Doutor Matrapilho. escrita por dwtales


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

http://dwtales.wordpress.com/2012/01/10/doutor-maltrapilho/



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Pequena Amelia de sonhos extraordinários.
Há vozes em seus ouvidos, estrelas por detrás de seu olhar, e em sua mente coisas impossíveis. Ela desenha figuras e faz bonequinhas, contando a historia de um homem em uma caixa mágica que veio para consertar a rachadura na sua parede.

Ninguém acreditava nela, claro. Tia Sharon fica preocupada e conversa com seus amigos sobre isso, todos diziam a mesma coisa: “É apenas uma fase, logo vai passar”; Senhor Porter, o segundo psiquiatra, porque o primeiro ela tinha mordido e estava pensando em fazer o mesmo com o segundo, falava com ela calmamente, tentando convence-la que era tudo sua imaginação. Rory que estava sempre atrás dela deixava que ela o vestisse como se fosse um boneco, ele era um menino bom, mas sabia que nada daquilo era real. A única que acreditava nela era Mels, mas essa estava sempre em apuros, era um atrás do outro, por isso ninguém acreditava nela também.

Amelia era uma menina difícil. Ela deixava Tia Sharon preocupada, ignorava os conselhos do Sr. Porter, vestia o Rory com umas fantasias estranhas, e falava com a Mels sobre as aventuras que teria no futuro. Ela provocava e preocupava, e depois fingia que nada tinha acontecido, sabia que não era louca e que aquelas coisas em seus sonhos eram reais. A única prova que ela tinha era o reconstruído quintal atrás de sua casa. Mas isso ainda não era o suficiente.

Algumas vezes, da fortaleza que sua cama se tornara, ela olhava nervosa para a parede segurando uma bonequinha e orando para que o Papai Noel mandasse o Doutor Maltrapilho de volta para ela, para afastar aqueles barulhos assustadores da noite. E em uma noite dessas, ela teve o sonho mais fantástico de todos.

Ela sonhou que estava de pé no segundo andar da sua casa, em sua mão tinha todas as chaves do universo na forma de um anel, que era largo, todo ornamentado e bem pesado. O corredor era muito extenso, mas do que ela conseguia lembrar, parecia que ela estava caminhando milhares de quilômetros enquanto destrancava cada uma das portas.
Uma, Duas, Três, Quatro, Cinco…
…Seis.

Havia uma sexta porta, que ela até então não tinha visto. Imediatamente a curiosidade tomou conta dela, correu em direção àquela porta, que trazia escrita em letras grandes e amigáveis “Policia”. Ela correu rápida e atrapalhada, enquanto procurava a chave certa, uma chave comum misturada entre todas as outras. Destrancou a porta, todas as suas expectativas eram para encontrar uma biblioteca, uma piscina, algo maravilhoso, mas quando abriu a porta, encontrou nada mais que um quarto vazio, não tinha nada lá dentro. Seus olhos percorreram desesperados pelo quarto, nada, apenas um pequeno quarto azul, sentia uma tristeza terrível que a sufocava cada segundo mais, o choro foi inevitável, o Anel-Chave caiu, quicou e rolou alguns metros, o barulho ecoou pelo corredor sem fim, e então uma mão tocou seu ombro.

Ela olhou para trás, era o Doutor, bem do jeito que ela se lembrava dele. Com aquele cabelo desgrenhado, roupas rasgadas, e com um sorriso que iluminava o mundo todo. Ele a pegou pela mão e entrou no quartinho, com a outra mão ela tentava limpar o rosto, checar as lagrimas e o nariz que aquela altura já havia começado a escorrer. Eles começaram a conversar e o Doutor se bajulando e contando das aventuras que ele tinha vivido e ainda vive. Ela odiava quando os adultos a viam como uma criança, apesar de ainda ser uma, se achava autossuficiente o bastante para ser considerada adulta.

O Doutor não fez isso, ele ficou de joelhos, colocou sua mão no rosto dela segurando o queixo gentilmente, a olhou nos olhos, nesse momento ela se sentiu como uma adulta e como uma criança ao mesmo tempo. Ele precisava falar algo para ela, e ela sabia que independente do que fosse era muito importante. Ele disse somente uma coisa, “Isso é real”. Na verdade ele falou apenas “Isso”, mas ela entendeu o que ele realmente queria dizer, as vozes em seus ouvidos, as estrelas por detrás de seu olhar, e coisas impossíveis em sua cabeça. TUDO era real. O Doutor sorriu aquele sorriso lindo e pateta e deu um beijo em sua testa.

Sorrindo, mas ainda dormindo Amelia abraçou sua boneca bem apertado contra o peito. Quando acordasse teria uma nova historia para contar, uma nova e maravilhosa aventura para sustentar sua fé no seu Doutor Maltrapilho.


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Notas finais do capítulo

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