Plus Que Ma Propre Vie escrita por Priih_Cullen, Priscila Stewart


Capítulo 5
Você é a minha força


Notas iniciais do capítulo

Oi oi oi =D
Mais um capitulo de PQMPV, espero que gostem. Bem vindas leitoras novas, sintam-se em casa para comentar. ;D
Obrigada pelos reviews,leio TODOS e amo cada um. Como eu estou sem tempo realmente para responder( filho mais velho e marido de férias, mais as minhas duas pimentinhas ou seja 3 filhos no ócio , inclusive minha bebê de 9 meses) rsrs xD ...Me deixam meio sem tempo. Então vamos fazer assim, quem mandar review e tiver alguma pergunta para fazer peça (MP) que eu irei responder com muitíssimo prazer.
Super obrigada a Rayssa Vargas e a Lana_carol pelas recomendações. Dedico o capitulo as duas.
Enjoy...



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‘’Se todo o resto perecesse, e ele permanecesse, eu deveria continuar a existir; se todo o resto permanecesse, e ele fosse aniquilado, o universo se transformaria em um poderoso estranho. ’’


Era tudo contraditório e ao mesmo tempo deliciosamente estranho. Aquela boquinha pura sugava meu leite avidamente, chegava a engasgar tamanha força em suas sucções. Perguntei a mim mesma há quanto tempo aquele lindo anjinho não se alimentava, e só a constatação pelo tempo em que ela estava agarrada ao meu peito eu poderia supor que foi bastante.

–Você é bem gulosa neném. –sussurrei encostando meu nariz em seus cabelos macios e cheirosos.

A estranha sensação de calmaria me assombrava assim como nuvens negras ameaçavam uma manhã deliciosa na praia ensolarada. Eu sentia medo de amar aquela pessoinha e depois sofrer quando fosse abruptamente tirada de meus braços.

Não sei se aguentaria novamente sofrer, eu já estava ferida mortalmente.

–Bella...Então?! – meu marido perguntou com um sorriso esperançoso no rosto.

–Bem...Eu acho que já sou mãe dela não é?! –falei insegura, mas não tinha como negar, aquele bebê arrebatou meu coração.

Sorri... Acho que era a primeira vez que sorria amplamente. E isso de certa forma encheu meu coração de amor e esperança. Que transbordavam cada vez que eu olhava para o rosto angelical do anjinho em minha frente.

Seus traços, sua boquinha, seu pequeno nariz, para mim esses pequenos detalhes a faziam mais linda ainda. Esse bebê sem duvida nenhuma era nossa. Nossa pequena dádiva, nossa vida.

Sem que eu me desse conta, Edward já não estava mais ao meu lado, talvez por que eu estivesse concentrada demais em nossa bolha. Uma bolha entre mãe e filha.

Eu queria jogar para o alto toda a barreira que me assolava. Eu nunca pensei que pudesse gerar laços tão significativos com uma criança que sequer tem meu sangue.

Esse detalhe – sangue- me parecia tão insignificante agora. Eu já amava aquela pequena criaturinha com todas as minhas forças. O meu coração a escolheu e isso sim é o mais importante. Seremos pais de coração de uma princesinha.

A neném adormeceu e eu sorri abobalhada para ela.

–Falei com o Emmett. – Edward sussurrou da porta e eu pulei de susto.

–Porra, que me matar?! – murmurei e ele riu.

Aquele sorriso que chegava até os olhos, aqueles mesmo que faziam as minhas pernas bambearem.

–O que ele disse?! – foi inevitável essa pergunta não sair com uma enorme ponta de ansiedade.

–Nós temos grande chance de ficar com ela...Ele amanhã cedinho vai entrar com uma ação, ou guarda provisória não sei bem os termos legais.

–Guarda provisória?!

Eu não queria a provisória embora eu soubesse que teríamos que passar por todos os tramites legais. Mas só a menção de provisória não ser definitiva eu me sentia derrotada.

–Relaxa, amor...Você esqueceu que o Juiz da vara familiar aqui da região é amigo de Emmett e do papai?! E querendo ou não ele deve uns favores.

–Mas eu sei que tem gente na fila de adoção, Edward... – senti meu coração perder uma batida, e a agarrei mais forte.

–Amanhã levaremos a pequena a Alice. – minha cunhada era pediatra no Hospital de Forks. Eu assenti. – e depois esperaremos o Emm, para ver o nosso próximo passo.

–Mas essa ruguinha em sua testa, denuncia que a alguma coisa errada e eu exijo saber. Esta me ouvindo, Edward?!

–O que me preocupa é a nossa família, não sei se eles aceitaram a neném.

–Por quê?! Eles se encantaram por ela, assim como nós.

–Espero que sim, amor. – ele suspirou alto. E naquele momento eu soube que nada estava tão certo. Edward era sempre muito otimista, o Emm ou alguém deve ter lhe dito algo e ele não queria me contar.

Por um momento pensei em ligar para o meu cunhado e pergunta-lo o que ele disse ao meu marido, mas por fim, decidi não me envolver nisso. Se ele queria me polpa dessa vez eu deixaria, por que nada estragaria aquele nosso momento.

–Cadê o bolinha? – perguntei enquanto ele se aconchegava ao nosso lado.

–Dormindo no sofá.

Deitei ao seu lado e coloquei a princesinha no nosso meio. Os braços de Edward vieram para o nosso redor, nos protegendo e minhas mãos voaram para os seus cabelos, fazendo um acalanto que a muito eu não fazia, no homem que eu amava.

Cansados demais por todos os acontecimentos naquela noite, acabamos por adormecemos assim agarradinhos às três da manhã.

Acordamos pouco mais das seis, quando a bebê começou a resmungar e a agitar seus bracinhos.

Edward saiu do quarto em silêncio e voltou com uma fralda descartável para troca-la. Esse homem seria, ou melhor, já era um pai maravilhoso. Palavras não precisavam ser ditas. Agíamos como isso fosse normal no nosso dia a dia. Quando a pequena ficou impaciente demais e nos certificamos que não era a fralda suja, já que a trocamos por uma sequinha, só podia ser uma coisa...

Levantei minha camiseta e a guiei até meu seio, logo a pequena esfomeada abocanhou sugando forte.

–Mas que menininha comilona. – Edward sussurrou alisando suas costinhas. Ela nem se abalou, ainda deitada se aproximou mais em meu corpo.

Nossas testas se colaram e eu sorri para sua carícia em nós duas. Como se fosse algo natural demais, ele rodeou seus braços ao meu redor e alisou o meu braço enquanto eu amamentava aquela princesinha de olhos azuis. Um gesto tão simples, mas que fazia a aura de felicidade só aumentar.

–Qual é o nome que daremos para ela? – meu marido me surpreendeu com essa pergunta. Claro que uma criança deveria ter um nome isso é regido por lei, mas no momento eu nem havia pensado nisso.

–Eu...Eu...Não, sei. – confessei.

–Nós temos que dar um nome a ela, afinal hoje o Emm vai entrar com a guarda provisória...Que tal Nicole? – sugeriu pensativo. Eu franzi o cenho

–Nicole parece nome de garota de programa. – falei seria e ele riu.

–Rachel?! Eu gosto desse nome.

–Rachel é o nome daquela minha tia que tem quarenta anos, mas age como uma garotinha de dezoito...É melhor não.

Edward gargalhou e a neném resmungou em meu seio.

–Diz para o papai que ele riu alto e te incomodou bonequinha, diz...

Os olhos de Edward brilharam e só depois me dei conta do que eu o havia chamado. Papai. Ela já era NOSSA, filha.

–Violet, eu amo esse nome, e significa transformação em todos os sentidos, enfrenta os medos e transpõe paz... E é isso que ela esta fazendo, você não acha? – virei encarando-o, seus orbes brilhavam. E eu queria aquilo sempre em minha vida. Aquele lindo sorriso, aquela bebê linda e comilona, aquele cachorrinho atrapalhado que entrou correndo no quarto. Aquela era minha família, e eu não poderia ser mais feliz.

–Violet me parece um lindo nome. – E como para premiar o seu novo e único nome, Violet nos premiou quando projetou um perfeito sorriso banguela. Que nos fez suspirar.

Com Violet tudo parecia tão certo. Era como se tivéssemos passado por todo o procedimento da gestação, a ansiedade da espera, e a contagem regressiva para o seu nascimento.

Nosso dia começou relativamente bem, às seis horas da manhã já estávamos sentados na mesa da cozinha, os três. Violet – em meu colo- Bolinha e eu, já que Edward estava agarrado ao telefone, falando com Deus e o mundo.

A única coisa que eu ouvir da conversa foi ‘apenas faça, Alice’ depois ele subiu para o quarto e por lá permaneceu durante uns vinte minutos.

–Às sete e meia vocês tem consulta marcada com Alice. – eu nada falei, apenas assenti.

Sai com Violet até o meu quarto e procurei algo decente para vesti-la. Claro que eu não tinha nada feminino em casa, então optei por vesti-la toda de branco. E o contraste com sua pele, cabelos loiros e olhos azuis resultaram em uma obra primorosa esculpida por Michelangelo.

–A Bell... Mamãe já esta ficando babona. – beijei sua barriguinha fofa e a deixei na cama enquanto me arrumava, para o nosso primeiro passeio, na realidade não era bem um passeio e sim uma visita ao médico, mas mesmo assim nossa primeira saída juntas.

–Eu deixo as duas no hospital e vou me encontrar com o Emmett, tudo bem? – Perguntou ao meu lado enquanto eu penteava os cabelos despreocupadamente.

E eu me perguntei quando foi que ele havia tomado banho e se vestido já que eu estava em nosso quarto e nosso banheiro. Então supus que ele tivesse feito isso no quarto de hospedes. E por quê?! Ele estava estranho, e aquilo me feria. Será que ele caiu em si e não quer mais o bebê?! Se for isso, já é tarde. Violet é minha filha e nada e nem ninguém vai tirar isso de mim, nem mesmo ele se, se opor.

E esse fato me trouxe uma incomensurável angustia e uma vontade insana de chorar. Edward era o meu porto seguro, eu estava insegura não queria sofrer novamente e se ele não estivesse ali para me apoiar. Não sei o que irei fazer.

Tirei Violet da cama e a aconcheguei em meus braços, a pequena esfomeada quando sentiu o cheiro de leite, abriu a boquinha em meu mamilo mesmo por cima da minha camiseta.

–Já com fome filha? – Edward se dirigiu a bebê e alisou os seus cabelinhos ralos. Aquietou meu coração ouvi-lo chamar a Violet de filha e isso era sinal de que ele não desistiria dela. Mas ainda assim eu vi uma tristeza que não estava ontem em seus olhos. –Vamos amor?!

–Vou arrumar uma bolsa do Tony para levar umas coisas para a Violet... Edward se estiver acontecendo algo, me diz, por favor! – minha voz estava embargada, os meus olhos estavam inundados de lagrima. Pisquei algumas vezes antes de derrama-las, nunca me senti tão hormonal ou talvez tão maternal como hoje.

–Não há nada para se preocupar Bella. – enxugou minhas lagrimas com seus lábios e eu sorri pelo ato. Ele sempre fazia isso. –Vem, vamos ajeitar as coisas para leva-la ao médico.

....


Seguimos em direção ao hospital de Forks, onde Alice estaria pela manhã. O caminho foi preenchido por conversas amenas, mas principalmente sobre Violet e a guarda que Emm iria pedir, eu estava com medo de que nada disso desse certo. Violet já era nossa filha, o nosso coração a escolheu e se algo desse errado. Eu morreria.

Quinze minutos depois estacionamos o carro, e nesse momento agradeci aos céus por morar em uma cidade tão pequena, para os padrões do país.

–Amor, qualquer coisa você me liga?! Bella, por favor! – pediu pela decima vez, enquanto me ajudava a tirar Violet da cadeirinha – que era do Tony, aliás, como tudo-. Levei a bolsa ao meu ombro e com o braço livre segurei minha neném. –Responde Bella.

Rolei os olhos.

–Eu já prometi, Edward. Assim que eu sair daqui vou ligar para você vir nos buscar. – quando ele ia abrir a boca para falar, eu continuei. – Sim, já tenho o número novo do Emm, e continuar a deixar a Violet agasalhada e já entendi eu não posso desligar o celular na hora da consulta com Alice, porque você quer me ligar a qualquer hora. Certo?! – assentiu. – agora que já fiz minha lição de casa, posso entrar? Aqui esta frio para a Violet. –gemi, apertando mais a bebê que ressonava tranquila em meu peito.

–Sim, claro...Qualquer coisa me liga.- ressaltou. – Eu te amo... Na realidade eu amo vocês duas.

–Nós também te amamos... Papai.

Edward sorriu e depositou um singelo beijo em meus lábios, e outro beijo na cabecinha coberta por um gorro branca da nossa princesinha.

Quase ronronei quando entrei no calorzinho aconchegante do consultório de Alice, como não seria uma consulta normal – por Violet não ter documentos- mas minha cunhada daria um jeito de fazer todos os exames cabíveis. Foi o que, Edward me assegurou que sua irmã faria, e isso de certo modo me tranquilizou.

A secretaria de Alice foi super gentil com nos duas, me ajudou a ir até a triagem – Alice já tinha dando ordem às enfermeiras- para colherem o sangue de Violet e todos aqueles procedimentos de pesagem, medição, teste do pezinho e etc... O que se encarretou em muito choro da minha filha, mas me deixava terrivelmente encantada quando ela chorava nos braços das enfermeiras, mas nos meus se acalmava. Era tão certo, como se a vida inteira ela estivesse ali.

Quase uma hora que eu havia chegado ao hospital e esperava por Alice. Tentei ligar para seu celular para saber se havia acontecido algum problema e se assim fosse eu voltaria outra hora, não. Alice não me atendeu. E aquilo já estava me deixando impaciente, não que eu quisesse privilégios por ser sua cunhada, mas sim por estar a um tempo razoável ali com um bebê que em breve iria berrar para mamar.

–Será que Alice vai demorar muito?!- perguntei a sua secretaria que estava sentada mexendo em algo em seu computador.

–Já era para doutora Alice ter chegado. - olhou em seu relógio prateado e voltou a me encarar. - a senhora quer que eu ligue para ela?

–Não, não precisa. Ela deve estar ocupada. – tentei sorri, mas garanto que não saiu mais do que uma careta. Eu comecei a ficar realmente preocupada, Alice nunca fora de atrasos, pelo contrario ela o odiava.

Afundei-me em minha cadeira com o bebê que já demonstrava fome em meu colo e a balancei. Algumas mães com suas crianças começaram a chegar para se consultarem, e não fazia nem questão de disfarçar seus olhares curiosos em minha direção.

Eu odiava, odiava essa fofoquinha maldita de cidade pequena com todas as minhas forças. Aquelas mulheres me encaravam de forma tão cruel, claro que elas sabiam que o meu filho havia morrido e que aquele embrulho branco agarrado ao meu corpo não era meu. Todos aqueles olhares e atenções faziam que todo o sangue do meu corpo subisse para o meu rosto e queimasse. Eu já estava considerando o fato de pegar o meu bebê e sair dali, que fosse a merda essa consulta eu iria atrás de outro médico que pudesse atender a Violet, mesmo sem os benditos documentos.

–De quem é o bebê, Bella? Sobrinho? – perguntou à senhora Scott, assim sem nem ao menos me desejar bom dia, ou disfarça qualquer formalidade.

–Bom dia para a senhora também senhora Scott, ela é minha. – falei firme e uniforme não deixaria ninguém perceber o enorme bolo que se formava em minha garganta.

–Sua? Mas querida o seu bebê não morreu?- o ar me faltou, suas palavras cheias de veneno entraram como adagas afiadas em meu peito e agradeci a Deus por esta sentada, por que se estivesse de pé, minhas pernas teriam falhado. – ela é adotada?

Como se para proteger meu bebê dos olhares curiosos, cobrir mais sua cabecinha com a manta.

–Ela é minha, não importa como veio. –e com a pouca força que ainda me restava, levantei da cadeira, levei a bolsa em meu ombro e fui até a secretaria.

–Desculpe te incomodar novamente...

–A senhora, não me incomoda em nada senhora Cullen.- sorriu. E eu pude ver a sinceridade em seu sorriso ela não estava sendo falsa.

–Bom... Você pode me arrumar um cantinho para amamentar meu bebê? – pedi envergonhada, eu não faria isso na frente daquelas fofoqueiras. Eu já seria o assunto dos próximos dias por isso.

–Claro querida. – abriu uma gaveta em busca das chaves e levantou de sua cadeira. - me acompanhe, vamos amamentar essa pequena, por que não estamos afim da terceira guerra mundial não é? Meu filho mais velho quando não era amamentado na hora certa parecia que o mundo ia acabar. – ela riu com a lembrança e eu a acompanhei.

Seguimos para uma salinha pequena, mas cheia de brinquedos, parecia uma brinquedoteca muito da colorida e alegre.

–Fique ai querida, quando sua cunhada chegar eu venho avisa-la. Tudo bem?!- falou da porta.

–Obrigada senhora Lee, foi muito gentil de sua parte. – eu estava muito agradecida a ela, não queria nem imaginar ficar ali com aquelas mulheres que não têm vida e de algum modo para suprir as suas tem que cuidar das dos outros.

–Pode me chamar de Emma, e não foi nada... Qualquer coisa me chame. – assenti.

Voltei minha atenção para a minha bebezinha, tirei a mantinha de seu corpo e admirei o seu rostinho sereno.

Fiquei com medo de sentar naquelas cadeirinhas infantis e coloridas e quebrar me pareciam tão frágeis, mas por fim resolvi sentar em uma e coube perfeitamente.

–Você já é tão importante em minha vida, anjinho... A mamãe já te ama tanto. – sussurrei passando o nariz por todo o seu rosto cheiroso. Poderia até parecer piegas, mas parecia que o meu coração tinha se multiplicado de tamanho. Como eu podia amar uma pessoinha que eu conheci há apenas um dia? Eu tentava procurar uma explicação nessa pergunta, mas a verdade é que amor não existe explicação, a gente simplesmente ama e pronto. Foi assim com Violet, amor à primeira vista.

Sua boquinha de coração se abria e fechava em um biquinho perfeito, e eu sorria embasbacada para aquela menininha. Violet já tinha um enorme poder sobre mim, e no, Edward também ela exercia essa fascinação, os olhos dele chegavam a brilhar quando ele olhava para ela.

Até o seu chorinho me encantava, os resmungos, o jeito que a boquinha ficava em meu seio, suas mãos quentes, tudo em Violet era perfeito. E foi impossível não pensar em meu Tony... Como seria seu chorinho? Seu cheiro? Como ele seguraria em meu peito enquanto mamava?

Uma lágrima solitária rolou em minha face. Era tão doloroso pensar em meu bebê morto. Quando será que essa dor vai passar?! Dói tanto ainda...

E como se dissesse ‘’mamãe não chore’’ minha menininha resmungou, as mãozinhas abriam e fechavam no ar.

–Ei... Está com fome não é?! A mamãe fica enchendo o seu saco não é amor? – beijei o seu pescocinho cheiroso e a deitei em meu ombro para ter mobilidade suficiente para levantar a camiseta e puxar o sutiã para deixar o meu seio livre para ela.

Assim que a deitei em meus braços, Violet tratou de abocanhar meu mamilo e eu quase gemi de dor. Como eles estavam bem mais sensíveis por causa da amamentação a cada sugada forte o meu mamilo doía, e eu tinha medo que ferisse e viesse a prejudica-la de algum modo também.

–Devagar meu amor... Você vai ficar uma bolinha se continuar assim... - Os olhinhos dela me fitavam como duas grandes pedras de águas-marinhas preciosas tão firmemente, nunca desconectamos o olhar enquanto ela mamava, parecia que ela tinha sido feita para estar exatamente onde estava.

Fiquei ali mais alguns segundos passando o dedo nos lindos contornos de seu rosto delicado até que ela acabasse de se alimentar ao seu tempo, sem pressa.

Quando ela se deu por satisfeita e soltou o meu seio, rapidamente o guardei e levantei da cadeira com ela, para que ela pudesse arrotar, mas não precisou nem dois minutos que a menina soltou um sonoro arroto, me fazendo gargalha por seu desempenho ala Emmett.

–Vamos ligar para o papai? – perguntei a sonolenta Violet.

Peguei meu celular do bolsinho interno da bolsa de bebê e saquei meu celular, e me assustei quando olhei o visor, mas de nove e meia da manhã e nos duas ali ainda.

Digitei o número de, Edward tão conhecido por mim, mas quando estava próxima a completar a chamada, a secretaria de Alice disse que ela já estava em sua sala esperando por mim.

Ajeitei Violet em meus braços e a bolsa no outro ombro e seguir a secretaria até o consultório.

–Vamos conhecer a titia princesinha. – sussurrei.

Emma bateu na porta e logo em seguida abriu nos dando passagem para que passássemos.

Alice estava sentada lendo alguns papeis, parecia tão seria e isso era atípico de minha cunhada, cheguei a gelar pensando que eram os exames de Violet que poderia constatar uma doença muito grave. Por isso de sua sobriedade.

–Bom dia, Alice. Você demorou, aconteceu alguma coisa?

–Senta ai, Bella. – Alice não se preocupou em nem olhar para mim, tampouco para o bebê em meus braços.

Fiz o que ela pediu e fiquei em silêncio esperando que ela falasse algo.

–Bom...- pigarreou ainda olhando para os papeis em nenhum momento desde que eu havia passado por aquela porta, Alice sequer dirigiu o olhar a nós duas, e aquilo estava me fazendo muito mal. – como você sabe, eu pedi alguns exames em caráter de urgência antes de fazer essa consulta.

Eu apenas maneei a cabeça... Em vão, por que, Alice não veria.

–A coleta de sangue foi para uma infinidade de exames já que não sabemos de onde ela veio...Alguns deram normais e um detectou uma coisa que para os padrões de onde a criança veio, a que nós não sabemos, não é tão grave assim.

–Certo. E o que é? – sibilei nervosa.

–Essa criança poderia ser uma aidética, mas mesmo assim você a amamentou em seu peito. – me encolhi na cadeira por aquela designação pejorativa e preconceituosa que foi usada referente a soropositivos e a minha filha. Mas eu nada falei talvez o torpor quisesse tomar-me por completo. – eu estou falando do risco, GRAVE que você correu Bella... Já pensou nisso? Uma sífilis congênita?

Fiquei em silêncio, claro que eu não havia pensado, mas não me importava se ela tivesse nenhuma dessas doenças. Eu cuidaria dela.

–Claro que não pensou. – vociferou.

E eu me amaldiçoei por deixá-la falar todas aquelas asneiras e não a responde.

–Tira a roupa do bebê e põe naquela balança. Tudo bem?

–Tudo. – sussurrei.

Segui até onde minha cunhada havia mandado, e comecei a despir Violet. Sorri para suas mãozinhas diminutas que se chacoalhavam desordenadamente, o corpinho frágil, macio e molenga em meus braços e seus resmungos fofos por estar ficando pelada em meio à friagem da cidade – apesar de possuir aquecedor ali-.

–Oh meu Deus, como eu sou manhosa mamãe. – sussurrei sorrindo para Violet.

Alice dissipou nossa bolha no momento em que se projetou em nossa frente resmungando algo e colocando luvas...Luvas, por Deus o que ela iria fazer? Fazer uma cirurgia na minha filha ali?

–Por que você esta de luvas?- inquiri retoricamente, era bem obvio o que ela faria.

–Vou examina-la, Bella. – rolou os olhos.

–Mas... Mas, Por que as luvas?

–Não seja tola cunhadinha.- falou zombeteira.

Raiva. Uma raiva descomunal subiu para a minha cabeça, eu sentia meu corpo tremer. Minha vontade era mandar Alice ir ao inferno, mas a minha boa educação não me deixaria fazer isso.

Alice não merecia que minha filha estivesse ali... MINHA filha não merecia estar naquele ambiente hostil.

Tornei minha atenção para minha pequena e voltei a vesti-la mesmo sob as vistas turvas de lágrimas, minha cunhada não é a única pediatra da cidade.

–Qual é Bella? Sejamos realistas...Essa criança não é de vocês dois. Meu irmão e você são férteis o suficiente para ter outros filhos. Você não pode substituir o Tony por uma filha de uma puta qualquer...Filha de uma puta literalmente. – riu com sarcasmo.

E eu me perguntei o que havia acontecido a Alice. Será que ela tinha tanta aversão por aquele bebê inocente? O coração dela não é bom o suficiente para aceitar minha filha?

–Não abra essa boca nojenta para falar dos MEUS filhos, sua hipócrita.

Meu corpo inteiro tremia, mesmo não confiando em meus braços eu segurei Violet firmemente e joguei a manta em seu rosto. Eu queria livra-la da fúria do mundo.

–Hipócrita? Pelo amor de Deus, Bella...Sou eu Alice....

–Por isso mesmo, por ser quem eu sei que você é não estou te reconhecendo mais... - minha voz começou a falhar e eu sabia que em breve o bolo que estava em minha garganta iria romper. –Eu...Eu pensei que você fosse me apoiar, mas pelo visto...

–Não, você esta certa, eu não vou te apoiar nessa. Sabe por quê? – não respondi e ela continuou. – ela não é sua filha, você não é mãe dela, portanto nem seu sangue tem, a qualquer momento os pais dela podem querer reavê-la e em poucas palavras. Essa criança só vai atrapalhar sua vida...Mesmo se os pais não a quiser deixei-a num abrigo de menores. Esse bebê tem Deficiência da Biotinidase tudo bem que é uma doença metabólica tratável, mas se fosse outra coisa?

Nesse momento eu não mais me importava, minhas lagrimas caiam abundantemente, meus soluços sôfregos reverberavam por todo o meu ser, ecoando pela sala. Meu coração machucado doía mais ainda, agora não só por mim, mas por aquele ser indefenso que não tinha até então ninguém no mundo. Um serzinho frágil que a única coisa que deseja na vida é uma família e amor. E sem a menor sombra de duvida, Edward e eu seriamos essa família.

–Você não estar preparada para isso, Bella. - falou mais mansamente, encarando-me. Meu corpo parecia gelatina, mas meus braços seguravam Violet como se a minha vida dependesse disso. E talvez dependesse mesmo. – Sem os tratamentos adequados uma série de problemas se acarretara. Bella... - ela segurou em meus braços e me obrigou a encara-la, eu não desviei meu olhar, o mantive firme, nem pestanejava deixava as lágrimas dolorosas verterem livres. – Ela pode ter Hepatomegalia, Esplenomegalia, Problemas de visão, Problemas respiratórios, Perda da audição... Cunhada esses são os mínimos tenho uma lista de coisas ainda. Não procure mais um problema em sua vida Bella, siga em frente com o meu irmão... Viajem, sim... Façam aquela viajem para a Grécia que vocês tanto queriam, garanto que você voltará gravida.


Eu estava boquiaberta verdadeiramente pasma. Quantos absurdos mais ela poderia me dizer, para que eu desistisse daquela garotinha?

Minha cabeça girava em uma espiral torturante de dor e aflição.

–Eu não vou me deixar abater...Não agora. – pensei.

Desvencilhei-me de seus braços, Alice estava me dando nojo. Asco.

–Uma vez eu estava sentada em uma grande e confortável poltrona no consultório do doutor Morrison, o meu ginecologista obstetra. – comecei a divagar, como se fosse para mim mesma. – Alisando minha protuberante barriga de oito meses, nossa eu me sentia plena quando o meu filho se mexia dentro das limitações do meu útero. Eu pensava que não existia amor mais sublime do que sentir meu filho. Uma mulher apareceu com duas crianças na sala, e ela estava gestante. Começamos a conversar amenidades, foi quando as crianças que estavam brincando ali, mesmo pertinho de nós começaram a brigar por uma revista. Foi quando a mulher olhou para as duas e disse ‘’ Filhas não briguem a mamãe já falou que é feio. Kary e Sury se abracem e peçam desculpas’’ e assim as meninas o fez...


–Eu não sei onde você esta querendo chegar. – murmurou Alice. Mas eu levantei um dedo para silencia-la e continuei.


–Curiosa como eu estava não conseguir me conter e acabei perguntando a mulher se elas eram mesmo filhas dela. A Kary senão me engano era a ruiva e a Sury era uma menininha que mais parecia ascendente de coreano. Ela me disse cheia de orgulho e sem titubear, que sim, as menininhas tão diferentes eram dela sim, não importava de qual barriga tivessem saído. Quando cheguei em casa, me pus a pensar e me perguntava. ‘Como pode alguém amar outra pessoa, que sequer foi seu companheirinho durante nove meses?’ Eu pensava que nunca haveria amor maior do que ser mãe de sangue, mas eu estava enganada. Adotar uma criança não é como uma boneca que se escolhe pela cor dos cabelos! Ou a cor de seus olhos.

–Você não faz ideia, Alice, do que é tê-la em seus braços, o jeito que a mãozinha repousa em meu seio quando esta mamando ou o bocejo fofo quando ela esta com sono. Tudo nela é gracioso e me fascina. Pode parecer cedo para outras pessoas, mas eu considero a Violet minha filha. Os laços são sublimes e verdadeiro vínculo de amor. E não é você e nem ninguém que vai me fazer desistir dela...- respirei fundo antes de continuar, eu estava terrivelmente abalada.

–Por que se eu desistir dela, eu estaria desistindo de mim. E mesmo que você ou qualquer pessoa que seja, fique contra nós na adoção da Violet eu esqueço que vocês fazem parte de minha vida. Eu vou lutar por ela, nem que seja a ULTIMA coisa que eu faça na vida.

Peguei a bolsa que estava jogada de qualquer jeito no chão e levei ao ombro livre. Mas como se não tivesse ouvido nada do que eu acabara de falar, ela lançou um gélido e indiferente olhar. Tão desconcertante que me fez cambalear até a porta. Segurei a maçaneta como se ela fosse o meu aparo e não me deixasse esmorecer.

–Se você acha que vale a pena... -desdenhou- fique com o seu problema.

Eu não respondi, sai sentindo meu corpo inteiro se convulsionando por causa do choro. Fugi o mais rápido que minhas pernas permitiram daquele andar. Joguei-me no primeiro elevador parado, forcei as benditas lágrimas a não nublar minhas vistas.

Não me importei com todos os olhares curiosos que lançavam em nossa direção.

Como se entendesse meu estado de espirito Violet começou a chorar também. Eu tentava acalma-la e me acalmar, mas ainda esta doendo demais... Tanta humilhação por conta de um bebezinho que nunca fez mal a ninguém. Que não pediu para vir ao mundo.

Saquei o celular da bolsa e disquei para o número costumeiro. Não completou nem três toques para que sua voz surgisse na linha.

–Oi , amor...Já ia te ligar. – ouvir sua voz reconfortante, me fez chorar ainda mais, eu o queria comigo. Ele é o meu porto seguro, por Deus como eu o quero ao meu lado rapidamente.

–Bella... Bella?! ... - eu não conseguia responder. – você esta bem? Foi algo com Violet? Meu amor você esta me deixando nervoso.

–Edward...- sibilei baixinho. –Me tira... - os soluços tomavam conta de mim e de Violet também mesmo sendo acalentada em meus braços, minha pequena estava ficando vermelha, e eu estava ficando sinceramente com medo de que algo pudesse acontecer com ela – Vem ...Vem nos buscar, amor, me tira desse lugar... Me tira daqui.



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Notas finais do capítulo

E ai?? Mereço reviews? Recomendações? Ficarei muito feliz se os tiver *u*
Qualquer coisa vcs me encontram aqui @PriihCullen
Beijos!!!
Priscila =}