The Moonlit Waltz escrita por Izzy Vaghetti


Capítulo 1
Capítulo 1




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Eu acordei, meio atordoada com o barulho do trem nos meus ouvidos, já eram 8:30. Droga...

Levantei , e desci as escadarias, a mesa estava posta para o café como sempre. Peguei um bolinho e fui em direção a sala principal. Estranhei a ausência dos criados. Papai estava sentado na sua poltrona favorita, lendo jornal. Era um homem bonito, considerado seus 48 anos. Tinha cabelos e barba loiros, mas que já tomavam um tom grisalho, por conta da idade, e olhos verdes. Bem verdes. Olhos que eu felizmente havia herdado.

- Bom dia Ell. – ele falou sem tirar os olhos do jornal.                                                                                   

- Bom dia papai. – eu fui até ele, e dei-lhe um beijo na testa.

- Hoje mais cedo, fui ao encontro da sra. Osmeat, para verificar seu desempenho escolar. – ele seguia com os olhos grudados no jornal. – disse que você não faz o dever e fica desenhando cavalos no caderno.

- Essa mulher esta claramente tendo sérios colapsos mentais.  – eu falei, andando até a estante e pegando o meu livro favorito.

- Como? –  papai finalmente tirou os olhos do jornal e franziu o cenho.

- Dava claramente para ver que eram unicórnios. – eu expliquei, sentando-me e cruzando as pernas, ainda com o bolinho na mão, e o livro descansado no meu colo.

-Ella! Você não esta levando a sério! – ele era extremamente calmo, e estava começando a alterar um pouco a voz.

- se pelo menos você me devolvesse meu caderno de desenhos, eu os faria nele, ao invés de desperdiçar as folhas do caderno de poesia.

- Eu já lhe disse! Você tem que manter os pés firmes no chão. Se eu lhe devolver este caderno, estarei estimulando esses seus sonhos absurdos! – ele se levantou, estava começando a  perder a cabeça.

- Mamãe apoiava o estimulo a imaginação!- sei que era cruel falar de mamãe, mas eu já não agüentava mais. Ele parou por alguns minutos, depois desabou na poltrona.

- Eu... eu já lhe disse, inúmeras vezes para não sair do seu quarto de camisola Ella. Onde está Emily? – Emily era a criada responsável por mim.

- Eu não faço a menor idéia... Papai. – eu entendia a subta mudança de assunto, mas já não agüentava aquelas regras, etiquetas, aulas, danças, bailes, e o que me deixava mais irritada. Os “pretendentes”. Minhas tias eram encarregadas dessa parte. Josephy, Grace e Catherine.  Todo baile que havia, elas se reuniam e ficavam contando vantagem do status do “pretendente” que cada uma aranjá-ra. Eu não estava nem ai para nada disso. Às vezes, eu saia com meu pai, e via meninas com saias pelos joelhos. Não fazem idéia do quanto eu queria trocar todas essas saias e armações compridas por uma dessas. Mas não. Claro que não. Eu tinha que manter a graça e a postura, afinal já tinha 14 anos e tinha que conseguir um noivo o mais rápido possível. De preferência até o meu 15º aniversário. Não estou nem um pouco ansiosa por isso. Na ultima vez, tia Grace havia me apresentado um tal de Holav Ground’s, um filho de Marquês.  Um loirinho metido e ridículo, de 17 anos, que se acha o Maximo por já ter jogado croquê com a rainha. Um loirinho muito metido a besta. E muito, muito, muito rico. E é claro, que por esse motivo, todas as garotas da nobreza sonhavam em esposá-lo.  Mas por motivos que desconheço, ele mostrava um interesse repentino por mim. Estava presente em todo e qualquer baile que eu por um acaso estaria também. Eu não estava nem ai para ele. A verdade, é que eu jamais me interessei por homem algum. E todos eles eram tão... excêntricos. Certa vez, tia Josephy me apresentou o filho mais velho do Duque de Shadonws. Derrubei ele no ponche. Papai me odeia por isso. Mas a culpa não é minha se ele aproveitara um momento de distração dos convidados para passar dos limites, se é que me entendem. O caso é que quero arranjar noivo por minha conta. Como mamãe e papai. Eles se conheceram em um baile, foi amor a primeira vista, mas mamãe já estava noiva de um visconde. Para sorte dos dois, os meus avós maternos permitiram a troca de noivo, pois papai era Duque, assim sendo de um status mais elevado ao do noivo anterior. Mas conhecendo minha sorte, ficarei presa a um casamento completamente indesejado. 

- Sua tia Grace virá hoje a tarde. Trará Joanne e Rosally. – papai falou quebrando minha linha de raciocínio.  Fiz uma cara de completo desgosto e nojo. – E seja boazinha com elas, Ella. Lamento dizer que elas virão especificamente para ficarem sobre seus cuidados, ajudando-a a aprender como se lida com os filhos.  – levantei da poltrona em um pulo, batendo as mãos nos braços da mesma, e jogando o livro na mesinha de centro.

- ISSO NÃO É JUSTO! EU TENHO 14 ANOS! QUE FILHO VOCÊ ACHA QUE EU VOU TER? – como ele podia mencionar tal coisa? Já estava completamente desgostosa com o fato de ter que me casar com um qualquer, e ele já estava mencionando a possibilidade de eu passar uma noite que seja com esse tal homem oculto. Absurdo. Calamidade. Desrespeito. Insulto.

- Por hora, nenhum. Mas preparo e experiência, são coisas que não se excedem, Ella. – ele olhava fixo nos meus olhos, com um ar desapontado.

- SENHORITA! – Emily berrou apavorada ao entrar na sala, fazendo os olhares meu e de meu pai grudarem nela. Quando percebeu que não só eu, como meu pai estava presente na sala, ficou completamente sem jeito – De-desculpe meu senhor, mas eu não consegui encontrar vossa filha em seu quarto, por um momento achei...

- Não se importe Emily. Leve-a para se lavar e se trocar. Sua tia deve chegar em minutos Ella. Vista-a apropriadamente Emily. – Ele voltara a ler o jornal, dessa vez com uma maça na mão, e depois de dizer isso deu uma enorme mordida nela, e eu fui praticamente arrastada para o meu quarto.

- Por favor Senhorita, gostaria que não saísse mais de vosso quarto antes que eu vá buscá-la. Eu Fiquei muito preocupada. – Ela disse, me ajudando a tirar minha camisola, e conduzindo-me até o  banheiro, onde soltou os meus cabelos e me ajudou  a entrar na banheira. Emily até podia ser criada, mas era apenas 1 ano mais velha do que eu, e é muito minha amiga. Quando terminei o banho, Emily havia separado meu vestido. Estava em cima de minha cama. Ela ajudou-me a vesti-lo, e eu andei até o espelho para ver o quão ridícula era a situação. Um vestido vermelho sangue, liso, e uma tiara de pastora vermelha como o vestido, presa por uma fita verde escura, que formava um enorme laço bem em baixo do meu queixo. Horrível. Mas tia Grace ia amar. E como nada que eu fazia devia ser para meu grado, estava tudo ótimo.

Desci as escadarias correndo, fazendo Emily correr atrás de mim, certificado-se de que eu não iria despencar e quebrar em mil pedacinhos. Sentei-me na grande Poltrona vermelha, que ates era ocupada por minha mãe, e esperei que tia Grace chegasse. Não demorou nem 5 minutos, para que John, o chefe dos serventes, e mordomo da casa, declarasse a chegada de minha tia e dos projetos de madame.

- Bom dia, Duquesa.  – Ela cumprimentou-me com uma reverencia formal. As duas meninas pareciam estatuas ao seu lado.

- É uma honra recebê-la em minha casa, minha tia. – Eu cumprimentei, também fazendo uma reverencia. Quando viu que correspondi seu cumprimento com igual educação, ela pulou em cima de mim e me deu um abraço sufocante.

- Ah! Minha sobrinha querida! Você está cada dia mais bonita, mais elegante, mais madura e mais parecida com a minha amada irmã falecida! – disse, enchendo os olhos de lagrimas e amassando o meu vestido. Não que eu me importe com isso, na verdade pode amassar esse bolo e casamento o quanto quiser. As minhas primas continuavam paradas no mesmo lugar.

- Joanne, Rosally, subam com a Duquesa até a biblioteca.Agora é por sua conta Ella. Boa sorte.- eu sorri e levei as duas pela mão escada acima. Naturalmente, seguida por Emily. Eu não fazia a menor idéia do que fazer com elas. Emily abriu a porta da biblioteca, e revelaram-se mais de 20 andares de prateleiras, repletas de todos os tipos de livros que se possa imaginar.

- Ah! Prima, por favor leia para mim a história da Cinderela! – Joanne pulava e puxava a minha mão.

- Eu vou ler alguma outra história, essas coisinhas de criança são muito infantis para mim. – Rosally soltou minha mão e foi em direção a parte histórica da biblioteca. Ela tinha apenas 7 anos, acabara de aprende a ler, e estava em uma fase de “eu não preciso de você porque sei fazer tudo sozinha”. Isso a deixava ainda mais insuportável. Joanne, por outro lado, tinha 5 anos e era um amor. Nunca dava muito trabalho. Eu sabia que leria para ela e logo logo já estaria dormindo, ou brincando com suas bonecas, sem nem dar um pio apenas. Rosally por outro lado, certamente iria se irritar por haver muitas palavras difíceis no livro, e começaria a gritar, e a chutar os brinquedos, como ela sempre fazia. Mas não desta vez. Eu não iria deixar. De modo algum.

- Rosally. Está proibida de sair de perto de mim. – eu disse, fria e sem expressão.

- Aaaaah, porque? – ela já estava começando a ficar brava.

- Porque  eu sou mais velha, e responsável por você. E essa é a minha ordem. Obedeça-a sem contestar. Agora.  – ainda estava completamente sem expressão.

- VOCÊ NÃO É MINHA MÃE! VOCÊ NÃO MANDA EM MIM!

- Por hora, mando sim. E posso não ser sua mãe, mas ela não vai ficar contente quando souber que não quer obedecer as ordens que lhe dou. – ela abriu a boca para contestar, mas pensou melhor, e sentou-se ao lado da irmã.

- Emily, por favor preciso do livro “A Gata Borralheira” – Pedi a ela, sentando em outra poltrona. Ela me entregou, eu li para elas, e depois as levei até o meu antigo quarto, o que eu usara quando era criança. As duas foram brincar com a casa de bonecas, e eu não tinha nada melhor para fazer, então sentei na janela e fiquei observando o jardim.  Não sei o  verdadeiro motivo daquilo tudo, pois meu pai nunca cuidou de mim, tão pouco deixava minha mãe cuidar. Fui criada pelos empregados da mansão. Todos os filhos de nobres tinham no mínimo 20 criados responsáveis pelo seu crescimento e desenvolvimento social. Os pais, nunca tinham que fazer coisas como ler histórias, ou vigiar as crianças enquanto brincam. Claro que não. Estavam ocupados demais vigiando seus status, seu dinheiro, e indo a bailes extremamente ridículos, apenas para não posar de mal educado. Cresci com Emily, que é filha da governanta da mansão, por isso considero ela minha melhor amiga. Minha única amiga na verdade, já que as outras meninas nobres eram projetos de madame, exatamente como Joanne e Rosally, fúteis, burrinhas e que só pensam em vestidos, cabelo, maquiagem, acessórios, ah! E é claro, nos rapazes. Justamente o que eu mais odiava, os homens daquela época eram todos abusados, charlatões e muito fúteis. Alguns até mesmo mais do que as garotas.Emily pode ser minha única amiga, mas eu também tenho um amigo. Ele é  filho do jardineiro. O único garoto que presta que eu conheço. Provavelmente porque não é nobre, não foi mimado, não é um mauricinho que só se importa com si mesmo. O nome dele é Frederick II, mas eu e Emily o chamamos de Fred. Eu perdi a noção do tempo olhando para a janela, quando vi, Emily anunciou que o almoço estava pronto. Descendo as escadarias, fui analisando os vestidos das meninas. Joanne usava um vestido amarelo com laranja, um coração na cabeça, e seus cabelos castanhos acinzentados estavam presos em duas chiquinhas. Rosaly usava um vestido rosa com branco, com fitas vermelhas, e um enorme laço preso aos cabelos louros. Duas daminhas da alta sociedade. Chegamos na sala de janta, tia Grace estava sentada ao lado de meu pai, segurando uma carta com o celo dos Ground’s.

- Ella! – gritou minha tia entusiasmada – Você está noiva! 


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Notas finais do capítulo

Ella, Joanne e Rosally
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Emily
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