71 Edição Dos Jogos Vorazes escrita por Bia


Capítulo 1
O pesadelo começou na colheita


Notas iniciais do capítulo

Minha primeira fic, peguem leve :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/198598/chapter/1

Eu estava na lotada praça no centro do distrito nove, era dia da colheita e todos usavam suas melhores roupas e em cima do palco, com seu cabelo cor de gema de ovo e o batom prata, estava Alexis Clarkson estava anunciando a 68ª edição dos Jogos Vorazes, ela caminha até uma bola e dela tira um pedaço de papel, ela vai até o microfone e diz em alto e bom som:

-E o nosso tributo masculino é: Joldan Winered – Um desespero toma conta de mim, um garoto alto, de cabelos castanhos, feições duras e olhos verdes se encaminha para o palco, eu grito tentando abrir caminho entre as outras crianças, mas é inútil ele já está em cima do palco.

-Quantos anos você tem queridinho? – Alexis pergunta com um enorme sorriso.

-Dezesseis – Joldan responde tentando manter a voz estável, mas é nesse momento que tudo piora o microfone se transforma em uma espada e agora não é mais Alexis que está no palco, e sim outro garoto com um corte horrível no rosto olhos de dar calafrios e esta todo sujo. Ele está com a espada em mãos e se movimenta muito rápido, ele vai matá-lo!

-Joldan cuidado! – Gritei o mais alto que pude, mas era tarde demais o garoto havia acertado Joldan que agora estava jogado no chão envolto a uma poça enorme de sangue.

Acordei assustada com o suor pingando no rosto e arfando como nunca.

-O mesmo pesadelo sempre nessa época do ano – Sussurrei enquanto me levantava, olhei para cama do lado e minha irmãzinha Porty não estava lá, deve ter ido para a cama dos meus pais no meio da noite assustada por ser seu primeiro ano na colheita.

Lavei meu rosto e abri a janela do meu quarto, o dia estava lindo, tirando o fato de que talvez eu seja escolhida para a morte hoje, é claro. A colheita é um evento que acontece todo ano no meu país, Panem, onde um garoto e uma garota entre doze e dezoito são escolhidos para irem a uma arena e lutarem até a morte, para que um só sobreviva, os Jogos Vorazes. Esses jogos foram criados pela Capital, a força que controla Panem, depois que o distrito treze, que hoje não existe mais, tentou se rebelar contra eles e como forma de demonstrar que os distritos não podem contra ela a Capital nos obriga a passar por isso todo o ano.

Cheguei à cozinha e meus pais e minha irmã jogavam conversa fora, eles já haviam tomado café e deixaram um pouco de mingau de aveia para mim, mas eu ainda estava atordoada graças ao pesadelo e nada me descia pela garganta.

-Bom dia – Eu disse em um sorriso amarelo.

-Bom dia queria – Meu pai disse dando um beijo em minha testa.

-Bom dia Summer – Minha mãe cantarolou enquanto transava o cabelo de Porty. Fui até minha irmã caçula dei um beijinho em sua bochecha e disse:

-Bom dia garota, e feliz Jogos Vorazes – A expressão no rosto dela foi de sereno para aterrorizado quando eu pronunciei tais palavras, meus pais me lançaram um olhar de reprovação e a culpa caiu como uma pedra sobre mim.

-Ah querida me desculpa – Eu disse abraçando Porty – Eu não devia ter falado aquilo, eu sei que você ta com medo, mas vai ficar tudo bem ta legal?

-Tudo bem, tudo bem – Ela disse e logo em seguida seu sorriso doce e gentil voltou a aparecer.

Ficamos jogando conversa fora na cozinha por um longo tempo, meus pais não iriam trabalhar na plantação de grãos, já que é isso que o nosso distrito, o nove, produz. Estávamos rindo de uma piada que meu pai contou quando minha mãe olhou para o relógio e disse:

-Ta na hora meninas, você precisam se arrumar. – A primeira foi Porty, que depois do banho vestiu um vestido azul claro que era meu quando eu tinha a idade dela, e minha mãe fez um rabo de cavalo bem alto sem sua cabeça. E então foi a minha vez de me arrumar, entrei no chuveiro, que para a nossa sorte, hoje tinha água quente, mas mesmo assim agradeci, eu soube que em alguns distritos como o doze, nem chuveiro tem e tomei um belo banho. Quando sai do banho havia um vestido branco feito com um tecido suave e extremamente lindo em cima da minha cama. Eu o reconheci logo de cara, era o vestido da minha mãe.

-Você gostou? – Minha mãe se encostou na porta do quarto.

-Eu adorei, mas você tem certeza disso mãe? – Perguntei.

-Absoluta – Ela disse me dando um beijinho na bochecha – Você ficar linda – E então ela saiu do quarto.

Coloquei o vestido da minha mãe que em caiu como uma luva, juntei apenas a parte de cima de meu cabelo e prendi com uma fita azul, me olhei no espelho por alguns minutos, eu não era a garota mais bonita do nove, a maioria dos garotos e garotas de meu distrito tem os cabelos castanhos claros, quase loiros, e os olhos azuis ou amendoados, mas eu era diferente meus cabelos eram ruivos e lisos até abaixo dos ombros, meus olhos eram verdes como os da minha mãe e irmã, e minha pele é tão clara que meu pai costuma dizer que se não fosse pelas minhas roupas e o cabelo, no inverno ele não conseguiria me enxergar no meio da neve.

Fomos todos juntos até a praça onde um grande palco estava montado em frente a prefeitura, exatamente como em meu pesadelo. Quando chegamos meninos e meninas eram divididos por idade.

-Boa sorte pequena – Eu disse abraçando Porty.

-Boa sorte grandona – Ela disse retribuindo o abraço. Minha irmã foi direcionada para onde as crianças com doze anos deviam ficar, e eu para onde as de quinze anos deveriam ficar. No meio da confusão avistei Lyra com seus olhos que mais pareciam piscinas de chocolate, assustados, cabelos castanhos lisos e repicados e os óculos escorregando no rosto.

-Summer! – Ela suspirou aliviada quando me viu, Lyra era minha melhor amiga desde que me conheço por gente, nossos pais já eram amigos antes mesmo de nos nascermos, brincamos juntas desde que engatinhamos, ela é a pessoa que mais me conhece no mundo.

-Como é que você está? – Perguntei quando ela finalmente me soltou.

-Aterrorizada e você?

-Como sempre.

-Summer falando sério, se eu fosse escolhida agora, você acha que eu teria chance na arena? – Ela perguntou.

-Lyra, você não vai ser escolhida – Eu disse segurando seus ombros.

-Mas se eu fosse eu teria alguma chance? – Nós duas sabíamos a resposta, Lyra não era capaz de fazer mal a uma mosca quem dirá a um oponente na arena.

-Se você for escolhida hoje, não ira para arena porque eu me ofereceria para ir no se lugar ta legal? – Eu disse séria.

-Eu seria massacrada não é? – Ele disse com uma sobrancelha levantada. Nós duas rimos e então Alexis Clarkson apareceu no palco, com seus cabelos cor de gema de ovo e o batom prata, “Nada mudou” pensei enquanto ela andava pelo palco.

O prefeito leu a história dos jogos e então Alexis se dirigiu até a bola das garotas.

-Primeiro as damas – Ela disse. Sua mão dançou dentro da bola, e ela então tirou um papel e foi até o microfone.

-E nosso tributo feminino é: Summer Winered.

Tive que lembrar a mim mesma de como respirar, o meninos e meninas ao meu redor abriram caminho, mas Lyra, que estava segurando minha mão tão forte que os nós dos dedos dela estavam brancos, mas ela finalmente soltou minha mão e eu andei até o palco. Pelo canto do olho vi Porty abrindo caminho entre as crianças e chegando a mim, ela parecia estar se preparando para gritar, o que ela estava fazendo? Ela iria se voluntariar? Lancei para ela um olhar de “Não se atreva” e ela aparou de andar no mesmo instante.

Enquanto eu andava até o palco a única coisa que vinha a minha mente era: Djavú. A exatos três anos meu irmão Joldan Winered foi sorteado para os jogos, era a minha primeira colheita e eu estava aterrorizada e ele me disse a mesma coisa que eu disse a Porty “Eu sei que você ta com medo, mas vai ficar tudo bem ta legal?”  e então ela foi sorteado para os jogos, e o mesmo está acontecendo hoje, eu prometi a Porty que tudo ficaria bem e agora eu estava indo para os jogos. O que aconteceu com meu irmão? Ele foi morto por um carreirista do distrito um quando faltavam apenas cinco tributos na arena. Minha família sofreu muito, eu principalmente, nós éramos muito apegados e velo sendo morto na TV e depois tendo que enterrá-lo foi a pior coisa já aconteceu na minha vida.

Subi as escadas do palco devagar, pois minhas pernas tremiam muito, quando cheguei ao palco Alexis me puxou pela mão até o microfone e então perguntou:

-Qual é sua idade docinho?

-Quinze – Eu respondi tentando manter minha voz estável, exatamente como Joldan. Fui para meu lugar no palco e Alexis se dirigiu para a bola com os garotos.

-E o nosso tributo masculino é: Ryan Fowl – Ela disse com entusiasmo. Perto de onde Porty estava um garotinho magricela, de cabelos castanhos escuros se encaminhou até o palco. Espera um minuto, eu o conheço, já o vi várias vezes na cidade, ele é filho do dono da loja de cereais, irmão do...

-NÃO! – Um garoto de cabelos castanhos como o do garotinho gritou – EU ME OFEREÇO COMO TRIBUTO! – Um silêncio se estabeleceu na praça os pacificadores levaram o garoto até o palco e o menino que havia sido escolhido ficou lá perto, parado, sem entender o que estava acontecendo. Quando o garoto subiu ao palco fui que eu me dei conta do que estava acontecendo, olhei bem para ele e meus olhos quase pularam das orbitas. “NÃO PODER SER” pensei “JUSTO ELE?”.

-Qual é o seu nome lindinho? – Alexis perguntou ao garoto.

-É Winter Fowl – Ele disse pausadamente.

-Ora, parece que temos um voluntário da família – Alexis quase dava pulinhos de alegria. – Agora tributos apertem as mãos. – Apertei a mão de Winter com tanta força que meus dedos doeram, pensei que ele tivesse dito algo como “esses jogos podem ser divertidos afinal”, mas com o barulho das palmas não pude entender.

Fui o caminho inteiro até o edifício da justiça xingando todos os palavrões que eu conhecia, de todos os garotinhos que existiam em meu distrito eles tinham que escolher justo o irmão daquele imbecil? Mas existia um lado bom em tudo isso, agora eu teria um motivo para matá-lo.

Em pensar que eu era apaixonada por aquele imbecil quando era jovem e estúpida. Eu ele e Lyra brincávamos juntos, mas ele começou a andar com os imbecis que vivem no centro e eu virei alvo de piadas para ele e seus amigos, pois meus pais trabalhavam em plantações e não tinham comércios como os deles. Eu já fora até suspensa na escola porque ele resolveu falar do meu irmão e eu não estava em um dia muito bom, e então pulei em suas costas e mordi sem ombro e só descravei is dentes quando senti o gosto de sangue em minha boca.

Seja lá o que aconteça nesses jogos, eles vão ser interessantes.  




Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai como ficou?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "71 Edição Dos Jogos Vorazes" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.