– Marie, conseguiu as velas?

– Claro cacete! Acha que quase morri na sala da Halinor porque tava afim?! Falando nisso, me abandonaram né, sua puta! – falou Marie, encarando ferozmente Cibele.

– Eu já me desculpei Marie. E já disse que tenho uma boa explicação para isso. Só espere nós acabarmos o feitiço... – respondia a acusada.

Estávamos a alguns passos do laguinho que Bruna sugerira. Era mesmo um ótimo e silencioso local.

Coloquei as velas em ordem, formando o círculo. Logo em seguida, minhas amigas tomaram suas posições. Estava tudo pronto para começarmos, então iniciei a oração.

– Respeitada e santificada Deusa Nyx, estamos aqui reunidos para pedir auxílio, para que esclareça nosso caminho para o sucesso na missão que você nos concedeu. Nós a aceitamos, mas não estamos iluminadas com o objetivo, estamos confusas e perdidas. - comecei então a acender as velas.

– Ar, eu o invoco. Guie a Deusa até esse círculo. – senti uma brisa contornando nosso círculo. Cibele estava com cara de quem estava satisfeita, peguei então seu bróche.

Fui até Evelyn.

– Fogo, eu o invoco. Ilumine o caminho até este círculo. – comecei a suar. A Evelyn parecia não acreditar no que acontecei. Peguei então seu bróche, também.

Segui até Bruna.

– Água, eu a invoco. Lave qualquer dúvida sobre o caminho até este círculo. – com isso ouvi o suave som do mar. Bruna estava maravilhada e orgulhosa de si mesma, pela sua expressão. Ela me deu seu bróche.

Cheguei até Marie.

– Terra, eu a invoco. Arrume o caminho até este círculo. – ouvi então o piar de pássaros e o cheiro da mata.

– Que tesão veio... – ouvi Marie murmurar. Tomei também seu bróche. Voltei então ao centro do círculo.

– Espírito, eu o invoco. Ajude Nyx a encontrar este círculo sem dificuldades. – senti uma leve sensação de estarmos acompanhadas por outros seres. Peguei meu bróche e coloquei os cinco no centro.

– Por favor, Nyx. Venha e nos ajude!

E então minha visão ficou inteira branca. Imagino que a das outras também. Aos poucos percebi uma figura em meio ao branco. Reconheci-a de imediato: Nyx.

– Heaven, Cibele, Evelyn, Bruna e Marie, - ouvi ela chamar – como vocês já perceberam, não as mandei para cá por motivos tolos. Vocês têm uma missão, tanto quanto desafiadora. – explicava-nos com sua terna voz – Seus pais podem ter banido Kalona desse mundo, mas ele as deixou uma filha, Kassandra. Vocês logo irão se encontrar com ela. Vocês precisam detê-la, não só para a salvação da raça vampírica, mas também para a raça humana.

"Lembrem-se: ela não é igual ao Kalona, ela já veio mais preparada, e determinada. Peço que tenham cuidado ao realizarem essa difícil missão."

A Deusa sumiu de nossos pensamentos, e nossa visão voltou gradualmente. Encarei as outras, surpresas.

– Nossa... Quer dizer que temos que fazer mais ou menos o que nossos pais fizeram a anos... – afirmava Bruna - Kassandra...

– Que nome de puta! – esse comentário só podia ter saído de Marie – Com ‘K’ ainda!

– É Marie, concordo. E essa “puta” vai nos dar trabalho pelo jeito. – falei.

– Aff, mais uma pra lista! – dizia Evelyn – Agora são quantas, seis?

– Sete... – ouvi Bruna responder.

– Gente, sei que isso é sério, mas estou quase dormindo em pé... São 11h55min da manhã! Se não fossem essas árvores, esse sol estaria incomodando muito...

– Tem razão, roomie. É melhor nós descansarmos um pouco, pelo menos uma noite.

– A Cibele q a Bruna estão certas, amanhã veremos o que faremos – falei por fim. Arrumamos as coisas rapidamente.

Comecei a andar para o dormitório, quando percebi que Marie falava:

– Não pense que você escapa Cibele. Você ainda me deve muito... Caralho!

– Eu sei. Amanhã te explico. – respondeu a mesma, indo para seu quarto com a Bruna.

– Vamos Heaven? – chamou-me Evelyn – Amanhã tem barraco! – nó três que sobramos rimos e fomos embora. Logo Marie foi para seu quarto e eu e Evelyn para o nosso.

– Como será que essa Kassandra é? – perguntou-me a Novata, já de pijamas.

– Não sei, - falei vestindo o meu – mas segundo a Deusa, logo descobriremos.