Annabeth

Ficamos namorando no píer até o anoitecer. Estávamos na beirada, com os pés para fora do píer. Até que ele parece se lembrar de algo, exclamando surpreso:

–Eu lembrei agora que tenho uma coisa pra você! Ele diz procurando uma coisa na mochila. Aqui está. Ele me entregou um embrulho quadrado, com o formato exato de um livro. Lembra aquele dia em que nós conversamos? E você me disse que adorava Nicholas Sparks? Eu vi no shopping e tive que comprar pra você.

Quando abri o embrulho, vi que era o exemplar de O melhor de mim. E então refleti e percebi que Percy era o cara mais atencioso que eu já havia conhecido, pois ele prestou atenção nos mínimos detalhes o qual eu falei e isso me contagiou de alegria.

–Deuses Percy! Muito obrigada, eu queria esse livro faz tempos! Eu o abracei bem forte, dando-lhe um beijo na bochecha. Mas não precisava!

–Ah não precisava? Então me dá aqui! Ele partiu pra cima de mim pra tentar pegar o livro de minha mão enquanto fazia cócegas na minha barriga e eu dava altas gargalhadas, implorando para que ele parasse. Quando por fim ele parou, eu percebi que já era muito tarde e que eu devia voltar para casa, porque se minha descobrisse que eu estava com um Jackson, iria fazer um fuzuê por conta daquela coisa estúpida dela de se tornar uma socialite.

– Droga! Olha a hora! Eu preciso ir Percy, se não minha mãe fica uma fúria!Eu disse e me levantei junto a ele.

–Não! Espera! Ele disse segurando o meu pulso e me virando para sua frente.

–Que foi Percy?

–Nós vamos nos ver amanhã, certo? Porque eu vou morrer de saudades da minha namorada e...

–Espera um minuto! Eu disse lhe interrompendo.

–O que foi Annie? Ele disse com uma cara meio estranha e nervosa.

–Namorada? É assim agora?

–É porque... bem eu... pensei que... Percy estava com uma cara muito engraçada, gaguejando e tremendo com as palavras.

–Que eu me lembre não recebi pedido nenhum.

–Ah Annabeth! Ele exclamou abrindo um sorriso daqueles de comercial. Não seja por isso. Então ele se ajoelhou na minha frente, abriu os braços e começou a falar: Annabeth Chase, a sabidinha mais ciumenta e marrentinha desse mundo, daria honra de ser a minha namorada?

–Mas é claro que sim seu bobo! Dito isso, ele me levanta do chão me girando no ar e me beija apaixonadamente. Queria que o beijo durasse mais, mas eu tinha que ir para casa.

–Eu realmente tenho que ir agora Percy!

–Ah tudo bem! Me deixa te levar até a porta de cas...

–NÃO!Quer dizer, não precisa!

–Mas nós somos vizinhos!

–É que eu não quero que minha mãe saiba sobre a gente ainda Percy. Eu disse sendo sincera, afinal não quero que o nosso relacionamento comece com mentiras.

–Por que não? Ele disse com uma cara de dúvida e tristeza.

–Não pense mal Percy, não é nada disso que está pensando! Eu quero poder contar a todos sobre nós! O problema é que...

–O quê Annabeth? Qual o problema?

–Minha mãe Percy! Esse é o problema! Ela surtaria se soubesse que estou com um Jackson!

–Por que?

–Porque ela tem um negócio idiota sobre ser socialite, essas coisas. E se ela soubesse que eu estou com você, iria querer conhecer sua mãe na hora e me encher de perguntas sobre você e eu não quero isso! Pelo menos não agora!

–Calma Annie. Olha, a gente vai dar um jeito, ok? Ele disse me abraçando de um jeito protetor me acalmando. Agora vai pra casa, assim a sua mãe não desconfia de nada.

–Tá bem. A gente se vê amanhã?

–Claro que sim! Nos beijamos uma última vez e pego minha mochila e o meu novo livro e vou embora.

Quando cheguei no apartamento, minha mãe me olhou com uma cara feia e saiu me metralhando de perguntas:

–Aonde você estava? Com quem você estava? Você sabe que horas são?

–Calma mãe! Eu estava..é..passeando pelo condomínio e acabei me perdendo. ''Ótima desculpa Annabeth'' pensei comigo mesma.

–Sei. Filha querida, quero que faça um favor. Ela disse com uma cara de cínica e sabia que viria bomba por ai.

–Diga mãe.

–Quero que você fique amiga de Perseu Jackson. Eu arregalei os olhos assim que ouvi o nome de Percy.

–O quê? Por que?

–Bom, você sabe quem é a mãe dele? É Sally Jackson, a maior socialite da região e, bem, se você ficasse amiga dele, eu teria um propósito maior para bater na porta ao lado.

–Mãe, não acredito que me pediu isso! Eu fui embora para o meu quarto pensando:''Será que nunca vou poder contar sobre Percy?''

Percy

Cheguei em casa com um sorriso de ponta a ponta. Vi minha mãe na sala assistindo televisão e fui sentar ao lado dela, dando um beijo em sua bochecha e abraçando-a de lado.

–Que felicidade toda é essa, querido?

–Bom mãe, o seu filho aqui está namorando a garota mais linda de toda a Califórnia. Eu disse com um sorriso bobo na cara.

–Que ótimo meu filho! E quando vou conhecê-la?

–Muito em breve, eu prometo!

–Assim espero! Mas, hey, tenho uma ideia! Ela exclamou surpresa.

–Pode dizer mãe.

–Por que você não a chama para vir jantar aqui em casa, hein? Seria um jantar convencional a mesa, sabe?

–Pode ser mãe, só vu falar com ela amanhã.

–Que ótimo! Assim que resolver me avise. Tenho que falar com a Rita sobre os pratos que vão ser servidos e com seu pai e seu irmão sobre as roupas que quero que eles vistam e...

–Mãe! Calma, é só um jantar! Para quê tudo isso? Eu a interrompi.

–Filho, pelo jeito que fala dessa menina... Você não percebe, mas eu sim.

–Percebe o que?

–Está apaixonado, querido. Eu corei com essa afirmação. Oh!Meu filho, não se envergonhe, o amor é uma coisa linda, então não tenha vergonha!

–Não é amor mãe, pelo menos ainda não! Eu disse rindo.

–Com o tempo verá o que lhe falei Percy, agora vá dormir! Amanhã tem escola.

Dito isso, dei-lhe um beijo na testa e fui para o meu quarto pensando: '' Por que a mãe de Annabeth não podia ser assim?''