Brilliant Mind escrita por Lady Holmes


Capítulo 22
Dói lembrar


Notas iniciais do capítulo

Está na hora de contar a história completa. Bom cap.



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Jennifer se levantou da cama, guardando o papel em seu bolso e indo encontrar Holmes na sala.

- Sim Sherlock? - Ela pediu quando chegou. Ele a analisou, deixando-a com um pouco de vergonha. Ela ignorou o fato que seu shorts era curto e sorriu, olhando-o.

- Eu preciso lhe pedir uma coisa. Sei que será bem ruim, sei que provavelmente irá doer, mas eu preciso que você me conte.

- Conte o que? - Ela pediu, se sentando na poltrona em frente do detetive.

- Sobre a noite em que Moriarty matou seus pais. - Ela não respondeu, não de imediato. Segurou o ar por alguns segundos, encarou o par de olhos azuis a sua frente, abriu uma ou duas vezes a boca, a fechando-a rapidamente, para repensar no que diria.

- Havia sido uma tarde incrível... - ela começou. - Meus pais tinham esse costume. Sabe, de fazer caças ao tesouro, e eu sempre adorei. Lembro-me que naquela manhã, eles haviam comprado alguns doces, e, logo depois do almoço, me permitiram começar a caçá-los. - Ela disse, abrindo um pequeno sorriso nos lábios. Se demorou a falar novamente, mentalizando a cena de seus pais lhe entregando um pequeno papel com apenas alguns números. Mas elas os reconheceu na hora. Alguns meses atrás, seus pais haviam criado um “mapa” da casa, com coordenadas e tudo. Ela só precisou buscá-lo em seu quarto e olhar o cômodo correspondente com os números no papel. - Eu cacei o tesouro, como em tantas outras vezes. Mas dessa vez, no final da caça, houve outro tesouro alem dos doces. Era um pequeno colar com um pingente de coração. Eu... - Cenas dela abraçando os pais, sorrindo, agradecendo-os pelo presente surgiram em sua mente. Sua mãe afastando o cabelo loiro para colocar o colar sobre seu pescoço e seu pai lhe dizendo que um dia, esse colar seria muito importante e que ela deveria se lembrar de tudo que ambos lhe ensinaram. Seus olhos azuis se encheram de lágrimas salgadas, que logo começaram a escorrer pele sou delicado rosto. Sherlock desejou infinitamente abraçá-la, mas se conteve. - Eu lembro que meu pai disse como aquele colar era importante. Irônico, eles morreram horas depois de me dizerem isso...

- Como foi... como foi que aconteceu? - Ele perguntou. Ela respirou fundo e esperou o que pareceu uma eternidade para voltar a falar.

- A caça havia terminado e eu estava exausta. Tomei um banho e jantei um sanduíche. Minha mãe me colocou na cama, dando-me boa noite e dizendo: Sonhe com as fadas. Era isso que ela me dizia toda a noite. Era meu sonho infantil, morar em Neverland, ser a primeira menina perdida, ser a melhor amiga de Peter Pan, de Tinkerbell, lutar contra o Gancho, brincar com as sereias e os índios... Enfim, eu não me demorei a adormecer naquela noite, eu mal agüentava meus olhos abertos por mais meio segundo. Não me recordo que horas eram quando escutei o barulho. Era um barulho audível de alguém caminhando pela casa. Eu me levantei, perguntando-me se era apenas meu pai indo beber alguma coisa, ou minha mãe, buscando um livro na biblioteca. Eu entreabri a porta, mas quem eu vi não era nem meu pai e tão pouco minha mãe. Um jovem alto, de cabelos morenos e olhos âmbar me encarou na noite. Bem, não creio que eles tenham realmente me encarado, pois o dono daqueles olhos passou sem se interessar em meu quarto. - Jennifer secou as lagrimas, trazendo as pernas para mais perto de si, parecendo apenas uma criança de 4 anos de idade.

E talvez, naquele momento, ela realmente fosse uma.

- Eu esperei alguns segundos e então segui para o quarto dos meus pais, mas ele estava vazio. A segunda opção era a biblioteca e quando segui para lá, a luz estava ligada, e havia vozes...

- Nós não vamos lhe entregar isso! - disse Joseph Mars. A Jennifer de 4 anos espreitava a cena pela fechadura. Havia um jovem homem, o mesmo que ela acabara de ver caminhando na frente de seu quarto, apontando uma arma para o casal.

- Então creio que terei que matá-los e depois matar a pequena Jennifer.

- Deixe ela fora disso! - Gritou Katie. Jen sentiu medo naquele momento, apertando a coruja que carregava junto dela. Corujas são o símbolo da filosofia, da inteligência e Jennifer era jovem, sim, e muito, mas também era inteligente, esperta e, muitas vezes, uma grande filosofa.

- O que será que a pequena Jenny vai pensar quando seus pais estiverem mortos? - O jovem misterioso disse, com sua voz arrastada. - Ultima oportunidade, me dêem senha! - A voz se alterou, agora mais grave e exigente.

- Nunca! - Responderam os pais de Jen juntos. O jovem dos olhos cor de âmbar não deu segunda chance, mirando firmemente no peito de Katie Mars, puxou o gatilho.

Jennifer segurou o grito, vendo sua mãe cair no carpete bege da biblioteca. Vendo-o se manchar de vermelho carmim, de sangue.

Joseph gritou, correndo até o corpo, já sem vida da esposa. Jennifer via a cena e deixava silenciosas lágrimas salgadas rolarem pelo seu rosto frágil e infantil. Ela desejou, como nunca na vida, que aquele homem fosse embora logo. Que deixasse sua família em paz, que deixasse seu pai bem, sem machucado. Mas não foi o que aconteceu. O jovem moreno se aproximou do corpo de Joseph Mars e colocou o cano do revólver em sua têmpora, puxando o gatilho momentos depois. Então, como se aquilo fosse tão normal quando cozinhar e ver TV, ele pulou a janela e sumiu na escuridão.

Jennifer Mars, em seus 4 anos, abriu a porta da biblioteca e se debruçou sobre os corpos desfalecidos e sem vida dos pais. Ela chorou por algumas horas e então ligou para a polícia. Ela não era burra, sabia muito bem o que acontecera, sabia que aquele homem havia matado seus pais, mas quando a policia chegou ali, lhe disseram que seu pai havia matado sua mãe e se matado.

Aquela foi a primeira noite em que ela viu DI Davis. Quando ele lhe disse que se tratava de um caso passional, ela lhe deu um soco.

Segundo palavras dele:

- Será uma encrenqueira quando crescer. - Mas o resto da Yard, peritos e legistas que estavam ali se limitaram a rir. Mal sabiam eles que Davis tinha razão, Jennifer Mars se transformaria na maior encrenqueira que Scotland Yard conhecera, com todo seu dom e sua insistência em dizer que seus pais havia sido assassinados.  Jen caminhou até a poltrona onde se sentava com seu pai e ficou ali, encarando o vazio até ser carregada para um carro e deixada com uma madre novata. Madre Mackenzie. A primeira coisa que se passou por sua mente foi que ela se parecia com a Branca de Neve e naquele instante, Mars desejou com toda sua força que Neverland fosse real e ela pudesse escapar para lá o mais rápido possível... 


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Notas finais do capítulo

Neverland é tipo assim, uma das minhas várias casas *-* quando eu era pequena eu tinha um amigo imaginário... Peter Pan :) Bem, vocês tinham algummm??



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