– Daniel, você precisa comer, anda! – Pedro Lucas tentou pela milésima vez fazer seu filho comer. A comida já havia esfriado há tempos.

– Não to com fome, pai. – Daniel suspirou, colocando a colher em cima do prato novamente.

– Você não comeu nada há horas!

Ele já estava preocupado com o garoto, desde o mês passado ele estava com essa manha para comer, havia emagrecido vários quilos e isso o deixava nervoso a ponto de querer arrancar os cabelos. Então ele o deixou escapar novamente, jogou a comida no lixo e tratou de lavar o prato. O pior era que Pedro fizera a comida preferida de Daniel, mas o filho apenas catucou várias vezes a comida e deixou de lado.

Várias situações se passaram na cabeça dele. Será que Dan estava sofrendo algum tipo de bullyng na escola? Ou alguém o chamara de gordo a ponto de fazer o menino pensar que estava mesmo? Mas Daniel nunca fora gordo e agora ele estava mais parecendo um bambu como seu tio Pedro Gabriel. Anotou mentalmente que amanha entraria junto o filho à busca de informações do comportamento escolar do garoto. Apesar de que já recebera reclamações de que Daniel não abrira a lancheira em nenhum recreio desde o mês passado. Se não fosse a diretora da escola, Pedro jamais saberia disso, pois Daniel nunca comentou com ele que nem havia tocado em seu lanche, ele sempre o jogava na lixeira da escola para não levantar suspeitas.

(...)