O Clone escrita por Luana Rocha


Capítulo 3
Maternidade


Notas iniciais do capítulo

*Espero que gostem do novo capítulo.
*Lembrando que o que está escrito aqui sobre clonagem não é real, eu não entendo disso, então não levem isso muito a sério, eu só pesquisei nada.
*Como dizem nas novelas, isso é uma obra de ficção, sem compromisso com a realidade.



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Desde que soubera da gravidez de sua esposa, Antony estava radiante, tanto que até concordara com um jantar entre as famílias dele, e os Jones, para comemorar a grande novidade, em meio as coisas ruins que aconteceram nos últimos tempos.

Naquele dia Antony fez de tudo para agradar Marise, tanto que até passou a tarde toda em casa, coisa que não era lhe comum. Ele ajudou a esposa a organizar o jantar, até mesmo escolhendo o cardápio, mesmo que ele não considerasse verdadeiramente um jantar em família, uma ocasião em que Marise tinha pai, mãe, irmão, cunhada e até um sobrinho, e ele tinha apenas sua mãe.

Já passavam das sete quando finalmente os convidados chegaram, e o jantar já estava pronto, possibilitando todos de irem direto para a sala de jantar, onde estavam sendo servidos purê de batata, rosbife, brócolis e cenoura.

“Estou tão feliz por vocês, meu coração pulou de felicidade quando você me disse que estava esperando um bebê.” Janet, a mãe de Marise comentou sorrindo em direção da filha.

“Eu também fiquei muito feliz, mamãe, é praticamente um sonho se realizando.” Marise respondeu com grande animação.

“É uma dádiva divina ter um filho.” Yvonne, a cunhada de Marise começou. “Eu me senti tão abençoada quando o Malcolm nasceu, você nem faz idéia.” Em seguida ela olhou para o menino de três anos, que estava no colo de seu marido, Carl Junior, que por sua vez, estava sentado ao seu lado.

“E você Antony, como está se sentindo com tudo isso?” As palavras de Carl, o sênior, seu sogro, que o fizeram voltar para a realidade, que era ali, naquele jantar monótono.

“É muito gratificante, sem dúvida alguma.” Ele respondeu de uma forma quase mecanizada, o que não agradou nem um pouco o advogado, que sempre considerou o jovem médico um tanto quanto desinteressado quando o assunto em pauta era vida familiar.

“Vocês já pensaram em nomes?” Junior perguntou, visivelmente desviando o foco da conversa, ao notar o olhar de seu pai na direção de Antony.

“Nós ainda não falamos, mas eu sinceramente gostaria de homenagear os avôs dele.” Marise respondeu sorrindo e olhou para Tony.

“Eu acho uma ótima idéia.” Antony disse.

“Se vocês me permitem.” Alma, a mãe do médico, abriu a boca pela primeira vez durante todo o jantar de um jeito bastante tímido. Os Jones sempre a inibiram, e não que eles fossem arrogantes ou fizessem aquilo propositalmente, eles só tinham uma postura diferente da dela, uma criação e o abismo entre as classes sociais em que eles pertenciam gritava nesse tipo de situação. “Se for uma menina eu gostaria que vocês dessem à ela o nome Santana.”

“Por que mama?” Antony questionou-a.

“Santana, de Santa Ana, avó de Jesus Cristo, padroeira dos avôs.” Marise olhou com admiração para a sogra, porque se havia algo em comum entre elas, com certeza era a religiosidade.

“Adorei o nome, Santana, o que você achou Tony?” Ela piscou para o marido, que ao contrário das duas, não era nem um pouco interessado ou ligado em religião nenhuma.

“É um nome bonito.” Ele respondeu com um sorriso forçado.

“Então está decidido, se for menina se chamará Santana.” Marise finalizou a questão e todos pareceram gostar da idéia.

O resto da noite seguiu como a maioria dos jantares Jones, anedotas de Junior, conversas sobre como cuidar dos filhos entre outros assuntos que pouco interessava a Antony.

Ele simplesmente esperou o tempo, que passou lentamente até que ele finalmente pudesse voltar as suas atividades favoritas, que incluíam ficar somente com seus pensamentos.

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Suzan estava inquieta, pois desde que o momento em que a secretária do Dr. Lopez ligou lhe avisando que ele tinha ótimas notícias para ela, ela não conseguia pensar em outra coisa que não fosse o bebê, e o fato dele ter que falar sobre isso com John lhe causava tal incômodo.

Seu sonho de maternidade estava mais próximo do que nunca, e era impossível não se sentir animada com isso, mas por que tudo tinha que ser tão difícil para ela? Por que John simplesmente não podia aceitar essa condição e viver o sonho junto dela?

O casal Pierce não tinha uma vida diferente da maioria dos americanos. Eles viviam em uma casa mediana, tinham um carro popular, e o salário do homem como mestre de obras deixava a família até que confortável no aspecto financeiro. Nunca faltara nada na geladeira, nem nos armários, e ele até mesmo ia assistir alguns jogos de beisebol das ligas menores na cidade e arredores, esporte que era a sua grande paixão.

Na casa havia um quarto vazio que estava lá há anos, trancado, praticamente esquecido desde que o casal se mudara para lá. Aquele aposento sempre estava reservado para o filho que nunca chegou, pelo menos até o momento.

A mulher fez o sinal da cruz antes de falar com o marido que assistia um programa qualquer na televisão. Ela sentou-se no outro sofá e olhou diretamente na direção do homem.

“Algum problema?” Ele perguntou com certa desconfiança.

“John, eu...” Ela suspirou fundo, não queria vacilar naquele momento tão crítico, afinal ela não estava fazendo nada de errado. “Eu preciso falar com você, e é algo muito importante para mim.” John rolou os olhos, ele sabia muito bem que quando Suzan começava a falar dessa maneira ela estaria falando sobre o tal filho que ela tanto queria, e por mais que ele quisesse uma criança aquilo deixara de incomodá-lo por um tempo. Ele até mesmo já se desculpara por ameaçar deixá-la se ela não lhe desse um filho, e só queria esquecer daquele assunto.

“Olha não me venha com essa conversa sobre filhos, eu já estou cheio disso...”Ele já lhe avisou, tentando evitar uma discussão desnecessária dessa vez. Após alguns segundos de silêncio Suzan começou a falar.

“Eu vou ao médico amanhã, eu... Ele vai fazer uma inseminação artificial em mim.” Os olhos do homem se arregalaram, a expressão em seu rosto fora de uma pessoa extremamente ofendida. Ele sacudiu a cabeça, não acreditando naquilo.

“Você não pode estar falando sério Suzan, não mesmo!” Ele esbravejou, levantando-se do sofá no mesmo instante. “Por que isso agora? Me diz? Não estamos bem como estamos?”

“Sim, nós estamos, mas...” Ela começou.

“Então! Por que agora de repente essa obsessão por filhos?” Ele a cortou, engolindo o choro.

“Eu quero uma família, uma família de verdade!” A mulher também se levantou.

“Então quer dizer que não somos uma família de verdade para você?” Suzan não disse nada em resposta, pois não sabia o que deveria dizer após ter feito a pior escolha de palavras possível. “Nós éramos para mim, pena que não para você.” Ao dizer isso ele deu as costas e foi diretamente para o quarto, mas antes ele olhou mais uma vez para trás. “Você tem certeza disso Suzan?”

“Por que você tem que tornar tudo tão complicado?” Ela perguntou entre soluços e lágrimas. “Por que você não pode pelo menos uma vez ficar ao meu lado?”

“Eu já entendi, você já fez a sua escolha, é o bebê de laboratório.” Ele falou com raiva. “Mas esqueça de mim!” O queixo de Suzan caiu com a última sentença.

“John...” Ela sussurrou, mas era tarde demais, nada poderia ser feito. Maternidade sempre fora o grande sonho de sua vida, e nada, nem mesmo John e seu preconceito idiota iriam fazê-la desistir disso. Não era justo ter que escolher entre o marido e um filho, mas se a situação chegara naquele ponto drástico, ela já fizera a sua escolha.

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Quando o efeito anestésico finalmente diminuiu e Suzan abriu os olhos para ver o Dr. Lopez e sua mãe sorrindo para ela. Christine Dwayne estava orgulhosa de sua filha, pois além de mãe ela era a confidente de Suzan e sabia de seu grande sonho de maternidade, e que ela não havia desistido daquilo por conta do egoísmo de John.

O embrião finalmente estava em seu óvulo, e agora era só esperar pacientemente que antes mesmo do fim daquele ano ela teria seu tão desejado bebê ao seu lado. Era um sonho se tornando real.

“Como você se sente filha?” Christine perguntou acariciando os cabelos da mulher com a ponta de seus dedos.

“É a melhor sensação do mundo, mãe.” As lágrimas de Suzan já não puderam mais ser contidas. Apesar de estar apenas no início de todo aquele longo e vagaroso processo, mas pela primeira vez ela se sentiu completa de um jeito que nunca havia sentido antes.

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Geralmente Antony não gostava de freqüentar missas ou qualquer tipo de cerimônia religiosa, mas aquela ocasião era diferente. Por algum motivo Elizabeth Larson quisera uma missa em memória de Dominique.

Seis meses haviam se passado desde a morte da bailarina, e após todo esse tempo era a primeira vez que tanto ela quanto Albert apareceriam em público.

Antes da missa começar os olhos de Antony percorreram toda a igreja em sua busca por seu professor e sua esposa, e ele os encontrou no primeiro banco, ao lado de alguns outros familiares. A imagem assustou o jovem médico.

Após tanto tempo sem ver o casal, apenas conversando com Albert vez ou outra pelo telefone. Os cabelos de seu professor que tinha um ou outro fio grisalho agora estavam completamente brancos, seu olhar estava fundo, baixo e sem alegria, muito diferente do que costumava ser. Elizabeth estava ainda pior, outrora tão vaidosa e elegante, agora estava com os cabelos opacos, vários quilos mais magra, e uma expressão de quem fazia um grande esforço para encontrar um motivo para levantar da cama todos os dias.

Antony olhou para a esposa, que tinha o mesmo olhar de compaixão em direção ao casal. O que o consolava naquele momento era que o seu trabalho com Suzan Pierce e o bebê clone estava se saindo exatamente como o planejado. A gestação corria bem, sem risco algum, como a de qualquer bebê normal, assim como a de Marise.

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Desde que John deixara a sua casa, para amenizar a sua situação financeira, Suzan trouxe sua mãe, Christine, para viver com ela. Ela e John se viram algumas vezes durante esse período, e apesar de não concordar com a atitude de sua ex-esposa, ele não conseguia não se emocionar ao vê-la com aquele ‘barrigão’ de seis meses, o que fez aumentar a esperança da mulher de que um dia ele iria voltar para tornar a sua família completa.

Christine acendeu uma vela para Santa Ana, da qual ela era devota e pedia todos os dias para que ela protegesse a gestação de sua neta, ainda sem nome.

“Mamãe, precisamos encontrar um nome para a nossa princesa.” Suzan comentou, acariciando a barriga. Christine sorriu, ela tinha um nome em mente, mas não disse nada imaginando que a filha fosse escolher o nome ela mesma.

“Eu pensei em um nome.” Christine respondeu olhando para a Santa.

“É mesmo? E qual é?” Suzan olhou diretamente para a mãe naquele momento, que começou a sorrir.

“Brittany.” Ela respondeu.

“Brittany é um nome bonito, mas por que ele?” Suzan perguntou com certa curiosidade.

“Todas as noites antes de dormir, eu rezo para Santa Ana, para proteger você e a nossa menininha, e Santa Ana é a santa padroeira de Bretanha, na França, do inglês Brittany.” A mulher explicou, arrancando um enorme sorriso da filha. “Dessa forma, Santa Ana estará sempre protegendo a nossa Brittany.”

“Eu acho que ela gostou disso mamãe, até chutou.” As duas riram após o comentário. “Você gosta desse nome, princesa?” Suzan perguntou com voz infantilizada. “É, você gostou, então esse vai ser o seu nome, Brittany.”

“Se fosse menino você deveria dar o nome de Antony à ele, esse homem está sendo um anjo em nossas vidas.” Christine comentou , afinal não era todo médico que cuidava de seus pacientes como o Dr. Lopez. Ele estava sendo um verdadeiro anjo, não só na vida de Suzan, como também na vida de Christine, que por tanto esperou a chegada de um netinho, pois sua vida era a mais solitária possível. Há vinte ela ficara viúva, e desde que Suzan se casara com John e deixara a sua casa, ela aguardava ansiosamente pela chegada dessa criança para trazer a alegria de volta em sua existência, e agora, graças ao bondoso Dr. Lopez isso seria possível.

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14 de Setembro de 1992 – Segunda-Feira

Finalmente chegara o grande dia para Marise, Antony e seus familiares, era chegado o dia do nascimento de Santana.

Na noite anterior nenhum dos dois jovens conseguiu dormir adequadamente, e após um longo dia em família onde Janet acalmou e instruiu a mamãe de primeira viagem sobre os principais cuidados que ela deveria tomar. É claro que Antony como médico lhe dissera algumas coisas também, mas ela dera mesmo atenção somente à sua mãe.

Antes da sete ambos já estavam em pé e preparados para o grande momento, e logo que Janet e Carl chegaram em sua casa, seguiram para o hospital, onde a cesariana estava marcada para as nove e meia da manhã.

Logo que chegaram no hospital, Antony, Marise e Janet entraram, enquanto Carl procurou um bom lugar para estacionar o carro.

“Mamãe, a senhora entra comigo?” Marise perguntou demonstrando a grande ansiedade que estava sentindo naquele momento. Essa emoção era causada por uma mistura intensa de alegria, medo que estavam lhe causando pernas bambas, um forte aperto no peito e um grande nó na garganta, que somente a presença de uma mãe seria capaz de amenizar.

“Claro, filha.” Nesse momento Janet segurou firme a mão de sua filha caçula.

“Ei Marise, eu imaginei que você fosse me querer ao seu lado, é a nossa filha.” Antony protestou calmamente, se esforçando o máximo para não deixar transparecer a sua decepção com a decisão da esposa. Já estava sendo bastante difícil para ele como médico não poder participar do processo cirúrgico, mas ele entendia que essa era uma ética médica, mas ele gostaria de estar ao lado de Marise naquele momento, ele queria ser um dos primeiros a ver o rosto de Santana.

“Tony eu sei o quanto isso é importante para você, mas, eu preciso da minha mãe ao meu lado, eu não vou me sentir segura sem ela.” Marise começou. “Sempre que estou com medo ou insegura eu preciso da minha mãe ao meu lado, ela é a única que consegue me deixar tranqüila.” A jovem se sentiu bastante desconfortável por ver o marido chateado daquela maneira. Antony por sua vez deu os ombros.

“Boa sorte.” Ele disse e em seguida beijou Marise na testa. “Eu vou ligar para a minha mãe.” Em seguida ele deu as costas à esposa e a sogra.

“Ele está decepcionado comigo.” Marise murmurou chateada.

“Ele vai ficar bem, não se preocupe com isso, agora foque seus pensamentos e energia em Santana, e pense que daqui a pouco tempo você vai ver o rostinho dela pela primeira vez.” Janet consolou a filha acariciando sua barriga fazendo a jovem sorrir outra vez.

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Após falar com a mãe pelo telefone, Antony foi dar uma volta pelo hospital, afinal não queria passar aquele momento de tensão na companhia de seu sogro, quase sempre intragável,  e sua boca enorme que parecia ser impossível de se manter fechada por mais de um minuto.

Ele andou pelo corredor com as mãos para trás, calado, enquanto relembrava momentos de sua vida. De como aquele menino, pobre, e zombado na escola por mal ter dinheiro para o lanche diário na escola, até o adolescente estudioso do William McKinley High School que levava raspadinha dia após dia pelos corredores sem que nem um professor ou superior tomasse providência, e que acabou sendo aceito em primeiro lugar na melhor Universidade do Estado.

O estranho, o latino sujo, rejeitado era agora um grande profissional, capaz de fazer coisas que os ‘geniais’ jogadores e metidos a populares não poderiam imaginar nem em mil anos, eles, os vencedores, eram agora taxistas, barbeiros, vendedores, e jamais conseguiriam em toda a vida conquistar o que ele já tinha com apenas 26 anos de idade.

Ele sorriu orgulhoso de si mesmo, o perdedor agora dera a volta por cima. Ele era chefe de médicos que já estavam na profissão antes mesmo de ele nascer, lá, na clínica do professor Larson, durante  toda a sua ausência, tamanha confiança que o homem lhe tinha.

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Marise sabia que a anestesia começara a fazer efeito quando sentiu suas pálpebras pesarem e mesmo com muita força de vontade ela não conseguia manter seus olhos abertos. Janet segurou mais firma a mão da jovem, quando sentiu ela se afrouxar na sua, para certificar à ela, que sua mãe estaria ali,até que tudo estivesse acabado.

Mesmo de olhos fechados, Marise queria se manter consciente. Ela queria guardar em sua memória cada segundo daquele momento único, especial e mais importante de sua vida.

Ela sentiu sem dor o bisturi abrindo seu ventre, fazendo um arrepio percorrer da espinha e alcançar a nuca. Os olhos pesados insistiram em se manter fechados, mas as imagens de sua pequena filha em seus braços dali algum tempo estavam fazendo seu coração acelerado feliz, e tranqüilizando todo o seu corpo.

Quando o choro de Santana invadiu seus ouvidos, Marise não se conteve. Um choro frenético a consumiu naquele mesmo instante. Era o seu primeiro momento de maternidade.

“Ela é linda!” Janet exclamou, e só pela sua voz, Marise soube que ela estava chorando. “Minha netinha... Se parece tanto com você, Marise...”

A jovem mãe abriu os olhos, e viu sua mãe com aquele pequeno e frágil em seus braços, e foi como se algo novo tivesse nascido dentro de si naquela fração de segundo. Um sentimento tão forte e tão diferente de tudo que ela havia sentido ou imaginado em sua vida.

Quando finalmente Santana foi colocada em seus braços ela sorriu. Tudo que ela definia como amor mudara em minutos, agora , aquele bebê de pele caramelo, alguns fios de cabelos negros e chorando era a sua nova definição para amor.

Não havia mais dúvidas, sua pequena Santana, agora era a razão de sua vida, e a maternidade era mais que um presente, muito mais que isso, era a maior benção de Deus na vida de uma mulher.

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Antony estava sentado ao lado de sua mãe e seu sogro na sala de espera do hospital. Os pensamentos e aflições do jovem aumentavam a cada minuto, provavelmente a cesariana já havia terminado e o fato de nem uma enfermeira ou mesmo o médico responsável aparecer ali para dar alguma notícia.

Ele só se tranqüilizou no momento em que a figura de uma das enfermeiras participantes do processo apareceu no fundo do corredor com um largo sorriso estampado no rosto, fazendo o rapaz se levantar rapidamente de sua cadeira, e ser acompanhado de seu sogro e mãe. A enfermeira se aproximou.

“Parabéns Dr. Lopez, a sua menina nasceu e está em perfeitas condições.” Antony começou a sorrir, enquanto Carl e Alma trocaram um rápido abraço.

“Parabéns garoto.” O homem falou para Antony lhe dando tapinhas amigáveis nas costas.

“Nós podemos vê-la?” Alma perguntou, com uma animação que há anos não via igual.

“No momento só o Dr. Lopez poderá subir , logo vocês poderão entrar também.” Os dois senhores assentiram com a cabeça, enquanto Antony acompanhou a enfermeira até o quarto onde Marise estava.

Assim que entrou no quarto Marise olhou para ele, e olhou para a pequena Santana, que estava se alimentando pela primeira vez.

As lágrimas foram instantâneas, uma emoção tão diferente que o deixou em frangalhos. Ele não chorava dessa maneira desde o dia em que sua carta de admissão para a Universidade chegara em sua casa.

“Ela é linda, linda e perfeita.” Marise falou, inclinando um pouco o bebê para que ele pudesse vê-la melhor.  Sua esposa estava certa, Antony pensou, Santana era mesmo a definição da perfeição. Seus cabelinhos, olhinhos, o narizinho, a boquinha. “Tony, você quer segurá-la?” Marise perguntou trazendo-o de volta para a realidade.

“Ah, é... Sim, eu quero.” Ele respondeu com uma insegurança que não lhe era comum. Se sentia como um adolescente em um encontro com sua primeira namorada. Suas pernas chegaram a fraquejar quando ele pegou Santana pela primeira vez. Ele sentiu algo inédito em sua vida.

Ele vira seu rostinho delicado pela primeira vez há poucos segundos, e ela já se tornara a pessoa mais importante de sua vida.


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Notas finais do capítulo

*Quem estiver lendo por favor deixa um review dizendo o que está achando, os personagens, a interação.
*Eu sei que esse começo pode não ser muito interessante , por não ter Brittana, ainda, mas será importante para a continuação da história.
*No próximo cap. teremos o nascimento da Brittany, e uma promessa que Antony fez a Dominique.
*Obrigado por lerem a fic.



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