Lírios escrita por Yuna Aikawa


Capítulo 13
Capítulo 13




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            Acordei com a claridade do sol batendo em meu rosto, mas não consegui levantar meu braço para fazer sombra nos meus olhos, havia um corpo grudado ao meu.

- Kagura? Desperte - Disse irritado - Quem lhe deu autorização para dormir comigo?
- Bom dia, Sesshoumaru...

            Ela não parecia arrependida de ter passado a noite abraçada em mim, ignorou meu mau-humor matinal e bocejou, arrumando o decote do quimono.

- Dormiu bem? - Perguntou sorrindo.
- Não.
- Eu dormi - Ela se sentou no meu colo, arrumando o cabelo.
- O que você pensa que está fazendo? Saia de cima de mim.

            A youkai riu e, depois de beijar minha bochecha, se levantou. Não entendi da onde brotou tanta intimidade, mas, inexplicavelmente, eu não queria matá-la.

- Lírios.

            Meu olfato sentiu o nostálgico aroma da flor, só então eu percebi que adormeci ao lado de alguns lírios brancos - o que explicava minha calma momentânea. Um sentimento estranho começou a martelar no meu peito, o mesmo sentimento de quando mataram a Rin.
[Nota: Vale lembrar que, na história original, Rin era órfã e muda quando achou o Sesshoumaru muito ferido, um dia um youkai a matou e Sesshou a reviveu com a espada herdada pelo pai. Depois disso, a garota aprendeu a falar com Jaken.]

- Sim... - Kagura tirou uma flor que estava enroscada nos meus longos fios prateados - Não são flores lindas?
- Sim...

            Droga, eu não queria concordar, jamais fraquejei desse jeito. Logo eu, um youkai superior, estava começando a entender Inu-Taishou, o ser que eu mais condenei durante anos.
            Kagura pareceu entender minha fraqueza, mesmo com a minha indiferença aparente, e me empurrou contra a árvore em que dormimos, me sufocando assim como eu fizera com ela antes. Quando eu puxei o ar para protestar, ela me interrompeu, dando-me um beijo demorado e não correspondido.

- Quando ela partiu? - Perguntou com os lábios ainda colados aos meus.
- Faz alguns dias.
- E o pequeno?
- 7 anos.

            Kagura mordiscou meu lábio e me soltou, esperando alguma reação, mas eu apenas ajeitei a roupa e comecei a andar.

- Eu disse para você enterrar este sentimento.
- Não consegui.

            Continuamos andando, sem rumo aparente, durante o dia. Kagura me contou sobre a morte de Kikyou e Naraku, como ela matou a Kana e tinha uma queda pelo Bankotsu. Ela tinha um jeito meigo e espontâneo de falar, algo que nunca havia demonstrado antes, lembrava-me da Rin.
            O sol estava se pondo, exibindo os tons avermelhados no horizonte, quando eu a avistei. Rin estava correndo, distante, sobre uma montanha e, atrás dela, estava Youta.

- Não vá! - Kagura também a reconheceu.
- Ela precisa de mim.
- Ela não é mais criança - A youkai agarrou meu braço.

            Não consegui argumentar. Kagura estava certa, Rin não era uma criança ou minha filha, mas algo me dizia que eu precisava ir, que ela era frágil demais, precisava da minha proteção. Não consegui me mexer.

- Quer ver de cima? - A feiticeira dos ventos estava emburrada.
- Quero - Engoli meu orgulho, mas eu realmente precisava conferir.

            Kagura suspirou e se afastou e, tirando uma parte do enfeite branco do cabelo, fez a pena crescer, o suficiente para subirmos em cima e sobrevoarmos a montanha, mas perdemos os humanos de vista.
            Droga, Rin... Onde você está?


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