Unbreakable escrita por Demian


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

não é minha praia kkkkk mas eu tentei escrever sobre aquele que é pra mim, um dos couples mais cutes que existem lol



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Kyuhyun cobriu o rosto com parte da gola branca, enquanto tomava um cappuccino bem forte. Olhou para o lado de fora do Café, e via a neve cair, como em toda aquela semana. Estava tão frio! Esfregou as mãos contra o tecido do casaco, e envolveu a caneca com ambas, levando o líquido aos lábios, solvendo-o devagar. Estava realmente muito quente! Sentiu a fisgada na língua, quando tomava algo mais quente que devia, e deixava-a adormecida, mas não ligou muito para isso. Gostava assim. O cheiro agradava mais do que o sabor, aquele tom de canela forte, que lembrava outros cheiros...

Estava sentado à mesa, naquele local, e esperava há algum tempo.

Impacientemente, olhou o relógio pela décima vez naquele dia. Sua mente estava nublada de conflitos e desejos e a escuridão do lado de fora tornava as coisas ainda mais inquietantes. Não que sua personalidade fosse influenciada pelo clima, mas sentia que este estava em uníssono com seu estado emocional naquele dia. Tudo por causa de um certo rapaz sorridente e gentil, que sempre estava ali. Um gentleman que servia naquele Café.

Aquele ser mexeu com toda sua vida em apenas um sorriso e fazia-o sentir obsceno com apenas um entrelaçar de dedos. Por que seu corpo todo reagia a apenas um olhar? Continuou pensando e imaginando sobre cada momento, lembrando cheiros, cores, texturas e desejos. E a cada mínimo detalhe sentia seu rosto mudar e sentia também o constrangimento por isso. Seu coração batia acelerado, descompassado... Era tudo era apenas imaginação sua, mas tão real também, tão possível. Podia sentir os cheiros, aahhh os cheiros... Aquele cheiro agradável... Queria ter coragem pra dizer o que estava sentindo, pra se aproximar...

Como sempre, estava esperando ele chegar... Todo dia trocava de horário exatamente às 8 da noite... Mas naquele dia, ele tinha demorado. Eram mais de 10h da noite. Mergulhado nos seus pensamentos, ouviu a porta ranger, no exato instante. Ali estava ele.

Este passou por Kyuhyun, fazendo-o sentir aquele cheiro tão familiar. O perfume amadeirado que envolvia seus sentidos, como uma corrente elétrica que lhe envolvia o corpo. Era incrível como apenas isso o tornava insano, sem conseguir conter a si mesmo... Com muito custo não se elevou da cadeira, crispando as mãos sobre as coxas, e cravando as unhas ali. Lembrou-se que tudo estava na sua imaginação, nos seus sonhos, e não podia se deixar levar por isso. Nunca sequer trocara palavras com Zhou Mi, exceto um “obrigado por seus serviços” ou um “quanto é?” como era o usual.

Sim, o nome dele era Zhou Mi. Como algo narcótico que colocava abaixo o império dos seus sentidos.

E se ele não gostasse de rapazes? E se ele o detestasse? Uma onda de medo percorreu seu corpo todo, envolvendo-o numa névoa, e subiu como algo gelado em seu estômago. Abaixou a cabeça, assustado. O que estava fazendo? Nem ele mesmo sabia...  Três semanas, na mesma rotina, se vendo todos os dias ali, sentado naquela cadeira, tomando café, apenas para assisti-lo servir, com aquele corpo suave, sorriso caloroso, a camisa enrolada até os cotovelos, e calça social preta, bem ajustada. Essa era a farda, mas pra Kyuhyun, era o inferno na terra. O tempo passou, e ele continuou ali, lendo seus livros. Ele apenas continuava a olhar disfarçadamente Zhou Min, enquanto estudava. 

“Idiota!”, queixou-se de si mesmo, imaginando como Zhou Mi era intensamente desejável naquelas roupas, ou em qualquer roupa que vestisse. Como podia ser daquele jeito? Sua mente parecia envolvida por um ciclo inteiro de desejos e ensaios de como se aproximaria dele. Imaginava-se perguntando seu nome, oficialmente, apesar de já o saber, afinal, estava escrito em seu crachá, ou perguntando se gostaria de sair pra ver uma partida de basebol. Sua cabeça latejava, mas não mais que seu próprio corpo, ao imaginar o sorriso e aquela boca lhe respondendo sim.

Continuou de cabeça por longos minutos, imaginando como se aproximaria. Não era um covarde, nem que fosse para levar um fora logo e terminar tudo aquilo, precisava fazer algo.

“Posso ajudá-lo? Você se sente bem?”, ouviu aquela voz lhe acariciar os ouvidos, assustando-se tremendamente. Não estava preparado para isso! Derrubou a bebida que tinha em si, tentando evitar a queda da caneca. Esperou o barulho do estardalhaço no chão, mas apenas um som oco fez ouvir na pequena cafeteria quase vazia. Zhou Mi pegou o copo no chão, intacto, e o olhou incrédulo.

“O senhor vai precisar se limpar! Nossos copos são inquebráveis”, sorriu para Kyuhyun, fazendo-o esquecer como estava sujo. Para sua sorte, o cappuccino estava morno, não o queimara.

“Oh, é verdade!”, balbuciou um tanto desajeitado, sacudiu a cabeça, enterrando os dedos nos cabelos. “Eu fiquei um tanto preocupado que tivesse algo”, levantou-se, tentando limpar-se com alguns lenços de papel, enquanto Zhou Mi continuava ajoelhado aos seus pés, ajudando-o, limpando a calça de Kyu com cuidado quase religioso. A bebida tinha derramado sobre a calça escura, deixando uma mancha enorme, que parecia difícil de tirar.

Droga. Aquela não era a forma que queria que começassem a se falar. Sendo um desajeitado estupido. Continuava a balançar a cabeça em autodepreciação, quando sentiu seu corpo reagir a algo inesperado. Zhou Mi o tocava nas coxas, agora de joelhos a sua frente, fazendo-o ruborizar.

“Não precisa fazer isso!”, Kyuhyun tentou evitar aquela posição, mas Zhou Mi parecia não se importar, continuando a limpá-lo. “O senhor vem tanto aqui, deveria fazer um cadastro”, ergueu os olhos para Kyuhyun, fazendo-o engolir a seco. Estava muito nervoso, mas não conseguia não imaginar coisas com aquela posição submissa de Zhou Mi, não conseguiria segurar suas reações. Estava envergonhado, frustrado, mas ainda era um homem discreto. Não um adolescente.

“Sim”, sussurrou, fechando os olhos, quando Zhou Mi passava mais uma vez os dedos longos em sua coxas. Nem sabia o que ele falava. Estava absorto naquela sensação agradável daqueles dedos em seu corpo, mesmo que por cima de tanto pano. Ele segurava a sua coxa com a mão direita e esfregava vigorosamente o pano que possuía contra a mancha. Zhou Mi arfava baixinho, enquanto pressionava a coxa de Kyu e seus dedos enterravam contra a carne macia, ainda sob o pano da calça molhada.

Ouviu o ranger da porta e abriu os olhos rapidamente, um tanto preocupado, mas notou que o último cliente era ele. Parecia que eles estavam sozinhos. Zhou Mi continuava a limpar sua calça com eficiência. Não conseguia não imaginar nada! Sua mente esvaziou-se e Kyuhyun começou a ter pequenas pontadas no baixo ventre. Inquieto, tentava ainda conter ainda qualquer desejo obscuro.

”Por favor, não é mais necessário, não faça mais isso, Kyuhyun interrompeu Zhou MI. Havia sido um minuto, mas ele fora torturado como se estivesse sendo açoitado, queria tocar Zhou Mi mais que qualquer coisa, só que não podia fazer aquilo.

Essa urgência transpareceu em suas palavras, assustando Zhou Mi. “Senhor, eu terminei. Me desculpe, o machuquei de alguma forma?”, Zhou Mi ergueu-se, mostrando-se um pouco mais alto que Kyu.

“Está tudo bem”, Kyuhyun não pode deixar de demonstrar seu desapontamento com a situação. Ele estava muito ...eh... satisfeito com a posição, claro, sua mente havia pregado-lhe peças, deixando em posição ainda mais e mais constrangedora.

Quanta vergonha mais iria passar?  Não podia trocar muitas palavra com Zhou Mi, afinal, mal se conheciam.

“Senhor, tem certeza?”, Zhou Mi demonstra alguma confusão. “Olha, podemos oferecer um café, no lugar do que o senhor perdeu...”

”Kyuhyun, e não sou senhor e a culpa não foi sua, Zhou Mi”, sorriu.

Claro que foi. Aquela voz, aquele cheiro o perturbaram sobremaneira, como poderia ficar imune? Mas continuou sorrindo como um idiota. “Não se preocupe...Eh... Zhou Mi”

“Está tarde... Eu irei fechar o Café...”, iniciou o discurso, “O senhor ainda vai se servir de algo?”

“Tudo bem... estou incomodando, certo?”, Kyuhyun indagou, tomando o casaco nos braços. Sentia-se rejeitado, obviamente. Não era como se ele fosse olhar nos seus olhos e beijá-lo ali, ou coisa assim. Sabia como era difícil pra si, naquelas condições, saber se ele correspondia, ao menos sutilmente, seus olhares.

“Não é bem isso”, Zhou Mi segurava-lhe o braço, e o encarava ardorosamente. “Está tarde para um menino como você andar solitário”

Começou a desligar as luzes e fechou também as janelas. Parecia apressado, o que incomodou Kyu profundamente.

“Mas eu não sou tão jovem assim”, deu uma leve risadinha nervosa e passou a olhar firmemente para a mão longa de Zhou Mi. “Sei o que desejo e tenho lutado por tudo que quero”

“Ah, é?”, soltou o braço do mais novo e sentou-se em um banco alto, jogando o pano que tinha nas mãos sobre o ombro. Olhou para Kyuhyun com desdém e havia nesse olhar um brilho que o outro não conseguiu distinguir. “Pra mim parece apenas um rapaz como outro qualquer, dependente dos pais para continuar sua faculdade”

“Pense o que quiser sobre mim”, friamente, sentou-se em uma das mesas, pendendo sua cabeça sobre o punho fechado, de lado. “O que você acha que sabe? Só porque trabalha aqui? Porque me vê aqui tomando um café e estudando?”

“Seu tipo é comum, adora cortejar qualquer um e está em busca de desafios para suas vidas enfadonhas, um desafio que irá descartar depois”, Zhou Mi pegou uma caneca que estava atrás do balcão, derramando sobre ela um pouco de expresso. “Ralar que é bom, nada”, sorriu e andou até Kyuhyun.  Deixou a caneca sobre a mesa.

Não tirou os olhos de Kyuhyun que também não desviou o olhar, até chegar a sua frente. Abaixou-se, ficando de cócoras e juntou as mãos. “Você acha que eu não vejo seus olhares para mim?”

”Você está enganado”, um pouco desajeitado. “Enfim, obrigada pela ajuda”, mas não conseguiu erguer-se, pois sentira Zhou Mi segurar-lhe a perna. Tomou isso como um desafio, acabando por acatar os desejos de Zhou Mi. Também não queria sair dali, então, o que era que ele queria? Claro que o jeito como ele o olhava, tornava a coisa toda desconfortável.

Abriu as pernas delicadamente, colocando os antebraços sobre os joelhos, e assim encarou Zhou Mi.

“O que acha que eu vou fazer, Zhou Mi? Confessar algo?”, seu sorriso era cínico. “Não acho correto. Quanto ao café, eu vou querer sim”, tomou o copo da mesa, pouco ligando que esse tivesse sido bebido por Zhou Mi anteriormente.

“Certo, então deixa que eu falo. Ou melhor, faço”, encostou o próprio nariz no rosto de Kyuhyun, surpreendendo-o, e deixou os lábios caírem sobre os alheios delicadamente. Apesar de parecer confiante, o mais novo sentiu-o esperar por ele, e ficou feliz com isso. Finalmente… Abriu caminho entre os lábios de Zhou Mi, envolvendo a língua, sentindo o gosto suave do café nos lábios. Adorava aquele sabor, mas em Zhou Mi tudo parecia mais sexy. Sua língua continuou explorando aquela boca rosada, mas não fechou os olhos. Queria ver cada detalhe do rosto de Zhou Mi, cada movimento do rosto, cada cor, como sempre imaginara. 

Sem interromper, Zhou Mi também abriu os olhos. “Você é engraçado. Espero que esteja satisfeito com café”, sussurrou, se afastando abruptamente e ficando de pé, em frente a Kyuhyun.

“Me diga o que quer de mim”, confuso, Kyuhyun passou os dedos nos lábios. “Da minha parte, eu apenas queria vê-lo, como faço todos os dias”

Claro que isso não era bem verdade, mas não iria se por a mercê tão rapidamente.

“Você é um filhinho de papai como todos os outros”, sorriu. “Soube que sou gay e veio me assediar , brincar com o chinês, com intenções de humilhar! Devem falar por ai sobre o chinês gay que serve café, vamos brincar com ele!”,  apesar do sorriso estampado ali, os olhos de Zhou Mi pareciam frios.

“O quê?”, Kyuhyun estava genuinamente surpreso. “Do que está falando? Eu não sabia de sua opção sexual nem nada disso!”, bufou, agora cruzando as pernas. “Por que acha que eu faria uma coisa dessas?”

“Por que assim que é aqui. Eu tenho mantido minha discrição e dignidade por tempos, mas vocês sempre aparecem! Gente fraca, sem propósito e sem coragem!”

Kyuhyun começou a rir. Nem em seus sonhos mais selvagens de sexo com Zhou Mi, poderia imaginar essa situação. Ele conhecia a realidade da Coreia muito bem, sabendo que deveria manter a própria sexualidade em discrição.

“Olha, eu sou gay também, como deve ter notado. E não estou fazendo nada de errado aqui. Então, que tal você parar de falar”, segurou o rosto de Zhou Mi com uma das mãos, num gesto que parecia meio zangado. “E me beijar mais um pouco?”

“Como é?”, Zhou mi, agora atônito, estava petrificado. “Você está brincando comigo? Acabei de falar de como é dif...”

Foi impedido pelo outro. “ Blablabla...”, ergueu-se , segurando-o pela cintura  e o puxando pra si, fazendo- os dois caírem sobre um sofá ali. Kyuhyun tomara as rédeas daquela situação como ninguém. Ele agora sabia o que precisava, então o resto que se danasse. Fez Zhou Mi sentar em seu colo, aproveitando-se do contato dos dois. Ele não estava mais ligando para nada.

“Meu Príncipe chinês”, passou os dedos naqueles lábios, percebendo o despertar de Zhou Mi para a situação, quando agora bem entendido, o sentiu se encaixar exatamente sobre seu membro, sentindo o leve roçar sobre ele. Fuck! Ele era uma delícia!

“Me beija, e depois você reclama de quando a Coreia é ruim pra você, ok?”, colocou a mão sob a  camisa aberta de Zhou Mi, acariciando-lhe o peito. “Como aguenta ficar com essa roupa deliciosa, nesse frio?”

“É muito quente lá na cozinha, seu bastardo”, Zhou Mi sorriu mais uma vez, agora carregado de malicia. Enroscou-se naqueles braços, indo ao pescoço de Kyuhyun  enquanto este passava  os dedos sobre a calça preta, naquelas pernas que enchiam sua mente de perversidades. “Você é pura luxuria, meu príncipe. Essa sua farda me alucina, ouviu bem? Dá pra ver de longe esse seu bumbum maravilhoso”, deu uma palmadinha de leve, mas ruidosa.

“E você é a perversão em pessoa...ou será um anjo?”, ao ouvir Zhou Mi, Kyuhyun colocou a mão sobre os lábios, impedindo-se de rir mais uma vez. Não conseguia conter...  Beijou-o novamente, agora sem reservas.

“O copo é realmente inquebrável?”, questionou-o, sentindo as mãos de Zhou Mi em suas costas, enquanto o beijava no pescoço. “Sim, é”, Zhou Mi ronronou alto em resposta, já atingindo uma parte sensível do pescoço alheio.

”E você?”, Kyuhyun olhou-o maliciosamente. “Também é?”

“Vamos descobrir logo”, o chinês gargalhou ruidosamente. Seria uma longa noite...


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Notas finais do capítulo

Uma oneshot para minha amiga Venus!~~ espero que goste dear! ^^



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