Lua De Mel - A 1 Vez De Novella escrita por judy harrison


Capítulo 2
Uma noiva atordoada


Notas iniciais do capítulo

Novella nunca foi à escola, nunca frequentou grupos de jovens e sempre ficou ao lado de sua mâe quando iam à igreja. Tudo que ela aprendeu estava dentro da casa de Ramona, beata viùva e sua patroa. Por essa razão seu conhecimento com homens não era limitado, ele simplesmente não existia!



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(versinhos escritos por Keller)

“Vem, ó ninfa gentil, que não merece
O meu antigo amor que assim te escondas.
Vem, doura as águas desse mar que sondas,
Bem como o faz o sol, quando amanhece.

Se a conversação minha te aborrece,
Já não digo, cruel, que me respondas;
Mas sequer, lá de longe, sobre as ondas,
A meus saudosos olhos aparece.”

Ele lia e relia aquelas palavras.

Enfim, ela apareceu, visivelmente abatida e triste.

_ Olá, Novella! – seu nervosismo era tão grande que ele nem havia percebido que ela estava prestes a chorar – Essa rosa é para você!

_ Obrigada! – ela disse antes de desatar em choro como se ao tocar a rosa um poder de melancolia a atingisse.

Eles sentaram-se no mesmo lugar de sempre onde conversavam e ela lhe contava sobre o seu dia. Ele sempre a ouvia com atenção, e imaginava o gosto de seus lábios e a maciez de sua pele. Sempre buscava depois uma “dama da noite” para lhe saciar o desejo que devia entregar a Novella.

_ Minha querida, por que chora! – ele disse preocupado.

_ Keller, se nós nos casarmos, - ela dizia ainda do mesmo jeito que quando falava com Mira, aos prantos e com seus olhos inundados – você vai me fazer mal?

_ Ora, mas é claro que não! - sempre com seu lenço à mão, ele o levou aos olhos dela – Eu a tratarei com muito carinho e amor!

_ Mas você vai me deixar fazer como antes quando me levou para sua casa?

_ Eu vou deixar você fazer o que quiser, que pule e se role pelos tapetes...

_ Vai me deixar dormir ao seu lado do mesmo jeito que eu dormi?

_ Fará isso sempre, todos os dias! – àquilo respondeu com sorriso, antes de ficar serio – O que a preocupa?

Ela tentou se conter.

_ Que você me faça mal. – suas lágrimas paravam de cair devagar.

_ Eu não farei mal a você! – ele não se dava conta do que ela se reveria ao dizer “fazer mal”- Eu juro! Você será feliz ao meu lado.

_ Jura por sua vida?

_ Juro por minha vida!

Novella pediu licença e foi ao toalete para se recompor, depois voltou e pegou a rosa que colocou sobre a mesinha de centro.

_ Obrigada, é linda!

_ Eu lhe trouxe uns versos. Quer ler?

Ela pegou o papel e leu o poema sorrindo. E gostou muito.

_ É muito bonito!

Ele ficou satisfeito.

_ Eu vou embora, Novella. – se levantou – Amanhã estaremos diante de um juiz de paz para consolidar nossa união. Helena e Tom a levarão para mim e ficaremos diante do altar para sermos abençoados por Deus.

Ela apenas sorria.

Para Novella, embora soubesse quais eram os trâmites do casamento, tudo não passava de formalidade. Queria, na verdade, estar com ele o tempo todo, mas ainda tinha dele a visão de um salvador, e não seu marido. Ninguém a havia preparado para isso. E ela nunca teve uma referência masculina enquanto crescia na casa de Ramona, com sua mãe apenas, não sabia como um homem tratava sua esposa ou como ela devia se portar.

Na manhã seguinte, dia em que se casaria, Novella recebeu a visita de profissionais de beleza que a arrumariam adequadamente para a cerimônia.

O orador da cidade espalhou a notícia do evento, algo grande para Fraterna que mudaria a vida do Juiz a quem eles aprenderam a respeitar. Sabendo que Keller se esposaria de uma serviçal, todas as mulheres o admiravam ainda mais. Talvez as jovens mulheres de posição social desfavorável passariam a ter mais esperança, e sonhariam que seu “juiz” chegaria para elas um dia.

Enfim, a maior paróquia de Fraterna estava lotada, pois a cerimônia foi aberta à população.

Rodeado de guardas e escoltado pela cavalaria do exército, Keller chegou e se adentrou logo para o altar, estava tão nervoso que mal olhava para frente.

Não demorou e Novella também chegou, com as mesmas seguranças, na carruagem em que estavam Tom, Helena e Mira.

Novella entrou com Helena e Tom, estava linda, mas sentia suas pernas batendo, trêmulas, e seu coração palpitava de emoção.

_ Helena, eu não vou saber falar! – ela disse apavorada.

_ Diga “Sim”, apenas isso! – ela acariciava o rosto da menina atordoada – Eu fiquei assim também, mas no fim dará tudo certo.

Ela foi entregue a Keller que a encarou com um sorriso incomum, estava feliz como nunca, e ela acabou por se acalmar também.

Depois das orações e das pronunciações do padre, eles responderam à pergunta com alegria, e finalmente estavam casados.

A festa que comemorava esse enlace foi dada em praça pública com danças e muita comida. Mas Keller não quis participar, pois ficava incomodado com a bagunça e o barulho das trombetas e instrumentos de corda.

Já dentro da carruagem o casal saia, depois das despedidas.

_ Para onde vamos, Keller?

_ Para minha casa! – disse abraçando-a com paixão.

_ Não ficaremos para a festa?

_ Bem, existem muitas coisas que você aprenderá que uma esposa de Juiz não pode fazer, As festas que nós frequentaremos serão diferentes, em ambientes fechados e com segurança para nós.

Ela ria enquanto ele retirava seu chapéu e colocava nele mesmo.

_ Você me disse que não ia a festas!

_ Sim, pois não tinha companhia. A partir de hoje você e eu seremos um casal e faremos tudo diferente! Temos um ao outro agora.

Keller tentou beijá-la, mas ela se esquivou.

Pacientemente, ele esperou que chegassem em sua casa.

Já na mansão, Novella relembrou sua noite, quando corria pelos cômodos da casa fazendo algazarras. Com seus nervos em êxtase, Keller a observava e se perguntava qual era o momento para começar a seduzir sua jovem e teimosa esposa, que nem um beijo queria lhe dar.

_ Apenas segure-a pela mão e leve-a para o quarto! – Tom havia aconselhado – Ela vai resistir. Todas elas resistem, mas acabam cedendo, e tudo flui naturalmente.

Grande conselheiro! Ele pensava com desdém.



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