Depois dessa briga e de algumas horas de sono, eu continuei trancada no meu quarto, eu não aguentaria olhar pra cara do meu pai depois das coisas que eu disse a ele, não que agora eu esteja começando a gostar dele, por que.. Não! Eu apenas fui rude mais do que deveria ou poderia ser.

Fiquei fitando meu quarto até que achei um caderninho jogado, tinha algumas partituras e letras de músicas la, supostamente do meu pai, raguei uma folha e peguei uma caneta, eu precisava desabafar de um jeito ou de outro.

O que ta acontecendo comigo? Eu não quero ser assim, eu NÃO SOU ASSIM. Eu até poderia tentar ser simpática ou coisa assim, mas cara,  não ta nada bem, eu preciso da minha verdadeira casa, preciso da minha verdadeira familia. Eu não sou daqui, HB não me pertence, eu apenas queria voltar no tempo.

Aliás, pra onde você foi tempo? Por onde anda? O que aconteceu com você? Por favor tempo, volte, esta tudo bagunçado, eu gostaria de fugir, ou de apenas encontrar um lugar aqui em que eu me indentifique, mas não acho. As pessoas daqui não são como eu, não são como as pessoas do Brasil.

Brasil é a minha casa, eu não pertenço aqui, eu preciso dar um tempo na minha vida, sabe? Até eu me acostumar, tudo bem, todos dizem que é apenas uma pequena questão de tempo, mas quando esse tempo vai chegar?

Eu apenas quero pular logo para a parte em que tudo fica bem...

Peguei o papel e guardei embaixo do meu travesseiro, como eu escrevi tudo em português não teria problemas se alguém o encontrasse, aliás, não tinha problema algum se alguém visse ele ou conseguisse ler ele, seria bom se alguém soubesse como eu me sinto e de alguma forma poder me ajudar.

Me retirei dos meus pensamentos e desci, estavam todos la,os amigos do pai, as namoradas dele, e a vaca da Claire.

- Éer... pai... podemos conversar? - Eu disse entrando na sala.

- Anh.. claro. - Ele se levantou e a Claire veio junto.

- Sozinhos. - Falei mais para ela do que pro meu pai, o bom que ela entendeu e permaneceu sentada.

- Então, quer falar sobre alguma coisa? - Ele disse me seguindo até a cozinha.

- Sim, me desculpe, eu não deveria te tratar daquele jeito, eu estava nervosa e meio chateada com o que rolou na escola... Me desculpe mesmo.

- Tudo bem. - Ele sorriu e depois ficamos em alguns  segundos de sliencio. - Ganho um abraço? - Ele disse animado.

- É, não se anima não. - Disse enquanto saia da cozinha e ia para a sala.

- Pelo visto as meninas da sua escola gostam muito de A7x né? - Syn debochou.

- Ah vai tomar no cu, véi. - Disse entediada me sentando no sofá.

- Olha a boca..

- É impossivel olhar a própria boca. - Provoquei. - Enfim, de qualquer jeito, elas tem um péssimo gosto musical.

- Esperai, a nossa banda é ótima ok? - Zacky defendeu mais a si do que a banda.

- Você acha que sim, eu discordo.

- Ta fechado, a próxima turne você vai com a gente. - Johnny disse decidido.

- E deixar a minha filha ficar com várias groupies que ficam nos rodeando? Não mesmo. - Meu pai falou.

- Ta vendo? - Disse, essa era a primeira vez que eu concordava com algo que meu pai falava.

- Fala que nossa banda é ruim como se soubesse tocar alguma coisa. - Matt dizia.

- Toco tão bem quanto você diz que canta amigo. - Falei, não sei se perceberam mas.. notaram que eu adorava irritar aqueles caras?

- Olha aqui garota. - Ele falava bravo. - Eu canto muito bem ok?

- Ter confiança em si mesmo é uma coisa, agora não querer acreditar na realidade ai fica foda né? - Falei sarcástica.

- Porra Matt, ta perdendo pra uma garota que tem a metade da sua idade. - Syn debochava.

- É, e você não é la essas coisas também não ok? - Falei óbvia.

- O que é aquilo que a Dipsy ta comendo? - Zacky mudou completamente de assunto.

- Filha da puta, é a minha calça. - Falei correndo atrás dela enquanto ouvia risadinhas deles. - Vai se foder também fica com essa merda. - Disse revoltada e fui para o meu quarto, o único lugar daquela casa em que eu conseguia relaxar e ficar tranquila.