Amavam-se escrita por Reira chan


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Olá, lindos leitores ^^ aqui vai uma fic de MattxMello para vocês, bem dramática, como eu costumo fazer. Espero realmente que gostem, essa fic até que deu bastante trabalho. Estou começando a escrever (comecei em dezembro passado) e é só o meu segundo shounen-ai, e daí vocês me perguntam se eu quero que peguem leve, mas é o contrário: PEGUEM NO PÉ! Deixem críticas, sugestões, digam o que não gostaram. Isso realmente me deixa feliz. E também digam os pontos fortes (caso tenha), para eu mantê-los. Onegai! E arigatou a todos por lerem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/201081/chapter/1

A barra de chocolate foi levada à sua boca ávida.

Mas a mordida nunca veio.

Um suspiro contido, e ela novamente repousava sobre a mesinha, um par de olhos azuis a encarando.

Afinal, Mello não consegui olhar para outra direção.

O silêncio predominava, amargo o bastante para que até mesmo seu precioso chocolate perdesse a graça.

Em sua mente, o (único) plano que ele tinha formado se repetia, em um looping infinito.

Ele sabia exatamente como aquele plano terminaria.

E apesar de seus esforços para impedir, Matt provavelmente também sabia.

Era engraçado como eles nunca conseguiam se enganar. Matt só precisava olhar em seus olhos para saber as intenções dele, e Mello podia perceber isso, tão bem quanto percebia a hesitação de Matt em comentar que havia percebido.

Afinal, Mello morreria naquela noite.

Isso estava claro. Ele já havia percebido há muito tempo que a batalha final seria entre Kira e Near, por mais que isso o deixasse furioso. Mas ele sabia também que, se não pudesse solucionar o caso, poderia dar uma pequena ajuda.

Poder tirar de Near o prazer de solucionar tudo sozinho, obrigá-lo a dar uma parte dos créditos a ele, já era bom o bastante.

Muito bom.

Era uma pena que mesmo assim, ele não poderia ouvir Near colocando seu nome entre seus ajudantes no caso.

Porque ele estará morto.

E a última palavra girava na cabeça do ruivo, lenta e tortuosamente, se multiplicando e ocupando a mente, já apertada e dolorida.

Na sua mão, estava um videogame, e na sua boca, um cigarro, mas sua concentração não estava em nenhum dos dois.

Matt até entendia Mello – entendia, mas não aceitava. Ambos pensavam parecido, entendiam e “liam” um ao outro facilmente. Matt, assim como Mello, não tinha medo de morrer. Ambos queriam apenas ter uma boa vida enquanto esta durasse.

Mas o conceito de uma “boa vida” encarando uma lápide ao invés dos olhos azuis conhecidos não entrava em sua cabeça.

Ele já havia se oferecido para trocar de papel com Mello, mas este recusara. Isso deixava Matt furioso. Mesmo que Mello o entendesse tão bem, havia uma coisa que Mello até hoje nunca conseguira captar.

Este recusara por um único motivo, mas era um motivo grande o bastante para representar todas as suas esperanças. Matt, no carro, armado e longe de Takada, tinha chances mínimas de morrer. E manter Matt vivo, para ele era mais que importante, era quase como um segundo objetivo do plano. Mello confiava nele, em sua inteligência e capacidade, e podia vê-lo sobrevivendo facilmente.

Portanto, ele não se preocupava com mais nada. Muito menos ele mesmo.

Mas Matt insistia em trocar de lugar, inventando uma desculpa, assim como Mello o fizera para justificar o plano.

E o fato de Mello fazer tanto esforço para mantê-lo vivo, era a única coisa que Matt não captava.

Afinal, amavam-se. Amavam-se, mas a máscara que constitui o orgulho cobria sua boca e abafava o coração. Amavam-se, mas isso por si só não era o bastante para sacrificar o queixo empinado, ou mesmo para se arriscar a derramar as lágrimas. Amavam-se, mas cobriam a covardia com um manto de orgulho, ignoravam o medo com mais medo. Um amor intenso, doído, amargo. E calado.

Amavam-se, mas isso por si só não era o bastante.

E com o videogame pausado, o chocolate inacabado e o maço intocado, continuaram em silêncio. Profundo e sofrido.

Sem coragem, forças, sem sacrificarem o orgulho, ou melhor, o medo profundo da rejeição, dormiram sem se revelar.

E o sol amanheceu como em todos os outros dias.

Matt entrou no carro e Mello na moto. Se separaram, dirigindo calados.

Um tiro. Uma nuvem de fumaça. Um plano bem sucedido. Mello estava com Takada em seu caminho, dirigindo. Quando parasse, mandaria Takada tirar a roupa e fugiria com ela, até afinal morrer. E com isso, o plano de Kira, que seria forçado a matá-los, assim como o segundo Kira, seria desmascarado.

Era esse o plano que ele repassava mentalmente. Sabia que Kira mataria a ambos e o segundo Kira também. Era aí que Near poderia provar sua teoria.

Mas algumas palavras mudaram tudo.

E quem as proferiu, foi o locutor de TV.

Porque Matt estava morto.

Estava tão preocupado e distraído, que cometeu um erro.

Mas Mello não sabia disso, e a surpresa foi horrível.

Rapidamente, ele pegou uma barra de chocolate. Que novamente foi inútil. A amargura em sua boca não passava. Matt estava morto, e nem todo o açúcar do mundo mudaria isso.

Não era pra ser o contrário?

Não era pra Matt ter vivido?

O que acontecera?

E o arrependimento e a amargura o bateram com tanta força, que ele quase pensou ter batido o caminhão.

Só um pensamento lhe ocorreu. Porque palavras, às vezes, não explicam.

Matt... Sinto muito... Não achei que fosse acabar assim.

Ele realmente não achava.

E de resto? Bem. Livrou-se das caixas com as roupas de Takada. Dirigiu. Continuou dirigindo, sem muita concentração, até sentir o sinal esperado. Seu peito implodiu, contraindo-se para dentro, doendo. Sua cabeça girou em silêncio, todo e qualquer som parou de ser captado pelos ouvidos.

Ele morreu, e graças a isso Near pegou Kira, e teve que dar-lhe o tão sonhado crédito.

Mas não se pode dizer que o plano teve sucesso.

Afinal, ele podia até classificar manter Matt vivo como “um segundo objetivo do plano”.

Mas o primeiro em sua vida.

Que por sinal, se acabava com a do ruivo.

Triste, dolorida e silenciosa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Mereço reviews?