Point of view: Demetria.

Depois do terceiro copo de água eu já me sentia um pouco menos nervosa, assim como Selena. Ela estava com ambos os braços dobrados e apoiados na mesa, e a cabeça apoiada neles. Estiquei o braço alcançando a nuca exposta e deslizei os dedos lentamente através dela antes de abraçar minha namorada de lado e beijar o ombro dela, fazendo com que ela levantasse a cabeça e me olhasse.

- Podemos conversar agora? – meu indicador deslizou através do nariz fino e eu puxei o rosto dela lentamente até o meu, dando um selinho demorado nos lábios molhados – O que está acontecendo?

- Eu estou com medo. – admitiu voltando a deitar a cabeça nos braços –

- Medo de que, Selena? – cruzei os braços um pouco abaixo do peito –

- De tudo, Demi! – num movimento rápido ela estava de pé andando de um lado pro outro pela cozinha – Já parou para pensar em tudo o que isso envolve? Não somos apenas eu e você, somos eu, você, seus fãs, sua carreira, sua família, nossas vidas! E se as pessoas simplesmente desistirem de você? O que você vai fazer? – ela sentou-se novamente na cadeira segurando minhas mãos enquanto lágrimas silenciosas rompiam através do rosto dela – Eu não quero que você perca seus fãs por namorar uma garota! Eu não posso valer tudo isso.

- Selena! – puxei minhas mãos com uma força um tanto quanto desnecessária – O que deu em você? Que diabos você acabou de dizer? Não pode valer tudo isso? – dessa vez quem estava de pé era eu – Você vale muito mais do que isso! Os fãs vão entender, eu garanto isso a você, e se eles não entenderem eu sinto muito, mas não posso fazer nada. Eu não vou perder a mulher que eu amo por medo da reação dos fãs. – puxei-a para ficar de pé e segurei o rosto dela entre as mãos – Olhe aqui. – ela encarou o chão – Nos meus olhos, Selena.

- Não faz assim, Demi... – pediu já com as mãos presas nas minhas –

- Por favor... Não me faça implorar. – quando nossos olhares se encontraram, minha visão ficou turva – Nem meus fãs, nem meus empresários, nem meu produtor, nem mesmo a minha família pode mudar o que nós sentimos uma pela outra, e eu não tenho dúvidas de que tudo isso é real. Nós estamos falando do que queremos para o nosso futuro, e eu não tenho dúvidas de que quero você, independente do preço que eu tenha que pagar por isso, então eu acho que não estou dando opções a você. Se você acha que é cedo demais para ir comigo morar em Los Angeles tudo bem, nós podemos esperar até que você se sinta pronta e vamos fazer isso. Eu não vou deixar você desistir de nós. Eu não vou desistir de você.

- Eu não sei, Demi... – ela estava ainda mais gelada do que o normal –

- Por favor, não me deixa...

Deitei no peito de Selena tentando passar para ela toda a segurança que eu sentia em relação a assumir nosso relacionamento. Depois daquela conversa ela parecia realmente mais calma e nós fomos até o quarto dela dormir e descansar um pouco, havia sido um dia longo. Acordei totalmente sem sono no meio da noite, desci para a cozinha para beber água e decidi preparar algo para minha namorada comer. Fiz um sanduíche de queijo quente com um copo de coca-cola, um pote com iogurte de chocolate e levei até o quarto, colocando encima da cômoda para seguir até a cama e tentar acordá-la, o que exigiu tempo e trabalho, mas ela finalmente sentou-se e começou a comer.

- Esse iogurte é gostoso, você deveria prová-lo. – ela sorriu –

- Não, obrigada shadow. Já fiz meu próprio lanche lá embaixo.

- Prove, só um pouco.

- Mas eu não quero. – ri fraco –

- Ops... – ela “acidentalmente” derramou uma grande quantidade do iogurte na parte nua do seio direito – Caiu.

- Eu vou... hm... buscar uma toalha.

Segui na direção do banheiro com as mãos fechadas em punho impedindo que a vontade de voltar até lá e limpar o iogurte com a boca me dominasse. Eu não queria me tornar uma pessoa viciada em sexo, apesar de uma boa parte de mim estar sempre preparada para aquilo. Ao voltar para o quarto, deparei-me com a visão de Selena apoiada nos cotovelos sem a parte de cima do pijama e iogurte espalhado por toda a região da barriga dela. A toalha não levou mais do que dez segundos para chegar até o chão. Aproveitei que ainda estava próxima da porta para apagar a luz e caminhar com passos lentos até a cama, jogando todo o esforço que estava fazendo antes por água abaixo. A sensação de ter o iogurte doce contra a pele macia e sedosa da minha namorada me fez quase perder o controle da situação, o que não seria de todo ruim, entretanto aquele era o momento dela. Quando todo o conteúdo da barriga acabou eu ajudei-a a se livrar do sutiã e retirei o mesmo com o máximo de delicadeza possível para que ela se sentisse sempre a vontade em qualquer momento, mesmo que fosse na cama. Ambas as mãos dela estavam presas entre o meu cabelo enquanto minha língua brincava no seio rígido mesmo depois de não haver mais nada ali para ser limpo. Ao tocar nossos lábios procurando por um beijo, ela sussurrou com a voz desejosa.

- Bom?

- Ótimo, mas ainda prefiro o seu gosto.

Selena inverteu nossas posições sentando-se no meu quadril e levou minhas mãos até a cintura fina me fazendo proporcionar a ela todo o equilíbrio que precisava para começar a fazer movimentos para frente e para trás que se intercalavam com reboladas lentas e circulares. Aquele era o modo de dizer “eu estou te castigando por me acordar.” Eu queria ser castigada daquela forma todos os dias. O gemido alto que cortou meus pensamentos me fez girar novamente na cama, aproveitando o short largo que Selena usava para invadir o intimo dela, fazendo-a revirar os olhos e começar o mesmo ritual torturante de gemidos, gritos, pedidos, ordens e afins. As duas pernas envolveram-se na minha cintura e o corpo quente tremeu sob o meu, seguido por um gemido anunciando que aquele era o ápice. Não parei de movimentar meu dedo um segundo sequer, prolongando o prazer dela por ainda alguns segundos a mais. Minutos depois Selena recomeçou tudo, com uma única diferença: agora quem mandava na situação era ela. Acordamos tarde no dia seguinte cobertas apenas pelo lençol.

- Vocês não cansam, credo.

Pisquei pesadamente diversas vezes antes de virar de barriga para cima e esticar os braços e as pernas. Encarei confusa o rosto de Miley e sorri, abraçando o corpo ainda adormecido da minha namorada.

- Tenho pena do tio Ricardo. Será que ele também ouviu “ah Demi”  “mais forte, Demi”  “vai Demi” “mais rápido, ahh, hmmm” – Miley estava literalmente gemendo – “vai Selena”  “assim amor”  “mais fundo amor, hmmm.”

- Cala a boca, Miley. Selena, estaremos esperando você lá embaixo. Não esqueça que marcamos de ir ao shopping hoje.

Eu não tinha a mínima idéia do que Selena iria fazer no shopping com as amigas, mas aproveitei o tempo sozinha para me trancar no quarto te tentar compor algo, o que parecia praticamente impossível devido ao fato de eu estar pensando na minha namorada o tempo inteiro. Liguei para Dallas procurando saber como estava a situação da minha mãe e para a minha tristeza soube que nada havia mudado, ela e Eddie continuavam discutindo sobre o meu relacionamento. Mal sabiam eles que aquilo estava perto, muito perto de acabar.