Quatro Paredes Brancas E Agonizantes escrita por Adrenaline Earthquake


Capítulo 1
Unic


Notas iniciais do capítulo

Cara, detesto minha mente. Uma hora, ela fica sem imaginação. Outra hora, ela posta DUAS FICS NO MESMO DIA! Ah vá pro inferno ¬¬
Bom, essa é a fic mais tensa que eu já fiz, e olha que eu não sou muito boa pra escrever essas fics assim, ok? É só uma experimentação, se ficou ruim, já sabem porquê.
Bom, enjoy!



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Por culpa sua...

Por culpa sua estou cercado por quatro paredes brancas e agonizantes.

Ah, por que deixaste-me de forma tão cruel? Por que deixaste-me sem pena nenhuma? Não se lembra como enlouqueceu-me com suas palavras doces, seu cheiro, seus movimentos, seus carinhos? Ou nada disso importou a você? Nenhuma das minhas palavras dedicadas a você, nenhuma de nossas noites de amor, nenhuma de nossas risadas, nada disso lhe importou?

Ensandece-me saber que nunca terei respostas para essa pergunta. Primeiro porque duvido que terá vontade de ver-me após tudo o que passamos. Segundo porque, mesmo que tivesse vontade, não faria isso. Conheço seu orgulho que não o deixa se desculpar ou se arrepender de coisa alguma. Lembro-me perfeitamente de como era eu que sempre me desculpava após nossas brigas, mesmo que não fôsse culpa minha, mas eu não me importava. Por você, valia a pena qualquer esforço. Infelizmente, jogaste fora todo o esforço que fiz por ti.

Até agora, tento entender. Não me ama? Enloqueceu como eu? Gostas mesmo daquele outro? Nunca saberei a resposta. Talvez apenas em alguns anos, mas, até lá, não lembrarás mais de mim, suponho.

Lembro-me perfeitamente do dia em que deixaste-me. Acabava de voltar do trabalho, cansado. Pus-me a sua frente, dando-lhe o costumeiro beijo de boas-vindas. Era impressionante como eu te mimava, como eu seguia-te como um cachorrinho segue seu dono.

Retribuístes meu beijo, mas de forma diferente, sem amor algum. Estranhei, mas nada disse. Sentastes no sofá e disse-me que jantaríamos fora aquele dia. Mais uma vez, estranhei, pois sabia que não gostavas de sair. Fui até meu quarto, troquei-me e encontrei-me com você no carro. Você dirigiu como normalmente, mas pude ver a tensão em suas mãos no volante. Tentei tocá-las, mas você se esquivou. Perguntei-lhe se estava tudo bem, mas tudo o que recebi foi um “Não me faça perguntas”. Fiz-me de magoado, você achou que era encenação. Parte disto era, mas parte não era. Realmente havia me machucado por dentro.

Chegamos a um restaurante chique. Enganou-se ao achar que restaurantes caros iriam amenizar minha dor ao perder-te. Sentamo-nos em uma mesa no canto, um pouco afastada de todos. Você se sentou, constrangido. Franzi a testa por esse seu comportamento. Não lhe era comum ficar constrangido. Assim que o garçom chegou, pediu vodka, o que estranhei mais ainda, pois sabia que não gostavas de beber. Pedi uma coca e segurei-lhe a mão. Desta vez, não esquivou-se, mas tencionou os músculos do braço. Perguntei-lhe mais uma vez se estava tudo bem e não recebi resposta. Repeti minha pergunta e disse-me que havia algumas coisas acontecendo em sua vida. Assim que as bebidas chegaram, parastes de falar e tomou uma dose de vodka, aparentemente tentando acalmar os nervos. Tomei timidamente um gole de minha coca, enquanto você enchia seu copo, dose após dose. Ao chegar na metade da garrafa, finalmente parastes de beber e começou a falar.

Lembro-me como suas palavras rasgaram-me o coração. Esta foi a pior dor que já senti em minha vida toda. Porque fizeste-me sofrer tanto? Finalmente entendi por que diziam que o amor machucava.

Aproximou-se de mim e começou a falar que nós já não éramos mais adolescentes apaixonados e que ele tinha uma vida para tocar para frente. Disse que não sabia mais se deveria ficar comigo.

Foi aí que dissestes a pior coisa que poderia ter dito a mim: disse que não sabia mais se me amava ou não.

Esta foi a gota d’água para mim. Lembro como comecei a chorar e lembro-me de como olhou-me sem pena alguma, apenas com aquele olhar frio que lhe era costumeiro quando conhecia alguém pela primeira vez. Senti meu mundo cair, perdi o chão. Não podia ser verdade o que dizia a mim.

Tudo acabou para mim quando caminhastes para fora do restaurante, deixando-me sozinho naquele canto escuro. Pranteei por vários dias, tranquei-me dentro de casa, negando o fato de que tinhas me deixado. Por muitos dias, recusei-me a sair de casa. Mikey fez de tudo para tirar-me de casa, nada aconteceu. Ray tentou me puxar à força, não funcionou. Bob tentou dialogar comigo, desistiu algumas horas depois. Até que desistiram de me tirar de casa.

Só sai de minha residência muitos dias depois. Segundo o que me contaram, parecia-me com um fantasma, de tão pálida que minha pele ficou. Porém, foi um péssimo dia para sair, pois logo encontrei-me com você beijando um garoto loiro de olhos verdes, aparentemente aproveitando cada momento com ele. Aquilo acabou comigo, nunca mais pude ser o mesmo. Porém, o que machucou mais foi ver seu sorriso irônico ao me ver.

Tive vontade de morrer naquela hora. Por que trataste-me como lixo? Fiz-te algo de mal?

Saí correndo de perto de ti e do garoto, voltando a trancar-me em casa.

Passei várias semanas longe de todos, até que Mikey, em uma desesperada tentativa de tirar-me de casa, entrou em meu quarto. Foi o pior erro de sua vida, pois sei que traumatizei-o pelo resto de sua vida. Ver-me naquele estado só pode ter machucado meu irmão menor, deixando-lhe uma marca que jamais sairá de sua mente e de seu coração.

Lembro que comecei a acusá-lo de coisas loucas, de discutir com pessoas que nem existiam. Lembro-me das garrafas de álcool jogadas em direção ao meu irmão, de dizer que via-te em todos os cantos da casa, de dizer que todos estavam contra mim. Tantas palavras sem sentido jogadas ao ar, neste dia foram jogadas na cara de Mikey. Nunca conseguirei me desculpar propriamente com ele por todas as palavras, todos os objetos jogados, todas as acusações. Não acho que ele me perdoará, não acho que ninguém me perdoará.

Só quero que saiba, meu amor eterno, que, apesar de nossas brigas, discussões e apesar de nosso término gélido...

... Eu lhe perdôo. Sei que não é muito, mas eu lhe perdôo.

Peço-lhe que, um dia, me perdoe como eu lhe perdoei. Não sei o que fiz, mas magoar-lhe tanto a ponto de que tenha que se separar de mim nunca fui meu objetivo e nunca será.

Durante esses anos que passei neste manicômio, fiz uma promessa a mim mesmo: Só sairia daqui quando tivesse certeza de que você tivesse me perdoado.

Enquanto não me perdoa, continuarei vivendo aqui por culpa sua.

Continuarei vivendo neste cômodo claro por culpa sua.

Sim...

Por culpa sua estou cercado por quatro paredes brancas e agonizantes.


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Notas finais do capítulo

Er... *se joga da ponte* Ficou meio tosco/brega, eu acho. Mas isso é só a minha opinião.
Espero que tenha ficado bom *cara fofa*
Essa fic é o meu bebê, porque é a primeira vez que eu escrevo darkfic u.u
Well...
Até a próxima! *---------------*