Lua Cheia escrita por Akyra Briefs


Capítulo 3
2. Presente




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Capitulo dois

 

Presente

 

Já passava do meio-dia quando chegamos á casa vítrea de três andares dos Cullen. A porta de vidro inatacável encontrava-se a uma pequena distância, tão pequena, que meu coração acelerou dentro do meu peito, ao mesmo tempo que minhas pernas pareciam querer falsear a cada passo incerto que dava diante da terra húmida. Por mais que as paredes fossem substituídas por um vidro transparente, eu não ousei levantar meus olhos para verificar o que se passava no interior da casa. E o que mais me inquietava era que, lá dentro, tudo parecia estar tão silencioso – minha audição apurada não conseguia captar qualquer movimento -, tão quieto, que aumentou minha ansiedade e perspectiva em pensar no que me esperava do outro lado da porta.


Foi Edward quem tomou a liberdade de a abrir, com sua extrema delicadeza.

 

Na deslocação rápida da porta, meus olhos identificaram logo a figura serena e solitária de Jake, encostado à desmedida parede da sala, com suas mãos cruzada á altura do peito. Os seus olhos escuros, cintilantes, rapidamente se viraram na minha dilecção, enquanto uma linha curva bem desenhada se formava sobre seus lábios, tão afável, que me fez avançar apressadamente na sua direcção, sem prestar atenção nas pessoas que se estavam presentes naquela sala.

 

-Jake. – proferi com um resfolegar.

 

A única coisa que consegui captar naquele momento, foi o som da porta bater atrás de mim, antes de Jacob desencostar-se da parede e descruzar suas mãos, para logo me puxar gentilmente para perto de si, num caloroso e apertado abraço. Apesar dele ser mais alto do que eu – quase uns sessenta centímetros -, eu consegui mergulhar a cabeça sobre a sua fina camisa azul, sentindo o meu cheiro favorito a menta entrar demoradamente pelas minhas narinas dilatadas. Jacob afastou-se um pouco e chegou sua boca perto do meu rosto, depositando em minha face corada um prolongado e carinhoso beijo, para logo a seguir murmurar num tom rouco:

 

-Feliz aniversário.

 

-Obrigada! – agradeci, com um largo sorriso a bailar-me timidamente nos lábios.

 

-Hey Bells, Edward. – Ele fez um aceno para os cumprimentar e depois fixou os seus olhos nos meus, o que me levou a vibrar involuntariamente, como sempre acontecia. - Não vai cumprimentar os convidados? – sugeriu-me com uma menção de cabeça em direcção ao outro canto da sala.

 

Ligeiramente embaraçada pela minha falta de hospitalidade, olhei envolta para me situar entre as pessoas ao meu redor. A decoração extravagante e ao estilo de Alice, estava presente naquela sala. Como era habitual, junto do piano de meu pai - repleto agora de prendas – encontrava-se uma grandiosa mesa, com uma toalha branca bem elaborada a deslizar até ao chão, que suspendia um bolo de aniversário de chocolate, juntamente com alguns aperitivos e sumos, e ao seu lado, havia vários pratos e copos de cristal – Alice e seus sumptuosos exageros.

 

Todos já se encontravam á volta da mesa oval e, ao repararem que eu os fitava de forma suspensa, proferiam um sonoro: “feliz aniversário”, que acabou por entoar na ampla sala. Eu não me consegui mexer. Não consegui sequer proferir um “obrigada” como sempre fazia. Limitei-me apenas a observar as feições de cada um dos convidados.

 

Charlie e Sue, com suas expressões joviais, permaneciam no canto esquerdo da mesa, perto de meus pais. Resplandeci de alegria ao ver que meu avô Charlie estava ali – mesmo que no fundo do seu ser, ele supusesse sobre a verdade de nossa espécie. Contudo, como ele mesmo dizia: “ Prefiro não saber dos pormenores” ou então: “Não quero saber”. Adorava retribuir-lhe todo aquele amor incondicional, que ele nutria por mim, ao poder lhe confirmar as suas suspeitas. Dizer com todas as letras: “Avô, o sangue que corre em suas veias, corre nas minhas também”, mesmo que isso não fosse novidade para Charlie. Cada vez que estava com ele, a verdade estalava debaixo da minha língua, embora tivesse jurado a meus pais que nunca lhe contaria, até haver uma razão verdadeiramente forte para tal.

 

O olhar repreensivo de Edward chamou-me á razão, o que me fez fazer um esgar de desagrado.

 

Mais cedo ou mais tarde ele vai ter que saber” repliquei de forma ameaçadora. Ele assentiu de um jeito calmo e discreto.

 

Imaginei como devia ser complicado para Sue guardar aquele “segredo”, para o homem com quem ela jurou ser fiel e compartilhar o resto de seus dias. Suspirei, desculpando-me mentalmente por ela ter de carregar aquele pequeno fardo, que não era dela.

 

Continuei, então, com a minha reservada analise, encontrando Carlisle e Esme – com seus belos cabelos cor de caramelo amarrados no cimo da nuca, exibindo seu belo rosto em forma de coração - a ocuparem o centro da mesa, ao lado da deslumbrante Rosalie e do sempre forte e corpulento Emmett, que me piscou o olho, mal meu olhar observador recaiu sobre ele. No canto direito da mesa, Alice e Jasper - de mãos dadas -, olhavam para mim com um sorriso aberto, mostrando seus dentes afiados levemente cintilantes. Por fim, Leah, Seth – que me acenou freneticamente com a mão -, Bill, Quil, Embry, Sam e Emily - agora casados e pais de Lyuba, uma linda menina de 3 anos -, permaneciam atrás da minha família.

 

Sentia-me como se tivesse sido sugada para dentro de um belo quadro, forjado por um pintor amador, e vagueasse livremente por ele, sem tempo limite para voltar ao meu mundo real. Não havia nada mais perfeito do que ver minha incomum família junta -Vampiros, Humanos e Lobisomens - num ambiente de harmonia e pacificação, tal como nas festas de Billy, nas quais me faziam sentir completamente humana.

 

Que mais eu poderia pedir?

 

Foi então que duas mãos quentes e aconchegantes repousaram sobre meus ombros hirtos, e me incentivaram a mover-me até á elaborada mesa, para ser recebida por aquela a maré de mãos, que me esperavam para abraçar ou acariciar. Jake sabia o quanto eu detestava ser o centro das atenções, por isso sempre que podia, mantinha-se ao meu lado para me amparar desse sufoco.

 

Alice foi a mais aligeirada. Largou a mão de Jasper - para não o arrastar simultaneamente com ela -, e abraçou-me com regozijo, como se eu ainda fosse aquela criança de colo, mimada por todos á minha volta, o que me constrangeu por breves instantes. O brilho incessante das suas íris, demonstravam a ansiedade que eu bem conhecia: hora de abrir os presentes! Rodei os olhos, enquanto a sonora gargalhada de Edward ecoava melodiosamente em meu ouvido.

 

-Como você conhece tão bem sua tia!

 

-Velhos hábitos não mudam, não é mesmo? – retruquei com um irreflectido sorriso.

 

-Alice, deixe-me abraçar minha neta – proferiu uma altiva e exuberante voz atrás de minha tia, que por graças, não teve tempo de me puxar em direcção ao piano para me fazer abrir os presentes.

 

Charlie colocou seus braços envoltos sobre meu pescoço, e me deu um abraço reconfortante, que retribui sem hesitar. Como era costume, o cheiro agradável de Charlie invadiu o meu olfacto sem rodeios, inquietando minha garganta seca. Minha – e sorte dele - é que eu já adquiria o controle desse golpe de desejo, e facilmente conseguia ignorar tanto a dor como a sede. Era isso que me levava a pensar: “Se com um único humano, minha garganta ficava inquieta, como ela ficaria, caso me visse rodeada de vários humanos? Será que viraria aquela aberração que me torno, quando estou a caçar?”. Automaticamente, em minha mente, uma imagem tão real e palpável de uma multidão de humanos a passear sossegadamente numa rua, com o cheiro apelativo do sangue quente a pulsar em suas veias, fez-me morder a pele tenaz do meu lábio e encarar Charlie, tensa.

 

-Você está bem, querida? – O rosto robusto de Charlie tinha sido invadido por um semblante preocupado.

 

Não tive tempo sequer de experimentar a sensação do pânico apoderar-se de mim, pois, no segundo seguinte, uma serenidade invadiu o meu ser. Além de Edward já residir ao meu lado, afagando com ternura meus cabelos, para que eu quebrasse a atenção daquelas imagem pavorosa, Jasper tocava-me levemente no ombro direito. Esse contacto físico pareceu intensificar a sua influência tranquilizadora. Um suspiro de alívio trespassou meus lábios, ao repara que a situação tinha passado alheia á visão dos restantes.

 

A testa de Edward se mantinha enrugada com uma ténue linha de sobreaviso, na altura em que nossos olhos se encontram naquela curta extensão, porém, tratei logo de baixar o rosto, como fazia sempre que me sentia envergonhada.

 

-Estou óptima. – assegurei, erguendo a cabeça com um sorriso contrafeito. “Desculpe pai!”

 

-Não se desculpe meu anjo, você é forte o suficiente para ignorar isso - murmurou a voz baixa e forçada de Edward, para que só eu ouvisse, e então sua expressão afrouxou. – Agora aproveite sua festa. Sua tia Rose está ansiosa por falar com você. E se prepare, pois Alice não a vai deixar em paz.

 

-Isso é o que faz ser a menina dos olhos desta família, vá se habituando – completou Charlie com uma careta, ainda confuso com o que se tinha passado.

 

Depois de ter estado com Rose e Emmett, que não perdeu tempo em lançar uma piada sobre meu tamanho - recebendo de seguida uma cotovelada certeira de Rose -, cantamos os parabéns.

 

-Desta vez sopre com pouca força - relembrou a voz melodiosa de minha mãe, atrás de mim.

 

O canto de meu lábio se elevou manhosamente ao recordar o meu último aniversário, no preciso momento em que soprei a fogosa chama da vela, e não controlei a força do ar necessário para apagá-la. A elaborada camada de natas do bolo, que Esme tinha feito com tanto carinho, foi directa para o rosto indignado de Leah, que me fulminou com os olhos escuros, ao alegar, furiosa, que eu tinha feito de propósito.

 

Soprei então com cuidado – vi Emmett ficar decepcionado pelo meu controle – para logo Esme cortar o bolo em fatias plenamente simétricas, e servi-las a todos, embora fosse óbvio que os oito vampiros não a fossem comer. A única que se limitou a dar uma pequena dentada foi Bella, já que Charlie a tinha em maior atenção, desde que Jacob lhe tinha contado meia verdade sobre a nossa espécie.

 

Nos últimos anos, quando se deparava na presença de Charlie, Bella fazia os possíveis para se parecer com uma humana desastrada – como ela sempre fora -, com seus movimentos cuidadosos, para que estes não alertasse Charlie da sua mudança, apesar de ele desconfiar de suas condições “especiais”. Porém, a única característica de vampira do qual ela se orgulhava, e que não voltou a encobrir com aquelas esferas cor de marrom, foi o tom líquido de topázio que suas íris tinham adquirido ao longo dos tempos.

 

-Hora de abrir os presentes. – Alice agarrou-me no braço e praticamente arrastou-me até ao piano. Sem me aperceber, o prato quase vazio que sustentava em minhas mãos, rapidamente foi substituído por um embrulho quadrado. – Esta é a prenda dos seus pais! E o meu é a sequência desse.

 

-Até estou para ver o que é. – o sarcasmo inundou o meu cauteloso tom e, num movimento rápido, abri o presente. Deparei-me com uma caixa mediana, com a ilustração de uma máquina fotográfica digital. – Uau, obrigada! – foi o que o meu entusiasmo conseguiu declarar.

 

Os meus pais fitava-me com pura curiosidade – com certeza á espera de mais alguma reacção de minha parte -, na medida em que um sorriso aberto se esboçou em seus lábios rubicundos. O silêncio tomava agora conta daquela extensa sala. O único som audível era a movimentação de um grupo de pulmões se movendo mais rápido do que outros, além de dez corações palpitarem de forma impaciente. Foi então que me apercebi…meus pais não eram os únicos a prestar atenção a cada movimento ou expressão apresentados por mim, levando-me a corar vigorosamente.

 

-Tem aí um cabo que dá para você passar as fotos directamente para o seu portátil – anunciou Edward ao apertar Bella contra seu corpo, envolvendo seu rosto nos cabelos dela.

 

-Sempre é mais prático.

 

-Agora é a vez da minha e a do Jasper. – Tratando-se de um presente de Alice, eu simplesmente estremecia só de pensar no que me aguardava.

 

Novamente, um embrulho bem preparado foi colocado nas minhas mãos por Alice, que demonstrava mais ansiedade do que eu. Este era um pouco mais leve do que o anterior, e longo. Abri-o sem hesitar, puxando a fita rosa que o prendia. Por fim, um livro, ou melhor, um álbum de fotografias colorido, felpudo e macio regia em minhas mãos.

 

-Como sua tia já sabia o que seus pais iam te oferecer, ela achou engraçado comprar um álbum para você guardar suas fotos.

 

-Adorei.

 

-Está parecendo o meu aniversário de á seis anos atrás – recordou minha mãe, fazendo Alice e Charlie rirem descontraídos, e Jasper coçar a cabeça, meio envergonhado.

 

-Sim Jasper, ela já te perdoou por esse incidente! – retribuiu Edward á pergunta silenciosa de Jasper, que suspirou com um sorriso sem graça.

 

-Tenho certeza que a minha prenda é a melhor de todas. – a voz sonora e preenchida de Emmett provava a convicção de sua afirmação, enquanto avançava com passadas largas.

 

Eu pousei a caixa quadrada e o álbum na mesa, e recebi o tão esperado presente de Emmett. O embrulho era mole e grande, o que aguçou ainda mais a minha curiosidade. Se uma prenda de Alice me fazia enriçavam os pêlos da nuca, os de Emmett me arrepiavam por completo. A minha mão rasgou o papel azul, até meus olhos identificarem um chapéu no cimo de um suposto equipamento de Basebol.

 

-Como seu treinador pessoal, comunico que você está oficialmente convocada para entrar na equipe de Basebol dos Cullen. – Ele pegou animadamente no chapéu de pala dura e enterrou-o em minha cabeça.

 

-É simplesmente perfeito.

 

Para minha grande surpresa – o meu queixo caído denunciava isso -, eu adorei a ideia de finalmente poder participar na equipa. Desde que nascera, e crescera de modo quase desmedido, que nunca me deixaram integrar na equipa, a não ser com a condição de estar meramente preparada para tal. Por isso, Emmett vinha-me ensinando algumas técnicas – diga-se de passagem que a única coisa que aprendi foram apenas técnicas de trapacear -, e as regras mais importantes do Basebol, para eu aplicar no meu primeiro jogo com a família.

 

Por incrível que pareça, eu já me via dentro daquele equipamento azul e de riscas brancas, com um distintivo triangular dourado, que projectava um elaborado C vermelho no canto superior esquerdo da camisola, pronto a ser manchado pela lama pegajenta do regaço do descomunal campo Olímpico dos Cullen, ou pelo musgo drapejante das bordas da floresta ao redor. O entusiasmo de meu rosto ausentar-se de ímpeto ao reparar no semblante incomodado de Jake. Ele parecia o único a quem essa ideia não comprazeu, e fazia questão em não ocultar esse desagradado, cruzando os braços para evidenciar sua reprovação. *

 

-Eu não sei se é uma boa ideia - olhei de relance para seu rosto franzido de apreensão, confusa - Ness ainda se pode machucar…

 

-Renesmee ou Nessie, por favor – bufou Bella. Ela sempre mostrava desagrado ao apelido que Jacob tinha me dado, embora eu adorasse.

 

-Não se preocupe Jacob, Renesmee tem uma pele resistente e impenetrável, não se magoa com tanta facilidade, posso lhe garantir – antecipou-se Carlisle calmamente, numa entoação pacificadora.

 

-Além do mais, se você quiser, eu posso te ensinar umas coisinhas sobre Basebol, para você poder entrar na equipa Cullen. – Emmett ascendia e descendia suas sobrancelhas para Jacob, que bafejou, tentado.

 

-Você endoideceu? – Rose fitava Emmett com lívida incredulidade. - Era o que mais me faltava ter o cachorro de estimação da família jogando connosco. – sibilou, encarando Jake com desprezo.

 

-Por favor tia, hoje não – implorei ao rodar os olhos.

 

-Hey, alguém aqui sabe porque é que as loiras gostam de BMW? – os olhos de Jake estreitavam numa linha de provocação. Ninguém respondeu á questão, mas Edward ecoo uma gargalhada inesperada.

 

-Não, essa ela também não conhece.

 

-Óptimo. Porque o BMW é a única marca de carros que elas conseguem soletrar. - Rosalie virou a cabeça lentamente, e seus olhos estavam faiscando feito labaredas de um vulcão prestes a entrar em erupção.

 

Em seguida se ouviu a estrondosa gargalhada de Emmett, contagiando o resto dos convidados, enquanto ele pousava a mão no ombro dela.

 

-Temos de admitir querida, esta foi muito boa – Rose apenas sacudiu a mão dele, dando-lhe costas.

 

A entrega dos restantes presentes foi algo que eu pude definir como alvoroçado. Eles tanto eram colocados em minhas mãos como, no segundo seguinte, desapareciam, sendo substituídos por um novo embrulho. Essa era a magia da Alice. Eu adorei praticamente todos, mesmo a deliciosa caixa de chocolates, confeccionados por Emily, ou até mesmo do casaco de malha preto, comprido, feito pela doce Sue – que foi o último presente que recebi.

 

Finalizados os últimos minutos, contados pelo suspense dessa entrega, a sala foi inundada por um fragor de conversas paralelas entre cada um, das quais eu permaneci completamente alheia, enquanto encimava o casaco de Sue em cima do da minha mãe. Não queria dar sinais, mas meu rosto era consumido pela exaustão do longo dia que ainda me restava.

Uma mão grande e áspera segurou delicadamente na minha, e me impeliu para longe daquela multidão. Eu não neguei tal deslocação, muito pelo contrário, deixei me guiar lentamente pelo meu condutor, até tombar desajeitada no sofá. Jacob sentou-se de seguida, com seu largo sorriso, e me puxou para perto dele, envolvendo seu braço ao redor dos meus ombros. Eu me recolhi neles, pronta para receber o calor de seu peito pujante.

 

-Obrigada por me tirar dali – murmurei – Confesso que já estava um pouco cansada.

 

-Seu jeito de torcer o nariz alertou-me disso.

 

-Uau, como eu sou transparente. - Um misto de escárnio e ironia escapou de meus lábios.

 

A facilidade com que minhas expressões corporais me traíam era visível a olhos bem observadores. Era como eu fosse previsível para todos, mesmo sem precisar de tocar no rosto de alguém para verem o que estava pensando, no preciso momento em que me expressava fisicamente.

 

-Você já foi mais! – Ele baixou o rosto, e seus olhos profundos e insatisfeitos, atravessaram os meus.

 

“Estará ele se referindo ao fato de eu já não lhe transmitir meus pensamentos?” Essa reflexão fez com que um nervoso miudinho aflorasse em minha pele e me bloqueasse automaticamente o movimento dos músculos. Ao perceber essa minha reacção retesada, Jake desceu suavemente seu longo dedo pelo meu ombro até alcançar minha mão e fechá-la em volta da sua.

 

-Sei que não é o momento mais apropriado, mas você quer ir dar uma volta? – O convite dele foi proferido num modo ponderado.

 

A minha mente parou de raciocinar naquele minuto. Como eu poderia dizer não ao dono daquela voz roucamente perfeita?

 

-Quer dizer, será que Edward te deixaria ir? – Os olhos de Edward perfuravam a multidão á sua volta, para fitar estreitamente Jacob, que o encarou de volta. – É, parece que não. – a voz dele vacilou de desanimo.

 

De repente, havia um sorriso enviesado estampado nos lábios de meu pai, que anuiu. Eu enruguei as sobrancelhas, surpresa.

 

-Parece que aquilo é um sim.

 

Confesso que era difícil liderar com o senso paternal de Edward, que por vezes se transformava em algo um pouco possessivo, tutelar e conservador – talvez devido á época em que nascera, ou por eu simplesmente ser sua única filha com Bella -, e quando o assunto era: “caminhadas com Jacob”, ele permanecia de pé atrás, deixando-se depois convencer por Bella em aprová-las. Eu sabia que ele fazia um enorme esforço para ser liberal comigo, mas quando se tinha uma filha quase madura, e um lobisomem sempre a rondá-la, o empenho regido era rapidamente dissipado. Por mais que a amizade de meu pai e Jacob tivesse se amplificado, depois da invasão dos Volturi, Edward não conseguia aceitar muito bem a impressão de Jake por mim, e o lobisomem parecia não querer ajudar muito nesse ponto, visto que adorava provocá-lo com seus pensamentos.

 

Já Bella tinha aprendido a lidar com essa situação, afinal de contas, ela quase me havia confiado a Jake, na altura em que parecia não haver mais esperanças de escaparmos com vida daquele inevitável encontro com os Volturi.

 

-Que tal se a gente saísse sorrateiramente. – Aquela era uma sugestão bem tentadora.

 

Entortei significativamente o pescoço e olhei por cima de meu ombro, direta á porta de vidro a nossa direita. Ela era apenas um despropositado detalhe para a realização da nossa retirada. Logo desviei minha atenção para fitar o rosto moreno á minha frente, que ergueu um dos cantos da boca, como se soubesse o que eu estava planejando fazer naquele momento. É claro que Jake ia querer quebrar as regras. Afinal de contas, ele era Jacob Black, o meu lobo rebelde.

 

-O último a chegar ao riacho fica com a presa mais pequena da próxima caça.

 

Num aceno claro, e sem cerimónias, levantamo-nos, ao reparar que ninguém prestava atenção a nós. Corremos até á porta, onde Jacob abriu-a gentilmente, dando-me uma larga vantagem para me adiantar. Sair da sala dos Cullen não foi propriamente a fuga mais clandestina imaginável, principalmente quando se habita com oito vampiros de instintos bem apurados. Mas eu não conseguia disfarçar a alegria de me ver longe daquela festa, junto com Jacob.

 

Saltei as escadas de mármore num pequeno pulo, e num passo acelerado entrei na floresta nívea. Sustentei então a respiração, num breve resfolegar, para logo dar corda às minhas pernas, antes dele me alcançar. A grama húmida parecia solidificar meus tênis, á medida que avançava, e meus cabelos esvoaçavam livremente em frente ao meu rosto lívido. Isso sem dúvida, poderia ser uma desmesurada dificuldade para fazer qualquer humana desistir de tal loucura. Porém a adrenalina daquele momento me excitava, queimava fogosamente em meu sangue. Os estímulos para essa agitação vinham do barulho da respiração descompassada atrás de mim, tal como as passadas contra a neve macia, facultadas por uma corrida irregular e apressada. Cada vez mais próximo. Deixei o meu riso exultante e infantil escapar pela minha garganta, inundando o ar á nossa volta, enquanto eu dançava juntamente com o vento proporcionado pela minha corrida.

 

Agora as árvores não passavam de meros obstáculos, na minha fuga contra o único predador que eu adoraria ser caça. Esse pensamento me fez abrandar involuntariamente o passo. Minha atenção prendia-se agora única e exclusivamente ao cheiro a menta, que se infundia vivamente com os outros odores florestais, e que minhas narinas captavam no ar fragoso. Eu queria que ele me apanhasse, desejava ardentemente por isso.

 

O labirinto de árvores foi reduzindo de forma drástica até dar lugar a uma mancha verde coberta de neve, que dava acesso ao riacho. Precisei de me focar melhor naquele espaço, ao sentir um vulto veloz ocupar a minha lateral. Avistá-lo ao meu lado, fez atenuar qualquer outro pensamento da minha mente. Fui caça, pensei ao vê-lo estender a mão para eu alcançá-la. Jake sorria vitorioso, com suas sobrancelhas levantadas, sinal evidente de minha derrota. Sem hesitar, segurei a mão dele e retribui-lhe aquele irresistível sorriso, com um ardiloso, antes de me lançar para a grama alagadiça, levando-o juntamente comigo, enquanto embolávamo-nos até ao pé do riacho.

 

O marulhar de uma leve correnteza, alertou-me. Meus olhos se abriram de repente, na altura em que nossos corpos pararam perto da margem.

 

Num ato impensado, eu rodei meu pescoço calmamente para a esquerda. Contudo logo me arrependi. Duas pedras cintilantes, cor de azeviche, me fitavam com profundidade, tentando verificar se estava tudo bem comigo. Contive o meu semblante firme, esperando o ágil movimento de seus olhos para o lado oposto do meu, enquanto um calor inexplicável inundava minhas bochechas pálidas, ruborizando-as. No entanto, os nossos olhares mantiveram-se fixos um no outro e o silêncio intensificou-se incomodamente. Moroso, ele levou as pontas de seus dedos á minha face rosada e acariciou-a com suavidade. Senti um laivo de electricidade impregnar aquele curto espaço que nos separava. “Como ele pode ter este efeito sobre mim?”

 

Não sei quanto tempo ficamos ali deitados, sem nos movermos. No entanto, permanecemos ali o tempo suficiente para controlar as batidas irregulares do meu coração, ao passo que um desejo aguçado de saber o que ele pensava, me assaltava a mente - era nestes momentos que eu simplesmente invejava Leah. Não conseguia reflectir direito sobre mais nada, além do fato dele continuar com a sua mão quente pousada sobre minha bochecha.

 

Então, ele quebrou o contacto, erguendo-se bem devagar, oferecendo-se de seguida para me ajudar a levantar. Durante o momento em que sacudia a erva retesada presa no casaco, ele passou a mão pelos cabelos, com um sorriso embaraçado.

 

-Nessie, eu ainda não te dei o meu presente – afirmou ao levar a outra mão ao bolso das calças, á medida que eu arregalava os olhos.

 

Jake segurava agora um cubinho achatado, que parecia minúscula em sua mão. Inspirei fundo na altura em que ele o esticou na minha direcção. Cuidadosamente peguei no pequeno embrulho, ainda encarando Jake. Eu devia estar a vibrar por dentro, ao mesmo tempo que se fazia luz na minha cabeça. Foi por isso que Edward tinha dado permissão para Jacob me trazer até aqui. Ele tinha planejado me fazer uma surpresa. Essa conclusão me levou a baixar o olhar surpreso para o embrulho. Sem hesitar, eu rasguei o papel, e deparei com uma caixinha de camurça, que abri de imediato. Meu coração deu um pulo ao reparar no conteúdo do interior. Um pingente – entalhado por ele – com uma corrente de prata, repousava lá dentro.

 

-Mas…como…ah, como você…quer dizer…- balbuciava, tropeçando nas palavras, sem saber ao certo o que proferir para expressar o que realmente queria.

 

Como ele poderia ter adivinhado?” Eu tirei a bijutaria da caixa. O Yin, uma das peças que eu usara para comparar a minha ligação com Jacob, estava agora na minha mão, por incrível que parecesse. Engoli em seco, atónita. Por fim, revirei os olhos na direcção de Jacob. Debaixo de um semblante constrangido, ele demonstrava-se um pouco confuso com a minha inesperada reacção.

 

-Não gostou? – interrogou, parecendo frustrado.

 

-Não é isso, é que…- eu soltei o ar vagarosamente. – Como você sabia que eu… que eu gosto deste símbolo?

 

Omitir algo, com certeza não seria tão correcto como mentir, mas eu não podia contar-lhe a verdade sobre aquele pequeno objecto. Além do mais, eu tinha de colocar minhas ideias em ordem. De saber como ele tinha conhecimento daquele símbolo. Aquilo não podia ser só mera coincidência. A histeria agora tomava conta de mim, embora respirasse pausadamente para não patentear.

 

Num movimento delicado, ele pegou no fio prateado, e automaticamente, virei lhe minhas costas. Aparei meus longos cabelos, colocando-os à frente do pescoço, no tempo em que ele tomava a liberdade de chegar mais perto de mim. Sentia o calor de seu peito emanar rumo às minhas costas, o que me levou a morder o lábio inferior. Vi de relance os seus braços realçarem no meu pescoço, ligados pelo fio, e logo a seguir, o barulho do gancho a ser fechado. O pingente caiu então sobre meu peito, junto ao medalhão que Bella me tinha oferecido no Natal de á cinco anos atrás.

 

Mantive-me quieta, estremecendo apenas com cada sensação provocada pelas suas mãos, que se pousaram em meus ombros, para me virarem na sua direcção. Ficamos bem próximos, á medida que meus olhos recaíam cautelosamente para a abertura da sua camisa, reparando que ele também possuía um fio prateado que lhe deslizava pelo peito firme abaixo – algo que eu ainda não tinha notado. Certamente ele possuía o Yang.

 

O silêncio dele era quase mortífero para mim, e meus olhos buscavam desesperadamente nos dele a resposta que eu estava prestes a implorar.

 

-Ouvi dizer que o Yin – apontou para o meu pingente, o olhar intenso. – Representava o feminino, o noturno e o frio.

 

-Enquanto o Yang... – trémula, levei minha mão ao pingente dele -  Afigura o masculino, o luminoso e o quente - minha voz falseou na ultima palavra. 

 

-Exacto. – Inconscientemente, encaixamos nossas peças numa só. – Ambas se completam e se equilibram perfeitamente.

 

-Uma filosofia interessante…- fui intercalada por um sussurro baixo dele:

 

-Vi isso em seus pensamentos, antes de você deixar de me tocar no rosto.

 

A menção a esse episódio fez com que meu corpo enrijecesse como uma pedra rochosa. Um par de mãos extraordinariamente quentes seguraram meu rosto, fazendo com que fosse impossível afastar meu olhar do dele. Eu podia sentir minhas bochechas queimando, não pelo seu toque, mas pela vergonha.

 

-Eu nunca ousei perguntar, mas sempre tive curiosidade em saber o porquê de você ter quebrado essa ligação comigo. – Novamente aquela amargura em suas azeviches.

 

O que devia eu responder? “Jake, eu não voltei a transmitir-lhe meus indistintos pensamentos, porque não quero que você saiba que estou apaixonada por você.” Não! Não podia fazer isso. Eu ainda não estava preparada para assistir de camarote a mudança literal da nossa relação, por causa de um sentimento infantil, muito menos estava pronta para apreciar a reacção horrorizada tomar conta de suas feições. Preferia continuar a mentir sobre esse assunto, e compartilhar a função de melhor amiga, ou talvez o de irmã mais nova, do que perder esse afecto todo.

 

Desenvencilhei-me de forma discreta das suas grandes mãos, e dei um passo para trás, ainda assombrada com o rumo que aquela conversa estava tomando. Porém, algo com que não contava, aconteceu de ímpeto. Ainda consegui apreciar o choque se apossar das feições de Jake, e de vê-lo estender os braços para tentar me agarrar, antes de um grito forçado escapou-me pelos lábios, na altura em que senti uma fina parede de gelo ser quebrada por minhas costas. Senti o meu fôlego ser saqueado por algo imperceptível e líquido, enquanto submergia nas águas gélidas do riacho. Eu podia muito bem ir facilmente até á superfície, mas o frio daquela água paralisava-me. Um pânico sufocante se apoderou de cada parte de meu corpo retesado pelo gelo, entorpecendo-me os músculos trémulos. Os instintos humanos rugiram agora em meu peito mortificado, fazendo-me sucumbir a sensações inexplicáveis, que eu nunca julguei vir a sentir. Queria gritar até ficar sem voz, mover meus membros freneticamente, além de meus pulmões ansiarem por ar, mas o meu corpo não me obedecia. Era como se ele não me pertencesse mais.

Parei de lutar e permaneci estática durante alguns segundos imprecisos, de olhos fechados, sem tentar me debater. A sensação de desespero dava agora lugar a uma inexplicável tranquilidade, que me mantinha imóvel naquela minha prisão invisível. Soltei o ar que ainda regia em meus pulmões doloridos e permiti que a água fosse lentamente absorvida pela fenda de minha boca.

 

“Jake” a sua figura corpulenta preencheu a minha mente, quando consegui mover dificultosamente meu braço até agarrar o pingente que ele me tinha oferecido á bem pouco tempo.

 

Uma onda abrasadora de calor absorveu o frio á minha volta. Ela se envolveu possessivamente em torno de minha cintura, e me segurou com uma cuidadosa força. Abri os olhos bem devagar, meia desorientada, e nada vi além do peito moreno e nu de Jacob. Como se acordasse de um pesadelo, um novo jato de medo abalou-se sobre mim, e instintivamente abracei-o de volta, procurando a segurança que ele me oferecia. Com pouco esforço, ele nos levou até á superfície pardacenta, onde eu cuspi a água dentro de minha boca e resfolguei desesperada, em buscar do ar frio que tocava suave em meu rosto.

 

-Nessie! – clamou, com um padecimento patente na sua voz. – Você está bem?

 

Eu não ousei encará-lo directamente, apenas consegui me focar no jeito preocupado com que ele mexia seus lábios trémulos. A minha mente ainda estava meia desorientada para poder articular uma frase coerente, por isso afirmei com a cabeça, para não preocupá-lo mais.

 

-Droga Nessie, essa sua herança desastrada vai acabar rapidamente comigo. – O seu tom estava agora alterado e descontrolado, cheio de apreensão. Passou-me a mão pelo rosto ensopado, afastando os cabelos molhados que grudavam á frente dos olhos.

 

-Desculpe – sussurrei por fim, baixinho.

 

Jacob soltou um suspiro de alívio ao escutar o pequeno som sair da minha boca, e me levou novamente de encontro ao seu peito cálido, apertando-me com uma súbita urgência, entre seus braços. O sangue borbulhava em minhas veias a uma presteza surpreendente, deixando-me ainda mais zonza do que já me encontrava, á medida que lhe retribuía aquele abraço. Ergui então a cabeça e, por breves segundos, nos entreolhamos. Nossos olhares fixavam-se um no outro, como imãs em perfeita harmonia, e foi aí que eu vi o protótipo de presente que eu adoraria ter ganho hoje. Um presente simples, eternamente memorável e bem proveitoso. Agora tremia por completo, não de frio, mas por meu coração reagir aquele pensamento, batendo de uma forma quase descontrolada. Conduzi o meu dedo até á sua testa molhada, onde o deslizei com delicadeza até ao encontro de seus lábios crispados, e vacilei, como se tivesse tomado um choque eléctrico.

 

A insanidade era mais óbvia que a lucidez. Os instintos humanos ainda pareciam rugir dentro de mim.

 

Sem ele contar, aproximei-me, mordendo o lábio inferior. Quando nossos rostos estavam demasiado perto, e podíamos escutar nossas respirações desreguladas, eu hesitei, considerando se aquilo era o certo. Pura insanidade. Desejo infantil de uma adolescente perdida de amores. Era como eu podia descrever aquilo que pulsava em meu peito arfante. Eu lutava remotamente para não evidenciar o conflito de minha mente, todavia meus olhos turvos reflectiam toda a minha ânsia. Meu rubor parecia não afectar na decisão. Ele está á minha mercê. Desejava provar os seus lábios quentes, mesmo que o preço a pagar fosse a denúncia dos meus sentimentos. Suspirei angustiada. Talvez ele avaliasse o meu gesto como uma forma de agradecimento, por me ter salvo.

Ganhei então coragem para encostar suavemente meus lábios nos dele, embora não tenha prolongado mais do que isso. O sangue, que agora fervia em meu pescoço, subiu directo até minhas faces, e, nem mesmo na superfície daquela água gelada, o calor cessou. Logo me arrependi de tal avanço, ao senti-lo enrijecer como uma pedra, ao redor de minhas costas. Afastei-me um pouco, constrangida, enquanto Jake permanecia hirto, ambíguo.

 

-Está na hora de te levar para casa. – foi o que ele murmurou, com uma voz rouca, baixa e intensa.

 

Com certeza o provérbio: “se o arrependimento matasse, eu já estava morta” aplicou-se perfeitamente nesta circunstância. Eu podia prever que meu ato irreflectido ia ter consequências sérias, li isso na sua expressão enrijecida e ainda confusa. Baixei o olhar, decepcionada, agradecendo mentalmente o seu silêncio sobre o meu perfeito delírio, embora me doesse o fato dele ter reagido de forma alheia ao sucedido. Melhor assim. Lágrimas discretas me bailaram os olhos ardentes, além da vergonha queimar por todo o meu corpo. Um medo insuportável de Jake ter enfim descoberto o que minha mente - e toque -  vinha a esconder, através daquele beijo, me fez arrepiar de maneira involuntária. “Como fui tão estúpida a esse ponto?”. Não ousei olhá-lo na profundidade de seus olhos e prometi a mim mesma não voltar a fazê-lo, pelo menos, até ao final deste dia.

 

Inesperadamente, ele me segurou melhor por baixo dos braços enquanto se impulsionava para saltar até á borda do riacho. Na margem, ele me colocou com todo o cuidado em suas costas.

 

-Eu posso andar – certifiquei-lhe, ainda embaraçada, acomodando minha cabeça nas suas costas largas.

 

-Prefiro te levar nas minhas costas, antes que você caia em algum buraco, ou tropece na raiz saliente de alguma árvore. Ainda para mais você está exausta - Isso era verdade, os meus olhos imploravam para se fecharem -, e confusa – a última palavra foi proferida com hesitação.

 

Dito aquilo, ele respirou fundo, e moveu-se agilmente pelo caminho íngreme da floresta, em direção á minha casa, onde eu iria provavelmente ouvir a indignação de um pai enfurecido, e a apreensão de uma mãe possessa. Fosse o que fosse acontecer, eu esperava ter Jacob do meu lado.


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Notas finais do capítulo

N/A:

Desde já peço desculpa a quem acompanha a fic pelo meu atraso. Sei que prometi postar no domingo passado, porém não tinha o capitulo pronto.

E aqui está o segundo capitulo, um pouco mais comprido do que o ultimo “me empolguei rs”. Espero sinceramente que estejam gostando de ler, tanto quanto eu estou adorando escrever esta fic.
Gostaria de saber o que estão achando “ mesmo aqueles que só acompanham a fic” eu adoraria saber vossas opiniões, sugestões, críticas e dúvidas sobre algo.

Agora fica aqui um muito obrigada a ghostlove_s2 pela sua review =D

Próximo capitulo, vou tentar postá-lo quando tiver concluído

Bjoka grandees**

Taty Black