Ok Marjorie, não se preocupe, age naturalmente antes que ele perceba que você vai fazer merda.

- Oi papai - Falei animada tentando disfarçar.

- O que você ta fazendo aqui Marjorie? - Ele prosseguia sério.

- Vim me despedir (?) - Disse na cara de pau.

- É sério Marjorie, o que tu faz aqui? - Ele persistia.

- Bom, eu não vou mentir. - Falei de cabeça baixa - Eu vou sentir sua falta. - Falei na cara de pau e abracei ele.

- Ta brincando? - Brian se intrometeu rindo.

- Claro que não idiota. - Disse empurrando ele que ainda ria.

- Ok, então ta. - O meu pai falava pousadamente ainda suspeitando de alguma coisa.

- Vão que horas? -  Perguntei.

- Já vamos decolar em um avião para o Brasil e de la vamos para a Argentina. - Ele sorria, coitado, achava mesmo que eu me preocupava com ele.

(...)

- Eles já foram, vamos. - Falei puxando Matheus para o avião, porém o que eu menos esperava era que o mesmo avião que meu pai pegaria, seria o mesmo que eu pegaria.

- Ta fazendo o que aqui pirralha? - Meu pai falava furioso quando me viu sentada na proltona. - Esperai, esse garoto, não parece que tem a sua idade. O que você esta querendo fazer Marjorie? - Ele gritava fazendo todos nos olharem.

- Para ta chamando atenção. - Sussurrei a ele.

- Você quer fugir ilegalmente e quer que eu não faça escandalo? Vem, vamos agora para a casa caralho. - Ele me puxou pelo pulso e foi me arrastando pra fora do avião.

- E a turnê? - Matt gritou.

- A turnê pode esperar. - Ele falava sem olhar para atras ainda me olhando furioso.

- Me solta porra ta me achucando. - chutei a perna dele que parece que nem fez cocégas.

Entramos no carro e fomos para a casa, porém no meio do caminho ele parou o carro, achei que ele ia me matar, me estrupar mas não, apenas quis conversar.

- Marjorie. - Ele se virou para mim.  - Eu sou tão ruim assim como pai? - Magiiiina... - Você me odeia tanto assim? Tudo o que eu estou tentando fazer para te agradar esta indo em vão? Me diz filha, por favor, eu quero que você  me ame como pai, e não me odeie, só me diz, eu sou tão ruim assim? Você me odeia tanto? - Ele abaixou a cabeça derramando uma lágrima, eu fiquei quase morrendo para chorar e falar que eu queria voltar para a casa, mas me pus na posição de dura e fria.

- Sim. - Disse seca olhando ele chorar em minha frente, não, eu não posso mentir, não agora. - Tudo bem, não vou mentir, eu te odeio sim, mas não por que esta tentando me agradar ou algo assim, eu te odeio por ter deixado minha mãe, ter me ignorado todos esse anos e só agora me querer, você me jogou no lixo praticamente, me deixou sendo criada  por pessoas que eu nem se quer conheço, mas que se tornaram muito especiais em minha vida. Sabe o que é, passar o dia dos pais sem os pais? Ver todas as crianças abraçando seus pais, dando presentes e falando "eu te amo" toda hora? Sabe o que é passar um dia das mães sem a mãe? Eu acho que você não imagina nem um terço do que passei ao longo desses quatorze anos. Eu queria poder dizer que esta tudo bem entre nós mas na verdade não esta, eu não quero admitir que estou errada, eu quero voltar pra minha vida, no Brasil. - Abaixei minha cabeça e comecei a chorar, recebendo um abraço dele.

- Me desculpe filha, por tudo, eu sei que errei, eu sei que agora, não podemos voltar no tempo mas por favor, só tenta, eu juro que posso dar o melhor de mim. - Ele falava nos meus ouvidos enquanto acariciava meu cabelo, efoi ai que pensei e refleti; eu tinha que tentar dar uma chance a ele, não só a ele como.

- Ok. - Eu ri tentando deixar as coisas um pouco mais alegre. - Vou tentar ser sua amiga agora. - Rimos e fomos para a casa.

(...)

- Eai, vão viajar amanhã então, já que eu resolvi atrapalhar tudo? - Falei um pouco menos grossa, já com a Dipsy no colo.

- Se não inventar de fugir de novo. - Brian disse ironico. 

- Vai se ferrar bichona. - Disse revirando os olhos.

- Eu sou bem macho viu? - Ele disse com um ar de " bitch, please."

- Ah claro, até por que todos os homens que conheço usam esmaltes e maquiagem. - Disse também irônica.

- Você também é meio menino - Ele falava.

- E você é inteiramente mulher, só falta peitos. - Sorri.

- Quando sai a merda dessa comida seu boiola? - Ele gritava mudando de assunto.

- Ta pronto, vem comer. - Ele gritou da cozinha.

Fomos comer e meu pai estava usando um avental rosa de patos.

- Qual é a do avental? - Gargalhei.

- Gosto de patos. -  Ele deu ombros e comemos.

Bom, até agora esta tudo bem, quero ver só nos outros dias...