Era Uma Vez no México Parte I escrita por m_stephane


Capítulo 1
O encontro




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Capitulo 1 O encontro

-         Emmanuelle! Você está ai?

Foi a pergunta que ele fez antes de um tiro passar por cima da sua cabeça e estilhaçar o abajur. 

-         É assim que sou recebido?

-         Cale a boca Sands ou senão eu vou cala-la.

Ela era exuberante, Emmanuelle Garcia filha do chefe de polícia da Cidade do México. Ao contrário do que todos pensavam, Emmanuelle odiava tudo que era relacionado à família Garcia e morava a 500km de seus pais.

Possuía olhos negros e cabelos lisos, escuros cortados na altura dos ombros, a boca cheia, um corpo sensacional. Entretanto o mais importante é que ela tinha “aquilo” que apenas as mulheres criadas no luxo conseguiam ter, uma espécie de graça natural. Fora que atirava tão bem quanto qualquer bandoleiro e não media esforços para conseguir tudo o que queria.

Usava um chambre preto com estampa de flores coloridas, tinha os olhos contornados com lápis preto e a boca colorida de um rosado tão suave quanto sua cor natural, os cabelos estavam à luz do sol e adquiriam um leve tom avermelhado, as pernas estavam semiexpostas. Sands pensou que ela estava ainda mais bela do que na última vez que o vira.

-         Emmanuelle...

-         Andou se encontrando com Evelyn, não foi?

-         Quem lhe disse isso? – ele deu dois passos, outro tiro arrebentou um vaso de porcelana.

-         Se você der mais um passo eu juro que eu te castro. Agora onde estávamos? Sim, no seu caso com Evelyn! – ele deu mais um tiro, esse passou perto mas atingiu a parede.

-         Emmanuelle, eu não tenho nada com Evelyn. Eu mal a conheço!

-         Mas vai conhece-la muito bem... no inferno – mais um tiro que passou perto.

-         Porque você está tendo essa crise Noelle?

Noelle era o apelido que só os mais preciosos amigos podiam chamá-la e naquele momento Sands não era considerado um amigo.

-         Não me chame de Noelle... – mais um tiro, esse acertou o telefone – Me responda uma coisa... Onde você estava ontem Sands? Se não era com Evelyn!

-         Noelle...

-         Não de mais um passo, Sands, ou será o último!

Mas ele não a ouviu, avançou sobre ela e jogou a pistola longe, depois a pegou pela cintura jogou-a na cama.

-         Vou lhe pedir um favor, não confie em Evelyn, eu não me importo com quem você sai, mas me importo com quem pode por sua vida em risco.

-         Emmanuelle, já lhe disse que não tenho nada com Evelyn.

-         Apenas não confie nela... e não me obrigue a destruir minha casa novamente.

-         Você é linda sabia?

-         E você é um filho de uma cadela.

-         Mas um filho de uma cadela que você...

Um tiro pegou o teto, Sands olhou para janela.

-         Espere... você não tinha acabado com essa história de tiros?

-         Esse não foi meu.

-         Droga...

Noelle não pensou muito, saiu debaixo de Sands e foi até o guarda-roupa e jogou para ele três armas e ficando com duas. Quatro homens armados invadiram a sala, ninguém olhou muito bem para a cara deles, apenas atiraram e em alguns segundos os três estavam mortos no chão. Emmanuelle pegou as armas de um deles e olhou para Sands.

-         Para onde vamos? – ele perguntou.

-         Saída de emergência.

-         E aonde é isso?

Ela andou até o tapete e o puxou, por baixo dele havia um alçapão.

-         Você é um gênio, mas como vamos passar sem ter certeza de que esses homens vão junto conosco?

-         É trancado por dentro.

Ele sorriu contrafeito e pulou junto com ela num enorme buraco poeirento. Depois que ele passou, Emmanuelle virou uma chave velha e enferrujada.

-         A quantos mil anos esse alçapão foi construído?

-         Não faço idéia, já estava aqui quando cheguei.

Um tiro cortou o silêncio do ambiente.

-         Vamos? – ela perguntou, não obteve resposta. 

Correram pelo túnel que parecia imenso, quando finalmente chegaram a uma porta, ela estava trancada. Sands começou a entrar em desespero.

-         Nós estamos mortos!

-         Calma não confia em mim? Alguma vez já te decepcionei?

-         Ah, teve aquela vez em Cuba...

Ela apenas olhou e ele se calou. Noelle pegou uma pequena chave dourada de dentro de uma fenda ao lado da porta e a abriu.

-         Muito obrigado, – Sands disse – não sei o que seria de mim sem você.

-         E Evelyn.

-         Vamos começar tudo de novo? Porque você não...

-         Sands...

-         Agora me diz...

-         Sands...

-         O que eu fiz contra você...

-         Droga Sands, olhe onde estamos!

Era num bar.

-         E o que tem isso de mais.

-         Olhe para todos essas pessoas.

-         Sim.

-         Você vê alguém seminu?

-         Não.

-         E você viu as roupas que eu estou usando?

Ele examinou-a por um segundo.

-         Temos um problema.

-         Estou certa de que sim.

-         Vamos sair daqui.

Passaram pelas mesas em silêncio, todos os olhos voltados para a única mulher quase nua que estava presente, e quando eles chegaram na porta, um imenso senhor disse-lhes.

-         Voltem sempre.

-         Com prazer... – respondeu Sands.

E de um momento para outro estavam no centro da cidade rindo.

-         Eram amigos seus? – perguntou Emmanuelle.

-         Quem?

-         Os que nos atacaram.

-         Não faço idéia.

-         Eu disse que ela iria trai-lo.

-         Quem?

-         Evelyn...

-         Noelle, nós não vamos começar de novo...

-         Claro que não. A propósito, vamos para a sua casa?

-         Claro.

-         Muito obrigado.

Ela sorriu, cinicamente.

Demoraram uma eternidade para chegarem em casa, Sands caiu no sofá, exausto.

-         O que foi Sands?

-         Fugir de matadores profissionais, normalmente é cansativo.

-                  Pois eu não me sinto nada cansada.

Ela deitou-se sobre ele, beijando-lhe, enquanto procurava algo suspeito nos bolsos da jaqueta dele, até que de repente achou.

-         Uma chave... – ela gritou levantando-se depressa.

-         O que tem demais em uma chave?

-         Nada se essa chave não fosse do apartamento de Evelyn.

-         E como você pode dizer que essa chave é do apartamento dela?  - disse Sands espantado.

-         Dois motivos primeiro: se não fosse você não estaria tão nervoso. Segundo: eu sei como é a chave do apartamento de Evelyn pois eu estive lá e eu vi essa chave em cima do criado mudo enquanto você pegava essa vagabunda no banheiro.

-         Emmanuelle...

-         Não se aproxime de mim canalha!

Ela se vestiu as pressas enfiando-se em um vestido preto que Sands lhe dera no caminho para a casa dele.

-         Noelle...

-         Não chegue perto de mim, Sands – ela disse enquanto olhava profundamente nos olhos dele – Ou você perderá suas bolas. As duas, só para garantir.

-         Eu sei que você não faria isso...

-         Não faria? – ela pegou o punhal atado na sua perna e enfiou-a na madeira da penteadeira, ele deu um passo para trás. – Passar bem, Sands, e ante que eu me esqueça, procure Evelyn para tratar um ferimento no seu pé.

-         Mas eu não tenho ferimento no pé.

-         A partir de agora tem.

Calmamente, ela atirou no pé esquerdo dele enquanto fechava a porta da casa.


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