Point of view: Selena.

Quando chegamos ao aeroporto descobri que os paparazzis podem ser mais rápidos do que eu achei que eram. Antes eram apenas dois tirando fotos e perguntando sem parar, e em pouco tempo haviam dez deles e três câmeras nos filmando sentadas conversando. Admito que estava nervosa sem saber o motivo da viagem repentina, porém eu estava com Demi e nada mais importava. Nosso vôo foi anunciado e caminhamos lado a lado sem dar as mãos por estarmos carregando nossas malas e passagens.

– Demi! Demi! Demi! Demi, você e Selena estão juntas? – Demi abaixou a cabeça escondendo o rosto das lentes –

– Selena! Selena, você está linda! Continue andando! – eu ri achando graça da situação – Isso! Olhe para a câmera, Selena. Vocês estão namorando? São um belo casal! Demi, diga olá! Selena! Demi!

– Demi, esses cordões significam um compromisso? Demi!

Dei careta para as câmeras antes de passar pelo check in e ir direto para o avião. O momento em que senti Demi relaxar foi quando nos sentamos lado a lado nas poltronas e ela segurou minha mão, beijando meu rosto demoradamente.

– Mais calma? – perguntei sorrindo quando senti nossos lábios se tocaram – Ei! Estamos em um lugar público!

– Estamos nas últimas poltronas de um avião. – ela riu antes de afastar-se – Sim, mais calma. Não agüento mais perguntas sobre esses cordões e sobre você. É a minha vida pessoal sabe? Não entendo por que querem tanto saber disso.

– Precisa relaxar Demi, eu também já fui parada algumas vezes por aí sabia? – deitei a cabeça no ombro dela – É legal. Me senti famosa. – ri –

– Você está ficando, shadow. Já vi algumas fotos suas por aí nas revistas chamando você de... – levantei a cabeça e vi Demi fazendo cara de nojo – Socialight, filha de Ricardo Gomez e BFF de Demi Lovato. A gata arrasa. – ela fez uma voz fina ao narrar uma parte da matéria me levando a gargalhar – E já vi rumores sobre estarmos namorando, muitos deles. Você ouviu a entrevista da rádio em New Jersey? – ela virou-se para mim – Eles perguntaram se eu sabia quanto você cobrava para ir em festas.

– Você é ótima fugindo dessas perguntas, quero aprender com a melhor. – segurei-a pelo queixo e dei um selinho demorado –

– Vamos tirar uma foto. – Demi retirou o celular de dentro do bolso e ligou-o pois já estávamos voando – Um beijo.

– Um beijo? Isso é seguro? – ergui a sobrancelha – As aeromoças não param de passar aqui.

– Pare de ter tanto medo, Selena. O máximo que pode acontecer é alguém ver um selinho, e eu não estou nem aí. – deu de ombros –

– Tudo bem. – aproximei-me dela tocando nossos lábios levemente e virei o rosto depois de sentir o flash para olhar a foto – Ual, precisamos de sol, Demi. – deitei novamente no ombro dela – Fiquei estranha.

– Ficou linda, como sempre. Vou colocar como plano de fundo.

Conversamos o resto do vôo inteiro e aproveitei-me do meu medo de aviões para agarrar o braço da minha namorada diversas vezes. Aquilo não era necessário pois ela era MINHA namorada, mas mesmo assim eu usei como desculpa o fato de termos passado por uma turbulência. Desembarcar na Califórnia foi tranqüilo, ninguém esperava por Demi lá então passamos com facilidade pelo aeroporto e entramos num táxi depois de pegarmos nossas malas. Ao chegar na porta da pousada pensei para onde deveria olhar primeiro. Era o lugar mais bonito onde eu já havia colocado meus pés inúteis. A pousada tinha uma aparência um tanto quanto rústica com uma decoração de luz baixa que apesar de estar dia, dentro dela parecia ser sempre noite. A recepcionista parecia nervosa por estar na presença de Demi, porém surpreendi-me quando ela terminou de conferir a reserva e tocou minha mão delicadamente.

– Selena, eu adoro você. – eu franzi a testa – Me dá um autógrafo?

– UM O QUE? – Demi gargalhou quando eu gritei – Eu não sei autografar, mas eu escrevo meu nome em um papel. – dei de ombros e ri assinando meu nome na folha – Prontinho.

– Obrigada Selly. Você é linda.

Agradeci antes de seguir Demi através das escadas até o quarto que seria nosso por um final de semana. A primeira coisa que reparei é que eram duas camas de solteiro, uma em cada parede em um ambiente pequeno, mas aconchegante. Havia uma TV pequena de LCD e um Playstation 3 e em um canto escondido havia uma porta que dava para o banheiro. Ameacei abrir minha mala quando Demi segurou minha mão e começou a me puxar por uma porta que não percebi estar ali antes. Entramos em um quarto não muito maior do que o primeiro, entretanto nele havia uma cama digna de um casal, uma TV suspensa na parede de frente para a cama, um pequeno closet e duas cabeceiras, cada uma suportando um abajour com luzes fracas. A parede do lado esquerdo da cama era ocupada por duas portas de vidro que estavam cobertas por uma cortina, e a primeira coisa que Demi fez foi abrir a mesma deixando a lua iluminar quase que imperceptivelmente a varanda do quarto. A visão que tive da cidade lá embaixo fez com que meu corpo inteiro se arrepiasse. Ou talvez fosse Demi me abraçando por trás e beijando meu pescoço delicadamente.

– Linda, não? – sussurrou em meu ouvido –

– Perfeita. Acho que nunca vim até essa parte da Califórnia. – abaixei o pescoço ao sentir Demi massagear minha coluna desfazendo os nós ali presentes –

– Amanhã nós vamos passear por aí, ou pelo menos tentar. – ela riu –

– E hoje, o que vamos fazer? – virei a cabeça lentamente para trás novamente –

– Hm... Segredo.

Virei-me de frente para ela envolvendo meus braços na cintura fina de Demi e rocei nossos lábios sem nenhuma pressa, começando um beijo calmo. Pela forma como ela pressionou os dedos na minha coxa percebi que as intenções de Demi comigo não eram totalmente puras, porém é realmente difícil concentrar-se em outra coisa quando você está beijando Demi Lovato. Por pura força do hábito comecei a andar com ela na direção da cama e sorri ao sentir Demi girar caindo por cima de mim.

– Você não quer fazer comigo o que eu estou pensando, quer? – sussurrei ao pé do ouvido próximo da minha boca – Comigo?

– Depende. – o sussurro dela foi sensual – Se você está pensando em amor, sim. Com você.

Eu ouvi certo? Demi disse amor? Amor comigo? Meus olhos fitaram o teto um bom tempo até Demi aparecer no meu campo de visão sorrindo divertidamente.

– Você sente cócegas na orelha?

– Ahn? – perguntei-me em que momento ela havia chegado com a boca em minha orelha –

– Eu mordi sua orelha e você se encolheu. Foi engraçado. – senti um selinho ser depositado em meus lábios –

– Não sei se sinto cócegas na orelha, ninguém mordeu-a antes. – ela riu – Mas se me encolhi é bem provável que sim.

– Cócegas ou desejo? – era incrível como Demi conseguia estar rindo em um momento e usar a voz tão sedutoramente segundos depois –

– Acho que você precisa fazer de novo...

Quando a respiração de Demi tocou meu pescoço e minha orelha foi envolvida pela temperatura quente da boca não tive dúvida. Era desejo. Somente quando tentei girar na cama e a mão da minha namorada me manteve deitada foi que percebi o que estava acontecendo ali. Eu deveria ter ficado tensa pois era a minha primeira vez, mas estava sendo minha primeira vez com Demi Lovato. Era impossível ficar tensa. Ergui os braços quando percebi uma certa relutância em tirar a camiseta que eu usava e respirei fundo quando minha namorada sentou-se em meu quadril deslizando os dedos macios e delicados por toda a extensão da minha barriga agora nua. Fechei os olhos novamente no mesmo instante em que Demi retirou com facilidade meu sutiã e meu rosto rapidamente aqueceu, deixando evidente a minha timidez. A sensação que preencheu cada célula do meu corpo quando um chupão foi dado em meu pescoço não tinha nome para mim até aquele momento. Tudo bem, eu sentia tesão quando fazia sexo com Demi, porém aquela sensação era diferente. Era muito mais intensa. Meu seio esquerdo foi quase todo tomado pela mão dela, que não demorou muito até apertar o mesmo com força o suficiente para me arrancar o primeiro gemido inconsciente. Não preciso dizer que eu fiquei milhares de vezes mais vermelha naquele momento. O fato de estar de olhos fechados fez do próximo toque de Demi uma surpresa, e todo meu corpo travou. Os dentes roçaram em minha barriga arranhando a mesma até morderem uma parte um pouco acima do umbigo, e eu gemi outra vez.

– I’LL SPREAD MY WINGS AND I’LL LEARN HOW TO FLY, I’LL DO WHAT IT TAKES TILL I TOUCH THE SKY, MAKE A WISH, TAKE A CHANCE, MAKE A CHANGE AND BREAKAWAY! OUT OF THE DARKNESS AND INTO THE SUN, BUT I WON’T FORGET ALL THE ONES THAT I LOVE, I’LL TAK. – peguei o celular do bolso da calça sem abrir os olhos –

– Selena? Selly? SELENA! – Miley gritou –

– Hmmmmm... – suspirei –

– Pensei que estava muda! Chegaram bem?

– Uhum... – abri lentamente os olhos e Demi fez sinal para que eu continuasse falando –

– Ah ta... A pousada é bonita?

– É... muito, hm... – mordi o dorso da mão reprimindo um gemido quando Demi começou a abrir o botão do meu jeans –

– Está tudo bem por aí?

– Per... perf... aham, sim... – elevei o quadril facilitando a retirada da minha calça –

– Eu sempre soube que você não é normal, mas nunca imaginei que chegaria nesse ponto.

– Ahn... Esse ponto, bem aí... – levei a mão até o meu próprio cabelo puxando o mesmo para trás, esbarrei acidentalmente na minha testa e percebi o quanto a mesma estava quente, a parte interna da minha coxa foi mordida violentamente –

– Pois é, é esse ponto Selena. – Miley riu – Quando vocês voltam?

– Eu... – fechei os olhos novamente aproveitando os segundos em que Demi levantou-se para retirar a própria camiseta para formular uma frase completa – Talvez domingo ou segunda, não sei bem.

– Certo. O seu carro ficou aqui, né?

– Fic... ficou... – apertei os olhos fechados e engoli a seco quando dois dedos deslizaram juntos pela minha virilha –

– Você pode me emprestar ele? Ainda estou convencendo meus pais a me darem um, mas quero levar Taylor para sair e ir de ônibus não rola. – ela riu –

– Tá.

– Sério, está tudo bem mesmo?

– Ahn... Hmmm... – eu estava literalmente gemendo, mas acho que não foi alto o suficiente para que Miley identificasse –

– O que? Eu não ouvi.

– Sim, tudo perfeitamente bem. – mordi meu lábio inferior –

– Eu te ligo daqui a pouco para saber onde está a chave ok? Beijo.

No exato momento em que abri os olhos para finalizar a ligação, os dedos que antes massageavam algum ponto entre minhas pernas invadiram até o fundo do meu intimo, arrancando-me um grito alto de dor, quebrando todo o prazer que sentia antes. Tudo o que havia agora era pura dor. Recuei completamente desperta e assustada com a situação, porém a mão livre de Demi segurou-me pelo queixo e a voz dela transbordou desejo no pé do meu ouvido.

– Tente relaxar, shadow...

– Dói... – reclamei –

– Confie em mim... Eu não seria capaz de te machucar se não fosse valer a pena depois. Você pode me guiar se quiser.

– Ok...

Os dedos dela arrastaram-se lentamente para fora e apenas um voltou, aliviando consideravelmente a dor. No inicio não senti nada além de dor e incomodo, por mais que tentasse desviar o pensamento o tempo inteiro da sensação, entretanto em certo ponto Demi estava com o bico do meu seio entre os dentes e quando puxei-a para um beijo o gemido que foi abafado contra minha boca trouxe de volta todo o prazer e eu comecei a querer mais, precisar de mais.

– Hmmm, mais rápido Demi... – gemi a frase contra a boca dela –

O sangue pulsava através de todo o meu corpo, distribuindo adrenalina por todos os cantos da minha pele. Eu estava tão quente que meu pescoço, rosto e colo estavam começando a suar. Minha timidez desapareceu totalmente cedendo lugar a gemidos, suspiros, frases sem nexo, arranhões, puxões, e outra vez já não era o suficiente.

– Mais forte.

Soou como uma ordem. Me desconheci. A mistura de movimentos consideravelmente rápidos e cada vez mais fortes elevou meu desejo a um outro nível. Eu estava prestes a enlouquecer. A mão livre de Demi segurou uma das minhas, esticando meu braço acima da cabeça e então ela deixou todo o peso do corpo sob o meu. O movimento do braço causava um leve movimento no corpo de Demi, que roçava no meu sensualmente. Ela também estava quente. Então aconteceu. “Selena.” O gemido foi alto o suficiente para preencher todo o quarto e minha mente, que não demorou a responder. “Demi.” Porém, com todas aquelas coisas, sensações e emoções para filtrar ao mesmo tempo, algo pareceu entrar em curto e tudo que eu conseguia dizer era: “aahh Demi” ”aahh Demi” “aahh Demi” “aahh Demi.” No instante em que nossas bocas uniram-se outra vez em um beijo urgente, nossos corpos tremeram juntos e dois gemidos extremamente altos que mais pareceram gritos ecoaram pelo quarto. Prendi as duas pernas ao redor do quadril de Demi e apertei ambas no local. Era a melhor sensação que eu já havia experimentado em toda a minha vida. Minhas duas mãos arranhavam de uma forma violenta a costa da minha namorada, um frio percorreu a linha da minha coluna e eu pressionei ela ainda mais contra mim quase que involuntariamente. Aos poucos meus músculos relaxaram e quando ela rolou para o lado eu virei de bruços, na posição que achava mais confortável.

– A dor melhorou? – ela sussurrou beijando a pequena região atrás da minha orelha –

– Sim... – minha voz soou extremamente rouca –

– Vamos dormir um pouco? – ela deitou-se com metade do corpo nu sob o meu –

– Vamos...

Demi cobriu nossos corpos com um lençol de seda e adormecemos na mesma posição em que nos encontrávamos.