Sexta-Feira. O dia hoje amanheceu bem frio e chuvoso. Cenário típico de um filme de terror, na verdade de um massacre. Sabe aquela sensação de que o vilão vai atacar a mocinha a qualquer momento? Pois bem, assim me sinto agora. Mas a diferença é que a mocinha sou eu e o vilão também. Minha cabeça lutando contra meu corpo. Quando há essa guerra dentro de você, tudo se torna pior. Você é seu próprio inimigo.

Hoje faz uma semana que estou internada nesta clínica. Aqui o lugar é diferente de lá fora. O frio até é igual, mas a iluminação é forte. Luzes por todos os lados. Paredes incrivelmente brancas, aliás, nunca tinha visto tamanha higiene. Aqui tudo brilha. Posso ver meu reflexo no próprio chão. E isso é doloroso.

O meu quarto é bastante simples. Tem uma cama de solteiro, uma mesa com livros, algumas anotações ou músicas, uma prateleira para guardar roupas e, com muita insistência deixaram eu trazer meu violão. Ah, mas eu tenho horário para tocar, afinal, não são todos que têm que aguentar e ouvir Demi Lovato.

Sabe, apesar de fazer cinco dias, algo aqui me chama a atenção. Neste local não sou Demi Lovato, a cantora, a famosa, a contratada da Disney, ou como disse uma paciente, “olha a Mitchie Torres, aquela que fez Camp Rock com os Jonas”. Ou como disse outra, de outra ala, “não é a guria que fazia vídeos no youtube com a Selena Gomez, a guriazinha dos Feiticeiros de Waverly Place”? Já outros apenas se espantaram de ver Demi Lovato aqui. Teve gente que perguntou quem eu estava vindo visitar, eu disse “estou me internando”. Mas fora isso, aqui sou Demetria Devonne Lovato, paciente 125. Sim, aqui sou um número. Minha Ala? Sim, transtornos alimentares.

Mas não reclamo. Talvez se não fosse esse lugar, poderia estar me sentido bem pior. O mais difícil é que aqui as horas não passam. Sabe, mente vazia é uma droga. Aqui nem perfume posso ter no quarto. Objetos pontudos, nem pensar. Eles até tinham medo que eu tirasse as cordas do violão e me enforcasse. Exagero? Não. Alguns já fizeram. Mas eu prometi que só trouxe meu violão aqui porque preciso de música para viver.

Violão. Quem diria. Ele me acompanhou por tantos palcos em cada canto do mundo. Já estive em todos os lugares com ele. De norte a sul. Meu lindo violão amarelo com detalhe preto. Hoje ele está aqui, numa clínica de reabilitação.

Como ia dizendo, aqui o que mais você faz é pensar. Pensar em tudo e em nada ao mesmo tempo. Tenta achar culpados e tirar o seu da reta. Todos são culpados, menos você. Afinal, no meu caso, quem são os culpados?

Meu pai que me abandonou quando mais precisei? Minha mãe que não soube me acompanhar como devia? Minha irmã, talvez ela tenha sido uma péssima irmã mais velha, um mau exemplo? Minha irmã mais nova? Meu padrastro? Já sei, meu ex-namorado que não teve a capacidade de romper de forma digna, me usou e me fez de palhaça para meio mundo assistir de camarote ou quem sabe minha ex-melhor amiga? Aquela que prometia e prometia. Promessas e mais promessas e para quê? O mundo está cheio de promessas.

Sim, culpei todos esses aí de cima. Odiei um pedacinho de cada um. Mas esqueci que talvez a maior culpada seja eu. Talvez eu não tenha sido uma boa menina para eles. Má filha, má irmã, má namorada, má amiga. Será que fui má artista? Acho que não, meus LOVATICS me amam.

Sei que é sincero mas, dói sabe. Dói saber que você é mais importante para desconhecidos do que para eles que me viram desde sempre. Papai me viu nascer droga. Sou filha dele afinal. Mamãe me gerou. Me colocou no mundo. Dallas era para ser meu exemplo. Maddie, bom essa não tem culpa de nada, pelo contrário, tenho pena que ela tenha que passar por tudo isso. Joe, ah Joe Jonas, o grande galã. Esse infeliz teve meu coração nas mãos e óbvio que não cuidou nada dele. Selena Gomez, ora ora, Selena Gomez. Essa foi a que mais me surpreendeu.

Quando cheguei nesse monastério e me vi deitada aqui, sem nada para fazer, comecei a lembrar de pessoas e fatos. Acreditem, não queria, mas não sei por que, a primeira coisa que me veio na cabeça foi uma audição que fiz há anos atrás para um seriado chamado Barney e Friends. Nossa era minha chance. E não fiz feio, passei. Fui escolhida para interpretar a Ângela. Sim meu personagem era Ângela. Sabe o que eu mais odeio em lugares novos, sim justamente ser nova, não conhecer ninguém. Mas daí vi ela. Aquela que viria a ser minha melhor amiga por algum tempo. Aquela que veria minha ascensão ao estrelato e ela viu mesmo.

Selena estava lá quando cantei na frente de 10 pessoas e ela sabia todas as minhas músicas. Selena estava lá quando cantei na frente de 14.000 pessoas e ainda sabia todas as minhas músicas. Então me pergunto inferno, por que Selena não está aqui, agora, nesse momento que tanto preciso? Por que agora ela foge? Será que eu sou tão odiosa assim? Está bem, eu errei, eu errei. Magoei, me revoltei, extravasei, descontei minhas frustações em cima dela, talvez ela tenha se cansado de ser o ombro amigo. A irmã mais forte. Talvez ela só precisasse que Eu, pelo menos uma vez na vida, que EU fosse a forte da nossa relação e desse o suporte ou dissesse “calma, estou aqui”. Nunca disse. Nunca mesmo. Pelo contrário, só ouvia.

Sim, ela foi fantástica, não posso negar. Desde criança. No estúdio, lá no Barney, antes de entrarmos, ela segurava minha mão e dizia “calma, estou aqui”. Depois, durante todos esses anos no Texas ela continuou segurando minha mão e dizendo “hei, calma, estou aqui”. Quando fui fazer o teste para Camp Rock, que por sinal estava uma pilha de nervos, ela apareceu no estúdio e disse “vim te fazer uma surpresa, segurou minha mão e falou, vai lá, estou aqui torcendo por você”. Depois, quando comecei a sair em turnê com os Jonas, eu dizia “e agora, como será, você não pode ir em todos os shows? Então ela falava “posso não estar fisicamente com você, mas estou aqui, no seu coração, eu estou com você sempre”. Depois quando surgiu a oportunidade de gravarmos Programa de Proteção para Princesas ela vivia dizendo “hei, estamos juntas nessa”. Mas, e agora, por que não estamos agora juntas nessa?

Agora, é cada uma por si. Ela escolheu o caminho dela. Eu não estou e nem faço mais parte desse caminho. Mas o que mais dói, eu me tirei desse caminho. Agia sem pensar, gritava, ofendia, xingava. Quantas foram às vezes que eu gritei com ela. Quantos os momentos de descontrole em que eu dizia “vai, corre sua certinha, conta para minha mãe, já sei, chama os paparazzis”. Sabe, a Selena sempre me manteve na linha. Digo, nunca sentia vontade de fazer nada de errado ao lado dela. Era verdadeiramente feliz. Mas era só ela sair de perto que era como se algo me tomasse e eu mudava completamente de personalidade. Ela? Ficava bem magoada. Eu? Bom eu dizia “não se mete Selena, cai fora, você não tem nada que ver com minha vida, com quem ando, aonde vou, o que eu faço. Por que você não sai da minha casa, depois te ligo”. Sim, ela saiu. Não, não voltou mais.

Comecei a estranhar porque sempre nos falávamos por telefone. Pelo menos umas cinco vezes ao dia. Mas sei lá, ela começou a ficar distante, fria. Dava desculpas esfarrapadas. “Ai Demi hoje eu não posso, Demi, desculpa, tenho que acordar cedo”. Até nos corredores da Disney ela me evitava. “David, você viu a Selena”? Perguntava ao colega de elenco dela, ele só desconversava. Eu percebia que ele ficava sem jeito. Daí decidi deixar. Que ficasse na dela, não ia correr atrás. Mas quando percebia já estava ligando de novo e de novo e de novo.

As ligações se tornaram quase raras. As mensagens de textos? Bom, antes eu abria meu celular e na caixa de entrada só dava ela,depois eu desesperadamente abria meu celular e procurava, fuçava em tudo, mensagens de ontem, de antes de ontem, de hoje e nada. Nada da parte dela. Nada mesmo. E assim os dias se passavam. Não havia mais ligações, nem mensagens, nem twittadas, nada.

Sim, a encontrava ali pela empresa (Disney), mas ela fingia que nada tinha acontecido. Lembro que eu dizia “você não retornou minhas mensagens, qual o problema afinal, pensei em sair, sei lá, tomar sorvete, comprar umas roupas, dar uma caminhada, sei lá, só, só seria legal conversar. Tenho novidades e você deve ter né? Podia posar lá em casa ou eu na sua o que acha? Perguntava ansiosa e com medo da resposta. Sabe a resposta que eu tinha? A falação do diretor dela dizendo "Selena, mais 3 minutos, já estamos no ar” Ela me olhava com aqueles olhos castanhos e julgadores e dizia, “desculpa Demi, tenho que ir. Depois eu te ligo e marcamos ok? Te amo”. E nunca ligava. E assim passamos o ano

Para mim a gota d’agua foi no meu aniversário. Eu a convidei. Liguei na casa dela e uma funcionária atendeu dizendo que ela não estava. Na Disney nem sinal. O empresário não falava dela. Até para o celular da Mandy eu apelei. Nada. Nem sinal de Selena, Mandy, Bryan. Ninguém. Sabe, tive que me humilhar, me rebaixar e chamá-la pelo twitter. Logo eu, a pessoa que mais sabia do paradeiro dela agora precisava usar a rede social para falar. Antes toda a imprensa me perguntava dela eu tinha as respostas. Agora eu precisava saber dela por meio deles.

Ela não compareceu. Pela primeira vez desde que nos conhecemos. Sim, me deu um presente. Me mandou um presente e um cartão. Uma droga de cartão. O presente, bem foi caro. Uma medalhinha de ouro com meu nome gravado. No cartão “querida Demi, desculpa não estar aí nesta data tão especial, tive compromissos. Depois te ligo, um super beijo e um abraço apertado. Divirta-se com seus amigos. Saudades. Selena Gomez”.

Não sei, mas algo me dizia que isso era a despedida dela, ou melhor, a nossa despedida. Divirta-se com seus amigos. Era como se ela fosse algo dos meus amigos. Como se ela fosse alguém de fora da minha vida. E o depois te ligo, nunca veio.

Então decidi fazer isso mesmo, me divertir a beça com meus amigos, meus
incríveis amigos. E digo, eles sabem se divertir mesmo. Mas se me divirto tanto
e eles me fazem felizes, por que sinto um vazio aqui dentro? Bobagens Demi.

Um dia estava eu lendo uma revista quando me deparo com a senhorita
certinha Gomez jantando com a Taylor Swift. Espera, desde quando elas são tão
amigas?

Ela se dava bem, mas a ponto de jantarem juntas e assim, bem íntimas. Essa é novidade para mim. Não posso negar que senti um leve ciúmes. Sabe, eu e Selena sempre tivemos amigos diferentes e nunca tivemos ciúmes dos outros
amigos, só que nunca nos separávamos por causa desses amigos. Pelo contrário,
sabíamos que eles eram amigos, nós éramos algo acima disso, como irmãs. Mas
dessa vez é diferente, dessa vez ela me afastou e está com a Taylor.

Depois disso só piorou. Eu comecei a andar e fazer de tudo na noite. Me aproximei mesmo da Miley. Ah essa se diverte também e me ouve como ninguém e sei que ela e a Selena sempre tiveram atritos, mesmo elas jurando para a mídia que não. Pensei, esse plano é perfeito. Afinal a Selena está toda da Taylor, pois vou provocá-la com a Miley. Vai se morder. Mas ao contrário do que esperava, a Selena não dava a mínima. Nunca mais me procurou. Nunca mais recebi uma mensagem dela.

A imprensa já falava de brigas e desentendimentos nossos. Um dia estava com a Miley, óbvio, e passei em frente a uma banca de jornais, perto de um restaurante. Lá tinha uma revista . A capa era uma foto minha e da Selena e no nosso meio tinha um risco, como se fosse um contorno, algo que está separando. O texto dizia “Selena Gomez confessa, Taylor é minha melhor amiga”. Sim, comprei. Li e nem liguei. A Gomez dizia do quanto era agradecida a Taylor por ser amiga, ficar nos momentos difíceis, ajudar com o novo CD, com a turnê que ela vai fazer, nossa, nem sabia que a Selena ia começar a fazer turnês pelo mundo, deve estar nervosa ela me dizia que.... ah que coisa Demi, você não liga para isso lembra. Acorda, Selena Gomez é concorrente agora. Você tem que torcer pelo fracasso dela. Que caia nas paradas. Que sua música não seja pedida. Que seus clipes sejam horríveis. Mas não consigo. Torcer contra ela é estranho porque sempre torci a favor. Sempre quis e desejei o estrelato para ela. Eu dizia “só ficarei famosa se você ficar também”. E ela falava “não, se nós não conseguirmos, pelo menos uma fará. É questão de honra. Mas isso era antes,agora tudo mudou.

Lembro de um evento em que fui e ela estava. Parece coisa do destino, mas ela e eu quase chegamos juntas. Ela simplesmente com aquele jeitoeducado me cumprimentou com um abraço e um beijo e disse “olá Demi, você está linda como está passando? Quando ia responder alguém puxa ela pela mão, um menino, o Justin Bieber, ele surgiu a pouco tempo, parece que colocou um vídeo
na net e fez maior sucesso.Eles se conheciam afinal?

Ele era bem íntimo, será que estão ficando? Não sei. Aliás, não sei de mais nada. Nada. Quem afinal é Selena Gomez? De repente a verdade resolveu aparecer. Não sei da vida dela e ela não sabe da minha. Era o fim. Esse foi nosso fim. Estava nesse pensamento quando ela fala “desculpa, tenho que ir, se cuida  está bem, te amo”.

Se cuida. Isso não foi algo como, fique bem. Cuide da saúde. Não, soou mais como agora que não estou mais aí, se cuida sozinha. Era oficial, eu e Selena éramos duas estranhas. Eles conseguiram. O sucesso, a mídia, a imprensa, os Paparazzis, a Disney, sim, todos eles conseguiram acabar com o único elo que eu tinha ao meu passado. Com a verdadeira Demi, com a essência. Olha aí, eu culpando os outros de novo e esquecendo de culpar a única culpada, eu.

Bom, aqui estou agora, tentando me reerguer. Reconstruir. Levantar do chão, sacudir o pó, enterrar as cinzas e dar a volta por cima. Ela me ligou logo no primeiro dia. Fiquei feliz, sorrindo de orelha a orelha. Ela estava preocupada. Não, não falamos de brigas, separação, nada disso, falamos só da minha saúde, de como estão me tratando aqui, o que eu faço, como passo o tempo. Eu perguntei como a mídia está me vendo aí fora, os fãs como estão. No final eu disse cuida dos meus fãs por mim, ela riu e disse, cuido sim, pode deixar, e desligou.

Nesse dia eu tive outra certeza: era oficial, eu e Selena fizemos às pazes. Sim, seríamos boas amigas, colegas de trabalho afinal estamos no mesmo ramo, mas as coisas mudaram. Eu mudei, ela mudou. Não sou mais aquela Demi que precisa dela para ser forte. Ela não é mais a Selena que precisa me dar força. Não sei se algum dia poderei dizer “Selena Gomez é minha melhor amiga de novo”. Hoje eu digo “Selena Gomez é uma boa amiga”. Espero que o tempo cure nossas feridas. Eu ainda sinto e ela também. Sei que do lado de fora iremos nos reencontrar, até porque estaremos indo nos mesmos eventos, mas sei que não encontrarei minha Selena lá. Aquela que segurava minha mão e dizia “eu estou aqui”.

Confesso que me acostumei a não tê-la por perto. Acostumei a não ligar para seu número. Me acostumei em não ter suas mensagens no meu celular, apesar de por vezes, quando percebo mensagens chegando paro e penso, será ela, não, não pode ser, e mais uma vez a realidade me afronta e ri de mim dizendo, essa história é passado sua boba, segue em frente.

Acostumar acostumei, mas é inegável que há dias em que a saudades e a depressão falam mais alto. É impossível esquecer alguém que esteve todos os dias, por 12 anos na sua vida. Quando vejo nossas fotos, nossos vídeos, nosso filme, nossos álbuns, nossa infância, nossa vida, nossa história eu me pergunto se não houvesse a fama, o dinheiro, a imprensa, será que poderia ter sido diferente? Será que a história de Demi e Selena poderia ter tido um final feliz. Não sei, nunca saberei, afinal, não posso voltar atrás. Só o que posso fazer é seguir em frente e deixá-la seguir. Quis o destino que ficássemos perto antes, quando precisávamos dessa força uma da outra e agora, que chegamos aonde tanto queríamos, quis ele interceder e dizer “bom meninas, o tempo se esgotou, vocês já cumpriram a missão de vocês duas juntas, agora, a partir de agora, seguirá cada uma trilhando sua própria história”

Estou pronto para trilhar minha história. Estou como nunca estive. Forte. E ela também. Bom Selly, parece que aqui é nossa linha de chegada. Aqui nos separamos amiga. Eu parto para a direita. Você vai pela esquerda. Mas tenho fé que esse mesmo destino, que soube nos unir ainda na fila no Barney, esse mesmo destino tenha um pouco de compaixão dessas duas crianças que se conheciam como ninguém e faça a gente se encontrar nessas tantas voltas da vida.

Poderia ter sido diferente? Se estivéssemos esquecidas lá no Texas como duas meninas normais estaríamos nessa situação? Será que deixamos a fama abalar nosso elo, nossa confiança, nossa química, nosso amor? Não sei, não tem como sabermos, não podemos voltar no tempo, só sei que de você eu não esqueço jamais, mesmo à distancia. Seja feliz minha Selena, minha primeira amiga.

Tem lugares que me lembram

Minha vida, por onde andei

As histórias, os caminhos

O destino que eu mudei...

Cenas do meu filme

Em branco e preto

Que o vento levou

E o tempo traz

Entre todos os amores

E amigos

De você me lembro mais...

Tem pessoas que a gente

Não esquece, nem se esquecer

O primeiro namorado

Uma estrela da TV

Personagens do meu livro

De memórias

Que um dia rasguei

Do meu cartaz

Entre todas as novelas

E romances

De você me lembro mais...

Desenhos que a vida vai fazendo

Desbotam alguns, uns ficam iguais

Entre corações que tenho tatuados

De você me lembro mais

De você, não esqueço jamais