Fui acordada pela senhora Aili, que me trouxe um delicioso suco, algumas frutas recém-colhidas e uma massa estranha, mas muito gostosa.
            Ela me perguntou se eu havia dormido bem e eu apenas afirmei com a cabeça, afinal, sonhei que o senhor Sesshoumaru havia passado a noite ao meu lado.
            Sai da casa de Airi, para ajuda-la a colher frutas, todos me cumprimentavam com largos sorrisos, desejando-me um bom dia - era assustador.Procurei por Youta, para agradecê-lo, mas não o encontrei.

- Ah! Senhorita Yuri! Senhora Airi!

            Miroku veio correndo na minha direção, sorrindo. Trocou algumas poucas palavras com Airi e se voltou para mim.

- Venha - Estendeu-me a mão - Vou te mostrar o lugar.

            Eu ainda não havia aberto a boca, então, apenas segurei sua mão, sendo guiada bosque a dentro. O monge cantarolava, realmente animado, pedindo-me para ter cuidado onde eu pisasse.
            Lembrei de meu "mergulho" no rio ontem e resolvi obedecer, tomando cuidado com cada cascalho, galho, raiz ou folha que estivesse no chão, nem percebi quando chegamos a uma clareira.
            Miroku estendeu uma toalha branca na grama e sentou-se em cima, fazendo sinal para eu imita-lo. Sentei-me ao seu lado, dando um longo suspiro.

- Há quanto tempo, senhorita Rin... Como tem passado?

            Foi um choque. Como ele teria me reconhecido? Ele só me vira duas vezes, no máximo, quando eu ainda era uma criancinha. Fiquei o olhando, boba.

- Perdeu a voz, Rin? - Ele parecia preocupado, começou a massagear minha garganta.
- N..Não... - Forcei um sorriso - Só estava pensando, senhor Miroku.
- Uhn... - O monge começou a observar o céu.
- Ahn... Senhor Miroku? E o resto do seu grupo?
- Ontem eu levei a Kirara para o clã da Sango, a Kagome deve estar no seu mundo e Inuyasha e Shippou sumiram ha alguns anos - Ele continuou sorrindo, olhando um anel dourado em seu dedo.
- Senhorita Sango? - Ousei perguntar.
- Sim... Minha amada e falecida Sango.
- ... Sinto muito.

            Droga. Por que eu tinha que perguntar> Agora o senhor Miroku deveria estar sofrendo muito por dentro.
            O monge acariciou minha cabeça, como se tivesse lido meus pensamentos e, sorrindo, disse-me que eu cresci bastante, me tornei uma linda flor. Sorri, agradecendo, não lembrava como ele era gentil.

- E o Sesshoumaru e o pequeno Jaken? Como estão?

            Mais uma vez, não contive as lágrimas - ultimamente estava chorando tudo que eu não havia chorado em 7 anos - e, depois de ser abraçada pelo monge, comecei a contar minha história, sem pular nenhum detalhe, do dia da morte do senhor Jaken, até ontem.
            Miroku me ouvia atentamente, esperava minhas pausas para fazer alguns comentários, mas sempre sorrindo. Acabamos conversando o dia inteiro, algo que eu não fazia com minha antiga companhia, meu Sesshoumaru.
            Onde você está, senhor Sesshoumaru?