Prólogo

A história se inicia com um nascimento, assim como nas de Charles Dickens. Eu, Alvo Severo Weasley - agora Potter, começo a narrar com o nascimento da pessoa que mais amei no mundo: Lílian Luna Weasley - agora com o mesmo terrível, apesar de famoso, sobrenome que eu.

Os Weasley éramos perfeitos. Nem ricos, nem pobres. Vivíamos na frança e pouco sabíamos sobre a família de papai Harry, que era um auror respeitado e que sempre viajava em sua missões. Todos na vizinhanças nos adoravam. Não tínhamos nem mais nem menos do que nossos vizinhos tinham.

Eu tinha cinco anos naquele dia. Eu e Tiago éramos uma explosão dinâmica: Eu sonhava desde meus três anos tornar-me medibruxo, enquanto que Tiago queria mais era tornar-se um auror. Envoltos em sonhos e sendo queridos pela vizinhança, a cada dia que nossos pai chegava de suas missões era uma festa.

Gina, nossa mãe, era delicada, uma exímia dona de casa. Muito sedutora, alta e de cabelos longos ruivos que lhe caíam pela cintura. Papai era moreno, de olhos verdes e também muito atraente na visão das mulheres.

Eu era a cópia exata de meu pai. Olhos verdes esmeraldas misturados a cabelos negros e extremamente rebeldes, que eu insistia em despentear com as mãos. Isso fez com que eu fosse - mesmo sabendo que ela nunca deixaria tranparecer - o queridinho da mamãe. Quando eu soube que ela estava grávida, temi ter que dividir com mais alguém esse posto. Aliás, eu era o queridinho de papai também. Sempre senti que Tiago tinha algo parecido com inveja, mas eu não ligava. Ele tinha os amigos dele, que o rodeavam como se ele fosse um deus apesar dos seus cinco anos, e eu tinha papai e mamãe apenas. Eu era tão ingênuo que nunca imaginaria que minha vida perfeita, apesar de meio solitária, iria transformar-se em uma tortura.

- Ela nasceu! - anunciou meu pai com aquele brilho nos olhos que lhe eram característicos ao falar dos filhos - especialmente de mim. Eu senti-me enciumado. Sempre ouvi dizer que meninas eram as preferidas dos pais. Eu tinha apenas três anos, mas era esperto. Então, sem dizer nada, entrei e senti minha mãe pôr em meus braços a criatura mais linda que eu já vira.

- Esta é Lílian Luna, Alvo. Tente não esmagá-la. - explicava minha mãe. Lílian tinha alguns fios de cabelos - muito ralos - idênticos ao de mamãe. Imaginei que, ao crescer, iria tornar-se parecida com ela. Tinha os olhos castanhos brilhantes e cheios de vida, assim como os de Gina. Vi meu irmão bufar e tomá-la de mim. Comecei a chorar.~

- Devolva Lílian, Tiago!

- É minha irmã também. - respondeu ele, indiferente ao meu choro e beijando uma de suas bochechas.

Desde aquele dia, disputávamos a atenção de Lílian. Era como uma guerra. Ela afeiçoou-se mais a mim. Tinha o mesmo intelecto e o mesmo sonho de tornar-se medibruxa. Mas em qualquer discussão que pudéssemos ter - por mais que fossemos próximos - Tiago ficava do lado de Lílian. E, enquanto a afeição de meus pais, eu aceitava dividir desde que as afeições de Lílian fossem atribuídas a mim também.