– Como assim Sam? – perguntou Brad intrigado.

– Ora vamos à praia Alki! Eu quero muito ir lá quem esta comigo? – disse Sam animada.

– Não sei se é uma boa idéia, como vamos a praia a uma hora dessas? Sam você só pode estar bêbada... – disse Brad.

– Hey! Pelo menos não sou eu que fica alcoolizando as outras pessoas contra a própria vontade pra poder levar a namorada pra cama e...

– Uou Sam! - Freddie interrompeu a bobagem que Sam iria falar. A puxando pra trás e fazendo ela encostar as costas no bando de trás. Suas mãos apertadas em volta da cintura de Sam. Era incrível que quando ela doce com Freddie ela que tinha que descontar sua raiva em outra pessoa, mesmo que fosse como uma briga idiota como essa.

– Carly bebeu porque quis! – Brad gritou, colocando a mão na boca e se arrependendo no mesmo momento do que tinha dito. Carly ouviu seu nome e se pronunciou, até então ela estava alheia a discussão toda.

– É Carly bebeu porque quis e Carly quer ir à praia! – gritava Carly, ela sim estava bêbada. Foi inevitável, todos começaram a rir do jeito que a morena falava.

– Ai desculpa Brad... não queria ter dito isso! – disse Sam se desculpando ainda encostada no banco do carro, com Freddie “abraçado” nela.

– Esta tudo bem Sam. E vamos a praia então! – disse Brad sorrindo.

A praia era meio fora de Seattle, iria demorar um pouco a chegar. Brad aumentou o volume do radio do carro e falava constantemente com Carly, para que ela não dormisse. Sam também estava sonolenta. Freddie também se encostou no banco de trás e envolveu seus braços em volta de Sam. A loira se aconchegou nos braços do moreno. E os dois começaram a cantar a musica que tocava no radio, I Can’t Get Nothing do Tiko’s Groove com Gosha, que só pra variar tinha tudo a ver com eles. Sam resolveu conversar com Freddie, se não fizesse isso, em pouco tempo estaria dormindo.

– Sabe Freddie, eu achei que sabia tudo sobre você, mas tenho percebido que não... – disse ela, talvez mais pensando alto, do que realmente conversando.

– Assim, como eu achei que sabia tudo sobre você, e hoje vi que me enganei... por exemplo, eu não sabia que você sabia dançar tão bem... - disse o garoto rindo ao lembrar seu olhar bobo sobre o corpo de Sam enquanto ela dançava no pub.

– Pra falar a verdade nem eu sabia... – disse Sam, ainda pensativa – deve ter a ver com a bebida, sei lá... – ela riu e continuou pensando alto – até nisso agente se parece, até mesmo no fato de achar que um sabia tudo do outro...

– É, mesmo sendo muito diferentes... – disse Freddie que agora também estava pensativo.

– Mesmo assim, mesmo agente mudando e tudo mais... você Freddie, sempre será meu melhor amigo... não importa o que aconteça, eu sempre vou confiar em você. – Sam que antes estava encostada no ombro de Freddie, levantou o olhar pra encontrar aqueles grandes rios de chocolate que eram os olhos do garoto. Rios que agora lacrimejavam.

– Pra sempre Sam, eu e você, não importa quais sejam as circunstancias, eu sempre confiarei em você. – e agora um mar azul indecifrável também lacrimejava.

Os lábios de Sam se abriram em um sorriso involuntário. Freddie levantou umas das mãos e agarrou o rosto da garota com delicadeza. Os olhos de ambos se fecharam pra que os lábios se tocassem. Exatamente oito segundos, que mais pareceram longos dias de primavera. Foi como na primeira vez em que eles se beijaram, só que ainda melhor, sem tanto nervosismo e com mais paixão. Nem Brad, nem Carly se deram conta do que acontecia no banco de trás do carro. Seus lábios se separaram e suas cabeças se encostaram, eles ainda sorriam. Depois de um ou dois minutos Sam se pronunciou:

– Era esse seu “premio” da aposta? – Sam se afastou alguns centímetros pra olhar o rosto de Freddie.

– Talvez... esse seria o seu, se você ganhasse? – respondeu ele rindo, sabendo que ela tinha entendido sua resposta.

– Não acredito que pensamos igual... – disse ela sorrindo incrédula.

– Qual é, os lábios de Seddie estavam famintos! – disse Freddie debochando. Ela sorriu ainda mais, como se fosse possível.

O nervosismo de ambos não era tanto quando um estava nos braços do outro. Parecia que o mundo estava no lugar certo, como se tudo estivesse na medida certa, enquanto ambos estivessem juntos.

– Certo, chegamos - anunciou Brad. Assim todos desceram do carro. O carro estava estacionado ao lado da calçada. Carly ficava agarrada em Brad o tempo todo, quase dormindo. Sam e Freddie desceram, e se encostaram no carro.

– Tem um bar aqui perto, vou levar Carly pra tomar algum energético ou algo do tipo... – a praia não deixava de ser movimentada, tanto quanto Seattle, tinha muitos restaurante e bares por perto.

– Não era melhor dá um café a ela? – perguntou Freddie confuso. Brad achou melhor nem responder e seguiu em frente com Carly ainda abraçada nele com os olhos fechados.

– Hey, Brad, traga energéticos pra nós também! – gritou Sam, enquanto o casal de amigos se afastava. Brad levantou o polegar no ar, de costas pra Sam.

Agora Sam e Freddie estavam sozinhos. Sam caminhou em direção a um banco e encostou suas mãos no mesmo. Tinha o olhar distante no horizonte em breu. No imenso mar que devido à baía de Elliot, havia somente pequenas ondas quebrando. As inúmeras luzes de Seattle refletiam na garota, assim como os vários veleiros iluminados. Freddie se aproximou da loira e perguntou:

– No que está pensando? - Sam se assustou com a pergunta e com a aproximação de Freddie, estava tão imersa em seus pensamentos que nem virá o garoto se aproximar, e ela nem soube o que responder, pois nem ao menos sabia ao certo no que exatamente estava pensando, era como se um pensamento puxasse o outro e ela se deixava levar entre eles. Isso a remeteu a lembrança de mergulhar dentre as ondas no mar, e se deixar levar... como nos dias de verão em que ela, Freddie, Carly e Spencer iam a praia e se divertiam como nunca, sem pensar em nada, deixavam todos os problemas de lado... ela tinha medo que isso acabasse, muito medo, pois Carly e Freddie eram tudo o que garota tinha, o porto seguro dela, a razão dela sempre continuar sem nunca perder a cabeça, sem os dois Sam não sabe o que resultaria a vida dela.

– Em tudo... – a única coisa que ela a garota conseguiu responder, e olhou pro moreno, que a olhou com olhar de confusão, ela tentou explicar – você sabe... quando você começa a pensar e um pensamento puxa o outro e de repente você está perdido no meio de todos os pensamentos possíveis, e nem lembra o primeiro pensamento que teve? – ela perguntou.

– É claro que sei, mas isso não responde a minha pergunta e nem explica o porquê da sua ruguinha de preocupação... – disse ele rindo. Ela não se conteve e riu também.

– Hey, eu não tenho rugas!

– Mas estava com uma bem aqui no meio da testa – Freddie que estava com os braços cruzados em cima do peito, descruzou-os e apontou o dedo indicador no meio da testa de Sam, rindo. Ela agarrou o dedo do garoto e ficou séria.

– Estava? – ele assentiu e disse.

– E eu quero saber o porquê... – Sam se deu por vencida e começou a falar.

– Sabe Freddie, eu ultimamente tenho me perdido muito em pensamentos, e não que isso não seja uma coisa normal, mas eu me sinto triste toda vez que eu paro pra pensar... pensar em tudo, no futuro, no passado... eu tenho medo... – ela ia pausando a cada momento em que falava, pensando antes de falar, a loira não costumava expor seus pensamentos a esse nível.

– Medo de que Sam? – Freddie perguntou sério, em seus olhos ele transmitia confiança pra garota continuar.

– Medo de como as coisas vão ficar daqui pra frente, medo de não conseguir entrar em uma faculdade boa, medo de o iCarly ter um fim, medo de perder a Carls, e te perder... – Uma lagrima involuntária, escorreu pelo rosto de Sam. E Freddie tocou na mão da loira, a mão que estava encostada no banco. – Freddie, eu vejo tudo mudando, me vejo mudando, a vida de todo mundo tomando um rumo, e não sei o que pensar, é tudo tão confuso...

– Sam, todo mundo se sente assim, apesar de as vezes não aparentar... e antes que você pergunte sim, eu estou falando de mim! É sim tudo tão confuso, mas eu acabei me dando conta de que não posso ficar pensando sempre nisso, pois nunca vou achar uma solução, porque não existe uma solução, todo mundo tem que passar por isso... então princesa Puckett, acalme-se porque, eu tenho certeza de que Carly nunca vai te abandonar e eu.. bom, você sabe que eu não consigo viver sem você pra fazer minha vida miserável todo o tempo. – ele terminou seu grande discurso sorrindo. Ela agora também sorria.

– Promete? – disse ela sorrindo.

– O que eu disse no carro “eu e você,” lembra? Isso quer dizer que eu estou totalmente com você... só se você também prometer que vai esquecer um pouco as coisas, e esperar que toda a nossa vida se resolva sozinha, tudo bem? – disse ele chegando mais perto de Sam.

– Isso soa muito bom pra mim Benson... – disse ela voltando ao seu “estado Sam normal” - sabe o que é engraçado? – ela perguntou, ele assentiu e ela continuou – era pra mim estar esse tipo de conselho, sabe... pra você... sei lá, desencanar da vida... – Freddie, desviou o olhar pro mar, e pensou um pouco, os pensamentos todos voltados pra conversa no elevador... anormal, normal. Quando ambos falaram sobre isso, foi uma coisa aleatória, nunca pensaram que aconteceria de verdade, mas eles já haviam mudado muito desde que se conheceram. Passaram de inimigos a amigos... porque não mudariam um pelo outro agora? Ainda mais depois de tudo... depois de se declararem um ao outro...

E foi pensando em tudo isso que Freddie apertou forte a mão da linda loira ao seu lado e sorriu olhando pra ela. “Agora tudo vai dar certo”, o garoto pensou por fim.