–Vocês... não... sabem... o... quanto... eu... corri... – ela falou respirando fundo a cada palavra.

–Nem era pra tanto. – eu falei.

–Era sim ta? Você é importante! – Belle falou e me olhou.

–Gente o que aconteceu? – Renata perguntou, era lógico que ela não estava entendendo nada.

–Pra encurtar a historia... o Mi traiu a Lu.

–O que? – ela ficou surpresa.

–Isso que você ouviu. Ele me traiu e logo com quem? Minha irmã! – falei sentando na cama. Estava desolada, com o coração em pedaços, e a auto estima? Abaixo de zero.

–Eu mato esse desgraçado! Cadê ele? – ela perguntou jogando a bolsa em qualquer lugar pronta para matar alguém mais a Belle a impediu. A acalmou e contou tudo o que sabíamos sobre a viagem e como era importante ela matá-lo no avião.

Passamos a tarde falando sobre besteira e quase me esqueci do que havia acontecido, quase. Já era tarde e Renata e eu tínhamos que voltar para casa. O pai da Belle se ofereceu para nos levar e já que a casa da Re era praticamente colada na minha foi rápido.

–Ate amanhã meninas. – disse Belle abrindo o vidro e acenando.

–Ate amanhã. – nós duas, Renata e eu, dissemos juntas. Nos despedimos e cada uma foi para sua casa, o pai da Belle partiu com o carro e então eu entrei.

–O Miguel telefonou dizendo que você tinha ido lá. – disse Larissa assim que abri a porta. Queria ignorar ela mais era impossível.

–Eu não tenho mais nada a ver com esse garoto. – eu falei largando minhas coisas no sofá e indo ate a cozinha. Onde tudo começou, onde a verdade foi revelada.

–Hum... parece que a briguinha de vocês foi feia. Sorte sua que ele vai pra outro país amanhã. – ela falou. Ate ela sabia e eu não? Me sinto uma excluída.

–Blah blah blah – falei tentando a fazer parar de falar.

–Ta tristinha ta? Bubu a bebezinha vai chorar no quarto agora? – ela falou.

–Olha aqui garota, eu fiquei muito feliz em saber que tinha um motivo pra deixar do Miguel. E se acha que eu estou arrasada, desolada e destroçada... – ela tem razão! – está muito enganada. – falei pegando um copo de água e correndo para o meu quarto. Queria me trancar lá e nunca mais sair. Meu quarto é como um refugio particular, um lugar onde sei que sempre vou ficar em paz. Tranquei a porta e fui ate o notebook, que dias atrás foi motivo de muitas revelações. Sentei-me na cama e o liguei. Eu estava decidida, iria desistir dessa historia de “fofoqueira anônima” chega disso. Chega de tudo isso. Sem mais segredos, sem mais manchetes, escrever era e é a melhor coisa que eu já fiz na minha vida mais desse jeito não. Eu abri os arquivos do jornal e apertei delete. Estava feito, acabou chantagens idiotas do Eric. Entrei na internet e acessei o blog da escola, olhei pela ultima vez o link da famosa blogueira anônima. Era um dos links principais e mais acessados mais eu já tinha desistido.

–Adeus, fofoqueira anônima. – eu falei sozinha. Respirei fundo antes de apertar [i]enter[/i]. Pensamentos focados somente naquilo. Fechei os olhos, com o dedo em cima da tecla que poderia acabar com tudo isso e apertei. Pronto, fim, adeus. O blog foi excluído com sucesso, dizia a frase. Excluído, Felipe iria me matar, esse era o único jeito de atrair leitores do jornal da escola e eu acabei com ela. Mas estava feito, se ele quisesse uma fofoqueira anônima que arranjasse outra, eu não queria mais aquilo, nunca mais. Verifiquei todas as pastas, exclui tudo que tinha haver com a fofoqueira anônima. Tanto fotos quanto textos falando mal dos comportamentos dos populares e blah blah blah. Acabei dormindo sentada e com o notebook ligado. Acordei pela manhã com meu celular despertando, o peguei e desliguei o alarme. Continuei com meu trabalho de excluir tudo que me prejudicasse e quando finalmente terminei olhei no relógio do notebook e já marcava 11h32min. Corri para o banheiro que havia no meu quarto e tomei um banho super hiper rápido. Acho que nunca tomei um banho tão rápido assim, mas tinha um motivo, estava atrasada. Me enrolei na toalha que estava pendurada lá e fui pegar uma roupa no guarda roupas. Vesti uma baby look da escola, um short não muito curto escuro, meu inseparável all star roxo e peguei a mochila. Desci as escadas, joguei a mochila no sofá e fui ate a cozinha onde já estavam almoçando, sem mim.

–Obrigado por não me esperarem. – eu falei pegando um prato e sentando.