POV Niklaus

Era uma manha nublada, as grossas nuvens cinzas cobriam o sol e tudo apontava para mais um dia chuvoso. Minha mãe preparava uma poção de cura, vários aldeões estavam doentes e ela estava os ajudando. Rebekah como sempre estava sentada no chão penteando seus longos cabelos.

–Se você continuar a pentear seus cabelos tanto assim, eles vão começar a cair bekah – eu disse em tom de brincadeira

–Meus cabelos são fortes Nik, não iguais aos seus, logo você vai ficar sem um único fio de cabelo na cabeça meu caro irmão – Ela respondeu, continuando a pentear seus cabelos – estou ansiosa para esse dia – ela riu alto

– Isso é uma premonição? Porque acho que vou ficar lindo com ou sem cabelo, irmã – disse a provocando

–Quieto os dois, estão me desconcentrando – disse minha mãe- Niklaus preciso que você vá ate o Vale negro pegar Sálvia, volte antes da chuva começar se seu pai ver água no chão ele vai ficar bravo.

Acenei para mim mãe e fiz uma careta para Rebekah enquanto saia de casa, me direcionei para o Vale negro, o vale era onde nos plantávamos nossas ervas tanto para fazer remédios como para fazer chá. Era um lugar escuro e um pouco perigoso, ficava ao pé de uma montanha pequena e era muito fácil se perder. Poucas pessoas iam ao vale negro, apenas minha mãe, Ayana e as bruxas da aldeia, porem as vezes minha mãe me mandava buscar algo ou eu me aventurava escondido por lá.

Faltava poucos metros para chegar ao vale quando começou a chover, e em menos de 10 minutos eu já estava ensopado

–Bem, meu pai vai ter que lidar com umas poucas gotas no chão – eu murmurei enquanto chegava ao vale

Estava mais escuro do que o normal, abaixei ao pé da montanha para pegar um pouco de salvia quando vi um vulto em cima da montanha. Parecia estar agachado como se estivesse pegando algo mas eu vi o perigo antes mesmo de acontecer, seu pé deslizou na lama e ela caiu (podia ver com claridade que o vulto estava usando um vestido) soltei o pouco de Sálvia que tinha pego e corri subindo na montanha, ela tinha se segurado em algumas raízes e agora estava gritando por socorro, corri mais rápido mas ainda faltavam uns bons 10 metros para chegar até ela, tentei gritar para ela se segura firme mas o vento levou minhas palavras para longe, quando finalmente a alcancei, ela estava chorando desesperadamente, puxei-a em direção a mim e levei-a para a entrada de uma caverna próximo aonde ela estava, deitei a moça na pedra tomando cuidado para não machucá-la e então pude ver quem era.

POV Tatia

Joseph estava doente de novo, com uma febre alta e calafrios, já estava ficando preocupada, o menino mais ficava doente do que ficava bom, sai de casa e fui em direção as arvores, bem ao longe pude ver uma casa velha escondida pelas varias arvores, andei mais rápido e bati bem forte na porta.

A porta se abriu aos poucos e pude ver um vulto dentro, sem esperar mais disse:

–Ayana, minha amiga, Joseph está doente de novo estou começando a ficar preocupada não sei mais o que dar para ele melhorar, você tem que me ajudar Aya, por favor.

–Entre minha querida, o que ele tem? – ela disse

–Febre alta e calafrios – eu disse entrando na casa – Ayana estou preocupada, o menino mais fica doente do que fica com saúde, você acha que talvez os espíritos estejam me punindo?

– Claro que não menina, como já disse antes os espíritos sentem uma grande afinidade por você o que é um pouco estranho, nunca vi essa afinidade com ninguém alem de bruxas – ela disse pensativa

– Então porque ele fica tanto tempo doente? – eu disse, não me interessando no momento pela afinidade dos espiritos

– Talvez o seu destino seja estar sempre doente, como é o seu cuidar dele, mas eu posso fazer algo para ele melhorar, você precisa ir ao vale negro e pegar um pouco de salvia, suba o topo da montanha e lá é onde você encontrara o que precisa

Ayana me deu as instruções para achar ao vale negro e logo sai de sua casa, andando o mais depressa possível a caminho do vale.

POV Niklaus

Tatia

Ela estava desmaiada, suas roupas sujas de lama e em algumas partes rasgadas, pude ver que suas mãos estavam sangrando pelo esforço de segurar nas raízes, e em sua bochecha tinha um corte, rasguei a manga da minha camisa e cobri os cortes nas suas mãos e bochechas.

Mesmo com todos os cortes, rasgos e sujeiras ela continuava a mulher mais linda que já vi, estava a encarando quando ela acordou.

–Você esta bem?- disse preocupado

Ela se sentou rapidamente e tentou se levantar

–Tenho que voltar lá fora– ela disse

–Você não pode sair agora, essa tempestade esta horrível –eu disse fazendo-a se sentar de novo

–Você não entende, eu tenho que voltar lá para fora agora – ela insistiu lutando com meu agarre em seu braço

–Você é muito teimosa, se for lá fora com essa chuva vai cair e terei que ir te salvar de novo – eu disse irritado ainda a segurando

–Eu não pedi a sua ajuda – ela disse grossa

–Eu considero aquele grito que você deu como um pedido de ajuda, me desculpe se entendi errado talvez devesse ter deixado-a lá fora. –disse soltando seu braço

Ela pareceu que ia argumentar mas então fechou a boca, abaixou seu rosto e ficou em silencio por um longo tempo ate que disse:

–Me desculpe, acho que estaria morta se não fosse por você, obrigada!

Não estava esperando um pedido de desculpa por isso levou um tempo para responder

–Seria um tolo de não aceitar as desculpas de uma mulher tão bela, a propósito meu nome é NIklaus

Suas bochechas ficaram vermelhas e ela abaixou a cabeça mais ainda, não fazendo contato visual.

–Meu nome é Tatia – ela sussurrou e então saiu correndo