Será...destino? (hiato) escrita por kanny


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

OIIIIIII, aqui está mais um capítulo, o próximo não sei quando vem, estou estudando muito..mas eu volto ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/201237/chapter/4

Capítulo 4

Acordei com o sol batendo em meu rosto através das frestas das madeiras. Olhei no meu relógio e vi que ainda era 06:17 da manhã. Muito cedo! Ainda dava para dormir mais um pouquinho...

- Ahhhh!!!!! – eu gritei ao me lembrar onde eu estava e o que havia acontecido. – Ahhh!!!!

- O que foi? O que aconteceu? Você tá sentindo alguma dor? Onde? Fala! – Edward apareceu na minha frente e me bombardeou de perguntas. Ele estava aflito

- Ahhh!!! – eu gritei de novo. – AI MEU DEUS!!! Não foi um sonho?!

- Err..Não. – ele disse se acalmando e se afastou um pouco. Mas eu ainda não estava calma. Pelo contrário eu estava um poço de nervos! E numa atitude de desespero eu voei pra cima de Edward e o abracei com força. Ele não reagiu. Ele era forte e seus músculos bem definidos. Sua pele era quente, e apesar de ser branquinho tinha um leve tom bronzeado.

- Me desculpe. – eu disse quando me dei conta do que estava fazendo, e o soltei. – eu não devia ter feito isso. Eu não o conheço direito..mas eu estava com medo. Ele simplesmente saiu sem falar nada. Seu rosto demonstrava surpresa e ao mesmo tempo tristeza. O que foi que eu fiz?

O segui até o lado de fora da casa. Assustei-me quando vi aquela imensidão verde. A casa ficava literalmente no meio do mato. Praticamente pendurada em uma árvore gigantesca. Por incrível que pareça havia uma escada esculpida em madeira, ligando uma pequena área feita de madeira até o chão. Essa área era como uma varanda coberta e sem paredes, que tinha um fogão a lenha em uma das extremidades e mais alguns cestos de palha e tigelas de barro por perto. Isso deve ter dado muito trabalho! Desci a escada, eu estava descalça, meus sapatos desapareceram no mar. Procurei em volta e vi Edward sentado em cima de umas raízes debaixo de uma árvore a uns 15 metros de distância de onde eu estava. Aproximei-me dele mesmo sem saber ao certo o que devia fazer ou falar.

- Edward? – ele levantou o rosto para me olhar e tornou a abaixar. – Me desculpe, eu não deveria ter te abraçado daquela maneira, e...

- Não se preocupe com isso. – ele disse com uma voz um pouco triste.

- Por que você ficou assim?- eu perguntei um pouco confusa e curiosa.

- Desculpe. Desde que meu pai morreu a oito anos que eu não falo e não vejo ninguém. Faz oito anos que vivo completamente sozinho nessa ilha. E faz oito anos que não abraço nem sinto o afeto de ninguém. – ele disse com os olhos marejados.

Eu já chorava só de pensar no quanto ele sofreu sozinho, sem ter uma viva alma que lhe desse um pouco de carinho e atenção nos seus momentos de tristeza. Não aguentei e novamente o abracei, agora com mais força e ele retribuiu o abraço. Nós dois chorávamos como duas crianças. Meu coração estava partido só de pensar no quanto ele sofreu quando o seu pai morreu, e não tinha ninguém para lhe dar uma palavra de carinho ou mesmo um ombro para chorar. Nada! Há quinze anos ele está longe da civilização, perdido em uma ilha perdida no meio do nada. Eu penso no que ele passou nesses anos todos. Ele teve de aprender a sobreviver sozinho com a morte do pai. Isso é um fardo muito pesado para uma pessoa aguentar. Outro em seu lugar provavelmente já teria atentado contra sua própria vida.

Foi ai que minha ficha caiu. Eu sofri um desastre aéreo, sobrevivi, e agora estou condenada a passar o resto dos meus dias presa em uma ilha no meio do nada com coisa nenhuma, sem poder me comunicar com ninguém. Pensei no quanto Alice e sua família iria sofrer pensando que eu estaria morta, mas sem um corpo para comprovar, pois eu estou viva! Depois de vários minutos eu e Edward nos separamos. O rosto dele estava vermelho e inchado. O meu não deveria estar melhor. Resolvi que ia deixar a tristeza de lado. Já que estou nessa situação tenho que aprender a me virar e não posso ficar pelos cantos chorando pensando na rasteira que a vida me deu.

- Edward... O que eu faço agora? – eu perguntei um pouco desnorteada. Não faço ideia de como fazer para sobreviver na selva. Já estava dando vontade de chorar novamente. Mas reprimi essa vontade. Eu tenho que ser forte de agora em diante.

- Eu acho melhor irmos comer alguma coisa primeiro. Eu peguei algumas frutas e água fresca. Se você quiser tomar banho tem uma cachoeira aqui perto. E se quando quiser usar o banheiro, você vai naquela direção. Ele falou e me apontou umas árvores a uns 20 metros de distância de onde estávamos.

- Agora que você falou... eu estou morrendo de vontade de fazer xixi. – eu disse um pouco sem graça.

- É só ir ali. – apontou para as árvores.

- Eu não vou sozinha. E se tiver algum animal apenas esperando para me matar? – ele riu e me levantou. Me levou até as árvores para que eu pudesse fazer xixi. Havia muito mato ao redor e as árvores eram próximas umas das outras.

- Pronto pode fazer. – ele disse divertido. Eu tenho certeza que corei muito de tanta vergonha. Mas estava apertada demais para isso. Edward andou alguns passos ficando de costas para onde eu estava. Eu rapidamente abaixei a calça, ou o que sobrou dela, e fiz xixi.

- Pronto. – eu disse depois de já ter abotoado a calça novamente.

- Olha. Tá vendo essas folhas grandes e lisas? – ele falou apontando para umas folhas que havia ao redor. Eu confirmei com a cabeça. – Pois bem, quando você precisar... err...se limpar, procure essas folhas. Nunca as que têm pêlos, ouviu?

- Por quê? – eu perguntei não entendendo a exigência.

- Vá por mim. Você não gostaria de saber. – ele disse dando uma gargalhada. E foi ai que eu me toquei.

- Você tem razão. Eu não vou querer saber. – falei um pouco assustada com a visão que tive de mim morrendo de coceiras em lugares particulares.

Voltamos para a casa. Edward pegou umas frutas em uma cesta de palha que servia como fruteira perto do fogão a lenha que estava apagado. Ele me entregou algumas e começamos a comer. A variedade de frutas me impressionou. Havia banana, laranja, manga, mamão e melancia. Fiquei observando os cestos e as panelas de barro que havia ali, era curioso como se fazia aquilo com palha.

- Foi você que fez tudo isso? –falei apontando para os objetos.

- Foi. – ele falou enquanto comia. – Meu pai me ensinou a trançar a palha e cipós para fazer esses cestos. E também como se fazia essas panelas de barro. Ele me ensinou muitas coisas.

- É bonito. Deve dar um trabalhão. – eu disse pensando no quanto seria difícil aprender. Por que eu teria que aprender.

- Um pouco. Mas depois que você pega o jeito fica mais fácil. – ele disse. – Imagino que você não saiba sobrevive na selva.

- Pode crer. O mais perto que eu já cheguei da natureza foi passar férias em casa de campo com alguns amigos. – eu falei. – Mas pelo visto vou ter que passar um bom tempo aqui. Então tenho que aprender.

- Certo. Depois vou começar a te ensinar tudo o que eu aprendi nesse tempo aqui. Você vai precisar.

- E por onde vamos começar? – eu perguntei curiosa.

- Vou te ensinar a escovar os dentes com misswak.

- Eu não tinha reparado que aqui não tem escova nem creme dental. Ai Deus! – eu disse. – E o que é esse misak?

- Misswak. É uma planta que a gente tira os galhos para escovar os dentes. Os antigos babilônicos, romanos e egípcios usavam há muito tempo atrás e os árabes ainda usam.

- E aqui tem isso? – eu perguntei.

- Desde que o avião que eu estava caiu aqui tem. – ele explicou. – Como eu te disse antes, eu e meu pai estávamos indo para a áfrica levar doações, remédio e mantimentos. E também sementes e mudas de ervas e árvores que servem como remédio e comida. Mas caímos aqui. Então plantamos o que trouxemos para ter do que viver. Eu tenho uma horta aqui perto onde foi plantado quase tudo o que trouxemos.

- Humm.. E essas sementes e mudas nasceram assim fácil aqui?

- A maioria sim. O solo daqui é muito bom pra cultivo. Depois eu te mostro a horta.

- Ok. E o que mais eu tenho que aprender?

- Você vai ter que saber para que servem as ervas. Tem que aprender a procurar alimento. Vou te ensinar como fazer esses trançados e as panelas de barro. – ele disse pensando. – Depois eu vejo o que mais.

- Certo. – nós já tínhamos acabado de comer e eu estava satisfeita. Mas tenho certeza que não vou consegui viver comendo apenas frutas. – eu acho que agora eu preciso tomar um banho. – eu disse reparando em minhas roupas que estavam sujas e rasgadas.

- Ok. – ele disse e entrou no “quarto”, remexeu em alguns cestos e tirou um vestido xadrez marrom de lá. O vestido era velhinho, mas estava inteiro. Era melhor do que ficar andando com as roupas rasgadas por aí. – Aqui. É velho, mas serve. – ele disse me estendendo a roupa.

- Obrigada.

- De nada. – ele falou, enquanto pegava um graveto dentro de uma tigela com água e um potezinho de barro. – Vamos?

- Vamos. – eu disse me levantando e o seguindo pela mata. Andamos por uns dois minutos em uma trilha estreita até chegarmos à cachoeira. Era linda. As águas eram transparentes e limpas. Não aparentava ser funda, mas dava perfeitamente para nadar. Havia muitas pedras e árvores em volta.

- Espera um minuto – Edward disse e entrou novamente na mata. Eu me sentei em umas pedras que havia ali e fiquei esperando. – Voltei. – ele disse aparecendo entre as árvores e se aproximando de mim com uma coisa que mais parecia um sabugo de milho seco nas mãos. – Bella, isso aqui é uma espécie de bucha vegetal. É muito bom na hora do banho e pra lavar louça também.

- Vocês trouxeram até isso? – perguntei incrédula.

- Não. – ele riu. – Já tinha aqui quando chegamos. Nasce perto de outra cachoeira aqui perto.

- Ah tá.

- E isso aqui. – ele falou se abaixando para pegar o potinho de barro. – É uma farinha de grão – de – bico. Ela serve como se fosse um sabonete.

- Farinha de grão - de –bico?

- É. – ele disse e se me entregou um graveto. – Isso é o misswak. Você raspa a extremidade assim. – ele pegou um pequeno canivete no bolso e começou a raspar o graveto. – E ele fica com essas cerdas. Depois é só passar nos dentes.

- E funciona? –e eu disse analisando o galho. Não me parecia muito confiável.

- Funciona. Não como uma escova e creme dental. Mas nessa situação em que estamos já é de dar graças a Deus. – ele sorriu.

- Claro.

- Você fica ai tomando banho que daqui a pouco eu venho te buscar, ok? – ele perguntou.

- Tá. Qualquer coisa eu grito. – eu disse já me virando para colocar as coisas que eu iria usar em uma pedra.

 Edward foi embora. Eu só escutava o barulho da água e dos pássaros. Alguns macaquinhos estavam em uma árvore próxima. Resolvi me adiantar em tomar logo meu banho. Eu estava suja e já começava a cheirar mal. Sem contar que estava com medo de ficar muito tempo sozinha. Tirei a roupa e entrei na cachoeira. A água estava um pouco fria, e como eu suspeitava não era funda, ia até quase o meu pescoço e era muito limpa. Os cortes na minha pele arderam um pouquinho, mas não eram profundos e já estavam cicatrizando. Nadei um pouquinho e fui buscar meus aparatos. Despejei um pouco da farinha na mão e passei pelo corpo esfregando com aquela bucha. Peguei o misswak e passei nos dentes, era um pouco nojento fazer isso, mas eu não tenho escolha. Voltei a afundar na cachoeira e fiquei ali, sem pensar em nada apenas escutando o som da água. Após alguns minutos sai de dentro da água. Não tinha toalha então apenas passei as mãos no corpo e no cabelo para tirar o excesso. Coloquei o vestido e foi ai que meu mundo caiu.  Eu não tenho calcinhas para vestir. A que eu estava usando precisava ser lavada. Depois eu teria que pedir ao Edward uns pedaços de pano para improvisar uma calcinha. Não dava para andar no meio da floresta com a “perseguida” de fora. Lavei o melhor que pude o que sobrou das minhas roupas. E quando me virei para ir embora, pois Edward ainda não tinha vindo me buscar, não consegui lembrar por onde viemos. A trilha era muito estreita e simplesmente eu não via o começo dela. Comecei a entrar em desespero.

- Edward! Edward! – eu gritava a plenos pulmões. – Edward!

- Bella? – escutei seu grito vindo das árvores e logo ele apareceu. – O que foi?

- Nada. Só me assustei em não saber por onde viemos. – expliquei um pouco constrangida. Eu sou um pouco desastrada e me perco fácil. O que é que eu posso fazer?

- Tudo bem. Você já terminou seu banho? – eu confirmei com a cabeça. -- então vamos?

- Vamos. – eu disse e comecei a segui-lo mata adentro. A trilha tava bem na minha cara e eu não tinha visto. – Edward, eu vou precisar de uns pedaços de pano, pode ser?

- Pode. Mas para quê?

- Calcinha. – ele ficou corado e voltou sua atenção para a trilha.

- Ok. – ele disse. Chegamos a casa e ele remexeu novamente no cesto e tirou umas camisas e me entregou. – Isso dá?

- Dá! – peguei as camisas e entrei para o “quarto”. Edward ficou do lado de fora remexendo em algumas coisas. Rasguei uma das camisas e fiz um triangulo. Amarrei quase como se fosse uma tanga. Ia servir, por enquanto.

- Bella. Eu tenho que ir pescar. Você vem comigo ou prefere ficar ai? Você ainda está machucada, tem que descansar. – Edward perguntou.

- Nada disso. É claro que vou com você. Eu que não vou ficar aqui sozinha e também eu ainda não vi a praia.

- Tudo bem. Então vamos?  -- ele pegou um cesto e me entregou. Pegou também um pedaço de pau com uma faca na ponta e um negócio que parecia uma caçapa feita de palha com um cabo de madeira.

 Saímos pela floresta e logo senti o cheiro do mar. Fiquei perplexa quando atingimos a areia. A praia era absurdamente linda. A praia com a água mais azul e cristalina, e areia mais branquinha que eu já vi na vida. Perto da areia havia muitos coqueiros e pedras. O mar estava calmo, o sol brilhava intensamente, o céu estava limpo, tudo parecia um sonho. Um sonho no meio de um pesadelo que era essa ilha. Paramos na areia enquanto Edward colocava as coisas no chão, eu fiquei apenas observando a paisagem.

- Nunca passou um barco ou um avião por aqui? – eu perguntei.

- Infelizmente não. Parece que a ilha não fica na rota nem de aviões nem de navios. – ele falou pesaroso.

- Por onde eu começo? – mudei rapidamente de assunto. Não adianta eu ficar triste.

- Começar o que? – Edward perguntou confuso.

- A aprender a pescar oras. – eu disse. – Como minha melhor amiga sempre fala: “ Tá no inferno abraça o capeta!” – ele riu.

- Você não vai entrar no mar por enquanto. – ele falou como se fosse uma coisa obvia. – Você ainda está machucada. Quando seus ferimentos cicatrizarem eu te ensino. Por enquanto você fica quietinha aí, ok?

- Eu tenho escolha?

- Não. – ele disse e entrou no mar com aquela coisa que parecia uma caçapa, o cesto e a lança improvisada. Nadou um pouco até chegar a uma barreira de pedras. Ele subiu nas pedras e ficou esperando. Do nada ele jogou a caçapa na água e colocou o que havia dentro dela no cesto. Ele ficou ali por mais ou menos meia hora. Entre caçapadas e lançadas dentro da água, ele juntou as coisas e voltou nadando para praia. Edward estava apenas de bermuda jeans que ia até os joelhos e já estava um pouco rasgada. Ele parecia que andava em câmera lenta em minha direção. A água escorria por seu corpo levemente bronzeado e bem definido. Seus cabelos castanhos claros, que com o sol estavam mais para loiros, estava todo para trás. Se ele cortasse o cabelo e fizesse a barba com certeza iria ficar muito bonito. Ele chegou perto de mim, colocou as coisas na areia e se sentou ao lado. Eu fui olhar o que tinha no cesto. Havia alguns peixes, uns grandes outros pequenos.

- Qual a espécie deles? – eu perguntei a um Edward esbaforido.

- Tem marimbá, pescadinha e olhete. – ele falou.

- Humm. E são gostosos?

- São. – ele disse tirando o canivete de dentro do bolso e pegando um dos peixes. – Você sabe tratar de peixe?

- Nem os de aquário. – eu disse e ele sorriu.

- Vou te ensinar.

- Ok.

- Primeiro você raspa com a faca em direção contrária as escamas. – ele foi falando e fazendo para que eu visse. – Depois você abre a barriga dele e tira as vísceras, entendeu?

- Isso é nojento! – eu disse com o estômago revirado. Ele riu.

- Depois você acostuma. – ele disse – Tenta agora. – ele me entregou a faquinha e o peixe. Aquele troço era liso e escorregadio. Mas eu tinha que aprender a me virar também. Não podia ficar dependendo do Edward o tempo todo.

- Tá no inferno abraça o capeta. – eu gemi baixinho e fiz o que Edward disse. Raspei as escamas e abri a barriga do peixe tirando suas vísceras. – Desse jeito?

- Unhum. – ele concordou. – termina com esses aí que eu vou pegar uns cocos para a gente levar.

- Tudo bem. – ele pegou a lança e foi até um coqueiro que estava carregado de coco maduro. Ele pegou uma corda que estava amarrada em um dos coqueiros e o amarrou no que ele ia subir. Envolveu a corda em sua cintura e começou a subir no coqueiro. Quando chegou lá no alto ele cortou o cacho maduro que caiu no chão e depois começou a descer. Eu já havia terminado de limpar o peixe.

- Vamos? – Edward perguntou segurando os cocos em uma mão e a caçapa e a lança na outra. Eu fiquei encarregada de levar o cesto com peixe. Não estava muito pesado. Saímos marchando em silêncio por entre as árvores. Os galhos e as pedras do caminho machucavam meus pés descalços. Mas fazer o quê? Perdi meus sapatos no acidente.

- O que vamos fazer agora com esses peixes? – eu perguntei a Edward, quando lembrei que aqui não tem geladeira e nem eletricidade.

- Vamos salgar e depois colocar alguns para secar. Os outros a gente vai comer mais tarde.

- Certo. – nós chegamos a casa e Edward foi logo colocando os cocos em um canto qualquer e pegou o cesto de peixes das minhas mãos.  Ele os tirou de dentro do cesto, os abriu e começou a salgar os peixes. Depois os estirou sob o sol em cima de uma pedra. Eu tenho que dizer higiene não é uma coisa muito presente numa vida no meio do mato. Pelo menos neste mato! Você não tem água encanada, nem sabão, shampoo, desinfetante, etc. Depois que Edward me mostrou como fazer, e terminamos de salgar os peixes. Ele foi me levou para conhecer a tão famosa horta que ele e o pai dele fizeram. Ele levou uma jarra de barro e eu um cesto. Ficava próximo a casa, em uma clareira. Era grande e havia muitos tipos diferentes de plantas e árvores frutíferas. 

- E aí? O que achou? – ele perguntou orgulhoso.

- Impressionante. Como você consegue cuidar de tudo sozinho?

- Muito tempo livre.

- O que veio buscar? – eu perguntei.

- Mais ervas para suas feridas e macaxeira. – ele disse.

- Maca... O que? – ele sorriu e foi até uma planta que era mais ou menos da minha altura. Havia várias dela ao redor. Ele começou a cavar embaixo da planta e tirou uma coisa, tipo um tronco marrom de dentro da terra. – Isso é macaxeira.

- E isso se come? – ele riu.

- Claro que se come. Geralmente demora um ano para poder se colher, mas essas daqui já estão boas. – ele falou indo cavar embaixo de outra planta. E mais outra.

No final o cesto estava quase cheio das tais macaxeiras, e eu ainda não entendia como comeríamos aquilo. Ele pegou alguns ramos de mil - folhas para fazer o remédio para minhas feridas, que já estavam melhores. Depois fomos até cachoeira. Chegando lá ele tirou algumas das macaxeiras do cesto e começou a lavar e descascar. Ele me disse como era e eu o ajudei. Depois ele encheu a jarra com água, deveria ter uns 20 litros de água lá. Voltamos para casa, eu carregando o cesto de macaxeiras, e ele a jarra com água. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentemmmm, beijos!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Será...destino? (hiato)" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.