Por mais que tivesse o desejo de deletar aquelas visões que pareciam tão reais, alguns de seus fragmentos ainda passeavam livremente pela a minha mente esquecida e confusa. Mas, quanto mais eu me esforçava para pensar, menos ainda compreendia o que passava...

Andei no caminho da minha casa, antes passando por uma padaria, onde saí agora rumo ao lugar o qual poderia chamar de '' lar ''. Quando avistei que do lado de fora do portão principal de entrada, a mesma garota do dia anterior estava ali, imóvel falou para mim com o mesmo sorriso:

– Que bom que voltou...

x~x~~x~~x~~x~~x

Fiquei arrepiado de medo, ao perceber que aquilo não foi uma visão, e sim era real. Recuei um passo para trás, e ela vinha caminhando '' com um quem não quer nada '' dando uma reclamação calma:

– Eu estava ficando cansada de esperar... - repetia a mesma frase com um sorriso maléfico em seu rosto.

Sabe, com toda certeza, eu não faço o tipo daquele herói aventureiro que não tem medo de nada, que está sempre pronto a enfrentar a tudo e todos...Posso falar com todas as palavras:

– EU NÃO FAÇO ESSE TIPO!! EU NÃO!!! - gritava isso para a minha mente enquanto corria o mais depressa possível, pouco me importando para onde.

Enquanto ela, que permanecia no mesmo local sem entender o que estava acontecendo, rogou algo, embora pouco queria ouvir:

– Ei..!! Espera aí!!

Continuei correndo e correndo, esquecendo da menina que estava lá trás. Corri mais um quarteirão e acabei chegando a um beco sem saída.

Enquanto, arfava ofegante tentando repor o ar que havia perdido de um dos meus pulmões, ela apareceu caminhando lentamente sendo encoberta pela a meia luz do por do sol, derrubando o meu material. Me encostei totalmente na parede rachada, onde ainda insistia naquela mesma pergunta tola:

– Como você consegue fugir assim com a consciência tranquila após ter me assassinado?

Já estava ficando bastante perplexo com tudo aquilo. Mas eu tinha de me defender de algum modo ( mesmo que este seja a palavras), eu gritei com os nervos a flor da pele,ainda que gaguejando um pouco:

– V-Você... Você está enganada!! Eu não matei ninguém!!

E ela, na maior tranquilidade me respondeu:

– Tudo bem... mas eu sou capaz de perdoar... - deu-me um sorriso carinhoso e prosseguiu:

... agora que eu voltei a vida! - falava a estudante de cabelos lisos e castanhos.

Eu já não estava sabendo mais dizer se estava submerso naquela alusão, ou estava ficando realmente louco. certo. Mas, ainda sem conseguir crer naquelas palavras, eu disse para que, até mesmo os céus pudessem ouvir:

– O quê?!! Não seja ridícula!!

– É porque eu não sou humana! - exclamava ela.

xxxx ~xxxxxxx ~ xxxxxx

Aquela luz do sol poente, com o seu incendiário vermelho, lentamente aumentou as nossas sombras, onde os corvos levantaram voo. Das sombras, haviam surgido dois Rottweilers que rosnavam ferozmente para nós, e se aproximavam cada vez mais. Continuavam rosnando de ódio, nos deixando encurralados, quando avançaram numa velocidade surpreendente prontos a dar uma mordida de tirar o pedaço.

Mas na mesma hora, seus olhos tornaram-se dourados ao empenhar-se para ativar o campo de força T.A, que bloquearam os ataques ferozes dos cães demoníacos.

Ela tapou uma parte do baço com a mão direita, e aproveitei a chance para perguntar:

– O que eram aquilo?

– Servos do Myth de Zelretch. Nós precisamos sair daqui o mais rápido possível. A essa altura ele já deve saber da minha presença neste local. - ela me respondeu andando, com muita dificuldade de respirar.

– Precisamos sair daqui, ou vamos ter problemas.... - Dada a ordem direta, olhou para mim com frieza e repetiu estridente:

– Não fica aí parado! Eu disse que a gente tem que ir!!! - trepidei a cabeça com um leve '' não '', sendo que as palavras mal se formavam.

xxxx //// xx ////////////xxxxx ////xxx

A luz do por do sol alaranjado se debatia contra a janela, onde ela me explicou:

– Não sei até onde onde você conseguirá acreditar, mas com toda certeza ficará muito mais fácil dizer que sou uma vampira.

Me acomodei na cama de lençol branco, me sentindo um tanto enraivado por causa dela, reergui o meu rosto com as palavras prontas para dizer e disse:

– Você espera mesmo que eu acredite numa história maluca como essa?!

Aproximando-se de mim (para me consolar eu diria) ela falava:

– Conseguiu me matar...- e cruzou os braços

– Eu juro! Eu não matei ninguém! Eu sou apenas um estudante do colegial.

– Os estudantes do colegial são bem inteligentes... É o seguinte, de agora em diante, vai ser o meu escudo. - dizia a menina com o vento a soprar os seus cabelos castanhos.

– Seu escudo? - perguntei ao olhar para ela

– Eu fui ferida como resultado de seus atos, não pode ser atacada enquanto estiver fraco.

– Do que você está falando? Te atacar? - me levantei e já ficando de saco cheio daquele papo sem pé nem cabeça, disse:

– Fala sério. Você é a vampira, se lembra?!! - Após terminar de falar, ela se voltou contra a janela de vidro e balbuciou de braços cruzados:

Não sei o por que mas, aquilo estava me deixando louco.

– Sabe das Ondas de Assassinatos que vem acontecendo na cidade não sabe?

– Você está falando dos assassinatos em série? - perguntei.

– É esse assassino que eu estou procurando.... - ela dizia.

Bem, acho que tudo aquilo fazia o mínimo de sentido para mim. Mas, no fundo, ainda possuía as minhas suspeitas sobre ela.

– Espera um pouco aí!!! Você não está pedindo para ir contra esse cara e... esquece! Isso é impossível...!!! e, Esquece! Sem chance! Olha, Eu sou apenas um aluno pacato do colegial! Matar você foi um tipo de engano que eu... - me recusei a ouvir mais uma única frase de que aquela garota louca estava falando.

– Um aluno do colegial... Você não tem escolha...

Abri a porta e olhei para a Akane que dormia tranquilamente. Então fiquei sentado na cama, pensando.

~~~~~~~~~~~~x ~~~~~~~~~~~~~~~~

No mesmo instante, a porta havia sido aberta e fechada no mesmo instante por um ser das sombras....

~ Continua....