Dont Look Back In Anger escrita por ladyofcamellias


Capítulo 6
Capítulo 6- Drunk (Parte 2)


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que demorei e tal. Quase um mês. Mas tava em provas, ferrada até a raiz dos cabelos. Pelo menos consegui me sair bem. E nem venham reclamar, o número de reviews em comparação com o de leitores foi MUITO baixo, então, já viram, não tão com essa moral toda não u.u



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POV Percy

_ Sua cabeça deve estar um lixo.

Foi a única coisa que Annabeth disse, ali, encostada no batente da porta do meu quarto, ainda usando a roupa da noite anterior. Parecia cansada, e provavelmente, a escuridão embaixo dos seus olhos não era apenas maquiagem borrada, mas também grandes e azuladas olheiras.

_ A sua também. _ respondi, largando o violão e fazendo sinal para que sentasse ao meu lado. Ela sorriu e caminhou até mim, deixando a xícara de café na mesa de cabeceira.

_ Não sabia que tinha acordado...

_ Que horas são? _ perguntei completamente desorientado. Ela sorriu doce, enquanto balançava a cabeça daquele jeito de mãe que repreende o filho quando faz besteira.

_ Cinco da tarde.

_ Nossa...

_ Pois é.

Annabeth ficou em silêncio, estalando os dedos, sentada de pernas cruzadas ao meu lado, em cima da cama. Em conta da posição, o vestido curto estava meio puxado para cima e eu não podia deixar de reparar nas suas coxas torneadas. Mas também em seus olhos meio avermelhados, nos lábios comprimidos e no cabelo caindo de maneira que, emoldurava seu rosto. Eu nunca a vira mais linda.

_ O que você estava tocando?

_ Uma música? _ arrisquei dizer, e ela riu, revirando os olhos.

_ Não diga... Que música, Percy?

_ Qualquer uma aí...

_ Percy, que música? _ ela insistiu.

Abaixei a cabeça, antes de ser ao menos capaz de lhe dizer a verdade. “Trouxa, trouxa, trouxa e covarde”, uma vozinha na minha cabeça repreendia-me.

_ Uma que eu fiz pra Rachel...

_ Ah...

Eu juro que por um milésimo de segundo, sua expressão vacilou. Mas logo um sorriso cheio de dentes tomou conta de seu rosto, e ela ergueu o queixo, embora estalasse os dedos mais nervosamente ainda.

_ Não vai me mostrar?

Dessa vez fui eu que tentei sorrir da mesma maneira.

_ Qualquer dia desses...

_ Vou esperar ansiosamente._ ela disse, pegando novamente sua xícara de café, que provavelmente já estaria frio. Levantou-se e caminhou até a porta, parando novamente no batente, ficando de costas para mim.

_ Minha mãe não está em casa?

_ Pra sua sorte, não, desde ontem à noite.

Com toda a dificuldade do mundo, levantei-me também. Andei cambaleando, tonto, com a cabeça pesando por volta de uma tonelada. Posicionei-me atrás dela, e, desajeitadamente, tentei massagear seus ombros.

_ Você sabe que fez besteira _ repreendeu-me, com a voz quase inaudível.

_ Desculpa _ sussurrei ao pé do seu ouvido. Pude sentir todo seu corpo sendo tomado por um calafrio e seus pelos eriçarem. Sorri.

Annabeth virou-se de frente, encarando-me séria, com aqueles grandes olhos cinza de coruja, no momento, assustadores. Cruzou os braços abaixo do peito e deu um passo para trás, quebrando completamente a nossa proximidade.

_ Não é a mim que você deve pedir desculpas. Mas à sua mãe, à sua namorada e a todas as outras pessoas que se preocuparam com você...

_ E você não se preocupa comigo?

Foi aí que pareci quebrar sua armadura. Todo aquele ar sério e irritado dos seus olhos sumiu, no momento em que piscou atordoada. Deu mais um passo para trás e pôs as mãos na cabeça, como se quisesse ordenar a bagunça que se fazia presente ali.

Eu pensei que ela fosse sorrir, dizer “sim” e me abraçar. Que iríamos viver um restinho de dia lindo e eu negaria que a maldita música era pra Rachel, mas sim para ela. Eu fantasiei toda aquela maldita porcaria romântica e melosa, enquanto ela descia toda a escadaria correndo descalça, estalando os pés na madeira.

_ Annabeth _ corri atrás dela, e a alcancei no momento em que estava com a mão na maçaneta, indo embora. Segurei seu braço com força, e vir-lhe-ei de frente para mim. Nos seus olhos tinham lágrimas. _ Qual o seu problema? _ sussurrei a pergunta e ela me respondeu gritando:

_ O “meu problema”? O meu maldito problema é você, Percy.

Ela me empurrou com uma força que nunca imaginei que uma garota pudesse ter. Cambaleei pra trás, mais atordoado do que nunca. Eu tentava firmar meus pés no chão, mas nem ao menos sentia este abaixo de mim.

_ O que foi que eu fiz? _ as palavras mal saíam da minha boca.

_ O que você fez? _ ela ria e gritava como uma louca _ Você existe, porra, você existe. Você resolveu existir na minha vida e tudo virou uma bagunça maior do que já era...

_ Annabeth _ pela milésima vez naquele pedaço de dia, tentei olhar nos seus olhos. Limpei suas lágrimas enquanto ela respirava ofegante, como se tivesse acabado de correr em uma maratona no meio do deserto. Ou tivesse gritado demais comigo _, se for o melhor pra você, eu prometo, Annabeth, eu prometo que sumo da sua vida...

_ Não _ voltou a gritar, chorando copiosamente. Jogou seus braços ao redor do meu pescoço e me abraçou com força, como se eu pudesse ir embora a qualquer momento e ela não quisesse que isso acontecesse._ É que eu te conheço só há uma semana e, olha pra mim, passei a noite na sua casa porque você ficou bêbado. E por quê? Eu me preocupo com você quando jurei que não ia me preocupar com mais ninguém, porque, as pessoas, Percy, já me machucaram demais.

_ Eu nunca iria te machucar...

_ Mas você já me machuca a partir do momento em que eu sinto essa coisa esquisita por você...

Eu fechei o pequeno espaço que tinha entre nossos rostos. Fui aproximando-me assim, bem de leve. Terminei de enxugar suas lágrimas e coloquei sua franja atrás de sua orelha. Puxei-a para mim, e, no momento em que nossos lábios se tocaram de leve, ela se afastou, dando-me as costas e saindo pela porta.

Meu celular vibrou no meu bolso. Era Rachel.

POV Annabeth

Flashback (quinze horas antes)

Nico estacionou o carro bem em frente à casa de Percy, o exato endereço que havia lhe dado. O mesmo estava deitado no banco de trás, ainda desacordado e com a cabeça apoiada no colo de uma Rachel completamente atordoada e desorientada.

Fizemos um longo silêncio, todos presos em seus próprios pensamentos, com suas próprias expressões e opiniões desgostosas irreconhecíveis na calada da madrugada escura, até uma voz estridente cortar o ar.

_ E agora? _ perguntou Rachel.

Ao meu lado, Nico soltou o ar que provavelmente prendera durante muito tempo, batendo as mãos no volante, provavelmente completamente frustrado.

_ Não faço ideia.

_ Acho que deveríamos levá-lo lá para cima... _ continuou a ruiva.

_ Tudo bem _ foi apenas o que Nico disse, levantando-se de seu lugar e batendo a porta atrás de si. Repeti seu gesto, saindo do banco do carona e vendo-o tentar erguer Percy acima de seu ombro, com ajuda de uma Rachel extremamente desajeitada.

Antes de caminhar até a porta da frente, atrás de Nico, vir-me-ei para trás e estudei-a bem com os olhos. Parecia cansada, atordoada e tomada por uma tremenda mistura de sentimentos, sem ter ideia de como colocá-los em ordem. Quanto a mim? Já estava acostumada com tal situação.

_ Acho que deveria aconselhar seu namorado a não se meter nas malditas apostas dos meninos do time de basquete. Essa de desafiar o novato na equipe a encher a cara e ficar doidão já é bem velha _ disse-lhe, cheia de desdém. Ela riu amarga, antes de me responder:

_ E você acha o que, que eu tenho algum controle sob ele? Se teve uma coisa que aprendi com o seu fracasso, Annabeth, é que ninguém tem controle sob ninguém.

“Ela não vale a pena”, pensei, e dei-lhe as costas correndo até os rapazes, tentando desajeitadamente catar dentro do bolso de Percy as chaves da porta da frente.

Subi as escadas com Nico a minha frente, na casa escura e silenciosa. Assim que achamos o quarto de Percy, tentamos colocá-lo em sua cama o mais confortavelmente possível. Ficamos observando-o, sem dizer nada, na escuridão. Finalmente quebrei o silêncio:

_ Nico, seja lá o que você iria dizer, iria me propor, eu topo.


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Notas finais do capítulo

O capítulo é o menor da fic, mas não tá exatamente "pequeno". Eu gosto bastante dele, tava beeeem inspirada quando escrevi. Acho que consegui esclarecer tudo que tive a intenção, que no capítulo anterior ficou meio confuso. Já viram que as coisas vão ser bem bafônicas daqui pra frente, né? HAUSHAUSHAUSH. Preciso muito da opinião de vcs, mesmo. Já quase não tenho tempo de escrever, quando não tenho inspiração então, é foda.
Já entenderam que quero MUITOS reviews, né? u.u
Beeeeijão =*