Summer Dream 2 escrita por dayanejonas


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem :)



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5.

Eu estava esperando o Jared no aeroporto, por mais que Connectcout não ficasse nem um pouco longe, ele quis ir de avião. Passei o ultimo dia pensando em como seria passar essa semana visitando a universidade de Yale.

Ele estava bem atrasado, nosso vôo sairia em 20 minutos. Avistei ao longe um lindo rapaz alto e cada passo que ele dava eu torcia para que fosse o Jared e não outra pessoa. Mais um passo e outro e outro e tive certeza que não era o Jared ,quando o lindo rapaz me olhou.

-O que você esta fazendo aqui? Cadê o Jared? – perguntei.

-Ele me mandou vim, porque ele vai receber uma visita “inesperada”? – o David falou.

-Por que fez aspas para inesperada? – perguntei.

-Explico depois, vamos fazer logo o bendito check in, se não ficamos aqui – ele passou por mim carregando a mala dele. Dava para acreditar nisso?

Sentei em meu lugar perto da janela e o David sentou do meu lado.

-Pode me explicar agora o que você faz aqui? – perguntei, não queria esperar ele nem se acomodar.

-Bom ele me disse que a namorada inglesa dele estava vindo hoje a noite e que foi inesperado porque parece que ela só vinha no fim de semana ou coisa parecida... – ele não parecia entender muito a historia também.

-E onde você entra na historia? – perguntei.

-Bom... Ele me disse que já tinha combinado com você e que você estava tão animada que ele não queria te decepcionar ou desmarcar então me pagou 500 dólares para vim no lugar dele, é claro que eu topei – ele riu.

-Você sabe mesmo fazer caridade – falei ironicamente.

-Bom tenho outro motivo para querer vim então... Pretendo apreciar essa oportunidade – ele deu de ombros.

-E que motivo seria esse? – perguntei, eu sabia que não ouviria o que eu queria ouvir, mas ainda tinha um fio de esperanças.

-Quero muito conhecer Yale, antes de me mudar meu sonho era ir para lá cursar direito ou medicina... Mas... – ele hesitou.

-Sonhos e planos mudam, nada é como pensávamos que seria – eu terminei a frase por ele.

-Na verdade eu ia dizer que achei um bom programa escolar lá na Coréia, mas tudo bem, sua frase também serve – ele riu.

Eu não estava nem um pouco confortável com aquela situação, não queria ser amiga dele, não queria que ríssemos juntos.

A viajem pareceu mais longa para mim do que eu esperava, duas horas de viajem pareciam 20.

Chegamos ao aeroporto, já estava anoitecendo, teríamos que procurar um hotel para dormir.

-Por onde começamos? – perguntei meio atordoada.

-Bom, pegamos um taxi e pedimos para ele nos levar a um bom hotel – ele respondeu.

E foi exatamente o que fizemos, pedimos para o taxista nos mostrar o melhor lugar para dormirmos, mas para o nosso azar estava cheio, festas de fim de ano se aproximavam e os hotéis estavam lotados.

Passamos por vários lugares ate que o taxista nos levou para uma pequena pousada.

-Se não conseguimos lugares para dormir em grandes hotéis por que iríamos conseguir aqui? – perguntei.

-Tenha um pouco de fé – ele disse descendo do carro.

-Espera ai tá – disse ao taxista – pode ser que não tenhamos sorte de novo.

-Tem quarto vago? – o David perguntou na pequena recepção amarela. Uma senhora de cabelos grisalhos nos olhava por cima dos óculos redondos.

-Tem um quarto – ela disse com a voz meio rouca, aquela pensão tinha aquele ar de "casa da vovó".

-Como camas de solteiro? – ouvi ele falar. Eu estava tão atenta aquele lugar que nem me importei muito com a conversação, tudo era rústico, a pequena entrada amarela continha duas cadeiras encostadas na parede e um quadro de um barco no oceano, o balcão marrom tomava quase todo o recinto, a escada fica a esquerda e devia levar aos quartos, a direita tinha uma porta redonda, devia levar ao restaurante. Parecia aconchegante apesar de simples.

-Naoko? – aquela foi a primeira vez que ele chamara meu nome.

-Hmmm?

-Você ouviu o que ela disse? – ele perguntou.

-Não – só a parte de ter um quarto.

-Bom… Ela tem um quarto, mas…

-Mas?

-É de casal – ele olhou para mim.

-Como assim?

-Ora como assim? Uma cama de casal para duas pessoas dormirem, como um casal…

Como um casal… a frase ecoou na minha cabeça por alguns segundos, engoli em seco.

-Hmmm… Não temos mais nenhuma opção? – perguntei, minha voz quis falhar, eu não havia planejado isso, eu e ele de novo dividindo a mesma cama?

-Não, é isso ou dormir dentro do taxi – ele deu de ombros, parecia que ele queria isso.

-Ok, não acho que eu tenha escolha melhor que essa – eu disse – vou… Vou pagar o taxi.

O David pegou as malas enquanto a senhora nos levava até o ultimo quarto do 2º andar, eu estava me sentindo incomoda com aquela situação, e para piorar tudo a senhora me olhava com um ar de tristeza como se não aprovasse nada nossa estadia lá, será que ela pensava que nós éramos casados?

Ela me entregou as chaves e eu abri a porta, deixei o David entrar primeiro.

-O que tem para comer? – perguntei a senhora.

-Sopa, vou servir uma deliciosa sopa de legumes agora no jantar, será as 19:30 – ela sorriu acolhedora.

-Ok. Obrigada – eu disse. Deixei a senhora sair e fechei a porta atrás de mim.

-Eca – o David resmungou.

-O que foi? – perguntei.

-Detesto sopa de ervilha – ele fez uma careta.

-Não é de ervilha, é de legumes – eu corrigi.

-Que seja, detesto.

-Podemos comer em outro lugar, vi uma lanchonete na esquina daqui, deve ter algo gostoso e  calórico para comer e tampar suas artérias.

-Melhor que sopa de ervilhas – ele sentou na cama e tirou os sapatos.

-Legumes.

-Que seja – o silencio pairou. Aproveitei para olhar o lugar, o quarto era cor salmão, com um ventilador de teto e cortinas brancas tomando toda a parede a minha frente. Um criado mudo com um telefone e uma porta que deveria levar ao closet e outra que certamente levaria ao banheiro. Caminhei ate as cortinas e puxei-as.

Estava escuro lá fora, mas dava para ver a rua, as casas próximas, as arvores, as pessoas sentadas nas mesas do lado de fora das lanchonetes e bares, parecia um lugar bem movimentado, alguns carros passavam na rua e tinha uns adolescentes rindo sentados em um banco perto dali.

-Eu vou tomar banho – virei para olhá-lo, ele estava tirando a camisa, virei rapidamente para não ver mais aquilo.

Ai meu Deus, onde eu havia me metido? Como isso acabara dessa forma? Eu aqui em uma quarto com o David tirando a camisa. Devia ser assim que as noivas virgens se sentiam antes da lua de mel, ansiosas e aflitas. Eu tinha a impressão que minha lua de mel seria hoje.

Eu não podia negar, no fundo (ou não) eu queria. Queria também tacar minha cabeça na parede por pensar nessas idiotices.

Bufei.

Lua de mel, onde eu estou com a cabeça? Vim aqui visitar Yale. Sentei na beirada da cama. Meu futuro estava ali perto, talvez a faculdade onde eu ficaria por 4 anos ou mais.

De repente a porta do banheiro se a abriu e o David saiu só de toalha.

-Ei, o que você esta fazendo? Eu estou aqui? – reclamei.

-E dai?

-Como e dai? Sou uma garota se você não sabe – alertei.

-Só vim pegar minhas roupas, relaxa – ele caçou as roupas na mala e saiu com um punhado de coisa para o banheiro.

Alguns minutos depois ele saiu, com uma calça jeans e uma blusa gola V verde. Olhei de cima a baixo.

-O que você esta olhando? – ele falou de repente. Pensei que ele não havia notado meu olhar.

-Nada – respondi.

-Não vai tomar banho? – ele perguntou.

-Vou – eu disse. Fiquei encarando ele.

-Quando? – ele falou depois de alguns minutos em silencio.

-A… Agora – juntei minhas coisas e corri para o banheiro. Era até espaçoso, tinha uma banheira e o chuveiro logo acima, uma cortina para na molhar tudo, uma pia quadrada de mármore com uma espelho do mesmo tamanho pendurado mais acima.

Olhei para mim mesma no espelho. Eu parecia um pouco assustada. Aquela não era uma situação comum, o David ali me esperando para que pudéssemos sair juntos como se nada nunca tivesse acontecido, até mesmo nessa ultima semana maluca, eu briguei mais do que falei com ele.

Ash, isso me incomodava tanto. Eu me sentia refém de meus próprios sentimentos idiotas como se eu fosse obrigada a me sentir desconfortável com tudo isso e ele não.

Tomei um bom banho. Eu estava precisando, eu estava tão tensa e sobre um estresse. Depois de longos minutos sai do banheiro.

-Sabia que mulheres demoravam mais nem tanto – ele disse deitado na cama.

-Estou pronta – eu disse.

-Sério? Se você não estivesse eu iria desistir de sair – ele falou levantando da cama. Peguei minha bolsa e sai na frente.

Caminhei ate a lanchonete que eu havia visto entrei e não esperei por ele. Sentei em uma mesa recostada na janela. Ele sentou logo em seguida.

-Que foi? Por que está brava dessa vez? – ele perguntou.

-Não estou brava, estou com fome – respondi.

-Assim espero – nesse mesmo instante a garçonete trouxe o cardápio – vou querer um Cheeseburger com queiro duplo, uma porção de fritas dupla e um refrigerante bem gelado.

-E você – a garçonete olhou para mim, mas estava perplexa  com o pedido do David.

-Hmmm, um hot dog com fritas e refrigerante litgh por favor – respondi. – Você se alimenta "bem" não é?

-Minha mãe não me permite comer esse tipo de coisa, por causa dos esportes então hoje vou aproveitar e muito – ele riu e esfregou a barriga.

-Por falar nela… Como ela está? – perguntei.

-Bem.

-Ela… E seu pai? – não queria falar da megera.

-Só vejo ele uma ou duas vezes no ano – ele respondeu casualmente.

-Por quê? – ele olhou para mim, como quem perguntava se eu precisava mesmo saber disso.

-Ele deixou minha mãe, ela descobriu que meu pai gostava de outra e eles brigaram até o casamento acabar – ele não parecia concordar com isso.

-Hmmm… Que curso você escolheu mesmo? – ele riu quando viu que eu estava tentando mudar de assunto.

-Direito – ele respondeu parecendo feliz. Nesse instante nossos pedidos chegaram – agora o único direito que eu tenho mesmo é o de comer tudo isso aqui.

-Pode comer, eu não contarei para ninguém – eu rir e ele me acompanhou.

O jantar foi realmente agradável, eu nunca esperei passar por tais momentos com ele. Ele comeu tudo, parecia estar mesmo com vontade, minhas fritas ainda sobraram e ele comeu tudo.

-Então… - comecei a puxar assunto novamente – você vai passar o natal aqui? – perguntei como quem pergunta a um velho amigo.

-Hmmm…? Natal?

-Sim, uma das principais festas do mundo…

-Ahhh, não para falar a verdade vou embora na véspera de natal, já comprei a passagem.

-E a sua amiga? Ela não vem mais? – eu queria que ele ficasse.

-Na verdade ela vem passar só esse fim de semana, e depois vai embora comigo.

-Você já vendeu a casa da sua mãe? – eu queria aproveitar que ele estava falando comigo.

-Não, mas já deixei tudo pronto, é só o corretor vender e depositar o dinheiro na conta, simples – ele deu de ombros. Nesse momento a garçonete chegou com a conta. Tirei uma nota de vinte do bolso. E coloquei em cima da mesa. – Você ficou louca?

-O que? Só estou pagando o meu – dei de ombros.

-Nem pensar, o homem deve pagar a conta, você paga o sorvete depois, porque hoje eu estou cheio – ele sorriu para a garçonete, colocou a nota na mão dela e disse quase eroticamente – Pode ficar com o troco.


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