The One That Got Away. escrita por ImaginaryInside


Capítulo 1
I would make you stay...




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Estava frio em São Paulo, mas meu café parecia estar mais gelado que o vento lá fora. Joguei-o fora e fiz outro, dessa vez borbulhando de quente, coloquei em uma xícara e sentei no tapete nude da sala. Ri me lembrando da briga que tivemos para escolher o tapete, eu e ela. Eu queria o alaranjado, mas discutir com ela era como uma missão impossível, ainda mais quando ela sorria meu sorriso favorito. Um calor percorreu meu corpo só de lembrar dos dias que passamos escolhendo a decoração da nossa casa, e eu ri sozinho. Confesso que se não fosse pelas lembranças, eu estaria morto por dentro. Digo, as pessoas costumam ficar piores do que estão quando se lembram de coisas que passaram com as pessoas que amam, ainda mais quando as mesmas se foram, mas eu não, mesmo depois de cinco meses depois da partida dela, as lembranças estão vivas em mim e elas são meu combustível para tentar seguir em frente. Fácil não é, mas era isso que ela iria querer. Olhei pela janela e vi que havia começado a chover, e ventava um pouco, incrível como até isso me lembrava dela, era seu “clima” favorito: Chuva, trovões, ventos, frio. Voltei meus olhos para a estante, repleto de fotografias, minhas, dela, de nós juntos, com amigos, família, e uma delas chamou minha atenção, peguei o porta retrato e ri ao lembrar daquele dia, como esquecer o dia que a conheci?

Flashback on.

- Thomas faça o favor de devolver minha palheta, seu idiota – disse Lucas vendo Thomas aos risos em sua bateria.

- Tenha senso de humor, Lucas Kobayashi – ele disse sério, mas prendendo o riso lhe dando a palheta – onde está Pedro Lucas?

- Cheguei – disse o mesmo entrando com a guitarra em mãos – desculpem, esqueci a chave na porta novamente.

- Depois eu sou o burro – disse Thomas batendo uma baqueta na outra.

Começamos á tocar “Menina Estranha” e depois “Pra Você Lembrar”, estávamos ensaiando na verdade, em alguns dias iríamos em algum programa que não lembro ao certo. Ensaiamos outras músicas e logo nosso produtor nos chamou para irmos á sala de reuniões, e quando estávamos chegando lá estranhei estar ouvindo o refrão de “New Divide”.

- Carol! – disse Pedro Lucas indo até uma garota de cabelos castanhos e jaqueta de couro que a princípio não deu atenção á ele.

- Espera! – ela falou concentrada no trailer de “Transformers 3” na televisão, claro, daí vinha a música.

Sentei-me na cadeira perto da ponta da mesa, onde ela estava, e tinha um celular ali. Eu sei que é feio mexer nas coisas dos outros, mas eu sempre fui curioso, apertei um botão e logo mostrou o plano de fundo, deduzi que ela seria a de olhos verdes, e ao seu lado tinha uma garota de cabelos castanho-escuros sorrindo.

- Posso? – ela falou com um sorriso nos lábios me olhando, com as mãos no telefone.

- Pode – disse envergonhado.

Ela pegou e sorriu, Deus que sorriso.

- Aqui seu bobão – ela falou tirando algumas chaves da bolsa – da próxima eu não trago, quase não me deixaram entrar – ela riu e deu as chaves á Pedro Lucas.

- Ah valeu Carol! – ele abraçou ela.

- Imagina – ela sorriu novamente – bom, eu vou indo, tenho um filme para ver – disse piscando para nosso produtor.

- Gostou do trailer né? Sabia que gostaria – ele falou rindo.

- É perfeito, já tinha visto os outros, mas depois desse eu estou indo pro cinema – ela riu – alguém quer vir junto? – ela parou na porta e olhou para cada um.

Não me perguntem o que passou pela minha mente nesse momento, porque nem eu sei ao certo.

- Eu vou – disse me levantando – digo, se puder.

Ela me olhou confusa, e até nervosa deduzi, mas logo depois abriu um sorriso mais lindo do que o anterior, quando me pediu o celular.

- Claro que pode Pedro, vamos! – ela falou dando tchau para os demais e saindo.

- Hã, o que você ta fazendo cara? – pediu Thomas.

- O ensaio acabou né? – pedi e ele assentiu – ok, até!

Peguei meu casaco e corri até ela, que estava do lado de fora da gravadora me esperando.

- Então, vamos de táxi? – ela pediu me olhando.

- Não – disse rindo – vamos no meu carro.

Ela riu e me acompanhou até o carro, e logo chegamos ao shopping que seria exibido o filme.

- Confesso Pedro – ela falou fechando a porta do carro – nunca pensei que você gostasse de Tranformers.

- Ah, as pessoas não precisam saber de tudo – disse rindo e acompanhei ela até a entrada.

- Relaxa, eu peguei a última sessão, então tem poucas pessoas no shopping agora – ela sorriu.

Fui parado por umas três meninas, elas pediram fotos e acabei pedindo á umas delas para tirar com o meu celular também, e logo entramos na sala de cinema.

- Comprou refrigerante? – ela pediu.

- Aham, por?

- Ah, eu esqueci – ela olhou para baixo tentando parecer triste, mas vi que segurava um riso.

- Pode ficar – disse dando meu copo á ela.

- Não, é seu – ela sorriu – pode ficar.

- Eu divido ok?

Ela riu e assentiu, e logo o filme começou.

[...]

- Pedro Gabriel, você pode pro favor parar de rir de mim? – ela disse enquanto eu não conseguia segurar meu riso – é sério! Só porque eu me emocionei quando eles foram embora da Terra, seu desumano – ela falou emburrada andando na minha frente.

- Desculpa, desculpa – disse alcançando ela – então, percebi que você sabe muito sobre mim.

- Quem não sabe? – disse ela rindo – ainda mais quando é jornalista, como eu.

- É jornalista? – ela assentiu – trabalha aonde?

- Na Capricho, mas eu sei muito sobre você bem antes de ir pra lá – ela riu.

- Ah é? – disse a olhando – interessante.

Ela riu e conversamos sobre assuntos idiotas até chegarmos do lado de fora do shopping.

- Então, eu vou pegar um táxi – ela disse indo até o meio fio da rua.

- Ah não, eu te levo - disse rindo a puxando até meu carro.

- Não Pedro, você já fez muito por mim hoje – ela sorriu.

- Não custa nada, entra ai – disse entrando no carro.

Ela logo entrou e em menos de vinte minutos estávamos em frente ao seu prédio.

- Eu até te convidaria para entrar – ela falou olhando as horas em seu celular – mas já é tarde, você tem um vôo amanhã cedo e eu tenho que trabalhar.

- Sem problemas – disse sorrindo – mas....

- Mas...? – ela riu.

- Você vai me dar seu telefone – disse sorrindo, e ela sorriu também.

Ela me passou seu número, e saiu do carro, deu um breve aceno e entrou no prédio. Salvei o número e logo fui ver a foto que uma das meninas havia tirado, ela era linda, tinha os olhos e o sorriso mais perfeitos que já havia conhecido. Sorri abobalhado de mim mesmo pensando naquelas coisas, e dei partida no carro.

Flashback end.

Era engraçado pensar que desde o primeiro dia que nos vimos, de mim me sentindo um idiota só de pensar que ela era a garota mais simpática que havia conhecido, e que ela tinha o sorriso mais perfeito do mundo, nos trariam até agora. Deixei minha xícara em cima da mesa de centro e fui até o quarto. Quando abri a porta uma rajada de seu perfume impregnou minhas roupas, era incrível, como depois de cinco meses, eu sentia seu cheiro como se ela estivesse acabado de me abraçar. Fui até o armário e peguei uma caixa com algumas bolinhas coloridas que estava mais lá no fundo, e levei até a sala.

Quando a abri, outra rajada me acertou, mas dessa vez não de fragrância, e sim de lembranças de todos os tipos. A caixa era dela, e eu havia achando alguns dias depois do acidente, no fundo do armário. Remexi um pouco dentro da mesma, e achei uma foto que novamente me fez voltar no tempo, um dos dias mais felizes da minha vida, tínhamos ido á praia com alguns amigos, em dezembro, o dia do nosso primeiro beijo.

Flashback on.

- Vai á festa hoje? – pedi para ela, que estava ao meu lado vendo as ondas quebrarem e o sol se por, enquanto nossos amigos ainda estavam no mar.

- Vou, estou morrendo de cansaço mas vou – ela sorriu – e você?

- Com certeza – disse a olhando.

- Se você beber demais Pedro Gabriel, vou te jogar no mar – ela falou e eu ri.

- Que crueldade comigo Carolina – ele falou.

- Mas é isso mesmo – ela se levantou quando todos voltaram para aonde estávamos.

Pegamos as coisas e fomos para o hotel.

[...]

- Ou ou, vai assim aonde mocinha? – disse vendo ela descer as escadas com Taís, a amiga do plano de fundo, atual namorada de Pedro Lucas.

- Ao mesmo lugar que você, Pedro Gabriel – ela disse rindo.

Confesso que ela estava maravilhosa, mas assim como isso me atraía, atrairia outros garotos, e isso não me animava, nada nada.

Logo chegamos ao local da festa, era no próprio hotel, bem em frente á praia. Assim que entrei peguei uma cerveja e fui falar com algumas pessoas que conhecia, quando me dei conta já haviam passado cinco horas. Achei Taís que estava com Pedro Lucas na varanda conversando.

- E ai casal, viram a Carol?

- Ela foi andar na praia, por? – pediu Taís desconfiada.

- Nada – disse sorrindo – sabe qual lado?

- Esquerdo, ela deve estar nas pedras – ela disse me olhando.

- Ok.

Corri para o quarto e peguei meu violão, depois fui andando pela praia na direção que ela havia me dito, e logo a vi sentada nas pedras, e as ondas estourando mais abaixo de onde ela estava. Fui me aproximando e antes de dizer algo ela se pronunciou.

- Oi Pedro – ela me olhou e sorriu – quer sentar?

Sentei-me ao seu lado, com o violão em mãos.

- Vai tocar? – ela pediu.

- Porque está aqui, sozinha? Digo, não quis curtir a festa?

- Eu pedi primeiro – ela riu baixo.

- Vou – sorri.

- Pois bem – ela suspirou – eu gosto de ficar sozinha, ouvindo o barulho as ondas – ela sorriu – gosto de te ouvir cantar também, o que tem em mente?

- Hum, uma música que me lembra você – ele sorriu.

Tive a certeza que ela conhecia quando sorriu ao ouvir os primeiros acordes de Into Your Arms.

Ela cantava comigo nos refrões bem baixinho, vivia dizendo que tinha a voz horrível para isso. Quando a música acabou, ela olhou para o mar com o meu sorriso favorito nos lábios.

- Eu amo essa música – ela disse encostando a cabeça em meu ombro.

- Eu sei – disse rindo – eu vejo seu twitter.

- Nossa, que invasão de privacidade Pedro Lanza – ela riu – o que disse antes de começar á cantá-la?

- Que ela me lembra você – disse sorrindo.

- Porque? – ela pediu olhando em meus olhos.

- Porque você era uma garota nova na cidade, tinha o mais maravilhoso sorriso – ela riu – só uma parte em especial não se encaixa.

- Qual?

- A que diz que estou me apaixonando – disse e seu sorriso enfraqueceu um pouco – é que eu já estou apaixonado – falei olhando em seus olhos.

Ela abriu um enorme sorriso e me abraçou, céus até o abraço era perfeito. Ficamos assim alguns segundos depois ela se afastou um pouco, encostando sua testa na minha.

- Até nisso eu sou mais adiantada que você Pedro – ela riu.

- Porque? – pedi curioso.

- Porque eu amo você desde os 15 anos – ela sorriu.

Agora pelo menos tinha algum sentido ela saber tanto sobre mim, e sempre fazer pouco caso quando falava das minhas ex namoradas. Me aproximei dela e senti sua respiração, ela fechou os olhos e eu toquei seus lábios de leve sentindo uma corrente elétrica percorrer meu corpo. Aprofundei o beijo pedindo passagem com a língua que foi concedida, era sem dúvidas o melhor beijo que conhecia. Ela parou mordendo meu lábio inferior e me abraçou, e ficamos lá por um longo tempo.

Flashback end.

Eu estava rindo no momento, sentia meus lábios quentes só de lembrar seu beijo. A chuva havia aumentado lá fora, e fiquei observando as gotas escorrendo pelo vidro, quando acordávamos e estava chovendo, ficávamos horas somente observando a chuva cair, e eu sorri ao lembrar do quanto ficava feliz ao abrir os olhos e vê-la ao meu lado. Meu celular vibrou na mesa, era Taís.

- Oi – falei sem ânimo.

- Hey Pedro – ela disse – está melhor?

- Na mesma – falei ainda olhando para fora.

- Pedro... – ela parou de falar e suspirou – fazem cinco meses que você não sai de casa, só em extrema necessidade – ela disse com a voz falha.

- Me dê um motivo para sair – disse olhando para o tapete agora.

- Ela iria querer que você seguisse em frente – Taís disse tentando segurar o choro, aparentemente – está difícil para mim também, acredite.

- Não tanto quanto para mim Is – falei agora com a minha voz falha – mas tudo bem, eu estou legal e não vou fazer nenhuma besteira, caso queira saber – disse e ela riu.

- Promete?

- Sim – disse pegando uma foto que me fez sorrir no fundo da caixa – se não se importa, eu tenho que desligar.

- Tudo bem, se cuide.

- Você também.

Coloquei o celular na mesa e fiquei olhando para aquela foto, foi no aeroporto, ela iria passar dois meses em Londres, e eu a pedi em namoro antes.

Flashback on.

Nós tínhamos brigado. Nós ainda estávamos ficando e eu fiquei com outra garota em um pub, com toda certeza foi o excesso de álcool e ela sabia disso, por isso não me criticou. Ela era absolutamente incrível pelo simples fato de dizer “você está certo, nós não temos nada e você pode ficar com quem quiser, me desculpe por estar chorando por isso Pedro” e ir embora. Com qualquer outra garota, ela teria feito um escândalo, e eu gritaria de volta, e acabaríamos nunca mais nos vendo, mas ela, como sempre foi, agiu diferente. Depois disso não consegui nem se quer mandar um sms, de tanta vergonha de mim mesmo, ficamos uma semana sem nos falar. Estávamos me pleno domingo, tinha jogo do Corinthians e ela sempre estava comigo, mesmo sendo torcedora de outro time ela assistia comigo, e aquilo me fazia uma falta do caralho. A campainha tocou e logo atendi.

- Ei cara – disse Thomas – sinto muito.

- Pelo...?

- Não sabe? – ele falou – Ah não...

- Não sabe do que?

- Ela vai passar dois meses em Londres, achei que soubesse – disse ele.

- Que horas sai o vôo? – pedi pegando papel e caneta na gaveta.

- Daqui a uma hora e meia – ele falou e sentei-me na mesa.

Eu sabia que não poderia falar tudo que estava escrevendo naquela carta para ela, então coloquei num envelope e peguei a caixinha com as alianças que havia comprado alguns dias atrás, antes da minha burrice. Dirigi o mais rápido possível e Thomas até ficou meio assustado, mas logo estava no aeroporto. Vi no telão os vôos e graças ao bom Deus o dela não havia decolado, corri para a sala de embarque mas algo me interrompeu.

- Desculpe senhor, somente passageiros entram – disse a moça.

- Mas eu preciso entregar isso para uma pessoa – falei apressado.

- Sinto muito – ela disse.

- Então entrega para mim? – pedi – por favor!

Ela pensou um pouco, e pegou a carta e a caixinha das minhas mãos.

- Para quem?

Olhei de onde podia e vi ela sentada com os fones, lendo um livro.

- Aquela ali! De jaqueta preta e jeans, com fones e um livro – disse apontando – muito obrigada!

Ela assentiu e levou até lá, enquanto um segurança do aeroporto me acompanhava para fora. Esperei um pouco lá fora quando ouvi seu vôo ser chamado. Não sei o que esperava para dizer a verdade, mas seja o que fosse eu desisti, e fui indo até a saída.

- Pedro – disse Thomas parando – Pedro!

- O que foi? – disse o olhando, e logo depois acompanhado seu olhar.

Ela estava lá, parada perto de um segurança, sorrindo. Meu primeiro ato foi largar tudo que tinha em mãos e correr até ela, abraçando-a o mais forte que podia.

- Desculpa – falei – pelo que eu fiz, pelo que não fiz, pela minha burrice e minha lerdeza, me desculpa.

- Me deixa respirar Pedro Gabriel! – ela falou rindo e eu a soltei, ela estava com os olhos marejados.

- Você vai ficar? – pedi e ela passou a mão pelo meu rosto.

- Não – ela sorriu – mas eu posso dizer pra quem me perguntar me Londres, que eu tenho um namorado no Brasil, me esperado – ela disse.

Só lembro de abraçá-la novamente e vê-la com o sorriso mais maravilhoso do mundo, o meu sorriso favorito. A soltei e nos beijamos, depois trocamos alianças e ela me abraçou novamente, e ouvimos a última chamada de seu vôo.

- Eu vou voltar para lá – ela disse segurando minha mão – vai me esquecer Pedro? – ela falou séria, mas segurando o riso.

- Nunca – disse e ela riu, me dando um selinho – eu amo você.

- Eu amo mais, bobão – ela disse se afastando – vou sentir sua falta.

- Mais do que nunca – disse baixo para mim mesmo.

Flashback end.

“Mais do que nunca”. Pensando bem, aqueles dois meses sem ela não se comparam nem um pouco com isso, a dor daqueles meses é como uma picada de formiga, daquelas bem pequenas, comparada á dor de agora. Coloquei as fotos de volta na caixa, e quando fui tampá-la, algo caiu da tampa, um envelope. Peguei o mesmo, sem remetente nem destinatário, e tirei as folhas de lá, juntamente com uma foto.

São Paulo, dia 24 de março de 2012.

          Querido Pedro,

Me sinto no filme Querido John agora, juro! Mas enfim, se você encontrou essa carta, provavelmente eu não estou mais aí contigo. Coloquei-a em um lugar que sei que você acharia somente quando eu partisse, não importasse se fosse amanhã, ou daqui a 20 anos. Como pode ver, escrevi a carta no dia do nosso aniversário de namoro, o dia dessa foto ai com você. Hoje foi um dos melhores dias da minha vida sabia? Você como sempre foi um anjo, o meu anjo de sempre. É irônico te chamar de anjo nessas condições não é? Não sei quanto tempo se passou desde que morri, não sei nem ao menos a causa de minha futura morte... Engraçado, sempre me imaginei morrendo em um acidente de carro, por causa de uma chuva. Aliás, está chovendo agora, e você acabou de me mandar um sms, vou ver depois. Lembra quando você me pedia de onde eu conhecia tanto você? Então, eu fui, e ainda sou sua fã, é isso mesmo! Mas eu não era uma simples fã, eu era completamente apaixonada por você, eu ouvia músicas e lembrava de você pelas letras, eu sonhava com você e acordava pensando em você. O pior de tudo eram as pessoas me dizendo para desistir, mas sempre eu ouvia uma voz, dizendo que eu deveria continuar ali, firme e forte lutando por você, e hoje olha onde cheguei, hoje meus amigos de infância me perguntam rindo “e aquele Pedro que você amava?” e eu tenho o maior orgulho em dizer “ele é meu, meu namorado” e eles ficam quietos. Isso é um dos mínimos motivos que me deixam feliz a cada dia de vida, o mais incrível é abrir os olhos e sentir a sua respiração em meu ombro, ou acordar contigo cantando no meu ouvido. É dizer para todos que eu amo você, e que você me ama, e que daqui um tempo nós estaremos vendo nosso filho lhe pedindo para ensinar os primeiros acordes de guitarra, ou nossa filha lhe pedindo para dormir conosco, pois ela tinha medo do escuro. É passar cada segundo do dia contigo sabendo que não é um sonho, e as duas da manhã eu vou acordar porque tem um sms seu me esperando. Lembra-se disso? Você me mandava todas as madrugadas... Me desculpe por partir? Por te deixar sozinho? Se fosse o oposto, eu lhe juro que não estaria mais ai, eu não agüentaria viver num mundo aonde você não existisse. Mas você é forte, mais forte que eu, e daqui onde estou, eu sei que você vai superar isso, você vai sorrir o meu sorriso novamente. E não se preocupe que nada de mal acontecerá a você, pois agora eu cuido de ti daqui de onde estou, estou do seu lado agora, cuidando de você, ou melhor, da minha vida. Eu amo você Pedro, eterna e incondicionalmente.

                                                                             Com amor,

                                                                            sua menina.

Acho a vida uma coisa engraçada, quando era pequeno meu pai me dizia que quando nós crescemos, acabamos encontrando alguém que nos complete, independente de como nós sejamos, sempre, há alguém que nos faça sentir inteiro, e que o lar é onde o coração está, não sei se eu havia me enganado esse tempo todo, ou meu pai era um mentiroso, mas naquele dia de ensaio, no cinema que eu descobri o significado de amor, e se o lar era onde o coração estava, meu lar era onde ela estava, daqui até o infinito.


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Notas finais do capítulo

Hey girls! Então, estava meio sem criatividade para a história da fic, ai fiz essa short (em um dia, aliás), é espero que gostem, o final depende do ponto de vista de cada um, pode ser feliz, triste, um recomeço, enfim! Me digam o que acharam ok? :D