Zoando Os Sete Reinos escrita por Yuukib


Capítulo 18
Maldito beijo




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 -Vocês me salvaram! -Sentei-me no chão e os lobos puseram-se a me lamber. -Ok. Ok. Vamos voltar. Tenho que descobrir se irei para Porto Real. -Levantei-me. Corri para o castelo. Os lobos foram cada um para seu dono, presumi. Cansada, decidi andar para o quarto de Arya. Ainda no corredor, ouvi vozes dentro do quarto.

-Sentirei saudades suas. -A voz era inconfundível. Jon Snow.

“Jon vai mesmo para a Patrulha da Noite?” -Pensei calada.

Tomada pelos pensamentos, mal percebi que a porta estava se abrindo. Me escondi em uma penumbra e observei enquanto Jon saía.

-Você está indo. -Não consegui evitar o murmúrio.

Não sabia porquê, mas aquela notícia havia me abalado. Encostei-me numa das paredes e me agachei, sentando sobre meus pés. Fiquei ali por alguns minutos apenas ouvindo minha própria respiração. Inspirando, expirando. Levantei-me e fui para meu quarto. Deitei-me na cama e fechei os olhos. Ouvi o ranger da porta. Alguém estava entrando. Abri os olhos.

-Fantasma?! -Me espantei ao ver o lobo branco. -O que faz aqui, garoto? -Ele se aproximou de mim e subiu na cama. Deitou-se ao meu lado e ficou lá. Simplesmente parado. -Seu lobo fofo! -Encostei minha cabeça em seu pelo branco e macio. Acabei por dormir.

Levantei-me, assim como Fantasma e logo percebi que a lua estava em seu ponto.

-O Jantar! - Lavei meu rosto rapidamente, soltei o cabelo e corri para o salão.

-VOCÊ NÃO ACREDITA NO QUE ACONTECEU! -Arya jogou as palavras em mim. -Eu ganhei uma espada! Agulha!

-Jon?! -Perguntei simplesmente e levei meu olhar por um segundo para vê-lo. Ele comia e bebericava o seu vinho em uma mesa distante. Provavelmente por conta da presença dos reis, novamente.

-Sim! Ela é magrinha, como eu e bem afiada. -Arya sorria abertamente.

O salão, como de praxe, estava lotado. Sentei-me em meu lugar e comecei a mastigar um pouco de carne e engolir vinho. Não sentia fome. Continuei a comer apenas para não deixar meu prato cheio. Os olhares entre Sansa e o príncipe eram evidentes.

- “Sansa... Tome cuidado com ele....” -pensei.

Enquanto isso, Arya não parava de falar sobre sua espada.

-Quando Jon irá embora? -Soltei a pergunta que estava presa na minha garganta.

-Ele vai amanhã. Assim que o sol nascer. -Falou cabisbaixa. Ele era seu irmão mais próximo. Não era atoa que aquilo a deixava triste.

-Ele ficará bem. É um ótimo lutador e cavaleiro. -Tentei consolá-la. Coloquei minha mão sobre seu ombro e sorri.

-Sim, mas... eu sentirei falta dele. -Abaixou a cabeça. Levantei-me e fui abraçá-la.

-Vamos! Você ainda tem a mim. -Ri tentando animá-la.

-É verdade... -Olhou pra mim e deu um sorriso fraco. -Obrigada. -Abraçou-me novamente. Assim que o abraço terminou, voltei para o meu lugar.

Comer mais foi um objetivo que, por pouco, não consegui alcançar. Beber, entretanto, era mais fácil. Decidi voltar andar pelo castelo. Visitar Bran não era uma opção muito bom. Lady Stark não saíra do quarto até aquele instante. Seria muito melancólico visitá-lo e ver o estado dela. Caminhei pelos corredores e pelo campo de treinamento.

-”Por que não aproveitar para treinar?!” - Pensei.

Peguei um arco e flechas e arrumei um alvo. Posicionei-me e atirei. Como sempre, acertei o alvo.

-Um belo “tiro”, Senhorita. -Olhei para a direção de onde vinha a voz.

-Lorde Tyrion. -Falei saudosamente e fiz uma reverência em agradecimento ao elogio.

- Fiquei sabendo de uma estranha em Winterfell, mas não imaginei que fosse tão bela e talentosa... -Disse enquanto se aproximava. Ele não chegava a bater nos meus seios. Muito pelo contrário do que os outros fofocavam dele, não tentou enfiar-se por debaixo do meu vestido ou afagar meus seios. Ele parecia estar mantendo uma distância confortável de mim.

-Obrigada, Senhor. -Sorri e fui guardar os equipamentos. -O que faz aqui, Lorde Tyrion? Não há ninguém treinando esse horário.

-Esses banquetes me matam. Prefiro a companhia de uma bela taça de vinho e prostitutas a ficar naquele lugar. -Continuei olhando para ele. Vi que uma enorme taça de vinho estava em uma de suas mãos.

-”Será que ele está me chamando de prostituta?!” -Foi a pergunta que pairou em minha mente. Decidi apenas sorrir de canto. Ele me examinou de cima a baixo.

-A Senhorita realmente tem um estilo... peculiar. -Não aguentei e acabei rindo.

-Sim, Lorde Tyrion. Digamos que não sou dessa época...

-”literalmente...” -completei em mente.

-Não tenho essas coisas que as mulheres daqui têm. -Admiti. -Deve ser por isso que me consideram estranha.

-É difícil viver num mundo onde o diferente assusta tanto. -Riu e bebeu um grande gole de vinho. -Eu sei bem como é.

-Pois é... -Concordei. Devia ser difícil mesmo ser anão nesse lugar. Ele deve ter sofrido muito com isso durante toda a sua vida e, provavelmente seja por esse motivo que ele é assim. Meio amargo e vive bêbado com prostitutas. É a sua válvula de escape. -Com sua licença, meu Senhor. Creio que já é tarde para uma dama dessa época estar acordada.

-Claro. -Riu e bebeu mais. Então saí. Saldei alguns cavaleiros que encontrava pelo caminho e, por fim, cheguei ao quarto. Bati na porta e ela logo se abriu.

-Agatha? O que faz aqui a essa hora? -Sua voz foi doce e gentil.

-Jon, eu sei que não devia estar aqui, mas... -O empurrei para dentro do cômodo e fechei a porta atrás de mim. Era tudo bem organizado naquele pequeno quarto. Mais ou menos do tamanho do meu, senão, menor. A cama ficava no centro e ao lado, uma cômoda se situava. Jon me fitava com seus olhos cinzentos profundos. -Quero saber o porquê de você estar indo.

-Eu... eu não... me encaixo aqui. Creio que a Muralha é um local apropriado para mim.- Respondeu monotonamente.

-Você não sabe como aquele lugar é... -Continuei.

-Nem a Senhorita. -Cortou-me. Fiquei paralisada.

-É melhor eu ir embora. Nem sei porque vim. -”Deve ser efeito do álcool.” -Bem... desculpe por ter vindo. -Virei-me bruscamente, abri a porta e saí para o corredor.

-Agatha! -Jon pôs-se defronte a mim. -Sei que vou me arrepender disso depois, mas, essa é a minha última chance antes de ir para a Patrulha da Noite. -Logo, o beijo. Não era tão urgente quanto os de Theon. Era simplesmente apaixonado. Um pouco inexperiente, mas ainda assim, apaixonado. Fechei meus olhos para que, de algum modo, fizesse com que aquele momento durasse nada menos, nada mais do que para sempre. Senti nossos lábios se separando.

-Mas... -Comecei.

-Eu ainda tenho que partir. Amanhã. -Coçou a cabeça meio sem jeito.

-”O cafajeste só vai me deixar as lembranças do beijo para ficar suspirando por ele pelos cantos?!” -Pensei.

-Quer saber?! Pode ir... Não estou me preocupando para isso. -Nisso, saí correndo para meu “esconderijo”: meu quarto.

-”Ele pode ir embora. Eu estava ali e ele nem tchum.” -Com a cabeça naquele beijo adormeci.


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Notas finais do capítulo

Querida, amadas e super lindas leitoras, o que acharam do capítulo?!