-Onde vocês estavam? – Luke perguntou quando chegamos atrasados na fila.

-Por ai... – Derick respondeu.

-Hum... por ai né... sei... – Andrew disse malicioso.

-DREW! – eu disse e dei um tapa no ombro dele.

-Ai! Olha aí, vamos logo, a fila está andando! – ele falou e foi andando com a Emma rindo ao seu lado.

Olhei para Rick, ele me olhou também.

-Vamos? – ele perguntou.

-Vamos né. Dã! – eu disse e ri. E ele me acompanhou.

Eu nem estava acreditando naquilo. Eu tinha um par pro baile de formatura, até então odiava o Derick porém, ele estava sendo muito legal esta noite. Eu tinha as melhores amigas do mundo, elas estavam felizes com seus namorados. Meu irmão também estava feliz ao lado da tal da Mary. Suponho que eles estejam namorando, mas não assumiram ainda. Meus pais... oh meu Deus eu já estava entrando. Eu via meus pais em pé aplaudindo enquanto alguma professora que eu não identifiquei a voz, falava meu nome e em seguida o de Derick.

Andamos por aquele tapete azul marinho, chegando até o palco pegamos o certificado e agradecemos à alguns professores. Descemos do palco, e a professora de Inglês nos esperava, para nos ajudar a tirar a beca.

Ficamos vendo todo o resto da apresentação, e então eu fui à mesa onde meus pais ficavam. Achei que Derick fosse pra onde os pais dele estavam, mas ele me seguiu.

-E... onde está seus pais? Podemos ir cumprimentá-los? – eu perguntei à ele sorrindo.

-É... hum...

-Ah, achei! Olha ali o Andrew com... seu pai? – apontei pra uma mesa próxima ao palco, com um homem, o Andrew e a Emma sendo apresentada a ele. Derick se virou e fitou os três.

-É... meu pai.

-E onde está sua mãe?

-Eu queria falar sobre isso antes de você conhecer meu pai. – ele disse passando a mão em seu cabelo sem preocupação nenhuma e o bagunçando.

- O que?

-Minha mãe não está Gaby. Minha mãe morreu não faz nem dois anos... – ele abaixou a cabeça, e eu pude ver as lágrimas encharcando seus olhos. – Em dezembro do ano passado ela estava à espera de um trem, pra ir trabalhar. Alguma coisa importante dela caiu nos trilhos, e ela... ela desceu. Ela estava com as mãos na pasta quando o trem chegou... e... – ele continuou contando gaguejando e chorando muito – a atropelou...

Derick olhou pra cima, respirou e enxugou suas lágrimas.

-Rick... eu sinto muito. Muito mesmo, eu não sabia... desculpa perguntar por ela assim.

-Não tem problema, agora... você entende o motivo de eu ser... assim? Grosso, chato, idiota...?

-Você não é nada disso, só está passando por uma fase difícil. E você disse que sua mãe não está, ela pode não estar aqui com todos nós. Mas Derick, ela está sim em seu coração! – eu disse e coloquei o dedo no peito dele. – Você acha mesmo que ela não estaria por aqui no dia da sua formatura? Dos filhos dela? Acha mesmo?

-Gaby... obrigado. – ele disse olhando em meus olhos.

-Não tem o que agradecer Derick. Agora... vamos parar de chorar? – eu disse enxugando as lágrimas dele, e em seguida as minhas. – Quero conhecer seu pai! Vamos?

-Desculpa, eu fiz você borrar sua maquiagem inteira! – ele disse passando seus dedos quentes em meu rosto tentando limpar alguma coisa borrada.

-Não se preocupe. – puxei ele pelo braço e fui em direção à mesa onde Drew estava com Emma e o pai dele.

Chegando perto, o homem se levantou e ficou com um semblante sério olhando para Rick porém, logo em seguida soltou um sorriso. Aquele que qualquer filho quer ter de seus pais quando fazem alguma coisa certa. Derick saiu correndo em direção ao pai e o abraçou forte. Pude ver o senhor sorrindo muito e com os olhos molhados.

-Gaby... este é meu pai... Sam Parker. – Derick o me apresentou. –E pai, esta é Gabrielle Mason. Meu par de formatura deste ano. – ele sorriu ao pronunciar sobre o baile.

-Prazer Srta. Mason. – ele estendeu a mão e eu fiz o mesmo em seguida sorrindo.

-Prazer, Sr. Parker. 

-Meninos, suas namoradas são lindas, parabéns! – Sam disse.

-Ah, pai... a Gaby não é minha namorada... – Derick disse o interrompendo.

-Oh, me desculpem eu achei que...

-Achou errado mas, daqui um tempo vai poder dizer isto de novo papai. – Andrew falou num tom de Agora-eles-me-matam-de-vez, eu arregalei os olhos na direção dele.

-Drew...chega, deixa eles vai! – Emma disse rindo discretamente.

                                                                           ~~

Rick havia me levado pro mesmo lugar onde estávamos antes, quando estávamos sozinhos. Fiquei encostada na parede e sorrindo. Eu estava feliz. Ele ficou em minha frente e começou a sorrir também.

-Por que feliz? – o questionei.

-Por que feliz você!?

-Perguntei primeiro.

-Sorria pelo seu sorriso.

-Sorria pelo meu sorriso?

-Sim. Ele é lindo.

-Derick...

-Não estrague. – ele fitou meus olhos e não tive como escapar. – Por que feliz?

-Por ter um par pro baile, por estar me dando bem com você, por meus pais, meu irmão e minhas amigas estarem felizes, por... simplesmente por estar feliz. – ele sorriu e fez que iria rir, mas segurou.

-Desculpe. – riu de lado. – Eu queria estar feliz simplesmente por estar... feliz. – repetiu o gesto novamente.

-Tente.

-Como?

-Faça algo que queira fazer, mas que não tenha feito ainda por... por causa de algumas pessoas, algumas coisas...

-Qualquer coisa? – Derick colocou sua mão direita na parede do meu lado, fazendo com que eu ficasse “presa”. Chegou um pouquinho mais perto de mim e sussurrou me olhando nos olhos. – Qualquer coisa mesmo?

-É... sim... desde que pense nas conseqüências depois... – comecei a ficar vermelha, não era muito difícil imaginar o que ele faria a seguir.

-Tudo bem, então pare de falar.

Fiz o que foi mandado e me preparei, fui fechando os olhos quando senti suas mãos pesadas... fazendo cócegas em minha barriga. Ao mesmo tempo que ria eu fiquei desapontada, sem graça, ou...

-Ai Derick, pare! Pare! Hahahahahaha... – eu ria descontroladamente enquanto ia andando pra longe dele, pra que ele pudesse parar de me fazer cócegas.

Ele ria junto a mim. Sua risada era fofa.  Meu Deus o que eu estava pensando? Risada de Derick fofa? Derick me fazendo cócegas? Tinha alguma coisa errada ai.

Quando ele finalmente parou de me fazer cócegas, ele ficou sorrindo, mas eu percebi que ele ainda não havia tirado suas mãos da minha cintura. Porém, desta vez ele a segurava com mais força, com mais convicção de que sim, faria algo a seguir.

- Faça algo que queira fazer, mas que não tenha feito ainda. – ele repetiu minhas palavras, me puxando pela cintura e encostando meu corpo no seu e seus lábios nos meus.