Eu estava no mesmo lugar, aquela mesma sala escura, mas agora haviam pessoas lá dentro e pareciam não perceber minha presença.

            —O chefe ainda esssssstá fraco demaissss, não esssssstá conssseguindo usar a Névoa nessssssse museu, por issssso teremoss que nosss mudar para aquele outro lugar.

            —Ssssim entendo, mas devemossss carregar com cuidado esssses artefatossss para o nossssso caminhão, se não o chefe nos mata com a esssssscuridão eterna.

            Quando as duas criaturas saíram do museu, pude ver sua aparência, eram mulheres-cobras, daquelas que estavam atacando Cherry quando a encontramos, e carregavam o espelho de Afrodite em direção ao caminhão de mudança. Pelo jeito era o último pois quando colocaram o objeto lá dentro, elas entraram, fecharam a porta e saíram pelas ruas de Itália.

            Então meu sonho mudou.

            Dessa vez, era uma casa, não pude vê-la direito por causa da névoa que pairava no ar, nesse sonho, eu estava com vários cortes por todo o corpo, e gritava, mas não de dor física, por conta dos meus cortes, mas sim um outro tipo de dor da qual eu conhecia bem, a dor da perda. Quando a névoa baixou pude reconhecer a casa, fiquei assustada. Era a minha antiga casa, estava do mesmo jeito, os móveis, a lareira, mas agora estava mais sombria, como se fosse culpada pelas minhas perdas.

            Acordei assustada, com Alex me chacoalhando, Sam olhava pra mim preocupada e Nathy segurava minha mão como se tivesse certeza de que eu não iria partir.

            —Giuh! Está tudo bem agora, estou, ou melhor, estamos aqui com você, o que houve?— falou Alex, me abraçando, senti seu rosto corar, então me soltou meio sem graça.

            —Foi horrível! Eu, elas, nós estávamos, aí escuro. Gritos, meus gritos, a casa, foi terrível!—respondi, ainda em choque e chorando.

            —Conte nos seu sonho.—disse Nathy.

            Contei a elas tudo, sem mencionar que eu já conhecia a dor da perda. Todos me olhavam com atenção e  concordavam com a cabeça. Quando terminei de contar, Nathy e Sam foram conversar no corredor, me deixando sozinha com Alex.

            Alex me abraçou apertado, enquanto eu tentava me controlar, pois ainda estava chorando feito um bebê.

            —Ei, vai ficar tudo bem Big Brain.—disse Alex, enxugando minhas lágrimas com seu dedo.

            —Até você vai me chamar de Big Brain agora?—perguntei, me acalmando um pouco.

            —Sempre.—respondeu aproximando seu rosto até estar numa distância perigosa.

            Novamente me perdi em seus olhos e me aproximei mais, ele pegou minha cintura, eu peguei em seu pescoço, ele me puxou pra perto e nos beijamos. Foi um beijo intenso, ele puxava minha cintura mais perto dele cada vez mais, e eu não largava seu pescoço.

            Quando nos separamos um pouco pra respirar, ele sorriu pra mim, me consolando um pouco, dessa vez eu não fugi nem virei o rosto, o beijei denovo. Quando paramos ele me pegou de surpresa e disse:

            —Big Brain, eu te amo.

            —Eu também te amo muito.—respondi, emocionada pelo que acabara de dizer.

            —Giuh.

            —Sim?—respondi, numa voz meiga e doce.

            —Quer namorar comigo?—perguntou.

            —Sim!— respondi, sorri e nos beijamos novamente.

            —Vamos almoçar?—perguntou.

            —Que horas são?—perguntei assustada.

            —12:30.

            —Sim, vamos dar a notícia a todos.—respondi.

            Saímos do quarto e fomos à cozinha almoçar, todos estavam lá, Nathy e sam continuavam pensativas, do mesmo jeito que estavam quando saíram do meu quarto. Se eu ainda estava de pijama? É pode-se dizer que sim.

            —Oi pessoal. Já decifraram o sonho?—perguntou Nathy.

            —Hum, não, pensamos em várias possibilidades, mas até agora nada.—respondeu Alex, que mentira!

            —Que sonho?— perguntou Gus.

            Relatei meu sonho a ele e Jenny, que não haviam escutado antes e eles ficaram pensativos enquanto comiam comida chinesa.

            —Ei gente, tenho uma coisa pra falar pra vocês!—falei.

            —O quê? Descobriu quem é a pessoa dos sonhos?—perguntou Sam.

            —Infelizmente não. É melhor.—respondi.

            —Eu e a Giuh estamos namorando.—anunciou Alex.

            A reação de todos foi engraçada, Nathy sorriu, Sam exclamou um finalmente, Gustavo engasgou com seu Yakisoba e Jenny derrubou o hashi no chão.

            —Parabéns!— disse Nathy, enquanto tentava desengasgar Gus.

            —Cunhadita!—disse Jenny.

            —Finalmente!—disse Sam.

            —Beijo, Beijo, Beijo, beijo!—todos começaram a gritar.

            Olhei pra Alex rindo e vi que ele também ria, perguntei em sua mente: Podemos? Ele fez que sim. Coloquei minha mão em seu pescoço e me aproximei dele, beijando-o para a alegria de todos.

            —Ok pombinhos, queria avisar quem entre hoje e amanhã a gente chega na Itália.— disse Gus.

            —Tá e agora? O que vamos fazer hoje?—perguntei.

            —FESTA!— disseram Jenny, Sam e Nathy juntas.

            Combinamos de fazer uma Party Hard na sala de jogos, por isso saímos da cozinha e já fomos organizar a festa. Levou meia hora para ficar pronta e fomos nos arrumar, cada um em seu quarto.

            Tomei um banho e coloquei um vestido preto, sapatos e batom vermelhos e delineador preto (N/A: http://www.polyvore.com/cgi/set?id=58610064&.locale=pt-br ).

            Quando as meninas vieram me buscar, Jenny estava vestindo roupas douradas (N/A: http://www.polyvore.com/cgi/set?id=58610315&.locale=pt-br ), Sam estava com um sneaker lindo (N/A: http://www.polyvore.com/cgi/set?id=58610569&.locale=pt-br ), Nathy usava uma camisa do JB (N/A: http://www.polyvore.com/cgi/set?id=58610756&.locale=pt-br ).

            —Que lindas! Vamos à festa?—perguntei.

            —Claro!—responderam.

            Chegamos ao salão de jogos e já estava tocando Party Rock Anthem, os garotos já estavam lá preparando o som e as luzes. Alex estava usando uma calça jeans, camiseta, uma camisa xadrez aberta por cima e tênis de skatista. Já Gus estava vestindo uma calça jeans, camiseta escrita I Love Surfing e tênis.

            —Oi gente! Vocês estão lindas!— disse Gus.

            —Ah, você também fofito!—respondeu Nathy.

            —Obrigada.—respondeu Sam e jenny.

            —Ei, garotas vocês estão lindas mesmo e uau! Giuh, você está perfeita.—disse Alex vindo em minha direção, me dando um beijo.

            —Bom, vamos nos divertir pra variar um pouco!—disse Gus.

            Cada um foi pra um canto, eu e Alex fomos jogar Kinect Dance Central e depois nos juntamos ao resto da turma pra jogar boliche no Wii, nos divertimos muito. Depois fomos ao karaokê e por fim resolvemos dançar um pouco na pista de dança.

            Dançamos ao som de David Guetta, Justin Bieber, Taylor Swift e muitos outros, quando fomos conferir a hora, já eram 8:30 da noite. Ficamos dançando e conversando até que começaram a tocar músicas mais lentas, Sam e Jenny foram jogar e Nathy, Gus, eu e Alex ficamos na pista de dança, dançando lentamente ao som das músicas mais lentas.

            Até que começou a tocar Lucky, a nossa música, trocamos sorrisos e beijos. Quando a música acabou, começou a tocar Two is better than one da Taylor Swift, olhei para o lado, onde Nathy estava dançando com Gus, eles pareciam estar conversando, pois Gus segurava a cintura de Nathy e ela estava com as mãos no seu pescoço, ambos pareciam nervosos, como se tivessem medo de fazer algo errado, como tropeçar ou algo mais.

“So maybe it's true that I can't live without you

And maybe two is better than one

There's so much time to figure out the rest of my life

And you've already got me coming undone

And I'm thinking two is better than one”

            E nesse refrão, eles se envolveram num beijo, virei o rosto e fingi que não vi o que acabara de acontecer, e pela influência deles, resolvi beijar Alex também.

            Nesse momento vi a maçaneta se mexendo preparei meu arco, Nathy e Sam pegaram suas espadas, Jenny armou seu arco também, Gus pegou seu tridente e Alex pegou uma adaga de sua calça jeans.

            A porta se abriu, eu estava pronta pra disparar uma flecha mas antes de eu fazer qualquer coisa, entraram na sala de jogos as pessoas que eu nunca encontrei e nem sabia quem eram.

            Todos abaixaram as armas, mas eu não consegui. Eram estranhos, como entraram no nosso navio, se tentassem alguma coisa contra nós, eu atiraria.

            Absorta em meus pensamentos, nem percebi que todos se curvavam diante de dois homens que agora estavam ao lado de uma garotinha ruiva.

            —Quem são vocês? O que querem aqui? Como entraram no navio?—perguntei, sem abaixar meu arco, preparado com duas flechas.

            —Ei, ela é corajosa. Sabia que tinha feito a coisa certa.—disse a garotinha ruiva, aparentava ter uns 12 anos de idade, seus olhos eram da cor da lua e do meu arco.

            —Gostei dela também, ela é bem bonita e canta bem!—disse um dos homens, ele era loiro e tinha olhos da mesma cor dos olhos do Alex, a semelhança era assustadora.

            —Apesar de ela não gostar do meu filho, admiro sua coragem.— disse o outro homem, tinha a pele bronzeada, cabelos negros e olhos verdes.

            —Vou repetir pela última vez: Quem são vocês?—perguntei.

            —Nós somos seus parentes, querida.—disse o loiro.

            —Como assim?— perguntei.

            —Eu sou Ártemis, esses são Poseidon e Apolo, precisamos falar com vocês!— disse a garotinha ruiva.