A Capital era impressionante, tudo em dimensões extraordinárias, muito maiores do que se via na TV. Fomos encaminhados para o centro de treinamento onde cada distrito tem o seu próprio andar, Charysse apertou o botão de número nove no elevador e começamos a subir, todos em silêncio. Quando chegamos ao nosso andar eu e Winter corremos para os deveriam ficar nosso quartos, mas fomos parados por Alexis.

—Oh! Vamos lá, tomem um café e converse com a gente antes, depois vocês visitam seus aposentos – Ela disse colocando os braços magrinhos em volta de nossos ombros – Nós mal conversamos, preciso conhecer mais meus tributos.

—Espera – Winter parou e eu fiz um mesmo – Seus tributos?

—Sim – Alexis disse despreocupada sentando-se à mesa.

Meu sangue ferveu, era isso que mais me irritava na Capital, eles nos tratavam como se fossemos peças de um jogo de xadrez que eles podem usar, e depois que enjoarem guardam para poder brincar de novo mais tarde, ou pior, se livram deles. Nós quadro ficamos claramente aborrecidos com isso, mas se Alexis percebeu fingiu que não, nós no sentamos a mesa e começamos a nos servir.

—Então qual é a cor favorita de vocês? – Alexis puxou assunto colocando um guardanapo no colo.

—Cinza – Respondi sem pensar, não que eu desse muita importância para cores, mas sempre gostei muito dessa.

—Roxo – Winter disse. Eu não queria provoca provocar ele, nuca quis, não naquela situação, mas era instinto ele falava algo e eu o provocava e vise versa, só que dessa vez não fui muito feliz ao falar.

—Roxo? O que você é, uma garota? – Disse colocando uma garfada de com um pedaço de panqueca na boca. Suas bochechas ficaram vermelhas, ele se levantou da cadeira e bateu com toda a força na mesa.

—Qual é o seu problema ein? Eu não vou ficar aturando suas provocações Summer, não aqui, não agora. – Ele berrou. Quem ele pensa que é pra gritar comigo assim?

—Quem você pensa que é para gritar comigo assim? Ninguém ta feliz por ta aqui, eu disse aqui sem pensar, não to nem ai não vou aturar você gritando comigo assim ta legal? - E berrei de volta com as mãos e o joelho em cima da mesa, nossos rostos estavam a centímetros de distancias e nós dois bufávamos.

—Acho que vocês não vou querer serem aliados – Charysse disse pensativa.

—NEM PENSAR! Vou matar essa garota na arena assim que tiver a chance – Ele disse se distanciando.

—Isso se eu não te matar primeiro Winter querido – Eu respondi ríspida. Nós dois saímos do lugar batendo os pés, cheguei a meu quarto e bati a porta com tanta força que talvez todos os tributos de todos os andares tivessem ouvido. Encostei-me à porta e escorreguei até o chão e comecei a chorar, outra vez, mas agora eu não fazia idéia do por que. Talvez já sentisse saudades da minha família, talvez por raiva do idiota do Winter eu não sei, mas as lágrimas não paravam de vir deixando minha visão turva.

Resolvi então passar o dia no meu quarto, já que hoje não teríamos nada de importante para fazer, na hora do almoço apertei um botão em cima da mesa em frente a minha cama e no jantar fiz o mesmo até que a noite chegou, havia um pijama amarelo perfeitamente dobrado em cima da minha cama, vesti o pijama, me joguei na cama e me cobri como um rolinho. Não sei exatamente quando peguei no sono, mas o sonho que tive foi tão real que, por um momento, achei que ainda estivesse acordada.

Eu estava no meu quarto deitada na cama do mesmo jeito que estava, me levantei e, por algum motivo desconhecido, fui para a sala de jantar e quando cheguei lá quase tive um ataque do coração, ali sentado na mesa comendo um bocado de panquecas estava meu irmão mais velho! Minha respiração falhou e eu não podia acreditar no que meus olhos viam.

—Joldan! Oh meu Deus! É você – Eu disse me aproximado. Ele por sua vez mal se mexeu, apenas me lançou um olhar debochado.

—É claro que sou eu castor! – Ele me deu esse apelido, quando vimos um documentário sobre animais extintos e percebemos que a alguns tinham o pelo ruivo, como meus cabelos.

—Mas... Mas você... – Eu não conseguia pronunciar as palavras, não com ele bem na minha frente.

—Olha Summer – Ele se levantou e segurou meus ombros – O que eu vou te dizer agora é extremamente importante. Quando entrar naquela arena você precisa ter em mente uma coisa: Tudo que você vai ver lá vai ficar gravado na sua mente para sempre, todas as mortes que você causar vão pesar na sua consciência, mas você precisa se lembrar de quem você é e de onde você veio, deixe que a Capital tire isso de você, deixe que eles te façam esquecer quem você é!

—Tudo bem – Eu disse nervosa. Então sua expressão se suavizou – Você é esperta e rápida, use isso ao seu favor.

—Por que todo mundo fica dizendo isso? – Disse baixando a cabeça fazendo uma careta.

—Porque é verdade Summer, você sempre ganhou as corridas, sempre foi você quem bolou os planos para pegadinhas, é isso que você! – E aquele sorriso acolhedor que eu tanto sentia falta – Tem outra coisa que eu queria te falar. As vezes certos sacrifícios valem a pena para que as pessoas que amamos tenham uma vida melhor – Ele deu um piscada e quando eu estava prestes a perguntar o que ele queria dizer começo a ouvir batidas e fui jogada bruscamente na realidade.

Sai da cama cambaleando, esfregando os olhos tentando acordar e não chorar, parada na frente da porta havia uma garota de pele morena, olhos cinzas e cabelos negros, seu olhar era triste e ela entrou no meu quarto de cabeça baixa e começou a arrumar tudo, não que eu tenha bagunçado muito.

—Ér... Olá, meu nome é Summer qual é o seu? – Perguntei, mas a garota limitou-se apenas a olhar para mim, o intrometido do Winter que passava pelo corredor parou na minha porta e disse:

—Eles não podem falar – Revirei os olhos para ele, mas minha curiosidade fui mais forte.

—Por quê? – Perguntei

—Bom, acho que é pelo fato deles terem suas línguas arrancadas – Ele disse juntando as sobrancelhas.

—O QUE?

—Eles são Avox – Charysse surgiu do nada fazendo eu e o boboca darmos um salto – São pessoas consideradas traidores da Capital, e então quando a Capital os pegam cortam suas línguas e os fazem de criados – E então ela deu um longo suspiro – Vão tomar café porque daqui a pouco vocês terão um encontro com seu estilista para se prepararem para a apresentação de hoje à noite.

Lancei um olhar de compaixão para a garota e fui tomar café de pijama e tudo.