Yakusoku escrita por teffy-chan, Shiroyuki


Capítulo 42
Capítulo 42 - Love Survive


Notas iniciais do capítulo

LOVE SURVIVE - Scandal
http://shiranai-monogatari.tumblr.com/post/34569433070/love-survive-scandal-harii-harii-aseru



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/198965/chapter/42



— Eeeei, ei, ei!!! Olha só pra isso!!! – Yaya entrou correndo como um furacão no Royal Garden, com algo que poderia um dia ter sido um jornal nas mãos, mas que agora não passava de um monte de papel amassado.

— Está atrasada para a reunião, Yaya – Rima disse inexpressivamente, irritada pelo fato do chá ter sido atrasado por causa da ás.

— Eu já pedi para não correr por aí, Yuiki-san, é perigoso. – repreendeu Tadase, mas Yaya continuou a correr até alcançar a mesa, sem nem se importar.

— Vocês tem que ver isso! – ela repetiu, empurrando todos os documentos de cima da mesa para colocar o jornal aberto – Olhem essa manchete!

— Deixe-me ver… - Nagihiko ergueu-se sobre a cadeira, sabendo muito bem que Yaya não iria parar até que dessem a ela alguma atenção. Focalizando o que ela apontava com tanta empolgação, ele leu em voz alta – “Relatos de um ataque a delinquentes no final da tarde de ontem, que pode ter sido ocasionado por um serial killer. A senhora que morava nos arredores descreveu o que ela chamou de “um terrível exemplo do fim dos tempos”. Ela relata que viu dois jovens namorando na rua, e garantiu que se tratava de dois… d-dois garotos.” – Nagihiko engasgou, tentando manter a voz estável. Tadase também pareceu um tanto perturbado, mas soube se controlar. Ambos tiveram o mesmo péssimo pressentimento de que poderiam ter algo a ver com esse artigo. O valete continuou a ler, apreensivamente – “Logo após, um grupo de delinquentes iniciou a agressão. A senhora presente estava prestes a chamar a polícia, quando viu um dos garotos puxar uma arma com lâmina, que poderia ser algum tipo de foice, e atacar os agressores severamente. ‘Ele parecia um fantasma, ou um youkai… acho que os olhos brilhavam de uma forma assassina… se o garotinho menor não tivesse o parado, acho que ia haver sangue…’ diz ela. Nenhum dos jovens foi localizado.”

— O que você achou de tão importante nisso, Yaya? – Amu indagou, dando uma olhada no artigo.

— Ora, vocês não percebem? – ela respondeu, como se fosse óbvio. Nagihiko engoliu em seco, e olhou para Tadase, que estava esfregando as mãos nervosamente – Existe por aí algum herói em defesa dos yaois!! Isso não é incrível? – ela olhou de um para outro, com os olhinhos brilhando, esperando que alguém enxergasse o que ela via, e se empolgasse em conjunto.

— Olha só o retrato falado que a senhora fez… - Amu apontou para a imagem ao lado, que mostrava algo indefinido, com olhos brilhando perigosamente, longos cabelos esvoaçando de maneira sinistra ao redor da cabeça, e um objeto afiado e ameaçador – Esse negócio… isso não é uma naginata? Como aquela da Nadeshiko? Não é?

— Ha ha ha… - Tadase soltou uma risada muito sem graça e nervosa, tentando disfarçar – C-como se algo assim fosse possível… F-fujisaki-san nem está a-aqui…

— Eu não disse que era a Nadeshiko, Tadase-kun… - Amu disse, sem entender - Só falei que a arma parecia com a que ela tinha quando fazia chara change…

— Ahn? Ah, claro… e-eu t-também estou falando isso… - Tadase se atrapalhou ainda mais, olhando para Nagihiko como se pedisse ajuda.

— Vamos logo começar a reunião, sim? Você já tumultuou o bastante com essa notícia completamente aleatória, é melhor nós nos concentrarmos no trabalho. – Nagihiko disse, muito bem controlado, sem deixar nada escapar da sua tão bem formada máscara.

— É melhor ouvir o que o herói da justiça está falando – Rima observou, mas apenas Nagihiko foi capaz de ouvi-la. Ela soltou um sorriso preocupante, e Nagihiko suspirou. Parece que aquela história não estava bem acabada ainda.

— Bom, vamos então dar início à reunião – Tadase disse, já colocado em seu posto, e mais a vontade para liderar os guardiões – Aqui, esses documentos referentes à prestação de contas dos clubes esportivos….





Assim, o resto da tarde passou, com Tadase distribuindo documentos, Rima tomando chá, Amu quase dormindo, e Yaya tentando escapar do trabalho, enquanto Nagihiko tentava fazer com que as três garotas cooperassem com alguma coisa. Depois de muito falarem de assuntos burocráticos, chegou a hora do chá, de fato, e Nagihiko trouxe os biscoitos que assou para a ocasião, junto com um enorme bolo de chocolate, e todos alegremente deixaram de lado os documentos para dar espaço para os cheirosos biscoitos e o grande bolo que foram tão esperados.

— Waaa~ faz tanto tempo que a gente não tem comida decente nessas reuniões! – Yaya reclamou, pegando logo três de uma vez.

— Nossa, parece que você cozinha ainda melhor que a Nadeshiko! Nunca pensei que algo assim fosse possível! – Amu exclamou, assombrada.

— Suas habilidades aumentaram, valete – Rima bradou, servindo-se de mais chá, enquanto garantia mais alguns biscoitos antes que Yaya devorasse tudo.

— Sim, Fujisaki-kun, estão realmente deliciosos! – Tadase exclamou com um sorriso feliz, com um pedaço do bolo na mão.

— Obrigado – Nagihiko agradeceu, feliz também de poder cozinhar novamente para os amigos – Ah, Hotori-kun, você sujou aqui… - ele disse, aproximando o polegar da bochecha e limpando uma mancha de chocolate.

— Fujisaki-kun… - Tadase murmurou, sentindo o toque carinhoso de Nagihiko em seu rosto.

Depois disso, os dois foram acordados de seu próprio mundinho por um suspiro triplo.

— Como vocês conseguem ser tãaao kawaaii, kyaa~ - Yaya exclamou, empolgada.

— Ah… parem de fazer essas coisas moe moe aqui… - Amu suspirou mais uma vez, derrotada.

— Pensei que já tivesse superado isso… - Rima observou.

— Não, eu já superei, é sério! Mas é que… ver esses dois assim… ah, vocês sabem… deixam a gente meio carente… - Amu resmungou, incomodada.

— Sei do que está falando… - Rima foi obrigada a concordar. Esse tipo de cena romântica faz com que as solteiras se sintam absolutamente solitárias…

— A Yaya não acha isso não, só suspirou junto com vocês pra não se sentir excluída! – a ás bradou, rindo ainda mais.

— Que tal encerrarmos por hoje? – a Rainha sugeriu, levantando-se – Vamos dar privacidade ao casalzinho, já que parece que eles não aguentam mais ficar longe um do outro.

— Então é melhor irmos antes que eles resolvam matar as saudades aqui mesmo, na nossa frente… - Amu falou, pegando a sua bolsa.

— Ah, nesse caso a Yaya quer ficar!!! – a ás fez birra, segurando-se na cadeira como se isso fosse garantir a sua permanência.

— Vamos logo! – Amu pegou a bandeja de biscoitos ainda cheia sem nenhuma cerimônia e foi levando na frente, sendo seguida por Rima, e Yaya, que ainda estava seriamente dividida entre a comida e o yaoi. Amu não a deixaria retornar para espiar os dois, disso ela tinha certeza, e Nagihiko agradecia intimamente por isso.

— Parece que somos só você e eu de novo, Hotori-kun… - Nagihiko comentou, ao ver as silhuetas sumirem do outro lado do palácio de vidro.

— É… - Tadase balbuciou em resposta, ainda aturdido pelo falatório sem fim das garotas.

— Isso é bom… por que tem algo que eu queria realmente falar com você, e não estava a fim de fazer isso perto… da Yaya… - ele acrescentou, sorrindo enquanto colocava as mãos no bolso, e Tadase virou-se para ele, com a curiosidade refletindo nos olhos escarlates.

— O que, Fujisaki-kun? – incentivou Tadase, aproximando-se vários passos até estar próximo de Nagihiko.

— Eu não sei se você reparou, mas… na semana que vem… vai completar um mês que eu e você estamos juntos…

— U-um mês! Sim, eu percebi! – Tadase exclamou alegremente – Estava pensando se deveria comprar algum presente a você…

Nagihiko sorriu, acariciando os cabelos que caiam sobre o rosto de Tadase.

— Eu não preciso de nenhum presente. Já tenho tudo o que queria na verdade… Aliás, nem parece que se passou um mês! Eu estou tão feliz que nem consegui perceber a passagem do tempo. – disse sussurrando, enquanto se aproximava mais um passo, até ter o corpo de Tadase bem perto do seu – Por isso, eu estava pensando… e acho que nós dois deveríamos sair em um encontro o fim de semana. O que você acha?

— Um e-encontro? Ah… eu quero, quero sim… - Tadase sorriu, afundando o rosto no peito de Nagihiko ao abraçá-lo. – Vai ser… nosso p-primeiro encontro?

— Acho que sim… Bem, não sei se aquela nossa ida ao parque com o Hotosaki pode ser chamado de encontro também, mas… esse é o primeiro oficial, certo?

— Sim! Eu vou… eu vou aguardar ansiosamente! – Tadase sorriu brilhantemente, quase ofuscando a vista de Nagihiko. Ergueu o rosto para ele, fitando-o com afeição.

— Mas… só por garantia, não comente com ninguém, okee? – Nagihiko pediu, e o loiro assentiu. Nunca se sabe do que certas pessoas são capazes, e manter segredo era apenas uma garantia – Agora temos que ir logo para casa…

Tadase relutou, sem se mover nem um centímetro de perto de Nagihiko, e ele sorriu, sabendo exatamente o que ele queria. Um tanto convencido, inclinou-se para baixo até encaixar seus lábios com os dele, arrancando um arfar baixo e profundo. E depois disso, os dois terminaram de guardar as coisas e se encaminharam para a saída, sem poder, no entanto andar de mãos dadas da maneira que gostavam, já que a qualquer momento alguém poderia os ver, ali na escola. Isso incomodava Nagihiko, e muito… mas não havia nada que se pudesse fazer quanto a isso. Ou será que não…?










Tadase mordeu os lábios com força, impaciente. Sabia que era idiotice da sua parte estar aflito, afinal, havia chegado ao local marcado quase uma hora antes do combinado, mas não conseguia evitar se sentir assim. Levantou-se do banco, que ficava próximo a uma estátua na entrada da estação, e gastou um pouco as solas dos sapatos no calçamento, fazendo barulho ao pisar nas folhas de outono que já se espalhavam, mesmo que ainda fosse setembro. Esbarrou em uma pessoa, e resolveu voltar a sentar, mas suas pernas não pareciam querer obedecê-lo, de modo que continuavam a tamborilar para cima e para baixo, freneticamente.

Não era a primeira vez que estaria sozinho com Nagihiko, longe disso. Também não era a primeira vez que saiam em público. Mas a sombra do ataque gratuito anterior ainda o assustava, embora não ousasse admitir isso em voz alta. E também, estava nervoso pura e simplesmente com a situação. Nunca namorara antes, óbvio, e mesmo que fosse sempre incrivelmente natural estar perto de Nagihiko, era o seu primeiro “encontro oficial”, como foi chamado, e apenas o uso dessa palavra já o deixava com os nervos à flor da pele.

O nervosismo começou a se transformar em neurose, quando as inúmeras possibilidades de algo sair errado começavam a aflorar na mente do loiro. Nagihiko podia ter desistido de sair com ele… eles poderiam ser atacados novamente por algum delinquente… se alguém conhecido os visse junto… ou se Nagihiko ficasse entediado…


— Oi, Hotori-kun… - uma voz suave e delicada o saudou timidamente, de muito mais perto do que poderia supor, acordando Tadase dos seus pensamentos. Uma voz que ele nunca imaginou que pudesse ouvir novamente. Tadase virou o corpo inteiro, em choque.

— F-fujisaki-san… - balbuciou, incrédulo. À sua frente estava a antiga ocupante do trono de Rainha, Fujisaki Nadeshiko, com o seu sorriso gentil e compreensivo, e seus enormes cabelos púrpuros amarrados com a habitual fita vermelha. Usava um longo vestido verde-claro, florido, que ia até abaixo do joelho, com um casaco lilás rendado por cima e segurava com força uma pequena bolsa branca nas mãos.

— Me d-desculpe por aparecer assim de repente, Hotori-kun… - ela murmurou, com os olhos baixos – Mas eu… eu pensei que seria menos problemático se você viesse ao encontro comigo… q-quero dizer… se algo como aquilo que aconteceu na rua ocorresse novamente, eu não sei o que seria capaz de fazer…

— Tem razão. – Tadase disse apenas, quase num sopro, ainda lidando com as variadas emoções que sentiu ao ver novamente a ex-rainha.

— Espero que não se importe em sair comigo… - Nadeshiko sorriu como se pedisse desculpas, levantando enfim os olhos de mel para o loiro. Ele sentiu seu coração dar um salto ao ver a expressão insegura que se formava no rosto dela.

— Claro que não, Fujisaki-san! – disse Tadase, decididamente, enquanto se erguia, segurando uma das mãos dela entre as suas. – E-eu… eu amo você! É claro que quero sair com você, para qualquer lugar, não importa as roupas que esteja usando, o jeito que está seu cabelo, ou a maneira como eu a chamo… eu te amo da mesma forma!

— Hotori-kun… - Nadeshiko exclamou, surpresa.

— Oooowwwwnnnn!!!! - um coro coletivo de estranhos fez ambos se lembrarem de que estavam em um lugar público. Corando furiosamente, eles saíram dali o mais rápido que suas pernas permitiam, ainda ouvindo os comentários de “como é lindo o amor jovem” e outras variantes.

Depois de correrem na direção contrária a da estação, eles enfim pararam, bem no meio do distrito comercial.

— O-onde você quer ir primeiro, Fujisaki-san? – Tadase indagou, depois de recuperar o fôlego. Seu rosto ainda queimava de vergonha, pela situação anterior.

— Você é quem sabe, Hotori-kun, eu vou a qualquer lugar que quiser – ela respondeu suavemente, não parecendo nem um pouco cansada depois da corrida.

— E-então… nós podemos ir comer alguma coisa? – ele murmurou embaraçado – Eu não consegui almoçar hoje…

— Ah, claro! – Nadeshiko respondeu, animada, pensando no quanto o seu Tadase era fofo e lindo. Apostava como ele não havia conseguido comer por que estava nervoso com o encontro. Isso não era realmente adorável? Não que ela estivesse muito tranquila afinal… passou quase duas horas só de toalha na frente do armário, desejando que a roupa perfeita caísse lá de dentro direto em seus braços, ouvindo a reclamação interminável de Rhythm sobre o quanto era lento para se arrumar. No final das contas, eram ambos uns bobos, um casal de bobos.

Assim, eles foram para a cafeteria mais próxima, felizes com o fato de não estarem sendo olhados de maneira estranha por ninguém que passava. Nadeshiko podia segurar a mão de Tadase livremente, sem sentir-se culpada ou acuada, e Tadase também apreciava essa sensação. Nadeshiko nunca achou aquela saia tão conveniente como agora.

Eles entraram no café, com Tadase abrindo a porta para Nadeshiko, e logo uma das garçonetes veio os atender.

— Irashaimasen – ela disse gentilmente, indicando uma das mesas próximas à janela. Nadeshiko e Tadase tomaram os lugares, um em cada lado do sofá vermelho – O que irão querer?

Nadeshiko pediu uma torta de cereja e um capuccino, e Tadase uma omelete de arroz. Assim que a garçonete sumiu para a cozinha, eles começaram a conversar algumas amenidades, contando como passaram a noite anterior, discutindo algumas coisas que aconteceram no Royal Garden, falando sobre as provas que estavam próximas e outros assuntos. A conversa fluía com facilidade entre eles, devido aos anos de convivência, e eles mal perceberam a passagem do tempo quando a garçonete voltou com os seus pedidos.

— Aqui está, espero aproveitem seu encontro – ela disse, piscando um olho, e depois de deixar os pratos na frente dos dois, saiu para atender a outra mesa. Tadase corou irremediavelmente, sem coragem para encarar ninguém nos olhos, e Nadeshiko riu contidamente da reação do namorado.

— Não fique assim, Hotori-kun – ela disse tranquilizadora, passando os dedos sobre a mão de Tadase que estava inquieta sobre a mesa – O que ela disse não é verdade?

— É sim… - Tadase murmurou, aceitando a carícia que Nadeshiko fazia – Eu só… eu só fiquei feliz… sabe, por ela ter dito isso e não… e não nos julgar nem nada do tipo. É uma sensação agradável…

— Isso é por que eu vim vestida assim – Nadeshiko concordou – Foi uma boa ideia, ao que parece…

— E-eu gostei… - o loiro corou ainda mais, baixando o olhar para a mão de Nadeshiko entrelaçada a sua – Eu gostei de ver Fujisaki-san novamente… por que… afinal de contas, e-eu n-namoro com ela t-também, de c-certa forma…

— Ah, Hotori-kun… - Nadeshiko suspirou, sorrindo para ele e soltando sua mão – Você não sabe o quanto ouvir isso me deixa feliz! Aqui… - ela pegou a colher do lado de Tadase e serviu uma generosa porção da omelete – Faz “ah!” – disse, apontando a colher para a direção dele.

— O que? – Tadase ofegou, incrédulo e embaraçado.

— Abra logo a boca, Hotori-kun – ela sorriu mais abertamente, satisfeita com as reações fofas do garoto – Vamos lá… – aproximou a colher do seu alvo, e sem outra saída, Tadase foi obrigado a abrir a boca e aceitar o alimento, ciente dos indiscretos olhares que eram lançados para a sua mesa, que faziam suas orelhas queimarem em brasas.

Depois da pequena cena que tomou a atenção de todos os clientes e funcionários do restaurante, Nadeshiko teve que se conter em apenas comer seu próprio bolo, enquanto Tadase se retorcia de vergonha no mesmo lugar. Além disso, conseguiam ouvir os comentários das mesas ao redor, todas concordando com o quanto o casal era incrivelmente atraente, e que ficavam bem juntos, pareciam modelos. Tadase ainda sentia suas orelhas formigando.

— Ah… - Nadeshiko exclamou pesarosa, poucos minutos depois.

— O que houve?

— Derrubei o bolo no meu vestido… - ela disse – Acho que vai manchar, não quer sair… - ela disse, tentando limpar o estrago com o guardanapo – Vou tentar limpar com água… com licença - ela disse, levantando-se. Tadase ficou para trás, um pouco impressionado com o quanto Nagihiko se preocupava com suas roupas.

Viu Nadeshiko parar em frente aos dois banheiros, hesitante, entrando enfim no feminino. Riu contidamente com a piada interna contida naquela cena, e então, notou que uma das garçonetes se dirigia ao banheiro, possivelmente para ajudar Nadeshiko, o que era bem plausível, considerando que o casal havia conseguido ganhar a simpatia de todas as pessoas ali presentes.

Logo depois, Nadeshiko voltou, com um semblante um pouco inquieto no rosto.

— Não consegui limpar – ela disse, terminando com o último pedaço da sua torta – Ah… logo agora que nós íamos sair…

— Mas não tem problema, Fujisaki-san… Se você não quer andar com o vestido manchado, nós podemos comprar alguma coisa na loja de roupas aqui do lado, o que acha?

— Verdade? – o semblante dela pareceu iluminar-se. Fazia eras que não comprava nada… e de repente, fazer compras com Tadase pareceu uma ideia simplesmente irrecusável.

— Claro! Eu compro o que você quiser, será um presente… de aniversário de namoro… - Tadase disse, corando com aquelas palavras.

— Então eu terei que arrumar uma maneira de recompensar você à altura! – Nadeshiko respondeu, entusiasmada, de uma maneira que deixou o Rei seriamente intrigado.

Depois de terminarem de comer, e pagar a conta, que Nadeshiko fez questão de quitar sozinha, já que Tadase estava planejando dar as roupas de presente, os dois saíram do café, sendo saudados por todas as garçonetes com comoção, e adentraram na loja logo ao lado, que tinha uma ofuscante decoração rosa, cheia de coisas fofas que lembravam incrivelmente o quarto de Yaya.


Nadeshiko correu na seção feminina, olhando todas as peças com atenção, enquanto Tadase ficava para trás, apenas assistindo, apreciando o quanto ela parecia feliz em apenas fazer uma simples atividade como aquela de escolher roupas. Esse bom gosto e apreço na hora de se vestir era com toda a certeza uma em tantas qualidades que Tadase verdadeiramente apreciava em seu namorado.

Ela juntou alguns cabides com várias opções de blusas, saias e vestidos, e depois buscou Tadase, levando-o até a porta do provador.

— Você vai escolher, viu? – ela disse, animada, e Tadase não viu outra opção a não ser aceitar. Não conseguiria negar nenhum pedido feito por aquela pessoa, ainda mais naquele nível de animação. Nadeshiko parecia uma criancinha pequena na véspera do Natal.

Ela entrou no provador, e alguns agonizantes minutos depois, abriu a cortina, deixando que Tadase a visse em um vestido azul-claro, parecido com o que vestia antes, exceto pela fita que amarrava a cintura.

— Ficou linda, Fujisaki-san! – Tadase exclamou, sinceramente. Na verdade, aquela seria a resposta que ele daria para qualquer coisa que Nadeshiko vestiria, até mesmo se fosse uma fronha de travesseiro suja.

Nadeshiko se fechou novamente no provador, não muito satisfeita com a escolha, e colocou outro vestido, dessa vez rosa, um pouco mais justo, e cheio de babados na barra, que ficava um pouco acima dos joelhos.

— Ano… Hotori-kun… - ela chamou timidamente, colocando apenas o rosto para fora – Pode me ajudar com uma coisinha?

— Claro – Tadase disse instantaneamente, já que havia se distraído com uma criança do outro lado da loja que tentava escalar algumas prateleiras.

— Aqui – ela chamou, e Tadase se aproximou rapidamente. Sem aviso prévio, ela puxou Tadase para dentro do provador, tão rápido que ninguém poderia notar – Fecha o zíper para mim? – pediu inocentemente, como se nada tivesse acontecido. Virando de costas, ela puxou o rabo de cavalo para frente, deixando à mostra as costas esguias e pálidas, que possuíam alguns poucos ângulos evidentes.

— F-fujisaki-san… - Tadase arquejou, enrubescendo furiosamente. Olhou ao redor, talvez temendo que alguém pudesse pegá-los no flagra a qualquer momento. Não havia ninguém por perto, ninguém nas cabines próximas, nem mesmo câmeras de segurança.

Respirando fundo, Tadase resolveu não deixar Nadeshiko esperando, e se aproximou. Colocando a mão no zíper, que ficava bem abaixo da cintura, revelando a roupa de baixo masculina da “garota”, ele tentou subi-lo. Estava um pouco emperrado, ou talvez fosse Tadase quem não tinha nenhuma habilidade para isso, de modo que a mão de Tadase acabou roçando nas costas nuas de Nadeshiko, que arfou baixinho, colocando a mão na boca para evitar que outros sons saíssem.

— G-gomen, Fujisaki-san, e-eu não sou muito bom nisso… - ele sussurrou, ainda temeroso de que alguém pudesse vê-los e os repreender por estarem juntos na cabine do provador. Nadeshiko murmurou alguma resposta que ele não conseguiu entender, no entanto, o tom sussurrante e contido que ela usou para se pronunciar causou uma nova reação em Tadase que ele lutou para controlar.

Tentando mais uma vez, Tadase colocou a mão na cintura de Nadeshiko, para conseguir estabilidade, e se aproximou mais um passo, tentando novamente subir o zíper. Ela gemeu indistintamente ao sentir a mão de Tadase roçar na parte posterior do seu corpo, e ele novamente se viu em uma situação embaraçosa por causa dos ruídos que ela produzia. Juntando as duas partes do tecido, Tadase puxou mais uma vez o frágil fecho, que não obedecia ao seu comando. Nadeshiko apoiou-se na parede lateral do provador, fechando os olhos, e Tadase suspirou, deixando a mão que não estava segurando o zíper tocar levemente a pele exposta.

— Ho-hotori-kun…! - Nadeshiko arfou, surpresa.

— É macio… - Tadase murmurou depois de algum tempo, aproximando o rosto e sentindo o cheiro doce de Nagihiko, maximizado por algum perfume feminino que há muito ele não sentia, e que só era utilizado na época de Nadeshiko. Não tinha palavras para descrever aquele aroma, mas era familiar, e ele adorava.

— A-acho que esse vestido não é uma b-boa ideia a-afinal… - Nadeshiko lutou para pronunciar, com dificuldade, enquanto sentia a mão de Tadase incitar um rastro de vivacidade em sua pele, por onde quer que tocasse. Novamente, aquela saia parecia ter sugado sua capacidade de reagir, e ao contrário do que Nagihiko faria, Nadeshiko se viu incapaz de esboçar qualquer resposta, deixando-se levar pelas sensações que Tadase, propositalmente ou não, causava.

Rendendo-se completamente à emoção, e se esquecendo de qualquer outra coisa racional, Nadeshiko conseguiu virar-se de frente para Tadase, sendo imediatamente prensada contra a parede da cabine. Tadase a encarava com os olhos de rubi brilhando de desejo, parecendo quase hipnotizado enquanto deslizava a mão para a sua cintura. Ela segurou o rosto dele com ambas as mãos, semicerrando os olhos, enquanto sentia que ele se aproximava cada vez mais, colocando-se na ponta dos pés para alcançá-la, e roçando o peito contra o dela no caminho.

Nadeshiko avançou, acabando com qualquer distância que ainda os separasse, imediatamente invadindo os lábios preparados do loiro com a língua, e explorando cada parte dele com avidez, mal dando a chance de que ele respondesse. Sentiu as mãos pequenas e pouco ágeis dele tocando suas costas descobertas, e subindo até seus cabelos, agora presos. Suas pernas se enroscavam, contribuindo para a imagem de que se tratava de uma única pessoa, enquanto ambos aprofundavam o beijo com cada vez mais necessidade.

Repentinamente, Nadeshiko obrigou-se a se afastar, dando luz à razão em um ínfimo lampejo de consciência. Ainda respirando com dificuldade, ela abriu os olhos lentamente, focando-se no rosto afogueado e ofegante do garoto.

— N-não podemos… não aqui… E-eu tenho que… escolher uma roupa… - ela pronunciou de maneira não muito convincente, ainda em dúvida sobre o que queria.

— V-você está certa… - Tadase assentiu, com o rosto, e todo o resto do corpo, formigando abrasadoramente, e desenroscou o corpo do de Nadeshiko com relutância. Depois de se recuperar rapidamente, sem coragem para se mirar no enorme espelho do fundo, por que certamente deveria estar com uma aparência vergonhosa, ele se retirou do pequeno compartimento. Ainda estava tonto pelo acontecimento, e se recusava a admitir que houvesse mesmo tomado um impulso tão indigno quanto aquele. O que Nadeshiko pensaria dele dessa forma? Bom, o que ele não poderia supor, e que era a verdade, era que ela havia gostado, e muito.

— T-terminei de escolher – ele ouviu a voz suave dela anunciar poucos minutos depois. Conhecendo a personalidade de Nadeshiko, era um tempo relativamente curto. Ela certamente estava abalada depois do que ocorreu.

Abrindo a cortina, ela mostrou à Tadase a sua escolha. Uma blusa cor-de-rosa, de mangas bufantes e inúmeros babados na ponta, com um justíssimo colete fechado de um tom mais escuro, e uma saia branca e volumosa, cheia de rendas e fitas. A meia branca cobria suas pernas até acima dos joelhos, encimadas por uma barra de renda branca e fitas rosa, mas havia ainda uma boa parcela de pele exposta, muito mais do que Tadase estava acostumado a ver. Esse detalhe não passara despercebido, e o loiro não conseguia desviar o olhar das longas pernas da ex-rainha por nada do mundo.


— Está… e-está linda, Fujisaki-san… Absolutamente maravilhosa - ele admirou, embasbacado. Nadeshiko corou ligeiramente, sorrindo enquanto mirava o chão.

— M-mesmo? – Nadeshiko indagou, passando a mão nervosamente pelos babados da saia, que era muito mais curta do que ele estava acostumado – E-eu achei que fosse gostar, por que, b-bem… Hotori-kun parece gostar bastante das minhas… m-minhas p-pe-pernas… então eu achei que pudesse mostrá-las… um pouco mais…

— Você escolheu esse por mim? – ele levantou os olhos, surpreso, mas muito feliz. Sentiu uma pontada de ciúmes, pois sabia que aquele tipo de roupa certamente roubaria olhares de outros garotos, mas não podia negar que Nadeshiko estava linda, e ele jamais conseguiria cansar de olhar para ela, não importando o que vestisse.

Depois de comprar a roupa, os dois saíram da loja, pensando em qual lugar deveriam passar agora. Tadase ainda estava encabulado, porém segurava possessivamente a mão de Nadeshiko, deixando bem claro para qualquer um que passasse que ela era somente dele.

— Nee… Hotori-kun… - Nadeshiko chamou, poucos minutos depois de começarem a andar.

— Hai? – ele ergueu o rosto fitando-a.

— Sabe… antes, quando eu fui ao banheiro limpar o vestido, e a garçonete foi me ajudar… ela… ela percebeu que eu era um garoto…

— O que? – Tadase empalideceu, assustado – Ela… fez alguma coisa para você?

— Não… – Nadeshiko riu, afagando com o polegar a mão de Tadase, para tranquiliza-lo – Ela, de certa forma, nos incentivou. Disse que formávamos um belo casal. Ela… pareceu feliz por nós. Isso me deixou tão contente, saber que existem pessoas que são capazes de nos aceitar sem nem mesmo nos conhecer… isso não é bom, Hotori-kun? – ela sorriu calmamente, desviando o olhar para o rosto de Tadase.

— Sim – ele soltou o ar, sorrindo também – É maravilhoso… Eu também fico feliz de saber disso. Talvez nós possamos vir a esse lugar mais vezes…

— Eu adoraria – ela voltou a olhar para frente, e então apontou para algum lugar do outro lado da rua – Vamos ao cinema, agora?

— Claro! Tem um filme que eu quero muito assistir – Tadase concordou com entusiasmo, e os dois andaram até o local, tranquilamente. Nenhum tinha experiência em encontros, mas ao que parecia, estavam se saindo razoavelmente bem.


Adentrando o prédio, e depois de verificar os horários das sessões, eles se colocaram na fila para comprar o ingresso. Tadase estava empolgado com o filme, enquanto o rumo dos pensamentos da ex-rainha viajava para outras hipóteses não tão decorosas, e que muito tinham ver com o escuro do cinema. Enquanto ela fantasiava sem conseguir se controlar, outras pessoas estavam saindo da sessão anterior, e passavam por eles.

— Você viu aquela parte? Eu achei que fosse morrer naquela hora! Ah, agora eu quero ver a continuação… quando o príncipe……

Nadeshiko engoliu em seco, sabendo o que viria a seguir.

— Príncipe… você disse “príncipe…”? – Tadase rosnou, com os olhos encobertos e uma pequena coroa surgindo na cabeça. Nadeshiko não teve tempo de segurá-lo, nem mesmo de reagir adequadamente. Tadase se ergueu em seu estado alterado, e apontou com o dedo na cara das pessoas que passavam – EU NÃO SOU UM MERO PRÍNCIPE, SEU PLEBEU INSUBORDINADO, EU SOU UM REI!!! UM REI, ENTENDEU? – Ele berrou, e então, soltou sua risada mais megalomaníaca e imperativa, que ecoou por todo o saguão. – Nadeshiko suspirou, batendo na testa com a mão. Conteve um sorriso, por que realmente achava aquela risada gostosa de ouvir, mas não podia deixar que Tadase agisse como bem entendesse em um local como aquele – NÃO SE ATREVA A DIRIGIR-SE À MIM NOVAMENTE COM TAMANHA OUSADIA E FALTA DE RESPEITO, OU EU SEREI OBRIGADO A TOMAR MEDIDAS DRÁSTICAS…

— Já chega, Majestade… - Nadeshiko interrompeu com suavidade, ciente dos olhares especulativos das pessoas ao redor.

— Mas… minha Rainha… esses plebeus precisam saber onde é o lugar deles! - Tadase voltou-se para Nadeshiko, explicando como uma criança que tenta fazer os adultos entenderem seu ponto de vista.

— Vamos, Hotori-kun… - Nadeshiko foi sucinta, e segurando Tadase pelo braço, arrastou-o para fora do cinema, ainda sofrendo com os olhares insistentes e estranhos dos plebeus.

— Mas eu ainda não dei uma lição a eles! – Tadase relutou, embora fosse óbvio que não conseguia se libertar do abraço da ‘garota’.

— Mais tarde, mais tarde – ela disse automaticamente, enquanto trazia finalmente o Rei para o lado de fora, ainda pensando em como controlá-lo no meio da rua, para que não fizesse nenhum escândalo desnecessário – Mais importante do que isso… aqueles pequenos… ah, eles devem estar em algum lugar por aqui, se você entrou no Chara Change assim tão facilmente… - ela olhou para o alto, com os olhos chispando irritação, o que certamente não encorajaria ninguém, em especial os seus Charas, a se aproximarem.

— Pare de olhar para o alto, Rainha, as pessoas pensarão que está louca! – Tadase repreendeu, cruzando os braços.

— Sim, claro. Pensarão que eu sou louca, nee? E o garoto que se autoproclama Rei, é normal… - Nadeshiko riu para si mesma, e antes que Tadase colocasse novas objeções, começou a andar rapidamente, com a mão dele bem segura entre a sua – Vamos para algum outro lugar… nós ainda estamos em nosso encontro, não é? Temos que aproveitar… - ela inclinou a cabeça na direção do loiro, que corou e desviou o olhar.

— Faça como quiser. Como sou um Rei estupendamente generoso, deixarei que me conduza nesse passeio pela cidade. Só… não acostume-se a liderar, Rainha. Eu ainda sou o Rei Soberano de todo o universo, posso ordenar que pare a qualquer momento.

— Claro, claro – Nadeshiko concordou, contendo a vontade de rir. Ainda era fofa a maneira que Tadase agia, mesmo no Chara Change. Parecia uma pequena tsundere. Nadeshiko tinha vontade de agarrá-lo ali mesmo – Vamos naquele fliperama, então… - ela apontou, tendo uma repentina ideia. Talvez o surto de Tadase parasse, se ele tivesse algo para descontar toda a agitação, e um jogo era a saída perfeita, já que não havia sinais daqueles pestinhas que causaram toda essa comoção em lugar algum.

— Hunf! Não pense que eu deixarei você ganhar em qualquer um desses jogos somente por que hoje você é uma mulher! – Tadase bradou, confiante.

— Claro que não. E eu também não aliviarei só por que você é o Rei. – ela sorriu de volta.

— Eu não esperaria menos daquela que escolhi como minha Rainha. – Tadase sorriu de canto, e então ergueu uma das mãos até a mecha que escapava do rabo de cavalo – Mas… eu tenho uma sugestão… apenas para que seja mais divertido…

— O que?

— Se eu ganhar de você nos jogos… terá que me deixar fazer o que eu quiser com você, depois. O que me diz?

Nadeshiko corou furiosamente, incrédula com o que acabara de ouvir. Nunca imaginou que chegaria o dia em que ouviria Hotori Tadase fazendo propostas indecentes à ela. Mas não se deixaria abater tão facilmente. Algo dentro dele, que soava como a voz de Rhythm, dizia que ele ainda era o “seme” da relação, segundo as palavras de Yaya e Utau, e sendo assim, era ele quem tinha o controle. Ele iria mostrar àquele Rei baixinho quem era a sua Rainha.

Sem aviso prévio, a fita vermelha nos cabelos da Rainha tornaram-se flores de sakura. Seus olhos brilharam perigosamente, fazendo tremer até mesmo a personalidade confiante de Tadase. O seu chara change com Temari havia sido ativado, de alguma forma.

— Eu aceito seu desafio, meu Rei – Nadeshiko o encarou de forma ameaçadora, e ao mesmo tempo, absolutamente atraente – Mas apenas se o mesmo valer para mim. Quando eu ganhar… você vai ser todo meu.

Tadase sorriu, parecendo ainda mais empolgado.

— Desafio aceito – ele estendeu a mão, e sentiu o aperto esmagador de Nadeshiko ao cumprimentá-lo.

— Que comecem os jogos…!












Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Shiroyuki desu o/
Ah, eu amei escrever esse capítulo!! Espero que vocês gostem dele tanto quanto eu *u* Mas também, depois de tanto problema com as descobertas, tava mais do que na hora desses dois aproveitarem o namoro~
Aqui, agora é sério! *puxa Tadase, amordaçado e preso por cordas* Se não mandarem reviews, o Tadase é quem vai pagar!! Eu posso fazer coisas muito cruéis huhuhuhu *prepara um vestidinho de maid e nekomimis pra colocar nele* ~ Então deixem reviews, e eu liberto o uke shota!
É isso u_u~