Saint Valentin. escrita por AnaBonagamba


Capítulo 1
Dia dos namorados.


Notas iniciais do capítulo

Presente para minha querida amiga Ariane. A capa foi arte dela, um mimo para mim.



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E então ele abriu a porta. Não disse nada, apenas entrou na sala da enorme casa azul turquesa com uma expressão mesclada em vergonha e êxito.

Mary levantou-se rapidamente, deixando seus bordados penderem ao chão. Deu três passos para trás, antes que o rapaz se pronunciasse:

- Espere!

A garota parou e o observou por alguns instantes. Parecia querer estar ali, mas ao mesmo tempo tinha total noção do quão inusitado era, e sua ideia principal parecia variar entre sair correndo e desmaiar. Não era certo um rapaz de 15 anos invadir a casa de uma família como a dela e ficar tenso na sala. Muito menos certo seria nenhuma dama de companhia estar presente neste momento.

- O senhor precisa de alguma coisa? - arriscou ela em perguntar. - Parece aflito.

- É que eu... bem, eu... - Thomas Riddle gaguejou e suspirou profundamente ao ver que parecia tolo. Mary começou a rir. - Qual é a graça?

- Um Riddle envergonhado chega a ser engraçado. - comentou ela. - Você não é o que eu pensei.

Thomas levantou os olhos para Mary um tanto descontente, um tanto surpreso.

- E o que você imaginou?

- Ah...! - a menina sorriu fervorosa. - Pensei que fosse rude e prepotente como seus irmãos. Eles não me agradam nem um pouco, bem sabes...

Riddle sorriu contente.

- Fico feliz ao saber que te agrado.

Mary virou-se de costas para o rapaz e fechou os olhos com força, abrindo-os em seguida.

- Não pense que sou tão fácil. Disse apenas que você é diferente.

- Saber disso me contenta ainda mais, senhorita.

Thomas respirou fundo, focando-se primeiramente em fazer o que tinha planejado o mês inteiro. Chegou perto da moça com passos sossegados; ela não se mexia. Colocou a mão no ombro de Mary, singelamente, e essa reagiu a seu toque com precisão.

- Sabe que dia é hoje, Srta.?

- Não, não sei. - respondeu ela com frieza e tensão.

- É dia dos namorados.

- É mesmo? - virou-se para ele, ficando mais próxima.

- Sim, é mesmo. Nessa data os namorados trocam presentes simples, como cartões e caixas de bombons.

- Interessante.

- Bem, eu sei que não é minha namorada, mas... - Thomas tirou do paletó uma caixinha embrulhada em papel fumê. - Queria muito que aceitasse isso.

Mary pegou delicadamente o embrulho e o abriu, despertando uma caixinha dourada que cantarolava uma canção doce e melindrosa.

- Obrigada, senhor Riddle! É linda! Não precisava se preocupar com tanto...

- Oras, não diga assim. Se todas as preocupações do mundo se resumissem em presenteá-la, Mary, este seria o mais belo de todos.

- Thomas...

Ele não esperou que a garota o agradecesse novamente. Puxou-lhe os ombros com as mãos e roubou-lhe um beijo singelo, calmo e fino, ostentando paixão e ingenuidade.

Largando-se dela nada fez ele a não ser sair pela porta, apressado, ao ouvir passos do lado de dentro. Mary tocou seus lábios com os dedos e apertou a caixinha com força. Ela não sabia qual o significado daquele 14 de fevereiro para o resto do mundo, mas para ela foi como o despertar de sua própria vida.


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Notas finais do capítulo

Eu sou demorada, mas só quero caprichar. -.-
Obrigada pela atenção dispensada. Mil beijos.



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