O Caso Da Boemia escrita por SophieAdler


Capítulo 3
Capítulo 3 - Conflitos e Sermão


Notas iniciais do capítulo

Nesse capítulo, aparecerá um persongem importante na vida de Sophie e na história. Aproveitem!!!



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Os primeiros cinco dias de convivência entre pai e filha, não foi aquilo que Sophie esperava. Sherlock Holmes quase não conversa com ela, pois ficava quase o dia inteiro no quarto, (fazendo sabe-se lá o que) o que a irritava muito. Toda vez que tentava conversar com ele, os dois acabavam brigando.

Holmes não conseguia se acostumar com o fato de ter uma adolescente de 15 anos, que por acaso era sua filha, lhe chamando de pai.

-Eu já lhe disse que eu não quero que chame a mim de pai.

-Caso o senhor tenha se esquecido, o senhor é o meu pai. – respondeu Sophie, já começando a ficar irritada.

-É eu sei disso. – “Infelizmente” – Mas eu não consigo me acostumar a isso.

-Então terá que se acostumar, pois querendo ou não, vou continuar a chamá-lo de pai.

-Você só me chamará de pai, assim que eu permitir.

-E até lá, quer que eu o chame de quê? Vovô?

Holmes não disse nada, apenas foi para seu quarto, e ficou lá, deixando Sophie sozinha e furiosa, que logo em seguida, também foi para o seu quarto. Ambos não conseguiam se entender, e para Sophie, Sherlock Holmes era frio e muito focado em seu trabalho como detetive. Aquilo para ele, em sua opinião, era sua religião, seu alimento, seu foco, e talvez, até seu filho.

-Eu queria que ele pelo menos conversasse comigo um pouco. – disse, olhando para o pequeno medalhão prata que sempre levava consigo aonde quer que fosse.

“Tente novamente, uma hora você consegue”, era o que Irene diria a Sophie.

-Está bem. Vou tentar novamente. – disse ela, com mais confiança.

***

Antes mesmo de bater a porta, Holmes a abriu.

-Posso ajuda – lá em algo? Ou veio aqui para brigar novamente?

-Eu não quero brigar, e muito menos o senhor.

-Nisso a senhorita está correta.

-É claro que estou.

“Hum... Convencida, igualzinha a Ela”, pensou Holmes.

-Eu posso entrar? Ou quer que eu fique aqui na porta?

-Entre. Posso perguntar o motivo de ter vindo aqui? Ou será que vou ter que adivinhar?

-Eu só quero conversar. Desde que me mudei para cá, nós não conversamos uma vez se quer.

-Eu não acho que seja só o que você queira conversar.

Sophie respirou fundo.

-Eu quero que o senhor me aceite como filha e que me permita a chamá-lo de pai.

-Em nenhum momento, eu disse que você não era minha filha, e novamente a resposta é não. Primeiro quero me acostumar com essa ideia de ser pai.

Sophie ficou indignada.

-Isso é um absurdo! O senhor não pode me proibir de chamá-lo de pai. – respondeu Sophie, irritada – Você é impossível!

-E você, pelo que estou observando nesse momento, é impulsiva, que nem sua mãe.

-O senhor não a conhecia tão bem quanto pensa.

-E aposto que nem você, que conviveu mais tempo com ela. E estou começando achar que eu a conhecia melhor do que você.

Sophie queria falar mais coisas para ele, mas em vez disso, saiu do quarto de Holmes e dirigiu-se a porta da frente.

-Espere! Aonde você vai?

Sophie olhou furiosa para Sherlock e notou que ele estava com uma expressão de preocupação, mas fingiu não notar.

-Eu vou sair um pouco.

-Você não pode sair assim, furiosa e irritada.

-Essa não é uma boa razão.

-Eu sei que não, mas vamos tentar conversar novamente. – disse Sherlock, preocupado.

-Eu vou sair e voltar depois.

-Você não pode sair. Eu sou seu...

-O quê? Meu pai? – ironizou – Não era isso que eu tinha entendido há cinco minutos. – respondeu enquanto saia pela porta em direção a rua.

***

Sophie ficou caminhando pelas ruas de Londres, e decidiu parar na Praça de St. James, lugar onde gostava de ir depois de brigar com sua mãe, sentou-se em um dos bancos e ficou observando as pessoas passarem.

-A Praça de St. James é um ótimo lugar para refletir certos acontecimentos recentes, não acha Srta. Adler? Ou devo dizer Holmes? – disse um belo jovem de cabelos loiros escuros e olhos verdes, um jovem que, infelizmente, Sophie conhecia e que estava sentado ao seu lado.

-O quê faz aqui, Damian? – indagou Sophie, mais irritada.

-Eu estou admirando a paisagem de pessoas passando diante de meus olhos, ao lado de uma bela dama com olhos turquesa.

“É, sei.”, pensou Sophie.

-Por que não me contou que seu pai era Sherlock Holmes, o melhor detetive da Inglaterra? Ah, sim, você descobriu há pouco tempo, e está morando com ele, e com poucos dias de convivência, já estão brigando.

Sophie olhou para Damian de má vontade e impressionada.

Damian Henry Wolfe, de 17 anos, foi o único garoto por quem Sophie já se interessou e que a conseguia deixar impressionada, mas depois de descobrir que ele era um criminoso procurado, mudou de ideia. Mas depois de conhecê-lo, Sophie nunca mais conseguiu gostar de outro garoto. Assim como ele nunca conseguiu gostar de outra garota.

-Nossa! Você andou me vigiando nos últimos dias.

-Na verdade, nas últimas semanas. – disse Damian, convencido. – Não foi difícil ficar duas delas sozinha na Vila Briony? – indagou, olhando bem nos olhos da jovem.

“Como eu odeio quando ele faz isso”, pensou Sophie com raiva.

-Creio que isso não lhe interessa.

“Espertinha.”, pensou Damian.

-Aliás, pensei que estivesse em Berlin. Mas pela sua, digamos aparência nem deve ter saído de Londres.

-Então, como o mundo é pequeno, não acha?

-Não mude de assunto Wolfe e pare de ficar mandando seus espiões me vigiar.

-Eu prefiro que os chame de contatos. – disse, enquanto lembrava-se de algo – Ah! E sinto muito pela morte de sua mãe. Eu sei o quanto ela era importante para você.

Sophie entristeceu, mas demonstrou.

-Obrigada.

Damian nunca conheceu Irene Adler, mas, através Sophie, sabia que era a única pessoa na qual ela confiaria à própria vida.

-Enfim, eu não vim aqui para falar de mim e sim de você.

A jovem riu.

-Por que será que não estou impressionada? Diz logo do que precisa.

Damian foi pego de surpresa.

-Eu? Absolutamente nada de você.

“Engana-me que eu gosto Wolfe”, pensou olhando para o jovem.

-Eu sei como é crescer sem um pai. E até imagino como seja morar com um em tão pouco tempo e não conseguir conversar sem brigar com ele.

Sophie sabia que Damian nunca conheceu o pai e jamais o conheceria, pois ele mora nos Estados Unidos e foi deportado da Inglaterra. A mãe cuidou dele até os 13 anos, pois foi com essa idade que Damian fugiu de casa.

-Seus “contatos” lhe deixaram-no bem informado.

“Como você é cabeça dura Sophie”

-Eu acho que você deveria dar uma segunda chance a ele.

Ela riu novamente.

-E por qual razão eu faria isso? Ele não me escuta em hipótese alguma. É um cabeça dura, frio, que só pensa no seu trabalho, em cocaína, e em sabe-se lá o que.

-Hum... Avaliação interessante. Mas diga-me, já parou para pensar que, não só com você, mas que para ele também não está sendo difícil aceitar essa súbita mudança, e em tão poucos dias? Que tem uma filha adolescente? E que agora precisa parar de fazer algo que tanto gosta para cuidar de você? Eu aposto que você não pensou nisso.

“Touchê”

Realmente, Sophie não havia pensado, que não só com ela estava sendo difícil, mas também para seu pai. Ela sentiu-se uma egoísta e detestava quando Damian tinha razão.

-Você acha que meu pai vai me escutar dessa vez?

Dessa vez, foi Damian que riu.

-Você que é a observadora e detalhista e eu é que tenho que lhe dizer se seu pai vai ou não te escutar? – disse, rindo outra vez.

-Então, qual sua opinião? – perguntou Sophie, começando a ficar irritada.

-Eu não acho. Eu tenho certeza absoluta de que vai te escutar. E aconselho-a a escutar o lado dele.

-Que horas são?

-17h30min.

-É melhor eu ir, já está ficando tarde.

-Eu também concordo. Então, até outro dia Srta. Adler, ou devo dizer Holmes?

Apesar de gostar de ser chamada de Adler, Sophie achou melhor mudar.

-Srta. Holmes.

-Como queira. Então até outro dia Srta. Holmes. – disse Damian beijando a mão de Sophie.

-Até outro dia Sr. Wolfe.

Ambos foram para lados opostos, mas Sophie decidiu ir logo para casa, pois se demorasse mais, Sherlock Holmes, com certeza, iria brigar com ela novamente por ficar duas horas e meia nas ruas de Londres.


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Notas finais do capítulo

O que vocês acharam do Sr. Wolfe?
Mandem suas opiniões e, é claro, mais reviews.



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