sorrir assim que viu o estado da moça.

  — Sério Akemi. Você devia se tratar antes disso ser irreversível.

Ela se levantou sem jeito.

  — Bem senhor Ichimaru desculpe a demora é só...

  — Não precisa dizer. — Ele entrou no elevador. — Realmente achei você legal Akemi, mas é muito irresponsável. Vou procurar um lugar onde seja melhor atendido.

  — Não senhor Ichimaru por favor. — O elevador começou a descer. — Me perdoe eu realmente sinto muito... Repense!

  — Não já me decidi... Não quero ficar em um lugar onde as pessoas não dão a mínima para mim. — Ele fez uma voz de ferido.

  — Eu não quis fazer isso senhor... Lhe darei um desconto de 20% de desconto no apartamento. — Ela falou seria.

  — Acha que 20% de desconto refaz meu coração depois de ser deixado abandonado no meio de um lugar desconhecido? Hupf não me vendo por tão pouco!

A porta do elevador se abriu e Gin saiu pelo saguão sendo seguido pela mulher que continuava a insistir.

— Você me decepcionou Akemi... E também me assustou. Temo que meus vizinhos sejam como você.

            — Não senhor. Eu não moro nessa parte da cidade. Na verdade é difícil vir aqui, só vim para mostrar o senhor o trabalho esplendoroso que fizemos.

Gin parou e olhou em volta para a multidão que andava no saguão branco. Depois de tanto tempo havia tomado nojo dessa cor.

  — Não me parece muito esplendoroso.

  — Você ainda não viu tudo senhor. Se me der uma chance terei certeza que gostará. Você será muito bem instalado e contará com vários recursos que oferecemos aqui. Apenas mais uma chance?

Ele a olhou fixamente e notou algo de diferente.

  — O que é isso? — Ele apontou para a carteira em sua mão. — Vai me pagar pra ficar? — Disse com ironia.

  — Oh não. Uma mulher entrou no elevador e deixou isso cair. — Ela abriu a carteira vinho. — Vou deixar na recepção caso ela venha procurar.

Desastrada como sempre deixou novamente a prancheta cair no chão. Ao abaixar para pegar a prancheta foi a vez da carteira cair.

  — Deus! — Akemi murmurou.

A carteira caiu aberta permitindo a visão da foto 3/4 que estava dentro. Com curiosidade Gin se abaixou para pega-la enquanto Akemi reunia seus papeis.

Sentiu algo estalar dentro de si quando fitou a foto da mulher ruiva.

  — Rangiku. — Sussurrou.

  — Sim. É um nome diferente não? — Ela disse se levantando com os papeis.

  — Ela estava no elevador?

  — Sim. Entrou com uma criança e cheia de sacolas. Ajudei a com algumas e acho que a carteira deve ter caído.

  — Desceu em que andar? — Ele perguntou sem tirar os olhos da foto.

  — Acho que no terceiro. Por quê? Conhece ela?

Ele engoliu um nódulo que se formou em sua garganta.

  — Não. — Ele fechou a carteira. — Apenas gostei do nome. — Entregou para ela. — Faça o que ia fazer e volte logo. Vou te dar outra chance.

  — Jura? — Ela se surpreendeu.

  — Sim acho que posso começar a gostar desse lugar. — Ele disse sorrindo sinceramente.

Akemi ficou meio sem jeito com seu belo sorriso e alisou os cabelos.

  — Não irá se arrepender senhor Ichimaru. Aguarde só um momento.

Gin a observou sair andando no meio do saguão e olhou de volta para o elevador.

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  — Kisa ligue a televisão. Detesto esse silêncio na casa. — Rangiku caminhou até a sua cozinha americana onde tinha uma boa visão da sala e de sua Tv de tela plana.

Kisa pegou o controle e ligou a televisão.

  — Deixa aqui mãe? — A menina perguntou olhando o canal de jornal.

  — Não... Põe no desenho deve estar passando alguma coisa divertida. — Ela disse sorrindo e tirando das sacolas tudo o que havia comprado e pondo na mesa.

Kisa deixou a Tv ligada na sala e foi para a cozinha e sentou se na mesa e observou Rangiku começar a preparar a comida.

  — Eu quero ajudar a fazer o bolo. — Kisa disse.

  — Tudo bem, mas não é pra ficar provando toda hora.

  — Mas tem que ver se tá gostoso. — Ela deu um sorriso sapeca.

  — Hum-hum sei... — Rangiku continuou mexendo nas sacolas até que sentiu falta de algo. — Kisa viu minha carteira?

  — No peito. — A menina apontou.

Rangiku começou a alisar o sutiã.

  — Não só pus o dinheiro aqui.

  — Então está na sacola. — A menina revirou alguns sacos, mas Rangiku já havia esvaziado tudo.

  — Droga! Será que perdi? — Ela olhou para o chão da cozinha. — Está com meus documentos.

  — Não tá no bolso da calça mãe?

  — Não... Não cabe aqui dentro. — Ela falou, mas mesmo assim pôs as mãos nos bolsos. — Você não viu cair?

  — Não. — A menina se levantou e andou em direção a porta do apartamento. — não está aqui. — Ela disse assim que voltou.

  — Deve ter caído na rua... Merda! — Ela foi para a sala olhando para o chão. — Talvez deixei no mercado.

Então um ruído agudo ecoou na casa.

  — A campainha. — Kisa falou.

Rangiku se dirigiu a porta e abriu-a lentamente.

  — Pois não? — Perguntou ao homem parado na sua frente.

Estava com uniforme dos funcionários do prédio e segurava em sua mão a carteira vinho.

  — Minha carteira. — Ela falou sorrindo.

  — Oh sim. Foi encontrada no elevador senhorita. — Ele disse sorrindo meigo. — Tome.

  — Muito obrigada... Estava a procurando como uma louca. Pensei que perdi na rua.

Ele não falou nada. Parecia encantado com a ruiva.

  — Bem obrigada por isso. Me livrou de um problemão.

  — Não foi nada. Saiba que pode contar com o que for. — Ele disse sorrindo docemente. — Me chamo Toroto Yuki. — Ele lhe estendeu a mão.

  — Me chamo Matsumoto Rangiku. — Ela apertou sua mão um pouco surpresa com a apresentação.

  — Saiba que estarei a disposição da senhorita sempre que precisar. Fico sempre lá no saguão será fácil me achar se quiser. — Ele não soltou a mão dela.

Rangiku se sentiu desconfortável com isso.

De repente por detrás dela apareceu Kisa desconfiada.

  — Achou a carteira mamãe?

O homem soltou sua mão abruptamente.

  — É-é sua filha? — Ele disse desconsertado.

  — Sim. — Ela falou levantando uma sobrancelha. — Linda não?

  — Sim, sim. Bem eu já me vou senhora.

  — Obrigada pela carteira. — Ela balançou a mão.

  — Não foi nada... Tenha uma boa tarde. — Ele falou depressa e saiu.

Rangiku fechou a porta.

  — É cada uma — Disse balançando a cabeça.

Kisa riu.

  — Ele estava te cantando mamãe?

  — Isso não é assunto de criança Kisa. — Rangiku voltou para a cozinha.

  — Mas ele estava né? — A menina a seguiu.

  — Sim... Estava. — Ela disse rindo. — Vamos fazer nossa comida agora.

  — Que bom. Estou cheia de fome!

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  — Então gostou das instalações Gin?

  — Sim, sim. É um lugar legal, espaçoso e tem uma ótima vista.

  — Ótimo, só não gostei do fato de ser no centro. Não acha que está se expondo demais?

  — Não se preocupe. Não levantei suspeitas.

  — Espero que repense no fato de voltar para aqui... Estou sentindo sua falta. Se quer saber, realmente é muito chato vencer o tempo todo no xadrez.

  — Devia escolher um oponente com um Qi mais alto que o Kenpachi.

  — Esse é o problema. Não tem...

  — Não posso fazer nada. Já fiz o que queria fazer...

  — E o que planeja. Arrumar um emprego e levar uma vida tranquila e pacata? Vamos lá Gin, isso não combina com você.

  — Você tem razão. Mas não quero voltar Urahara... Estou cansado.

  — Vai procurar a menina?

  — Talvez...

  — Talvez? Achei que depois de dois anos iria correr para vê-la.

  — Estou esperando a hora certa. Soube que Keith morreu.

  — Morreu? Parece que estava com câncer a um tempo e morreu no final do ano...

  — Como sabe disso?

  — Uma camareira me contou. Foi por isso que se mudou com a menina.

  — Realmente essa menina tem uma vida difícil.

  —...

  — Gin?

  — Como vai aí?

  — Bem... Tenho feito muitos contatos com a zona verde. Estão liberando mais armas do que Aizen um dia pode sonhar em ter. Vi uma automática que seria ótima para você. Pequena e silenciosa.

  — Bom saber... Estou apenas com minha espada agora... Por quanto está vendendo?

  — Ainda não acertei o preço, mas não se preocupe. Sempre terá um bom desconto comigo.

  — Eu sei...

  — Te ligo depois para acertar isso. Yoruichi está reclamando de contrações desde o inicio da semana.

  — Então a pequena está se aproximando... Nervoso papai?

  — Já superei isso... Agora estou na fase de fugir de Yoruichi no período da manhã. A mulher acorda com um humor terrível.

  — Pior do que já é?

  — Você nem pode imaginar. Até a próxima Gin. De um beijo em sua menina por mim...

  — Pode deixar...

Ele desligou o celular e jogou o cigarro para fora da sacada. Realmente tinha uma bela vista da noite iluminada da cidade.

Soltou a ultima baforada de fumaça e entrou para o quarto.

Este tinha paredes beges. Sua cama estava no centro com um edredom azul escuro e dois travesseiros azuis marinhos. No canto estava a escrivaninha marrom com seu notebook. Seu armário era grande e preto. Tinha um tapete felpudo perto da cama na cor verde escuro e um quadro futurista vibrando perto da porta de cor meio amarelada.

Sabia que estava com nojo de branco, mas realmente exagerou na escolha das cores. Parece entrar no quarto de uma Dragqueen sempre que vai se deitar.

Jogou o celular em cima da cama e saiu do quarto.

O apartamento era pequeno se comparado com alguns outros que viu na ultima semana, mas o agradou muito. Estava cansado de coisas grandes e sem calor. Agora estava em um lugar pequeno, mas aconchegante, só faltava uma coisa... Uma coisa que estava um andar abaixo dele pensado que ele estava morto.

Ele soltou um suspiro e se sentou no sofá marrom claro.

Seria difícil encontrar Rangiku dessa vez. Com certeza seria mais difícil que das outras vezes. Deveria bolar um bom plano para isso... Talvez flores fossem uma boa ideia. Mas e depois? Um bilhete escrito: “Sinto por tudo, mas eu não morri.”

Ela não iria aceitar.

Talvez devesse simplesmente encontra-la... Claro, por que não? O que poderia dar errado? Afinal ela era dele, não é? Sempre foi. Não houve um momento em dois anos que ela não estivesse em sua mente, com certeza o mesmo deva ter acontecido com ela... Droga, mas ele estava morto não é?

Ele passou a mão nos fios pratas.

Vai ser difícil encarar a ruiva dessa vez.

A campainha da porta soou.

  — Já vai. — Ele disse se levantando.

Ao abrir viu o entregador de pizzas na porta com o capacete de moto parado na frente.

  — Ichimaru? — O homem disse com a voz grossa.

  — Sim... — Ele tirou o dinheiro da carteira. — Demorou mais do que esperava. Devia não pagar... — Ele disse com seu ar sombrio.

O homem perdeu sua pose.

  — B-bem senhor é que peguei muito transito e...

  — Tudo bem. Mas espero que não aconteça de novo.

  — Pode deixar senhor. Aqui está senhor.

Ele pegou a pizza e entregou o dinheiro.

  — Pode ficar com o troco.

  — Obrigada senhor... Tenha uma boa noite senhor.

  — Tá valeu. — Ele se virou e fechou a porta com o pé na cara do entregador.

Realmente não estava a fim de ir para a boca do fogão hoje. Optou por algo, mas rápido e menos nutritivo. Nada melhor que uma pizza de mussarela e bastante orégano para passar a noite. O único problema era ter que comer sozinho.

Ele sempre lidou bem com a solidão, mas ultimamente isso começou a o incomodar, mas precisamente desde que soube da gravidez de Yoruichi. Nunca se imaginou com uma família e filhos. Mas sempre quis ter Rangiku do seu lado, assim como Urahara tinha Yoruichi. E agora ele, mesmo dominando parte da máfia mundial estava feliz montando uma família com a mulher que amava.

Gin nunca conseguiu relacionar isso. Trafico e família. Morte e amor. Tudo sempre o pareceu muito distinto e diferente. Mas Urahara conseguiu...

Ele pôs a caixa da pizza na mesa de centro e ligou a Tv não aguentando mais o silêncio incômodo da casa.

Estava passando um filme de terror na Fox. Nada melhor que isso para passar o tempo.

Pegou refrigerante na geladeira cheia e se sentou com um prato para por a pizza.

Se serviu e viu as notas inicias do filme começarem a passar.

Começou a comer assistindo o assassinato de pessoas bobas que não faziam nada a não ser gritar e correr em círculos... Engraçado, na vida real também era assim.

Assistiu ao filme inteiro sem sentir uma gota se sono. Ao olhar para seu relógio de parede viu que já passava de meia-noite. Parte da pizza já tinha sido consumida, não bebeu o refrigerante todo e havia se enjoado da luz da Tv. Mas mesmo assim ainda estava sem sono.

Foi para a sacada de seu quarto e olhou para as luzes imperturbáveis da cidade. Olhou para a sacada de baixo e viu o brilho vermelho de uma mulher ruiva.

Estava vestindo uma camisola vermelha, de cabelos amarrados e com um copo pequeno na mão direita, também olhando distante para a cidade.

  Como sempre... Nesta hora não é Ran-chan?

Ficou em silêncio a assistindo noite adentro sem coragem de chamá-la.


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Notas finais do capítulo

E ai? E ai?
Eu vi que a Fic a Martha fez uma recomendação para a fic.
Agradeço muito pelo reconhecimento e digo que me senti muito feliz quando vi e li o que você escreveu.
Bem quero agradecer a todos que estão até hoje acompanhando os capitulos e aguardando pacientemente minhas atualizações, desculpem meus atrasos e aceitem meus abraços!!
Até a próxima e um grande beijo!!



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