Caleidoscópio escrita por lljj


Capítulo 25
Mamãe


Notas iniciais do capítulo

Aí está o segundo capitulo de Hoje e eu digo que ao mesmo tempo que está fofo está triste :(
Boa Leitura



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Passarinhos cantavam e as flores no jardim se mostravam cada vez mais bonitas.

  — Rangiku você viu o estado das flores lá fora? — A mulher gritou olhando da janela.

  — Sim... Estão lindas não é? — Ela se aproximou por traz e se apoiou no ombro da mulher para olhar. — Acredita que ontem a Kisa estava arrancando algumas e pondo na boca?

  — Hahaha Não brinca? — A mulher riu.

  — Pois é... Agora ela tá nessa fase de por tudo que vê na boca. Está terrível. — Rangiku se apoiou na pia.

  — Você tem é que curtir... Daqui a pouco ela cresce e fica que nem meu filho, levado e respondão. — Lira balançou a colher de pau na mão.

  — Mais do que ela já é? Deus! Vai por fogo nessa casa.

As duas começaram a gargalhar.

Pequenos passos foram ouvidos e do corredor surgiu Kisa de pijama e com os cabelos para cima.

  — Olha só ela acordou. — Lira pegou a menina nos braços. — Hun!! Coisa fofa.

  — Ah! Lira da licença que é minha né! — Rangiku tentou puxar a menina, mas lira começou a correr com ela em volta da mesa.

  — Não, não Você já fica tempo de mais com ela Rangiku... Não, não!

Ela então começou a fazer biquinho.

  — Então você prefere ela Kisa? — Ela fingiu estar magoada.

  — Eu quero a Ran!! — A menina gritou.

  — Eba!!

  — Ah! Então você não gosta mais de mim? — Agora foi Lira que fingiu.

  — Eu quero ficar com a Lira. — A menina se agarrou no pescoço dela.

  — Ei! Mas e eu? — Rangiku falou.

  — Hum... — A menina estava confusa. — Eu quero o papai!

Keith então entrou na cozinha ainda com a roupa em que dormiu. Estava com olheiras e o cabelo ainda emaranhado.

  — Bom dia. — Ele disse baixo e sentou-se à mesa tirando as esperanças de Kisa de ser feita de aviãozinho por ele.

  — Nossa Keith! Que cara é essa? — Rangiku falou.

  — A única que eu tenho. — Ele sorriu irônico. — Vem cá filha, fica no colo do papai.

  — Você está se sentindo bem menino? — Lira entregou Kisa e pôs uma mão na testa dele. — Está meio quente.

  — Não é nada... Só não dormi direito.

  — Estava com aquela dor novamente? — Rangiku se sentou ao seu lado. — Eu não te falei para me acordar quando isso acontecer?

  — Você tem que ir a um medico. Essas coisas de enxaqueca nunca são bom sinal Keith.

  — Eu estou bem... Só que com o final de ano o escritório fica ainda mais agitado do que já é... Estou muito cansado.

  — Mesmo assim... Vou ligar para o seu medico e marcarei uma consulta para você. — Rangiku falou se levantando. — É melhor prevenir do que remediar.

  — Está bem, mas depois liga para o aeroporto, por favor... — Ele falou por cima do ombro enquanto ela ia para a sala.

  — Aeroporto? — Lira disse.

  — Aeroporto? — Rangiku voltou.

  — Aelopoto? — Kisa repetiu.

  — Sim... Estou planejando fazer uma viagem... — Ele olhou como se não fosse nada.

  — Mas pra onde? Quando? — Lira disse.

  — Posso ir? — Rangiku se animou.

  — Haha Sabia que ia gostar... Estou pensando em tirar umas férias em janeiro no litoral.

  — Que ótimo!! — Lira Disse.

  — Sim. As aulas na faculdade só começaram no final de fevereiro, então vamos ter bastante tempo para aproveitar.

  — Então eu vou poder ir mesmo? — Rangiku falou.

  — Claro que sim, não teria graça sem você...

  — Então já que estou sendo excluída do programa vou ir visitar minha mãe mesmo... — Lira sorriu sarcástica.

  — Ah! Lira você me disse que ia mesmo... Foi por isso que tive a ideia.

  — Eu sei garoto quero mais é que vocês se divirtam...

  — E quando nós iremos Keith?

  — Vou avisar lá no escritório e até semana que vem já quero estar lá.

  — Keith espero que não esteja usando essa viajem como desculpa para não ir ai medico. — A mulher mais velha se virou e voltou a mexer na panela.

  — Mas é claro que não... — Ele pegou um pão e partiu para ele e Kisa. — Só acho que tudo isso é stress.

  — Hupf! 20 anos e com stress, por favor, Keith.

  — Ouvi dizer que esse é o mal do século Lira. — Rangiku também se sentou. — Mas mesmo assim... — Ela se virou para Keith. — Irei falar com seu medico.

  — Ai,ai...

  — Não vai ser nada... Ele ira lhe receitar remédios e você vai parar de sentir essa dor. Pare de ser tão orgulhoso!

  — Não é orgulho é só...

  — É só nada Keith. Rangiku ligue e marque a consulta para amanhã mesmo.

  — Pode deixar. — Rangiku então fez novamente seu caminho para a sala.

  — Mas vocês duas hein! São demais não é filha? — Kisa apenas balançou a cabeça em concordância.

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  — Então menina? — Lira começou. — Quando vocês vão admitir?

  — Vai voltar com isso? — Rangiku segurava Kisa nos braços enquanto caminhavam.

  — Pelo amor de Deus vocês dois ficam negando, mas todos enxergam que tem um sentimento...

  — Tem sim e é o de amizade.

  — Por favor... Vai dizer que nesse tempo todo que você está lá não rolou nada.

  — Tá ok... Semana passada nós dois acabamos bebendo além da conta e dormimos juntos...

  — Juntos? Não brinca!! — A mulher gritou no meio da rua. — Eu sabia!

  — Sim... Dormimos os dois deitados no chão da sala assistindo Curtindo a Vida Adoidado. — Ela falou com uma sobrancelha levantada. — Foi incrível!!

  — Ah para! E não rolou nada?

  — Além de babarmos no chão não.

  — E eu que achava que você era rápida quando queria. — Ela cruzou os braços.

  — Falou tudo. Quando eu quero!

Continuaram andando até que as duas se separaram.

Lira estava em um período de férias, mas ainda fazia questão de ir à casa de Keith para conversar com Rangiku, que ficava sem ter nada para fazer até Kisa acordar.

  — Ei Lira até o ano que vem... — Rangiku brincou.

  — Até!! — Ela acenou e continuou andando.

  — Agora Kisa nós vamos ir na casa da Nanao, falar com Momo e depois irmos todas fazer compras.

  — Eu quero uma blusa da hello kit... — A menina falou no seu ouvido com a cabeça apoiada em seu ombro.

  — Agente compra... Também vou te comprar um biquíni para ir a praia.

  — Rosa! — A pequena exigiu.

  — Ah! Um de bolinhas vai ficar mais bonito...

  — Eu quero rosa...

  — Tá legal agente compra os dois... Rosa e de bolinhas está ok?

  — Tá ok mamãe!! — A menina disse sorrindo.

Era a quinta vez que ela falava assim e até agora Rangiku não podia explicar o que sentia ao ouvir essa simples palavra...

Estava chovendo e trovejando em uma tarde qualquer quando Kisa a segurou pelo o pescoço e disse:

  — To com medo mamãe...

Não havia contado para ninguém, mas Keith não falou nada quando ouviu a menina a tratar por mãe, na verdade ele sorriu com esse simples gesto...

  — Kisa vai andando agora tá bom? — Ela pôs a menina no chão.

  — Olha. — Ela apontou para um sorveteiro que estava por ali. — Eu quero um.

Ela desviou do caminho e foi em direção ao homem que sorriu para sua aproximação.

  — Olha que coisas lindas veem aqui hoje...

  — Boa tarde... Pode me dar um de morango?

  — De uva mamãe... — A menina balançou sua mão.

  — Ok de uva então... — Ela sorriu.

  — É realmente linda a sua filha, se parece muito com você. — O homem soou galanteador, mas Rangiku apenas riu com a comparação.

  — Obrigada. Aqui está. — Ela entregou o dinheiro e pegou o sorvete. — Olha vamos sentar ali e você come rapidinho tá ok?

  — Tá bom Ran... — A menina a seguiu sem tirar os olhos da guloseima.

Sentou em um banco e deixou Kisa comer.

  — Não se suja tá legal? — Ela passou a mão pelos cabelos da menina.

  — Tá gostoso mãe. — Ela falou com a boca suja.

  — Que bom... — Ela sorriu.

Olhou para o céu por um momento, não havia nenhum rastro de nuvem e o sol brilhava com toda a força possível. O dia estava realmente lindo.

Já iria completar dois meses que havia se mudado para a casa de Keith e realmente não estava sentindo muita vontade de sair. Acordar cedo para fazer o café, levantar a menina para tomar banho, olhar Keith sair com o novo carro, esperar a amiga para fofocar, passar o resto da tarde brincando de pique-esconde e fazendo passeios, jantar na mesa junto com os dois e ouvir como foi seu dia, depois deitar e ter certeza que o dia amanhã seria tão bom quanto hoje era muito melhor do que ficar sozinha em sua própria casa remoendo a própria tristeza.

Desde que recebeu a noticia da morte de Gin estava ressentida, mas com Keith e Kisa ao seu lado tudo parecia ser menos doloroso... Era como a família que ela sempre sonhou em ter, mas muito melhor.

Ao invés de um marido tinha um ótimo amigo, desposto a lhe ajudar em tudo que fosse possível, e agora para deixar tudo melhor havia ganhado uma filha que não tinha posto nesse mundo, mas que amava como se o tivesse feito.

Claro que a tristeza estava ali, mas sendo coberta por carinho e amor que Keith e Kisa tinham de sobra.

  — Acabei!

  — Agora vamos ir que temos um dia longo meu amor.

  — Tudo bem mamãe...

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O barulho das ondas cumprimentavam os três no primeiro dia no litoral.

  — É melhor do que eu imaginava... — Ela falou com os olhos brilhando.

  — Realmente... Vamos chegar mais perto.

Os dois estavam dando a mão pra Kisa que estava entre eles admirada.

  — Está vendo filha? Isso é o mar.

  — Hum... — Ela começou a esfregar os pés.

  — O que foi?

De repente a menina começou a chorar.

  — Ei Kisa o que há?

Rangiku a pegou no colo e começou a limpar seus pés.

  — Acho que está com nervoso da areia. — Disse sorrindo.

  — Puxa que bobeira filha... É gostoso vem.

Ela tentou por a menina na areia novamente, mas ela começou a berrar.

  — Ok, ok vamos sair daqui. — Rangiku foi andando para a calçada.

  — Assim não vai ter graça! — Keith voltou emburrado.

  — Calma ela só tem que se acostumar. Para de chorar já passou...

Sentaram em um bando e olharam a água de longe.

  — Amanhã vamos na piscina para ela se acostumar com a água e depois voltamos aqui...

  — Sim, na verdade estamos parecendo àqueles turistas que vem na praia de roupa. — Keith sorriu.

  — Verdade...

Ficaram mais um tempo assim até que caminharam de volta para o hotel.

Keith havia alugado um apartamento perto da praia em um hotel 5 estrelas e estava super empolgado com essa viagem.

  — Ah... Acho que o sol está muito forte. — Ele falou esfregando os olhos.

  — Quer um pouco d’água? — Ela ofereceu a garrafinha de Kisa.

  — Não eu estou bem é só que... — De uma hora para outra Keith caiu no chão.

  — Keith? — Ela se ajoelhou do lado dele e o segurou pelo rosto. — Keith o que houve?

  — Nada, nada eu só tropecei... — Seus olhos estavam perdidos.

  — É a segunda vez que isso acontece... Tomou os remédios que o medico passou? — Ela disse afoita.

  — Sim... — Ele começou a se levantar.

Kisa estava espantada olhando com os olhos arregalados.

  — Calma filha está tudo bem, tudo bem... — Ele ficou ereto e coçou os olhos novamente.

  — Devíamos ter ficado no hotel... — Ela disse irritada.

  — Mas assim não teria surpresa... — Ele sorriu ainda coçando os olhos.

  — Que surpresa?

  — Ah! Só quando chegarmos... — Ele deu a mão para Kisa e voltou a andar.

   — De novo isso... — Revirou os olhos.

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Tirando o tombo de Keith e o fato de terem que parar para ele poder descansar chegaram rápido no apartamento.

Estavam no decimo quinto andar e tinham uma vista privilegiada do mar. O lugar era pequeno se comparado a casa de Keith, mas estava bom o suficiente para os três.

  — Então cadê a surpresa? — Ela falou abrindo a porta.

  — Espero que já tenha chegado... — Ele entrou atrás puxando Kisa.

Rangiku olhou em volta e viu uma pequena caixa toda rosa em cima do sofá.

  — Seria isso? — Ela apontou.

  — Sim... Ali Kisa chega mais perto. — Keith empurrou a menina.

  — Não vai não. Sabe Deus o que tem ali dentro. — Rangiku disse sorrindo.

  — Qual é... O que parece?

  — Não sei... Uma bomba? — Ela pegou a menina no colo e fez como se estivesse a protegendo. — Vamos tomar cuidado Kisa pode explodir!

Keith então se aproximou e sentou ao lado da caixa.

  — Pare de graça e venha ver...

As duas chegaram perto e cuidadosamente olharam o interior da caixa.

Enrolado em varias cobertinhas estava um pequeno tufo cinza dormindo tranquilamente.

  — Que lindo! — Ela pôs Kisa no chão. — Que coisa fofa Keith...

Ela então pegou o pequeno filhotinho de gato na mão.

  — Lira falou que vocês ficaram loucas com o gatinho da vizinha então pensei em comprar um para vocês.

  — Ele é lindo... — Ela aproximou o gato de seu colo. — Faz carinho Kisa.

A menina deslizou os dedinhos no suave pelo cinza escuro.

  — É ela! — Keith corrigiu.

  — Won então é uma gatinha?

  — Sim... Não estou vendo o pacote de ração que pedi, acho que se esqueceram de mandar.

  — Mas espera temos que dar um nome para ela primeiro...

  — Isso vocês duas podem escolher... — Ele se levantou e pegou o telefone.

  — E então Kisa qual nome agente dá para ela?

  — Hello Kit! — A menina falou brilhantemente.

  — Err melhor não amor... Esse não combina com ela... Vamos ver. — Ela olhou bem para a gatinha que começou a miar em seu colo. — Haineko... Seria um bom nome né?

  — Haneko? — A menina falou.

  — Haineko... É a cara dela. — Rangiku sorriu.

  — Haineko... Eu te amo! — A menina então deu um beijo na cabeça da gatinha.

  — Não filha ela ainda nem tomou banho!

Kisa então esfregou a boca com a mão...

  — Eca!!

  — Haha vem vamos arrumar uma caminha para ela.

  — Vai dormi comigo mamãe... — Kisa a seguiu.

  — Não! Você pode ter alguma alergia... Vamos primeiro deixar ela aqui na sala.

  — Ah... Mãe!!

As duas então seguiram para o quarto e fecharam a porta.

Keith estava no telefone do seu quarto olhando pela janela... Seus olhos seguiam perdidos os balanços das ondas. Sua mente o levava para coisas que não queria lembrar...

  — Os resultados já saíram senhor Kikuchi...

  — Foi mais rápido do que imaginei Doutor.

  — Bem as noticias não são muito boas.

  — O que há?

  — Encontramos um pequeno tumor em seu cérebro senhor Kikuchi...


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Notas finais do capítulo

Bem gente Laisla foi internada no começo dessa semana para poder se recuperar mais rapido.
(Vcs nem imaginam como é dificil faze la ficar em repouso...)
Mas graças a Deus até sabado ela já estará de volto Com certeza muito bem...
Então na quarta-feira semana que vem sua autora maluca já estara de volta para postar.
Um beijão e não esqueçam de comentar...