Geração Marotos escrita por 1000galeoes, Ana Cecília, Ana Cecília, Ana Cecília


Capítulo 8
Capítulo 6 - Lua Cheia


Notas iniciais do capítulo

Milagre!!! COnseguimos postar com só uma semana de intervalo!! Bom, aí vai o capítulo. Gostamos do resultado final.



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A lua cheia pareceu não demorar a chegar. Embora já fizesse um mês que havia acontecido, naquela noite, parecia não ter se passado tempo nenhum desde a última transformação. Agora Remus estava ali, de novo, aguardando que a tortura que vinha junto com o luar. Agora, tudo estava começando. Mais uma vez.

Naquele dia, eram quase seis horas da tarde de um sábado e Remus caminhava sozinho pelos corredores da escola e dirigia-se aos jardins. Caminhava a passos largos, como se estivesse com pressa e caminhava sozinho. Ou pelo menos era o que aparentava.

Logo atrás, por baixo da Capa da Invisibilidade, Sirius, James e Peter caminhavam com dificuldade, uma vez que após alguns anos - e um estirão de crescimento - esconder todos embaixo da capa ao mesmo tempo era cada vez mais difícil. Já tendo o plano repassado (e testado várias vezes) em suas mentes eles seguiam o amigo, que olhou para trás com um leve sorriso no rosto quando Peter pisou pela terceira vez no pé de James, fazendo-o murmurar um palavrão mais alto do que deveria, assustando os quadros.

Aquelas escapadinhas eram para os Marotos um misto de diversão e sofrimento. Era muito divertido sair à noite sem que ninguém os visse, e poder passear à vontade por Hogsmeade e pela Floresta Proibida sem que ninguém os incomodasse. Porém, era sempre muito difícil ter de assistir às transformações, ver a dor, o sofrimento do amigo e não poder fazer nada por ele.

Chegando aos portões da escola, Remus encontrou Madame Pomfrey, que o aguardava para abrir os portões e acompanhá-lo até os jardins.

-Quem bom que já está aqui, Sr. Lupin. Está um pouco atrasado hoje. – Ela disse, ao vê-lo chegando.

-Hm, me desculpe. Vamos? –Respondeu ele, distante.

Madame Pomfrey destrancou os portões com um aceno de varinha e passou a mão pelas costas de Remo, como se dissesse a ele para andar rapidamente, mas como se quisesse consolá-lo também. Ela fazia isso há anos, desde a primeira vez que o levou ao Salgueiro Lutador. Ela sentia pena dele, e era o máximo que podia fazer. “Pobre garoto. Sofreu tanto desde tão novo... Não precisava passar por isso...” Ela pensava.

Enquanto os dois passavam pelo arco do grande portão, os Marotos se apressavam em fazer o mesmo, indo logo atrás do amigo, tomando cuidado para não aumentar a abertura da porta.

A noite lá fora tinha uma temperatura agradável e já era possível ver a Lua cheia nascendo e os últimos raios de sol tocando as montanhas ao longe. Era uma bela paisagem. Pelo menos poderia ser, para os olhos de outros.

Se aproximando do Salgueiro Lutador, Madame Pomfrey parou. Virando-se para Remo, ela tocou o seu ombro e o encarou.

- Te espero na porta do castelo ao amanhecer. – Disse ela, com um sorriso quase maternal no rosto. Murmurando algo como “cuide-se” ela se virou e se dirigiu aos portões da escola. Logo, ele os viu se fechando.  Ainda olhando para os portões ele sentiu alguém puxar as suas vestes, fazendo com que caísse sentado. De repente, viu uma, duas, três cabeças sorridentes aparecerem flutuando no ar.

-E então, vamos lá? – Perguntou Peter.

-Claro. – Disse Remo, sorrindo. Ele não conseguia mentir. Por mais culpado que se sentisse ele GOSTAVA de ter os amigos por perto. Ele gostava de poder perambular pelos terrenos da escola com eles. Além disso, tudo ficava tão mais fácil com os amigos por perto. Com os amigos, ele conseguia rir de seus problemas e acima de tudo, era bom não perder totalmente a consciência. Com os Marotos, sua consciência se tornava menos lupina, com eles, ele se tornava mais humano.

-Ok. – Disse Rabicho, girando nos calcanhares e subitamente diminuindo de tamanho. Pelos cresciam por todo o corpo, e os dentes da frente ficavam mais salientes. Logo, no lugar de Peter, havia um rato, que rapidamente, correu em direção ao Salgueiro Lutador, passando por baixo de uma das raízes e pressionando um nó no tronco. Logo, o tronco e as raízes se retorceram, mostrando um túnel. Seguindo Rabicho, que entrou no túnel, os outros Marotos foram atrás.

Após alguns minutos de caminhada, eles chegaram à Casa dos Gritos. Olharam ao redor. Tantas lembranças, tantos momentos... Passando pelo corredor empoeirado, Remo sentia seu lado lupino despertar pouco a pouco. Os sentidos se aguçavam, raciocinar se tornava cada vez mais difícil. Ele sentia os pelos de seu corpo se arrepiando e um súbito desejo por carne invadir o seu paladar, fazendo-o salivar. Agora, enxergar na casa escura era cada vez mais fácil. Raciocinar, pensar com clareza ficava mais difícil, a consciência começava a se afastar. Ele podia sentir. Estava começando.

Entraram no quarto empoeirado, com uma cama de cortinas e alguns móveis. Todos eles em estado lamentável. Empoeirados, arranhados, comidos pelas traças ou quebrados – alguns por Remo, outros por um cachorro muito agitado ou cervo estabanado. Havia uma janela também. Uma janela com o vidro embaçado, tamanha era a sujeira, mas que permitia aos Marotos ver alguns raios de lua escondidos atrás de algumas nuvens, ainda distantes. Ainda demoraria algumas horas até que a lua atingisse seu ponto mais alto.

Olhando pela janela, e tentando quebrar o silêncio, James tirou um tabuleiro de xadrez do bolso.

-Quer uma revanche? – Perguntou ele, sorrindo.

-Claro! - Remo sorriu de volta, se sentando no chão.

A partida não durou muito. Após um xeque-mate espetacular de Remo, o que fez muito bem à sua auto-estima, os rapazes passaram mais de uma hora conversando sobre tudo. Risos, gargalhadas,uma discussão acalorada sobre quadribol, reclamações sobre as aulas cada vez mais complexas de Slughorn, uma breve conversa sobre garotas que, estranhamente, não rendeu muito.

 Ao fim do nada estimulante assunto, Lupin olhou para o próprio pulso. Onze e meia. Era a hora. Sabendo disso, tirou o relógio e o guardou, junto com a varinha em uma gaveta ao lado da cama, para que não se quebrasse. As roupas, não adiantava tirar. Além do que, ficaria muito constrangido, tirando a roupa na frente dos amigos.

Olhando pela janela, viu as nuvens se dissipando e a lua cheia já ia bem alta no céu. Ele sentia seu corpo todo formigar, como uma espécie de câimbra, que aumentava gradualmente. O incômodo aos poucos se transformava em dor. A pele em brasa, a garganta seca. Ele agora não salivava mais. Fora tomado por uma sede avassaladora. Uma sede que nem o melhor suco de abóbora poderia saciar. Pelos cresciam em seus braços e pernas. A dor se tornava excruciante e as entranhas se contorciam, implorando por clemência. Ele via pelos crescerem nos braços e pernas, e as unhas dos pés e das mãos crescerem. Ele tinha a sensação de crescer e de que a pele se rasgava. Queria perder a consciência, morreria se necessário, para que aquela dor o abandonasse. Mas não. Ela continuava, insistia, e essa era parte da tortura pela qual deveria passar. Passar por toda a transformação consciente, vendo seu corpo humano se transformar no de uma fera horrenda, sentindo a consciência o abandonar pouco a pouco, vendo a si mesmo se transformar em um monstro.

Os Marotos observavam a cena em silêncio. Mesmo depois de tanto tempo, eles nunca se atreveram a falar naquele momento. Nunca encontraram palavras para aquele momento. Era doloroso olhar para aquela cena. Eles podiam ver em seus olhos, que ele ainda estava consciente. E podiam ver também, que ele implorava, pedia para morrer, para que aquele sofrimento terminasse logo. Seria a morte melhor do que aquilo? Eles tinham certeza que sim.

Ele agora se contorcia no chão. Arranhava-se, berrava de dor. Fechou os olhos. Finalmente, a razão aceitou deixar o seu corpo, aliviando a dor. Mergulhando na escuridão, Remo Lupin desapareceu deixando nada mais que poucos vestígios no corpo e na mente daquela criatura que agora tomava seu lugar.

Ao ver o amigo se contorcer no chão, giraram nos calcanhares. Numa fração de segundos, no lugar dos três marotos, encontravam-se um belo cervo adulto, um enorme cão negro e um rato relativamente grande. Ainda observavam a terrível cena. A cabeça de Remo parecia se alongar e as roupas se rasgavam.  Por baixo das vestes, eles viam pelos negros. Não brilhantes como os do cachorro de Sirius, mas acinzentados e de aparência suja. Agora, os gritos de Remo haviam se transformado em uivos ferozes. Olharam pela janela. A lua cheia se encontrava alta no céu. Havia terminado.

Um enorme lobo jazia deitado no chão, de olhos fechados. Abriu os olhos. Suas pupilas negras e dilatadas pareciam brilhar no escuro. Levantou-se, apoiando-se sobre as patas traseiras, ficando em pé, embora curvado. Como quem procura alguma coisa, a criatura olhou ao redor. Percebeu que não estava sozinho. Havia mais gente ali. Fez menção de atacar. Queria matar, estraçalhar. No momento em que se preparou para atacar, foi contido por cervo e um cão, que colocaram as patas em peito. O cão e o cervo olhavam fixamente em seus olhos.

Um clarão. Um flash. Lembranças vagas de uma parede de tijolos vermelhos, de um grande castelo iluminado. Risadas, brincadeiras, travessuras. Um garoto de cabelos bagunçados, um com um ar imponente, como se viesse de uma família importante, outro baixinho, com um sorriso no rosto. Uma lembrança distante, vaga, mas estranhamente familiar. Acalmou-se.

O cervo, o cão e o rato se entreolharam. Remo não havia ido. Sorriram internamente com essa constatação. Com cuidado, começaram a andar pela sala, para não assustar o amigo. Passaram pela porta do cômodo e pararam no corredor. Como se estivesse chamando o amigo, o cervo acenou a cabeça, de modo que a galhada quase batesse na parede. Sirius teria muitos motivos para fazer piadas se isso acontecesse. O lobisomem seguiu-os, caminhando desajeitadamente sobre as patas traseiras. Com isso, Rabicho entendeu a mensagem. Seguiu pelo corredor e rapidamente desapareceu. Ia em direção ao nó nas raízes da árvore para facilitar a passagem dos três. Enquanto seguia na frente, os outros dois andavam com cuidado junto a Remo, evitando qualquer movimento brusco demais. Se o amigo se descontrolasse ali, no corredor, eles teriam bem mais do que um probleminha peludo para resolver. Entretanto, Remo parecia calmo, aqueles três lhe eram familiares. Estranhamente, não tinha vontade de atacá-los.

Chegaram à entrada da casa, onde viram que a saída já estava aberta. Podiam ver Rabicho guinchar em frente à soleira da porta, esperando por eles. Com alguma dificuldade, um lobisomem, um cervo adulto e um cachorro do tamanho de uma vaca (a comparação era obra de James, claro) pela porta não muito larga, uma vez que era feita para um humano específico passar. Humano esse, de proporções não muito avantajadas. Depois de todos terem passado, Rabicho pressionou o nó novamente, fechando a passagem.

Finalmente estavam todos do lado de fora. Para onde iriam? Eram tantas as opções, lugares para onde poderiam ir. Naquela noite, o plano era que fossem para a Floresta. Assim, os Marotos, conduziram Remo para a grande massa de árvores logo à frente.

Logo, haviam se embrenhado tanto dentro da Floresta que mal conseguiam ver exatamente de onde tinha vindo. O luar banhava a copa das árvores, mas estas eram tão juntas e tão altas que seria quase impossível para um ser humano enxergar alguma coisa lá dentro sem uma varinha ou mesmo uma lanterna. Mas o ponto era exatamente esse. Um SER HUMANO.     

Mas nada impedia que um cervo, um cão, um rato e um lobo de proporções avantajadas - como diria um diplomático Peter- enxergassem. Agora, eles se embrenhavam cada vez mais na mata. Era divertido passar o tempo ali, explorando a Floresta sobre a qual Dumbledore fazia tanto mistério desde sempre.

O cão e o cervo caminhavam ao lado do lobisomem, por precaução. O observado, por sua vez, parecia tranquilo, e trazia uma expressão que aparentava uma rara serenidade. Sentia-se seguro, não sentia necessidade de atacar. Não conseguia entender por que, mas algo dizia a ele para não atacá-los. Mas ainda assim, tinha fome. Tinha sede. Precisava se alimentar. Ouviu ruídos vindos de um arbusto. O que haveria lá? Fazendo uma espécie de sinal aos companheiros, aproximou-se. Após alguns minutos à espreita, viu que saía de lá uma lebre, distraída. Parecia não notar nenhuma outra presença.

Os Marotos observavam a cena quietos. Embora ver o amigo caçando lebres, coelhos e outros animais não fosse muito agradável, era com certeza melhor do que ter que tentar controlar um lobisomem faminto, por mais dócil que fosse. Viram Lupin se aproximar de sua presa. Em uma fração de segundos, ele a atacou. Ouviram um estalo e um pequeno gemido. Ele a havia liquidado na hora.

Faminto, o lobisomem se pôs a comer com voracidade. Os Marotos evitavam olhar. Não era uma visão muito agradável. Felizmente, nunca demorava muito, até que Remo se desse por satisfeito. Em alguns minutos, ele já tinha a boca lambuzada de sangue.

Ouviram o som de cascos ao longe. O bando de centauros provavelmente. Eles nunca haviam falado com nenhum deles, até porque nem poderiam. Mas já os haviam visto várias vezes, galopando pela Floresta à noite, ou observando as estrelas por entre as frestas das copas das árvores.

A alguns metros de distância, perceberam um borrão branco, que parecia ter uma aura branca ao seu redor. Aproximaram-se. O borrão agora havia tomado forma, e lembrava um cavalo, mas com um chifre pontudo na cabeça. Sirius, James e Peter se entreolharam. Unicórnios? Já haviam visto muitas coisas na Floresta nos últimos tempos, mas unicórnios nunca. Nunca haviam visto uma criatura tão bela e tão delicada. Embora tivesse aparência frágil, tinha uma postura imponente, mas sem arrogância, como os hipogrifos.

Eles poderiam ter ficado horas apreciando aquela figura tão bela, quase divina. Mas algo os impediu. Remo parecia ter ficado extremamente agitado. A refeição que havia feito pareceu não ter existido. Ele sentia uma estranha necessidade de perseguir, de atacar. Aquela criatura parecia exercer algum poder sobre ele.

Os Marotos perceberam a agitação do amigo, que olhava fixamente para o belo animal. Não demoraram a entender o que estava acontecendo. Ele queria atacar o unicórnio. Não poderiam permitir isso. Não poderiam permitir que o amigo atacasse uma criatura tão pura, tão bela. James e Sirius se aproximaram de Remo, cercando-o.  E quando este fez menção de atacar, o seguraram com as patas dianteiras, apoiando-se nas traseiras. O amigo respondeu com ferocidade. Arranhava os amigos, que insistiam em privá-lo de atacar sua nova presa. Tentava desvencilhar-se dos companheiros, mas não conseguia. Mordia, arranhava, uivava em agonia. O barulho assustou o unicórnio, que fugiu. Ainda assim, os Marotos continuaram contendo o amigo, para dar alguma segurança ao animal.

Cansado após alguns minutos, o lobisomem desistiu. Logo depois, percebeu que a presa havia ido embora. Rapidamente, se interessou por outra coisa, um barulho que vinha do interior da Floresta. Os amigos o seguiram.

 [...]

Após algumas horas caminhando pela Floresta, os Marotos já podiam enxergar os primeiros raios de sol que já despontavam por trás das montanhas, a deixa para os Marotos darem meia volta. Já era hora de voltar. Só pra começar, não seria nada agradável se Remo se transformasse em plena floresta, uma vez que ao contrário dos animagos, suas roupas não eram “absorvidas”. Elas tinham se rasgado. E a última coisa que eles queriam era ter que atravessar os terrenos da escola ao lado de um Remo ferido, fraco e nu. Ainda estava escuro, então poderiam andar pelos terrenos da escola com facilidade. Ao lado de Remo, que já perdia seus ares lupinos, se dirigiram até o Salgueiro Lutador, onde Rabicho pressionou o nó que abria a passagem novamente, de modo que os outros três pudesse passar. Após os três terem entrado, pressionou o nó novamente e foi atrás dos amigos.

Quando Rabicho chegou ao quarto, olhou pela janela e viu que o dia finalmente começava a raiar. A lua desaparecia aos poucos e Remo já começava a voltar ao normal. Ele parecia encolher, e os pelos sumiam de repente. O focinho encolhia, e as patas mudavam de forma voltando a parecer, aos poucos, com mãos humanas. Seus olhos pareciam mais humanos, lembravam mais os olhos de Remo, do que os olhos do lobisomem.

Remo sentia o corpo formigar novamente. O que sentia devia parecer com o que sente uma cobra trocando de pele. Ele sentia estar deixando um corpo que não lhe pertencia mais, e que não lhe servia mais. Ele sentia o corpo queimar novamente, mas com menos intensidade. Quer dizer, pelo menos era o que ele sentia. O alívio pela transformação ter acabado era tão grande que ele não prestava muita atenção à dor. Ele sentia a consciência voltar, junto com uma enxurrada de memórias. Lembranças dos pais, dos Marotos, travessuras, deveres de Defesa Contra as Artes das Trevas e Transfiguração. Ele sentia seu cérebro voltar a funcionar e a sensação era ótima, embora desse alguma dor de cabeça. Via seu corpo voltar a se parecer e voltar a parecer mais com o dele. Os pelos sumiam, e as unhas afiadas diminuíam. Tudo parecia um pouco maior também, talvez porque também estivesse diminuindo de tamanho. Era a única coisa de que sentia alguma falta. Seria bom ter dois metros de altura em tempo integral.

Finalmente havia acabado. Com um aceno de cabeça, os Marotos retomaram a forma humana. Sempre se transformavam antes e voltavam à forma humana depois de Remo, caso acontecesse alguma coisa. Remo estava ali, novamente. Ferido e bastante abatido, é verdade, mas estava ali novamente. Mais uma noite de Lua Cheia havia terminado. A lua já se punha lá longe e o sol já começava a iluminar a propriedade. Remo, agora, nu, abria a gaveta para pegar a varinha.

-Accio roupas. – Murmurou. Em menos de um minuto, um conjunto de vestes entrou voando pela janela, que ele pegou e vestiu rapidamente.

-Não me conformo com isso. Por que as minhas roupas não são absorvidas também? – Perguntava Remo constrangido, todas as vezes, arrancando risadas dos amigos.

-E então? Como está a minha cara? –Perguntou Remo.

- Digna de lobisomem saudável! – Brincou James

- Fica tranqüilo cara, não está ruim. Você já esteve pior. – Respondeu Rabicho.

- É, vocês sabem levantar a minha auto-estima! Madame Pomfrey vai dar um jeito. Ela já deve estar me esperando. Vamos logo?

- Vamos, estou morto! – Respondeu Sirius, esfregando os olhos.

Caminharam até a porta, onde James tirou a capa do bolso e se cobriu, junto com Sirius e Peter. Dessa vez quem abriu a passagem foi Remo, com um aceno de varinha. Passaram pela passagem, e em frente aos portões da escola, ele viu uma pessoa de branco. Madame Pomfrey, com certeza. Lentamente, ele caminhou até a escola, seguido pelos Marotos cobertos pela capa da invisibilidade. Sentia cansaço após uma noite em claro. Os ferimentos latejavam, em especial um corte feio na perna, que o fazia mancar. Chegando mais perto do castelo, viu Madame Pomfrey caminhando em sua direção, procurando ferimentos.

-Pobre garoto. Vamos logo, entre. – Disse ela, ajudando-o a andar. Ela o levou direto para a enfermaria, enquanto os amigos com certeza haviam ido para o Salão Comunal, para dormir um pouco antes do café da manhã. Na ala hospitalar, ela cuidou rapidamente dos ferimentos, que pararam de doer, mas não cicatrizaram completamente. Logo, ela o liberou, e ele se dirigiu até o Salão Comunal, louco para dormir um pouco.

Encontrou a Mulher Gorda dormindo e ao tentar acordá-la, sentiu que havia esbarrado em alguma coisa. Logo se lembrou. Eram os Marotos, que estavam esperando Remo chegar para abrir o buraco do retrato. Eles murmuraram alguma coisa que ele estava cansado demais para tentar entender, e se pôs a tentar acordar a Mulher Gorda, que após alguns minutos, o(s) deixou passar.

Ao encontrar o Salão Comunal vazio, como era de costume àquela hora da manhã, os rapazes tiraram a capa e subiram silenciosamente as escadas até o dormitório, atrás de Remo, que devia estar tão cansado que nem os esperou. O encontraram já dormindo do jeito que estava em cima de sua cama. Olharam para o relógio na cabeceira do amigo. Cinco e meia da manhã. Teriam muito pouco tempo para dormir, já que as aulas começavam às 9hs. Vestiram seus pijamas e logo, já estavam todos dormindo. Acompanhar um lobisomem cansa!

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Os Marotos pareciam ter acabado de fechar os olhos quando o despertador, inflexível, tocou às 8 horas. Em meio a resmungos, os Marotos se levantaram e se trocaram, senão se atrasariam para o café, e estavam todos mortos de fome.

Após comerem por dois cada um (N/A: 4 vezes 2...)se dirigiram para o corredor do Feitiço, a primeira aula do dia. Na porta da sala, se encontraram com Megan, que conversava com Lily sobre algum dever de casa que o Prof. Flitwick havia passado na última aula. Vendo que os Marotos as observavam, foi falar com Remo, enquanto Lily lançava a James um olhar indiferente e ia conversar com uma amiga da Corvinal, turma que teria aula com eles.

- Bom dia Remo! Você está bem? Está abatido... E está mancando! O que aconteceu? – Perguntou ela preocupada.

- Eu hm, fiquei estudando até tarde ontem. – Respondeu ele.

- Mas por que está mancando?

- Hm, subindo a escada para o dormitório eu tropecei e caí.

- Já foi esteve na Ala Hospitalar? Você está bem?

- Não. Ainda não. - mentiu ele - Mas obrigado por perguntar.

-Não tem de quê. A gente se fala depois então. – Disse ela, indo se juntar à Lily e à colega da Corvinal novamente. Remo a observava. Ela se preocupava com ele. Tinha a sensação de que tinha ganhado o dia por saber disso.

- Vamos Aluado. O professor Flitwick já chegou.– Disse Rabicho, trazendo-o de volta à realidade. Feliz, ele entrou na sala com os amigos, para o começo de mais um dia.


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Notas finais do capítulo

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