–Renesmee...por favor...podes subir mais um pouco?_Nahuel me pediu com o olhar lascivo enquanto olhava fixamente em meus joelhos.

Eu mordi levemente meus lábios sentindo uma enorme satisfação por fazer tal ato.Se meu pai me apanhasse nesse momento eu provavelmente levaria uns açoites,quem sabe pior.No entando eu não me sentia uma galdéria por o estar fazendo,muito pelo contrário.Sempre fora apaixonada por Nahuel desde menininha e adorava ve-lo tremer de desejo por mim.Contudo,continuo sendo uma lady e não posso deixar ir mais avante...pelo menos até nosso casamento.

– Nem pense Nahuel Turner,deveria ter vergonha em pedir que uma dama como eu levante os saiotes._disse dando meia volta,saindo do nosso esconderijo.Nahuel seguiu-me

– Perdoe-me mas quero relembrá-la que eu não pedi nada,a senhorita é que insistiu em mostrar um pouco da sua...pele._afirmou ele ainda com a voz tremula.Nahuel era um jovem bastante atraente.Loiro,olhos azuis cristalinos como o mais puro dos céus,pele alva e para além do mais era filho de um dos sócios de meu pai.
Um belo partido para qualquer mocinha como eu.Mas apesar de sua beleza estonteante,Nahuel era bastante igenuo e fácil de se enganar.Talvez seje isso que me atrai nele,eu posso te-lo completamente em minhas mãos.

Virei-me bruscamente para ele que abrandou o passo de imediato.Apontei meu dedo na sua cara.

– Que seje bem claro:eu nunca faria uma coisa dessas,me ouviu?E caso ouse dizer o contrário ao meu pai..._e aproximei-me dos seus lábios bem devagar sentindo sua respiração falhar._Eu recusarme-ei a casar convosco.

– Meu Deus,como pode pensar numa coisa dessas?Eu jamais a denunciaria._disse ele,beijando a palma da minha mão.Sorri de satisfação.

– Assim espero.Agora vamos?Meu pai deve estar estranhando nossa demora._e pousei minha mão no seu braço,rumando para a minha mansão.Os convidados já estavam todos posicionados no jardim onde o almoço estava sendo anunciado.Nahuel e eu nos afastamos,visto que não seria nada correcto nós os dois virmos sozinhos ainda mais de mão dada.Entrei na porta de trás,surrateiramente para que ninguém me visse.

– Menina Renesmee,posso saber porque estava de mão dada com o menino Nahuel ainda mais os dois saindo do quartinho dos escravos?_meu coração quase que me saia pela boca assim que a voz estrondosa de Sue surgia á minha trás.

– Creio que não seja do seu interesse.Não vejo porquê tanto alarido.Nahuel e eu já estamos noivos._falei,ajeitando meu vestido completamente traquila.
Sue tinha sido minha ama de leite e cuida de mim desde que eu era bebezinha.Eu a amo como uma verdadeira mãe,mas por vezes ela tinha o hábito de ser coscuvilheira.

– Estão noivos mas não casados.O que implica dizer que não podem estar de pouca desavergonhice por ai,ainda mais na casa de seu pai.

– A casa é minha também,por isso eu faço o que eu quiser!Agora me ajude a trocar de vestido.Não quero que meus convidados me vejam neste trapo velho._falei já a rumo de meu quarto sendo seguida por Sue.

– Trapo velho?Mas foi um presente do seu pai na semana passada!_disse ela indignada,enquanto eu tirava meu vestido lançando-o para o chão.

– Por isso mesmo._falei sorrindo para o espelho._Quando eu me casar com Nahuel exigirei que me compre um vestido diferente todos os dias.Quero estar sempre deslumbrante e causar inveja a todas as damas da sociedade.

Sue pegou no meu vestido rosa-velho no armário abanando a cabeça.

– A menina não muda mesmo.Me faz lembrar sua mãe.

Suspirei.Minha mãe morreu uns minutos depois de eu nascer,por isso não me lembro de nada sobre ela.

– Ela era bonita?_perguntei num sopro de voz enquanto me mirava ao espelho.Meu pai sempre dissera que eu herdara a beleza de minha mãe.

– Bonita?Não,lady Isabella era linda.Acho que a mulher mais linda que esses olhos cansados puseram em cima.Era elegante,graciosa e muita boa para todos.Quando seu pai a viu ficou loucamente apaixonado,dizia que ela seria dele a qualquer custo._sorri.

– Como queria ter a sorte que minha mãe teve.Um homem loucamente apaixonado por mim..._não que eu reclame,sempre foi muito cobiçada por praticamente todos os rapazes da cidade,mas achava todos muito lerdos,não estavam á minha altura.

– E terá.Se tiver muito juízo...agora vá,seu pai já deve estar impaciente._disse ela,me empurrando gentilmente para fora do quarto.Desci as escadas,dando uns últimos retoques no vestido e no meu cabelo.Posicionei-me devidamente e fui até o jardim sendo saudada por todos.

Á medida que eu caminhava,todos os olhos estavam postos em mim desde os rapazes que me olhavam com cobiça até as garotas que como sempre,invejavam a minha beleza.Ergui minha cabeça,caminhando confiante.Meu pai sorriu ao me ver como se eu fosse um belo troféu de caça ao qual ele pode exibir ás pessoas.Abraçou-me delicadamente.

– Posso saber o motivo do atraso?_sussurrou ele no meu ouvido.

– Tive que trocar-me.Não queria que eu viesse toda esfarrapada á frente dos seus convidados pois não,querido pai?_respondi também num susurro.Meu pai afastou-se de mim sorrindo e apresentando-me a outros homens que deviam ser seus sócios na fábrica.Eu sorria para todos eles,como de costume.Papai sempre me ensinou que devemos usar um pouco de cinismo na vida para sairmos victoriosos.Neste aspecto posso afirmar que sai dele,sempre quis cingrar na vida e subir sempre mais.

Mais ao fundo,vi Nahuel que conversava com uma jovem que parecia estar muito entretita nele.Os olhos de Nahuel se voltaram a mim e sorriu-me.Eu fiz o mesmo,sabendo que ele não teria
olhos para outra mulher a não ser para mim.

Nos sentamos á mesa e o almoço fora finalmente servido.Nahuel se posicionara á minha frente e durante o almoço,roçei meu pé na sua perna,vendo-o contorcer-se praticamente toda a ceia para
não dar nas vistas o que me proporcionou um grande divertimento.Mas de repente um olhar reprovatório me fez congelar por momentos.Uma fila de escravos estava posicionada ao lado das mesas caso precisassemos de algo.E um deles era Jacob,um dos escravos mais jovens que temos.Seus olhos negros fixavam em mim,provavelmente por eu estar fazendo aquilo com Nahuel.Creio que no campo e visão dele,dê para ver meu pé.Olhei-o também por momentos me sentindo torduada e ajeitei-me fingindo estar tudo normal.Jacob era um homem robusto.Pele bastante morena devido ao sol que apanha nos campos,ombros largos,cabelo preto como ébano e bagunçado devido ao suor.Mas era seu porte e sua expressão dura que sempre mexera comigo de certa forma.Ele era um homem bastante atraente se não fosse um mero escravo é claro.

A tarde se passou e com ela aquele convivio cheio de gente hipócrita que faz de tudo para se misturar com as pessoas de alta sociedade.Nahuel veio dar-me um beijo na palma da mão despedindo-se,assim como o resto dos convidados.Meu pai se retirou alegando estar bastante cansado.Assim que a casa estava fazia e os escravos se ocuparam de arrumar tudo,eu aproveitei e fui até o estaleiro,sentindo um par de mãos agarrando -me na cintura.Arrepiei-me da cabeça aos pés de imediato.

– Como é travessa.Quase me deixava sem jeito no almoço.Qual foi sua ideia?_sentia o hálito quente de Nahuel bater contra minha pele fazendo-a enriçar.Me virei para ele,com um olhar atrevido.

– Queria um pouco de diversão,estava bastante entediada com a conversa daqueles velhos._respondi.Nahuel sorriu olhando para os meus lábios como se fossem o mel mais suculento que já vira na vida.

– Não via a hora daquilo tudo acabar para me encontrar novamente convosco._me limitei a sorrir olhando também para a sua boca pequena e rosada.Nahuel abaixou seu rosto tomando meus lábios com verocidade.Sua língua pedindo permissão á minha para se enrolarem numa batalha que jamais teria fim.Me agarrou firmemente pela cintura e eu pude sentir sua respiração cada vez mais pesada.Por isso,decidi parar.

– É melhor ir,Sue já anda com o pé atrás em relação a nós os dois.Não quero levantar mais suspeitas._falei contornando seus lábios com o dedo.Nahuel tentou me beijar novamente mas eu afastei-me rapidamente,negando com a cabeça.Ele suspirou e se retirou do estaleiro.Olhei em volta e ajeitei meu vestido novamente pronta para voltar para casa mas foi então que um bater de palmas de fez pular de susto.

– Então é assim que a herdeira do Cullen se comporta quando o papai não está por perto?_disse Jacob,surgindo do nada._Devia ter vergonha,alguém que afirma ser uma dama se comportar deste jeito.

Engoli em seco,sentindo meu coração bater e meu sangue pulsar com força.No entanto,decidi não me mostrar abalada e ergui meu queixo,mostrando-lhe que não me deixaria abalar por um simples escravo.

– Veja como fala comigo,posso mandar açoitá-lo por esse atrevimento._falei confiante.Jacob gargalhou,se aproximando de mim.Engoli em seco novamente.Nunca estive tão perto dele e me senti constrangida.Ele era bem mais alto que eu e seu corpo era quente,tão quente que senti naqueles metros de distancia.

– Não me faça rir milady.Quem irá receber uns açoites não sou eu mas sim vós assim que vosso pai descobrir que anda de desavergonhices com o seu suposto noivo no estaleiro._falou desafiante.Meu coração se apertou.

– Não ouse em contar ao meu pai!_falei olhando naquele mar profundo negro que eram os seus olhos.Ele sorriu de lado,o que me fez tremer por momentos.

– E porque não o faria?Faria tudo para ver a menina bonita da família errar por uma vez.E aposto que seu pai julga que a senhorita nunca beijou na boca.Não que eu tenha presenciado um.Estava com medo ou o rapaz é que não beija assim tão bem?

Engoli em seco.

– Não é de sua conta._e com esta resposta,fiz Jacob gargalhar.

– Creio que seja esta a resposta._e se aproximou ainda mais fazendo-me recuar._Não deseja saber como é ser beijada por um homem de verdade?

– Como se atreve seu escravo insolente?!Não ouse me tocar!

– Porquê,tem medo de gostar?Ou não passa de uma menininha que finge ser avançada no seu tempo mas que tem medo de um beijo de verdade?

Naquele momento uma onda de ódio possiu meu corpo.Eu não deixaria que aquele escravo me deixasse sem graça,ainda mais me denunciar.Levei minhas mãos até meu decote fazendo-o arquear a sobrancelha.

– Meu Deus como é fresca!_disse ele sorrindo.

Comecei soluçando,enquanto rasgava minhas roupas com força,com fúria.Jacob recuou,estranhando aquilo tudo.

– SOCORRO,ME LARGUE!ALGUÉM ME AJUDE!_comecei gritando enquando continuava rasgando minhas roupas e esborratando minha maquilhagem.

– Mas o que pensa que está fazendo?Ficaste louca?!_perguntou Jacob, agarrando-me na tentativa de me fazer parar mas aquilo incentivou-me mais.Me debati contra seus braços fortes continuando a gritar o máximo que meus pulmões aguentassem.

– ME SOLTE,ME SOLTE,ME LARGUE SEU ANIMAL!QUE ALGUÉM ME AJUDE!!!!_gritei até ouvir passos de fora.Um grupo de escravos juntamente com meu pai entraram no estaleiro e todos os olhares se voltaram para mim,e para Jacob de seguida.Este me largou bem
lentamente e eu atirei-me no chão,tentando me cobrir.Meu pai olhou para o meu estado,minhas roupas todas rasgadas e seu olhar ficou possesso.

– Coloquem-no no tronco imediatamente!_ordenou ele para os outros escravos que obdeceram agarrando Jacob que tentava se debater inutilmente.Sue veio de seguida,me olhando horrorizada.

– Menina Renesmee!_disse vindo até mim,me cobrindo com seu xaile.Meu pai andava de um lado para o outro ainda com a raiva percorrendo seu corpo.

– Leve-a para os seus aposentos Sue._ordenou ele.

– Sim senhor._Sue me ajudou a levantar e levou-me até casa.A caminho,vi Jacob sendo amarrado no tronco pelos outros escravos.Sua camisa sendo rasgada,exibindo suas costas largas,bronzeadas e bastante musculadas.Minutos depois estariam cheias de cicatrizes
que ele levaria para toda a vida.Sorri por dentro.Aquilo ensinaria áquele escravo a jamais ousar meter-se comigo.

Sue levou-me para o meu quarto e deu-me um banho quente.Se retirou e eu vesti minha camisa de noite.Escovava meus cabelos lentamente em frente ao espelho até ouvir o barulho dos açoites.Fui até a janela e vi meu pai chicoteando Jacob que mordia seu lábio
para não emitir barulho algum.Suas costas já estavam praticamente preenchidas com longas linhas que jorravam sangue.Dei meia volta, deitando-me na cama soltando um longo suspiro.Ninguém se mete com Renesmee Elizabeth Carlie Cullen.Ninguém.

Continua...