Lua De Mel - A 1 Vez De Novella escrita por judy harrison
Notas iniciais do capítulo
Novella era uma mulher, mas por dentro não passava de uma criança. Mas ia precisar levar seu casamento a sério, pois seus dias de menina estavam para acabar.
Tom era habilidoso com as mulheres e era fácil para ele falar. Keller, diferente dele, nunca em sua vida cortejou uma fêmea, sempre via as pessoas como iguais, e as damas da noite eram indiferentes para ele, pois serviam apenas de alívio e diversão, nem mesmo via seus olhos, pois eram vendados para que elas não soubessem com quem estavam. O relacionamento era silencioso e rápido.
Agora, diante de sua conquista, ele não sabia nem mesmo como abordá-la se nem um beijo conseguiu tomar dela. Não lhe passou nunca pela cabeça que para ela aquele ato era o mal que ele jurou nunca lhe fazer.
Quando Novella em correria passou por ele, ele a segurou pela cintura.
_ Ei, acalme-se, menina! Vai estragar seu vestido! Vamos para o quarto, eu a ajudarei a se trocar.
Novella riu, estava eufórica.
_ Não! Você é um homem, não pode entrar comigo.
_ Sou seu marido agora, posso ver você se trocar!
O sorriso dela se desfez, e ela ficou sem graça.
_ Eu vou para qual quarto?
_ O meu! Será nosso quarto.
Ela escapou de suas mãos e correu para lá. Quando ele se aproximou a porta se fechou com força. Irritado com aquilo, ele disse:
_ Novella, não pode bater a porta! Isso não é bonito!
_ Vai embora! – ela gritou.
Ele não acreditava no que estava ouvindo.
_ Como eu vou embora? Estou na minha casa e esse é meu quarto... Nosso quarto agora. Abra a porta, Novella.
_ Você prometeu não me fazer mal! – continuava gritando.
_ Não precisa dizer aos deuses com essa gritaria! E eu não vou...
Finalmente ele se deu conta da bobagem que fez.
Não havia outra saída senão chamar sua irmã.
Ele ordenou que a buscasse e não demorou para que ela chegasse. Mira estava esperando que isso fosse acontecer.
_ Eu me sinto tão envergonhado! – ele disse depois de cumprimentar sua irmã.
_ Não se preocupe, Keller, isso é normal acontecer! Sabe a esposa do comendador? Levou quinze dias para aceita-lo e ainda...
_ Mira, você não está ajudando! – disse com um olhar severo, e ela riu.
_ Esta bem, meu irmão, deixe que eu falarei com ela.
Keller decidiu tomar um banho bem quente. Aquela tensão era pior do que um confronto no tribunal, pensava.
_ Novella, abra, sou eu.
Ela abriu a porta, mas apenas uma brecha.
_ Onde ele está? – disse temerosa.
_ Está se banhando no outro cômodo. Deixe-me entrar.
_ Entre.
_ Precisa abrir mais a porta, querida, como minha cadeira vai passar?
Ela deixou que Mira entrasse e fechou rapidamente. Reclamou.
_ Ele prometeu que não ia me fazer mal, Mira! Agora queria ver-me trocando minhas roupas.
Novella dizia aquilo como se fosse o maior dos absurdos.
_ Novella, se ele prometeu, ele cumprirá. Eu disse a você o que se passaria em sua primeira noite e você não quis aceitar. O mal que ele não lhe causará será o de maltratar você, não pode fugir de seu marido assim. Keller é um bom homem e saberá tratar você como merece. Ele te ama!
_ Não posso aceitar que ele vai... Mira, eu não vou conseguir!
Ela chorava sentada na beira da cama, e Mira, acostumada com aquilo esperou seu desabafo.
_ Novella, Keller é seu protetor, não é? Você há uns meses quis dar a ele algo muito mais difícil, sua própria vida. Não sei qual sacrifício seria maior...
_ Ficar sem roupas, deitada e deixar que ele faça aquilo? – disse com um sarcasmo, engraçado para Mira – Eu não quero!
Mas a mulher fechou o rosto e disse com severidade.
_ É sua obrigação como esposa! Keller lhe dará conforto, segurança, jóias, roupas e muito amor! E sua tarefa é compensá-lo com seu corpo!
Novella ao menos se calou, ficou a pensar. Então perguntou.
_ Você fez isso?
_ Sim. – disse pouco à vontade, não gostava de se lembrar de seu falecido marido – Pra mim foi estranho também. Mas eu não relutei contra meu destino. Sabia que em algum momento teria que ceder. Foi melhor encarar de uma vez, e ficou tudo bem.
Ainda chateada, ela não se conformava.
_ Mas isso é ruim, não é? Você diz com um jeito...
_ Eu não disse que seria bom, mas se é sua obrigação... Nenhuma mulher morreu por causa disso, Novella.
_ E para quê eles precisam disso, Mira?
_ Para procriar!
De repente Keller entrou no quarto.
_ Mira, nos dê licença, por favor.
Novella foi para o outro lado.
_ Claro, irmão. – ela saiu depois de olhar para ele expressando um “vá com calma”. Ele agradeceu e fechou a porta.
De costas para sua mulher, Keller suspirou e tentou colocar um sorriso amistoso no rosto. E ao se virar ela o encarava como se fosse um pequeno cãozinho ameaçado de morte.
_ Novella, sente-se aqui. Vamos conversar um pouco.
_ Promete não me tocar?- disse com medo.
_ Está bem, fique ai mesmo! – ele tentava manter a paciência – Escute, eu não prometi a você que não ia querer tê-la para mim durante as nossas noites. Eu prometi não lhe maltratar nunca e não farei mesmo.
_ Mira me disse.
Ele sentou-se e tentou ser mais amável.
_ Ótimo! Eu vou ficar aqui e esperar que você se banhe para se deitar aqui comigo, está bem? Veja essa porta, é um banhador, tem um aquecedor de água que você pode usar para o caldeirão que já está cheio.
Ela olhou para dentro. Era um tipo de banheiro com uma fornalha pequena, que aquecia a água com o calor das brasas.
Sem nada dizer, Novella entrou e se banhou. Colocou a mesma roupa do casamento e saiu. Keller ainda estava lá.
_ Eu tenho que pegar minhas roupas. – ela disse tentando passar por ele, mas Keller a agarrou - Não! Me solta.
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