Happy Birthday, Chrona escrita por May_Harukinha


Capítulo 2
Um jogo de siga-pistas




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Era sábado. Eu estava na Shibusen, afinal, ainda não tinha encontrado um lugar para morar. Os corredores vazios daquela enorme escola nos finais de semana gerava um sensação de vazio, talvez eu esteja me desacostumando com essa sensação, já que fiz vários amigos nesse ano que se passou.

Estava fazendo minha caminhada diária pelos corredores, ouvindo os professores em suas reuniões na sala dos professores, ou observando a Nigus-sensei arrumando os medicamentos e bandagens da enfermaria. Porém, hoje tudo parecia ter sofrido pequeninas modificações. Sid-sensei e Nigus-sensei saíram cedo da reunião de professores e Marie-sensei e Professor Stein, que já tinham voltado da lua de mel, estavam andando com umas caixas estranhas. Achei que fosse referente aos últimos detalhes da reconstrução da Shibusen e da Death City, mas alguma coisa me deixava intrigada: as caixas pareciam caixas de doces e uma delas, que Mari-sensei derrubou acidentalmente, estava cheia de bexigas coloridas. Pensei em perguntar à ela o que estavam pretendendo fazer com aquilo, mas achei que seria intromissão demais. Acabei pensando que fosse aniversário do Justin-san ou da Azusa-san, ou quem sabe do pai da Maka, o que me fez ignorar as bexigas e os doces.

-Ai. -Resmunguei batendo o calcanhar na parede que formava a dobra entre dois corredores. Me abaixei para massageá-lo, mas dei de frente com um pequeno objeto encostado logo à parede que ia para um longo corredor que dava para a enfermaria. Peguei o objeto com certo receio. Percebi que se tratava de um envelope com um bilhete. Nele, havia um pedaço de bandagem grampeado bem no canto, e havia os dizeres "Procure a próxima pista no armário de bandagens".

Tremi um pouco, apreensiva com relação à origem daquele bilhete. Como eu poderia não ter percebido que ele estava li antes? Respirei fundo, soltando o ar em grandes rajadas, buscando me tranquilizar. Li novamente o pedaço de papel que tinha em minhas mãos. O receio do que me aguardava na enfermaria era grande, mas de alguma forma, meus pés automaticamente me impulsionaram em direção ao corredor que dava acesso à ela.

Passei a mão pela maçaneta, sentindo o coração palpitar violentamente em meu peito. A cada ligeiro movimento que fazia para abrir a porta, sentia mais agonia com relação ao que eu encontraria quando entrasse ali. Abri a porta com tudo, sem ter coragem sequer para colocar os olhos na enfermaria no primeiro momento que coloquei meus pés ali. Tudo estava quieto e vazio, tentava verificar se poderia haver alguma presença malígna ali, eu pouco poderia fazer sem Ragnarok, mas ao menos poderia dar um jeito de fugir. Ao invés de encontrar algo que estava sendo criado por meus medos, encontrei, diante de mim, preso à um rolo de bandagem, dentro do armário de vidros transparente que brilhavam à luz do sol. Segurei o puxador da portinha e abri-a, sentindo uma sensação que estava entre alívio e angústia. Peguei o envelope vermelho, e abri-o. Nele, um segundo bilhete, dessa vez, havia uma flor avermelhada junto com ele, provavelmente uma camélia.

-C-Camélia? Tsubaki? -Disse para mim mesma, pensando em voz alta.

Rapidamente, desdobrei a folha de papel que estava junto com a flor, sem me preocupar se iria despetalar a flor inteira. No bilhete, outro dizer misterioso, que me deixou, talvez, menos ansiosa, pelo fato de que aquela flor avermelhada me lembrava Tsubaki. Na folha, havia a frase "Provavelmente a flor te deu uma idéia de quem é esse bilhete. Vá até o terraço da Shibusen se quiser encontrar o bilhete da próxima pessoa!".

Assim que terminei de ler, sai correndo pelas escadas, na esperança de encontrar alguém que me entregaria o próximo bilhete, quem sabe Tsubaki, Black Star ou Maka estivesse lá no terraço me aguardando, querendo dizer alguma coisa importante. Apesar de que eu ainda encarava esses bilhetes com estranheza, afinal, tínhamos uma amizade boa e custava acreditar que eles estivessem, digamos, evitando um contato direto.

Cheguei ao terraço completamente suada e esbaforida. Sequei meu rosto com a manga de minha camisa e puxei o ar em longas tragadas, tentando recuperar o fôlego perdido na corrida. Olhei ao redor de mim. Nada, somente eu mesma e o silêncio. Caminhei por alguns segundos tentando ver se alguém não se escondia por ali, mas percebi que realmente estava só. Parei no parapeito do terraço e tomei fôlego. Assim que me encostei no parapeito, senti um misterioso objeto tocar minhas mãos, uma sensação que antes não havia sentido, quando me apoiei ali. Assustada, olhei para trás, mas novamente, ninguém estava lá. Achei que talvez tivesse sido apenas uma impressão que criei devido ao cansaço. Peguei o novo objeto que estava em minhas mãos, uma caixinha azul escura com um desenho de uma estrela. Dei um sorriso discreto como se já tivesse noção de quem teria se originado aquela nova "surpresinha". Abri-a com cuidado, percebendo que nela havia uma presilha com uma estrela de cristais cor de rosa da ponta. Admirei-a como se aquilo se assemelhasse a um tesouro de valor inestimável. Juntamente com a presilha, encontrei mais um bilhete, que estava preso à ela. Desta vez, o bilhete era obejtivo: afirmava que eu deveria ir à cantina, onde eu encontraria um embrulho logo em cima do balcão onde são servidas as refeições.. Sorri com certo sarcasmo, me questionando sobre o porque de ter que permanecer nesse jogo de siga as pistas, desejando ter um celular nesse momento para ligar para Maka e perguntar o que estava acontecendo. Mas, já que não havia esse tipo de solução, restava-me apenas continuar seguindo aquelas pistas inconvenientes que me levavam a todos os cantos da Shibusen, a ponto de que eu já estava ficando enjoada de caminhar por esse lugar.

Antes que o cansaço me vencesse, resolvi prosseguir com meu caminho infinito, que desta vez, me levaria à cantina da Shibusen, onde um misterioso "embrulho" estaria me esperando com, provavelmente, mais um bilhete que me levaria a mais algum lugar.

Dito e feito. Assim que abri o embrulho, olhei encantada para o que estava dentro: um belo vestido xadrez vermelho e preto,com mangas bufantes na altura do ombro e mangas longas. Junto com ele, uma meia-calça e, claro, um bilhete, desta vez, escrito com letra bonita e em papel reciclado. Identifiquei a letra como sendo de Marie-sensei, afinal, ela sempre havia sido caprichosa com relação ao que fazia, inclusive com sua caligrafia. Era o que ela dizia ao menos quando conversávamos. No bilhete, novamente, uma nova pista, que desta vez, me direcionava para o salão onde são feitas festas e recepções na Shibusen. Segundo aquele pequenino pedaço de papel "uma surpresa te espera quando chegar lá. Vá em direção ao terceiro corredor, bem no final e veja o que seus amigos deixaram para você". Esse estúpido jogo de correr por aí e ver o que me aguardava já me deixava fora do sério. Por que estavam fazendo isso comigo? E o pior é que nem sequer Nero-san estava comigo agora para poder me explicar o porque de tudo isso. Eu buscava alguma possível resposta, mas nada parecia vir à minha mente. Incerta do que fazer, resolvi ir ao salão de recepções. De alguma forma, eu tinha a sensação de que lá, eu talvez teria uma resposta para o que eu estava procurando saber. Mas, confesso que apesar de saber disso, tenho medo do que eu posso encontrar por lá...

Continua


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