Trick and Treat escrita por Hellscy


Capítulo 6
Pesadelos após o sonho


Notas iniciais do capítulo

"Quando há confiança nenhuma prova é necessária."
— Desconhecido

Obs: Esse capítulo começa estranho mesmo, então tem que ler até o final para entender ^^
* Capítulo editado: 03/08/2014



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– Mamãe, mamãe mais rápido - Gritava a menininha de grande sorriso no rosto.

A garotinha segurava a mão de uma mulher, possivelmente sua mãe, e a puxava com força para que andasse mais rápido, porém mesmo com todo seu esforço sua mãe quase não se movia. Andava em pequenos passos lentamente indo contra a velocidade da filha, caminhando devagar puxando a menina para que não fosse tão rápido, mas com gentileza, pois ainda era mais forte que a pequena.

A menina se virou de frente para a mãe puxando-a com mais força e com as duas mãos inclinando o corpo para trás pensando que assim seria mais fácil cumprir seu objetivo.

Sua mãe apenas sorria de forma calida e arfava, estava cansada.Ela havia corrido alguns metros atrás da filha que escapara por causa de sua excitação com o lugar. A menina era ligeira e animada, quando sua mãe achava que finalmente tinha conseguido alcança-la a pestinha já estava em outro canto com seus olhos grandes e curiosos mexendo em tudo. Demorou um bom tempo para conseguir pegá-la.

– Vamos... – gemeu fazendo mais força do que podia, parecia que tentava puxar um elefante, seu sorriso desapareceu ela fechou os olhos se esforçando ao máximo – Nós. Ainda. Temos muito. Pra ver. Antes. Do. Pôr. Do. Sol – ela disse em pausas. Cerrava os dentes e dava tudo de si para fazer a sua mãe se mover, que agora estava parada.

A mulher suspirou exausta.

– Miku se acalme, ainda é meio dia. Poderá ver muito antes do pôr do sol.

– Não. Vou. Não. - Ela realmente era teimosa, a mão da mãe dela já estava começando a ficar incomodada com o aperto forte de sua filha

– Então pelo menos espere o seu pai – sua mãe disse soltando as mãos da filha das dela e se abaixou para ficar na sua altura – Você correu tanto que ele ficou para trás – disse com um sorriso gentil com uma das mãos depositadas no ombro da menina e a outra arrumando sua franja que ficara bagunçada.

Miku a olhou por um minuto confusa enquanto prestava atenção no que ela dizia e depois deu mais um de seus lindo sorrisos, um lindo sorriso de criança e concrodou travessa. Era algo que ambas tinham em comum. Assim como sua mãe a pequena tinha um belo sorriso, a diferença que o da mãe era mais sereno e gentil, maduro, enquanto que o de Miku era mais brincalhão.

Mas a mulher teve o mesmo sorriso durante sua infancia, sua filha, então, teria o mesmo sorriso que ela quando crescesse. Com toda certeza.

Sua mãe então se levantou e segurou uma das mãos delicadas da filha, com mais carinho e menos apressada do que quando esava sendo arrastada, e ficaram encarando o caminho por onde vieram procurando por ele, esperando que aparecesse. Ele não havia corrido atrás delas, sabia que estariam bem, apenas desceu da carruagem, o ponto de partida da corrida de Miku e a mesma que os levara até aquela vila, gentilmente e foi ao encontro delas na praça.

Se tivesse corrido também não poderia rir daquela situação.Lá vinha ele andando sem preocupações. Miku abriu outro de seus sorrisos, soltou a mão de sua mãe e correu em direção ao seu pai.

Sua mãe vendo aquilo deu um leve sorriso incredulo, porém amável.

“Que menina cheia de energia” Caminhou calmamente em direção aos dois.

Miku se chocou contra o corpo do pai e lhe deu um forte abraço, seus braços nem mesmo davam a volta na cintura dele de tão pequenos que ainda eram, ele retribuiu se abaixando para pega-la no colo. Agora os braços dela conseguiam, pelo menos, dar a volta no seu pescoço, eles riam até seu pai a descer de seu colo e sua mãe se aproximar

– Agora podemos ir, certo? – ela perguntou à mãe com um sorriso de excitação

– Sim, podemos – ela lhe sorriu gentilmente

Eles andaram por horas, na verdade Miku sempre corria um pouco mais à frente que eles sem que fosse perdida de vista e às vezes parava esperando que eles se aproximassem um pouco mais.

As casas do pequeno eram feitas de tijolos à mostra e algumas eram pequenos prédios de dois ou três andares. Todas ela tinham um charme rústico, com acabamentos de madeira nas janelas e portas. Porém o mais especial eram seus enfeites.

Todas estavam enfeitas, com diversos tipos de enfeites, entre eles: aboboras com rostos sorridentes e diabólicos, velas coloridas de cera branca, verde, vermelha e pretas, folhas secas do outono arrumadas de forma calculada nas calçadas de pedra, encostadas ao lado de algumas portas haviam vassoras velhas de palha. Tudo isso porque era Halloween.

Pelo menos para Hatsune Miku, para os moradores da vila havia algo a mais.

Mas afinal, era por isso que estavam ali. Estavam passando algumas semanas na casa de veraneio deles que ficava ali perto um pouco além da floresta. Esta era a última semana que ficariam, por isso a aproveitariam ao máximo. Fora tudo isso ainda tinha o fato de que estavam em comemoração.

Comemoração pelo aniversário da pequena Miku, que infortunadamente ou não, era no mesmo dia que o dia das bruxas.

Para ela e pros pais era um dia feliz, de alegria e celebração, porém não para os moradores daquela pequena vila. Essa data queria dizer má sorte, por causa de infelizes "coincidências” que marcavam esse dia, algo do qual Miku desconhecia. Entretanto, seus pais bem cientes disso graças a outra visitas, mantinham o aniversário da filha em segredo. Para falar a verdade eles nunca vinham a esta casa de veraneio nesta época do ano justmente por causa disso, porém ficaram sem opção por ter sido um pedido de aniversário da vila irem passar essa data especial naquele dia. Não tiveram como negar.

Neste dia haviam regras para os moradores: as crianças só podiam pedir doces acompanhadas e apenas até o sol se pôr, por isso, para quem quisesse se precaver, esta data era como um feriado para os pais, que eram liberados do serviço para acompanhá-las. Existia o medo de que os filhos fossem enfeitiçados e atraidos para a floresta e assim desaparecessem, ou seja, nunca mais voltarem deixando apenas a angustia de não se saber se estavam vivos ou mortos. Apesar do temor, não eram todos os pais que cumpriam a regra, preguiçosos ou atarefados demais para isso, deixavam suas crianças soltas apenas com o aviso de que não podiam passar da praça e que se passassem seriam pegos pela bruxa e se não fossem teriam a bunda esquentada pela cinta.

Era aconselhado também não sair de casa depois do primeiro pio da coruja. Claro, não era obrigatório, mas ninguém tinha coragem o suficiente de descumprir esta regra com base nas histórias.

Miku agora também pedia doces, seus pais lhe compraram uma cesta em uma loja em meio ao seu passeio. Ela brincava, corria e comia alguns de seus doces com as outras crianças todas se divertindo imertes a sua inocência.

A gortinha estava sempre sorrindo, ela realmente era feliz sem nada para se queixar. Muita sorte.

30 minutos para o pôr do sol. Os pais procuravam suas crianças para levá-las de volta para casa, algumas já estavam totalmente fechadas antes mesmo do sol dar seu adeus, mas algumas pessoas ainda andavam pela rua terminando de resolver alguns assuntos antes da hora limite de se recolherem. Miku se despedia de um garoto sendo puxado pela mãe.

– Tchau tchau – ela balançava a mão em sinal

– Tchau - ele repetiu olhando para trás, sua mãe parecia gentil, porém também com pressa.

– e então como foi sua caça as doces? – ela pode ouvir a conversa dos dois

– Foi legal – o garotinho respondeu com um sorriso

– Se divertiu? – as vozes deles estavam ficando mais baixas enquanto se afastavam dela que os observava indo embora

– Miku – ela ouviu chamarem seu nome e se virou na direção de seus pais, assim que os avistou, pulou do banco em que estava sentada, pegou sua cesta cheia de doces e foi ao encontro deles, quando chegou sua mãe a olhou com um sorriso afável.

–Vamos? – Miku assentiu com a cabeça sorrindo.

Ela segurou namão da mãe e a acompanhou. Seguiam caminho em direção à carruagem para irem para casa, mas enquanto ainda cruzavam a grande praça Miku ouviu gritos e quando olhou para trás viu uma mulher levar um tapa e depois ser empurrada por um homem grande e mau humorado, talvez o vendedor da barraca de frutas ali perto, isso se confirmou com as palavras que ele disse:

– Devia receber mais por tentar roubar uma de minhas maças – ele gritou e depois esfregou a mão na boca – e logo hoje? Agora vá embora e se voltar vai sofrer coisa pior!

Em instinto, e por um ato de compaixão, Miku soltou as mãos da mãe e foi até a mulher caída no chão.A coitada parecia ser bem alta e estava vestindo uma enorme capa preta, o capuz cobria metade de seu rosto e perto dela havia um cesto enorme de palha mal feito. Era daqueles de se carregar nas costas e parecia bem pesado, Miku se agachou e a ajudou à se levantar

– Você esta bem? – perguntou com preocupação

A mulher aceitou a ajuda, agarrando sua mão firmemente usando a pequena de apoio para se levantar. De pé notou-se que ela era realmente alta, parecia ter entre 1,85 ou 1,90m de altura, , mas se abaixou para ver direito o rosto da menina que à ajudara, Miku também pode ver melhor seu rosto já que o capuz deu uma pequena brecha.

– Ora ora, mas que menina mais boazinha – ela disse maliciosamente querendo parecer amigável, porém sem muito exito, e por um momento Miku ficara assustada. Os olhos dela pareciam brancos e a encaravam intensamente, seu sorriso era enorme, mas até parecia conter todo o mal do mundo com aquela fileira de dentes brancos como leite bem amostra e ela tamém tinha a pele bem branca. Mais branca que papel, extremamente pálida. Aquela mulher era assustadora, deixando Miku apenas alguns instantes com vontade de chorar e tudo pareceu piorar quando ela disse – Merece um presente muito especial!






Miku se levantou em um pulo, estava assustada e arfava freneticamente. Um sonho?

Ela olhava a sua mão, seus olhos demonstravam medo e sua mão estava tremendo. A moça também suava frio.

– Aquele olhar, aquele olhar – ela pensava e fechou os olhos, cerrou o punho, estava um pouco com raiva de si mesma por não conseguir se lembrar do sonho que tivera à alguns segundos – Aquele olhar frio e sombrio... – ela não se lembrou de quase nada, mas começava a relaxar enquanto finalizava seus pensamentos.

Miku olhou em volta se lembrando de onde estava, na casa de Rin e Len, os gêmeos não-irmãos e lindos que a ajudaram, e... Não, de acordo com ela esta não era a casa deles era a casa da metra deles. Outra coisa extranha que mereceu sua atenção a fazendo quebrar a cabeça, era tudo confuso demais.

Se sentou na cama colocando os pés no chão.

"Eu dormi de sapatos?" – ela pensou – "Não, a pergunta não é essa e sim quando eu dormi?"

Se levantou pensando ainda em Rin e Len. Eram misteriosos e de acordo com as palavras de Rin não eram normais. Miku estava com uma expressão séria enquanto ia em direção a mesa ao lado da cama, em cima dela havia alguns biscoitos, um bule com chá, outro com leite e três xícaras sobre três pratos, um lindo jogo de porcelana impecavel. Havia também um pequeno pote de vidro com cubos de açúcar, uma pequena bandeja de prata com palitos de canela e um pote enorme de... xarope, pelo menos de acordo com Len, e ao lado deste uma colher de sopa.

Miku pegou uma das xícaras e encheu com leite, estava morno, colocou dois cubos de açúcar e pegou dois palitos de canela, seus favoritos. Misturou o açúcar no leito com um dos palitos, sentou-se na cama novamente e depois de morder a parte húmida do palito o olhou fixamente. Pensaiva.

– São palitos de canela, seus preferidos certo?

Como ela sabia que eram seus favoritos?

– Sabemos quem é senhorita Miku, Hatsune Miku

Como ele sabia seu nome?

Realmente eles não eram confiáveis e eram assustadores como aquela mulher de seus sonhos. Tinha que pensar em algo rápido. Algo para sair dali e acabar com todo aquele medo que começara a despertar nela. Algo para explicar tudo o que estava se passando.

Um minimo dentro dela dizia que ela deviaconfiar em Rin e Len, Miku desajava poder acreditar nessa parte. Daria uma última chance aos dois, porém queria também ter um plano de fuga como reserva.

Antes de perceber já havia terminado seu leite e os dois palitos de canela. Se levantou e depositou a xícara em cima da mesa, estava indo em direção à porta, ia procurar Rin e Len, queria algumas explicações e se não as conseguisse, caso eles a enrolasse ou então se ela ficasse com medo apenas pediria logo o telefone deles emprestado e desculpas por ter dormido na cama deles e abusado de sua hospitalidade

Sentiu seu cabelo bagunçado quando passara a mão sobre ele, então foi conferir no espelho do guarda roupa, estava totalmente desarrumado, Miku então os soltou retirando a fita e depois prendeu a fita vermelha no pescoço como se fosse uma coleira com três voltas, fez um laço e deixou dois enormes pedaços da fita soltos que caiam elegantes sobre o seu corpo. Depois pegou o pente no armário e penteou suas mechas rebeldes apena o necessário.

Quando ficou satisfeita foi até a porta, abriu-a um pouco, mas logo se arrependeu e se assustou. Antes com a porta fechada não dava pra ouvir nada, mas agora com apenas uma fresta aberta era possível ouvir tudo que se passava no salão. Ouviu as vozes de Rin e Len, porém eles não eram os únicos, havia mais uma voz. A voz de um outro homem.

– Você devia ir embora ou coisas ruins podem acontecer com você – Rin...

– É verdade, esta floresta é muito perigosa à noite – Len...

– Por favor, vocês realmente não viram nenhuma garota de cabelos esverdeados passar aqui perto? Esse lugar é perto do acidente, ela pode ter passado por aqui pedindo ajuda e vocês não à viram, por favor, senão ela pode estar morta – a voz estranha e desesperada, Raul...


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