Lua De Mel - A 1 Vez De Novella escrita por judy harrison


Capítulo 3
Fugindo do Desconhecido


Notas iniciais do capítulo

Novella era uma mulher, mas por dentro não passava de uma criança. Mas ia precisar levar seu casamento a sério, pois seus dias de menina estavam para acabar.



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Tom era habilidoso com as mulheres e era fácil para ele falar. Keller, diferente dele, nunca em sua vida cortejou uma fêmea, sempre via as pessoas como iguais, e as damas da noite eram indiferentes para ele, pois serviam apenas de alívio e diversão, nem mesmo via seus olhos, pois eram vendados para que elas não soubessem com quem estavam. O relacionamento era silencioso e rápido.

Agora, diante de sua conquista, ele não sabia nem mesmo como abordá-la se nem um beijo conseguiu tomar dela. Não lhe passou nunca pela cabeça que para ela aquele ato era o mal que ele jurou nunca lhe fazer.

Quando Novella em correria passou por ele, ele a segurou pela cintura.

_ Ei, acalme-se, menina! Vai estragar seu vestido! Vamos para o quarto, eu a ajudarei a se trocar.

Novella riu, estava eufórica.

_ Não! Você é um homem, não pode entrar comigo.

_ Sou seu marido agora, posso ver você se trocar!

O sorriso dela se desfez, e ela ficou sem graça.

_ Eu vou para qual quarto?

_ O meu! Será nosso quarto.

Ela escapou de suas mãos e correu para lá. Quando ele se aproximou a porta se fechou com força. Irritado com aquilo, ele disse:

_ Novella, não pode bater a porta! Isso não é bonito!

_ Vai embora! – ela gritou.

Ele não acreditava no que estava ouvindo.

_ Como eu vou embora? Estou na minha casa e esse é meu quarto... Nosso quarto agora. Abra a porta, Novella.

_ Você prometeu não me fazer mal! – continuava gritando.

_ Não precisa dizer aos deuses com essa gritaria! E eu não vou...

Finalmente ele se deu conta da bobagem que fez.

Não havia outra saída senão chamar sua irmã.

Ele ordenou que a buscasse e não demorou para que ela chegasse. Mira estava esperando que isso fosse acontecer.

_ Eu me sinto tão envergonhado! – ele disse depois de cumprimentar sua irmã.

_ Não se preocupe, Keller, isso é normal acontecer! Sabe a esposa do comendador? Levou quinze dias para aceita-lo e ainda...

_ Mira, você não está ajudando! – disse com um olhar severo, e ela riu.

_ Esta bem, meu irmão, deixe que eu falarei com ela.

Keller decidiu tomar um banho bem quente. Aquela tensão era pior do que um confronto no tribunal, pensava.

_ Novella, abra, sou eu.

Ela abriu a porta, mas apenas uma brecha.

_ Onde ele está? – disse temerosa.

_ Está se banhando no outro cômodo. Deixe-me entrar.

_ Entre.

_ Precisa abrir mais a porta, querida, como minha cadeira vai passar?

Ela deixou que Mira entrasse e fechou rapidamente. Reclamou.

_ Ele prometeu que não ia me fazer mal, Mira! Agora queria ver-me trocando minhas roupas.

Novella dizia aquilo como se fosse o maior dos absurdos.

_ Novella, se ele prometeu, ele cumprirá. Eu disse a você o que se passaria em sua primeira noite e você não quis aceitar. O mal que ele não lhe causará será o de maltratar você, não pode fugir de seu marido assim. Keller é um bom homem e saberá tratar você como merece. Ele te ama!

_ Não posso aceitar que ele vai... Mira, eu não vou conseguir!

Ela chorava sentada na beira da cama, e Mira, acostumada com aquilo esperou seu desabafo.

_ Novella, Keller é seu protetor, não é? Você há uns meses quis dar a ele algo muito mais difícil, sua própria vida. Não sei qual sacrifício seria maior...

_ Ficar sem roupas, deitada e deixar que ele faça aquilo? – disse com um sarcasmo, engraçado para Mira – Eu não quero!

Mas a mulher fechou o rosto e disse com severidade.

_ É sua obrigação como esposa! Keller lhe dará conforto, segurança, jóias, roupas e muito amor! E sua tarefa é compensá-lo com seu corpo!

Novella ao menos se calou, ficou a pensar. Então perguntou.

_ Você fez isso?

_ Sim. – disse pouco à vontade, não gostava de se lembrar de seu falecido marido – Pra mim foi estranho também. Mas eu não relutei contra meu destino. Sabia que em algum momento teria que ceder. Foi melhor encarar de uma vez, e ficou tudo bem.

Ainda chateada, ela não se conformava.

_ Mas isso é ruim, não é? Você diz com um jeito...

_ Eu não disse que seria bom, mas se é sua obrigação... Nenhuma mulher morreu por causa disso, Novella.

_ E para quê eles precisam disso, Mira?

_ Para procriar!

De repente Keller entrou no quarto.

_ Mira, nos dê licença, por favor.

Novella foi para o outro lado.

_ Claro, irmão. – ela saiu depois de olhar para ele expressando um “vá com calma”. Ele agradeceu e fechou a porta.

De costas para sua mulher, Keller suspirou e tentou colocar um sorriso amistoso no rosto. E ao se virar ela o encarava como se fosse um pequeno cãozinho ameaçado de morte.

_ Novella, sente-se aqui. Vamos conversar um pouco.

_ Promete não me tocar?- disse com medo.

_ Está bem, fique ai mesmo! – ele tentava manter a paciência – Escute, eu não prometi a você que não ia querer tê-la para mim durante as nossas noites. Eu prometi não lhe maltratar nunca e não farei mesmo.

_ Mira me disse.

Ele sentou-se e tentou ser mais amável.

_ Ótimo! Eu vou ficar aqui e esperar que você se banhe para se deitar aqui comigo, está bem? Veja essa porta, é um banhador, tem um aquecedor de água que você pode usar para o caldeirão que já está cheio.

Ela olhou para dentro. Era um tipo de banheiro com uma fornalha pequena, que aquecia a água com o calor das brasas.

Sem nada dizer, Novella entrou e se banhou. Colocou a mesma roupa do casamento e saiu. Keller ainda estava lá.

_ Eu tenho que pegar minhas roupas. – ela disse tentando passar por ele, mas Keller a agarrou - Não! Me solta.


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