– Pronto, filha, essa foi a última mala! – falava meu pai todo orgulhoso enquanto tirava as malas de dentro do carro.

– Obrigado Pai... – me virei e vi uma grande casa com uma fachada branca e um pequeno jardim na frente – pai é... linda! – virei para olha-ló e ele estava com um sorriso enorme no rosto, talvez por ter reparado que minha raiva com ele já tinha passado.

Ele andou rapidamente para a porta e a abriu, olhou para mim e vez um sinal com a cabeça, para eu entrar. Passei pela porta e senti um cheiro de mobília nova, a sala tinha paredes brancas e dois sofás grandes e espaçosos, a TV era de parede e a pequena mesa que ficava ao meio do cômodo continha algumas coisas encima, olhei para escada e sem perguntar corri para cima em rumo ao meu quarto, logo que cheguei ao topo das escadas me deparei com um grande corredor com paredes amarelo claro, passei o olho pelas portas e notei que uma tinha o meu nome em uma plaquinha pendurada na maçaneta, cheguei lá e empurrei a porta devagar.

– Incrível... – essas foram exatamente às palavras que saíram da minha boca naquele estante, meu quarto era incrível, por mais que eu não tenha ficado nem 1 hora naquela casa já se sentia como se aquele quarto fosse o meu lar. Passei os olhos no quarto novamente e corri para me deitar na cama, nesse instante o meu pai parou na porta e botou minha mala dentro do quarto.

– Gostou? Sua mãe que me deu a sugestão.

– É realmente bonito!

Ele logo saiu do quarto, fechando a porta por trás dele, pequei minha mala, que estava um pouco pesada, e botei-a na frente do meu, grande, guarda-roupa. Passei a tarde arrumando minhas coisas.

Já era exatamente 19:15 quando meu pai me chamou para jantar. O jantar foi bem silencioso, nós comemos uma comida simples, nada sofisticado. Fui dormir cedo, amanhã teria meu primeiro dia de aula.

– Amu, você deve escolher um desses três caminhos:

No primeiro você tem o seu pai,

No segundo você tem o seu futuro

E no terceiro você tem o seu coração

Qual caminho você escolhe?

Olhei em volta e vi que estava em cima de uma pedra que ia se quebrando pouco a pouco, a mulher loira me olhava com uma cara de interrogação, ela estava de frente de três caminhos, o primeiro tinha o meu pai e minha mãe abraçados com uma expressão feliz, no terceiro eu tinha uma mulher vestida de juíza que representava o meu “futuro” como a própria mulher loira dizia, e o terceiro tinha um garoto alto com cabelos azuis que cobriam o seu rosto, ele parecia triste e olhava para o chão, olhei novamente para a mulher e ia falar quando ela me interrompeu.

– Vamos Amu, escolha, o tempo está acabando!

– E-Eu não sei – as lágrimas insistiam em cair

– Vamos Amu, escolha... – ela olhou para o relógio em seu pulso – Tarde demais! – A pedra que me segurava se quebrou e eu caí, caí em buraco que parecia não ter fim, comecei a gritar e chorar quando ouvi uma voz longe me chamar.

– Amu? Amu, filha?

– Pai, pai, cadê você? – eu gritava, e as lágrimas me segavam.

– Amu, acorde!

– Pai...

Olhei em volta e vi meu quarto, meu pai estava sentado na beira da minha cama com uma feição preocupada. Olhei para ele que aliviou a expressão, minhas lágrimas continuavam a cair e eu soluçava baixo.

– Calma Amu, foi só um sonho, calma! – meu pai me abraçou, eu queria dizer alguma coisa a ele mais eu não conseguia, abri a boca algumas vezes mais as palavras não saiam. Meu pai pegou água para mim o que me fez se acalmar um pouco, ele disse para mim voltar a dormir já que amanhã seria o primeiro dia de aula e saiu do quarto. Pelo incrível que pareça eu consegui dormir bem.