Dia Comum Especial escrita por IzaHaruka


Capítulo 1
Capítulo Único - Feliz Anivérsario?


Notas iniciais do capítulo

Obrigada a você que vai ler, é uma one-shot meio grandinha xD
Mas já vou avisando que não é só porque é grande que ela é boa =/
Boa leitura :3



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– Ain mãe! Precisa mesmo?! Todo ano?!

– Claro que sim! Tenho que aproveitar minha garotinha enquanto ainda posso! – já estava na porta do meu quarto, se retirando, quando se virou e disse, mais uma vez: - Feliz aniversário!

Cochichei um leve "obrigado", pois estava com muito sono, ainda era cedo. Apesar de ser muito chato, sempre gostei. Sabe, isso de todo ano minha mãe me acordar só para me dar parabéns.

Me sentei na minha cama e fiquei fitando a paisagem após minha janela, que minha mãe tinha acabado de abrir. Não iria adiantar tentar dormir de novo, não iria conseguir. Além do mais, estou esperando ver quem vai ser o próximo a cruzar àquela porta para me desejar parabéns.

Puxa, como o tempo passa... Me lembro de quando fiz 10 anos, foi um dia que mudou a minha vida. Mas olha só pra mim agora, hoje estou fazendo 15 anos! Estou crescendo e a cada dia que passa desejo mais que o tempo volte. Sabe, voltar a infância, essa época tão boa. As crianças são tão felizes... e nem sabem! Mas tudo bem, todos temos que crescer. Não acho tão ruim, só não deve ser tão legal. Quanto mais velhos ficamos, mais responsabilidades temos.

Mas quer saber? Não tenho nada para reclamar! Não que minha vida seja um mar de rosas, mas estou feliz assim. Família que eu amo, pokémons excelentes e adoráveis, amizades inesquecíveis... Ah, amigos. Com tanto tempo de jornada conheci pessoas maravilhosas, grandes amigos com certeza. Bem, de onde eu começo? Acho melhor começar do início né?

Hm, 10 anos, dia de pegar meu primeiro pokémon. Se soubesse que aquele seria o primeiro dia da minha grande aventura, eu estaria mais animada. Dá até vontade de rir quando me lembro que eu nem gostava de pokémons, como eu era boba, mas ainda bem que isso passou. Conheci o Professor Birch, ele aprece tão normal a primeira vista que nunca imaginaria que fosse tão pirado. E depois... conheci o Ash.

Abri a gaveta da minha escrivaninha. É, ainda estava lá. Aquela metade de fita tão importante pra mim e que me faz lembrar os bons momentos que passei com ele.

Ri mentalmente. Me lembrei de quando nós dois ficávamos falando trechos de músicas, um para o outro. E os dois sempre sabiam qual música era. E sabíamos a banda também...

Mas também me lembrei daquele momento em que cada um seguiu seu caminho, o último dia da nossa jornada por Hoenn. Mas tudo bem, apesar de sentir saudades eu entendo a situação. Mesmo assim... às vezes me pego pensando em como seria se viajássemos juntos de novo, bem, se é que ele ainda se lembra de mim, não é mesmo? Será que... ele ao menos sabe que dia é hoje?

Bem, mesmo que ele não se lembre de mim, sei que nunca vou esquecê-lo... nunca.

– Eu nem acredito...

Coloquei o pedaço de fita em cima da escrivaninha. Olhei em direção a porta e a vi aberta, com alguém escorado olhando atentamente par mim.

– ...que minha princesinha está crescendo!

– Pai, calma! – disse me levantando e indo ao seu encontro ganhando um forte abraço.

– Muitas felicidades filha... – olhei para ele, com seu rosto sereno, e completou: - ...E que esse dia se repita muitas vezes!

– Obrigada pai! – entrei em seus braços novamente me aconchegando. Ele, por sua vez, chegou mais perto e sussurrou em meu ouvido:

– May... eu e sua mãe...

– Eu sei que vocês não esqueceram, não se preocupe. – eu disse, já compreendendo o que ele queria dizer – E não precisam se apressar! Nem um pouco!

– Não esqueceremos, prometo. – olhou em meus olhos e se dirigiu a porta. Já estava saindo quando olhou para trás e disse: - Amarela com escudo preto, né?!

– Exatamente! – sorri alegremente.

Encostei minhas costas na porta após meu pai ter saído e olhei em volta, para o meu quarto... Quanto tempo que não entrava ali! Tinha acabado de voltar do Grande Festival que teve em Johto, depois de tanto tempo sem ir em casa. E tudo estava do jeito que deixei...

Nem a cidade estava tão diferente... Certo que agora havia algumas lojas a mais em Petalburg, mas nada que a faça ficar irreconhecível. Tudo na mais perfeita paz...

– Mana!

Ou quase.

– O que foi pirralho?! – abri a porta. – Ei, como é que você vai entrando assim?! – vociferei enquanto o vi pular na minha cama.

– Ah, vim te desejar feliz aniversário... – disse deitando tranquilamente.

– Hm... e então? – perguntei.

– Então o que? – me olhou por cima dos óculos.

– Me deseja logo os parabéns pra cair fora do meu quarto o mais rápido possível e... Max, solta meu violão!

Fiquei parada com um olhar sério. O que não adiantou muito por que ele simplesmente me ignorou. Ah, tenho que ficar mais calma, afinal, ele é meu irmão mais novo e tenho que amá-lo de qualquer jeito. E hoje é meu aniversário, não quero me estressar. Suspirei deixando de lado a seriedade que estava no meu rosto e fui me sentar ao seu lado.

– Tem vontade de aprender a tocar?

– É... um pouco... Mas tudo bem, vou investir nisso quando esse violão for meu. – ele disse na maior tranqüilidade. Mas como assim? Por que ele acha que o meu violão vai ser dele?!

– Como assim? – falei indignada.

– Ah, você sabe mana. – colocou o instrumento na cama, se levantou e arrumou os óculos daquele jeito... daquele jeito que ele sempre faz antes de dar uma explicação. Cara, meu irmão se acha. – É seu aniversário e você pediu uma guitarra... como é que é mesmo? Hm... amarela com...

– Escudo preto – eu disse impaciente – Continue.

– É, que seja, enfim, você não pôde ganhar essa guitarra hoje por causa da situação, ér, financeira dos nossos pais.

– É, eu sei... Vai direto ao ponto!

– O que eu quero dizer é que você vai ganhar essa guitarra não é? Talvez mês que vêm mesmo você já tem ela em mãos.

– E...?! – já estava ficando impaciente

– E então você poderá me dar seu violão. Simples assim.

Como assim? Meu irmão ficou louco?! Não acredito que uma barbaridade dessas tenha passado pela sua cabeça! Espera, calma May, respira, se contenha para não arrancar esse garoto a pontapés do seu quarto.

– Olha Max... é melhor você sair do meu quarto... - Para o seu próprio bem, pensei.

– Ah ta, tudo bem. – e com a mesma calma com que chegou, a peste foi saindo do meu quarto bem devagar. Mas parou, bem na porta – Parabéns mana – e me olhou com um sorriso de pirralho.

– Obrigada – não consegui esconder o sorriso.

O tempo passou e eu ainda estava na janela do meu quarto, olhando a vista e o nosso pequeno jardim que ficava na porta dos fundos, junto à varanda, que minha mãe cuidava tão bem... Certo, ficar ali trancada no meu quarto o dia inteiro não vai ser muito lucrativo, melhor eu descer, tomar meu café e...

– Eu escolho vocês! – lancei minhas duas pokebolas para o alto, as únicas que estavam comigo.

– Glay, glay!

– Blaaay.

– Tudo bem com vocês? – me abaixei para abraçar minha pequena pokémon que estava pulando. – Vamos descer, meu pai tem varias rações diferentes... – levantei e acariciei a cabeça do meu grande pokémon de fogo - Talvez vocês se apaixonem por alguma – sorri.

Olhei para a janela mais uma vez. Acho que hoje vai ser um dia bom.


– Aqui amor, seu café da manhã já está na mesa – disse minha mãe, toda carinhosa.

– E eu peguei essa ração aqui para o Blaziken e para a Glaceon – disse meu pai, colocando dois potes de ração no chão.

– Glaay! – correu minha pequena faminta.

– Obrigada mãe e obrigada pai – me juntei ao meu irmão na mesa, meus pais provavelmente já comeram, eles sempre levantam cedo, principalmente o papai, para ir trabalhar no ginásio, e por falar nisso...

– Ei pai, como está o ginásio de Petalburg? – peguei um pedaço de pão e comecei a fatiar um queijo. Que delícia, nada como um belo café da manhã com a família depois de tanto tempo de jornada!

– Bom, está tudo correndo bem como sempre... – impossível não perceber que ele abaixou a cabeça, um pouco triste.

– Pai... tudo bem – comecei – Eu entendo que você tem que ir.

– Se eu pudesse... – levantou o rosto e olhou pra mim - ...eu faria do seu aniversario um feriado.

– Seu bobo – ri.

– Volto a tarde – se despediu de todos, digo, de mim, da minha mãe e do pirralho. Se bem que ele tava comendo e nem prestou atenção, é.

– Eu atendo – disse minha mãe após a campainha tocar.

Peguei meu copo de café com leite bem gelado e dei um grande gole.

– Vai com calma – disse meu irmão, sem tirar os olhos do achocolatado a sua frente.

– Ah claro, olha quem fala. – cochichei

– May, visita pra você! – disse minha mãe entrando na cozinha.

– Ok, estou indo – me levantei e me direcionei para a sala, mas...

– Não May, vá para a porta dos fundos.

– Mas... aí vai dar para a varanda da casa mãe... – indaguei.

– Eu sei, tem uma surpresa lá pra você. – sorriu maliciosamente.

Fui para a porta dos fundos e girei lentamente a maçaneta. Ah, pronto, quem e o que poderia ser?


– Eu não acredito, todo vocês... aqui! – exclamei com lágrimas nos olhos. Isso é incrível! – Puxa, muito obrigada Professor Birch!

– Ah, foi nada May, achei que seria uma coisa legal de se fazer, já que tem tanto tempo que vocês não se vêm. – disse com seu jeito engraçado de sempre. – Feliz aniversário.

– Obrigada, sério mesmo, estou muito feliz!

Ainda não estava acreditando nisso. Estavam todos aqui!

Bealtifly, Skitty, Munchilax, Venossaur e Wartordle... que saudades!

Me deu vontade de abraçar cada um e sair correndo pelo jardim, de tanta alegria. Mas tudo bem, consegui me controlar. Nós brincamos, corremos, lutamos... foram momentos incríveis, e que nunca vou esquecer.

A essa altura o sol já estava mais alto, mas não no topo ainda, acho que eram umas dez horas. Todos já estavam cansados e arrumando um cantinho para descansar. Entrei em casa, peguei alguns potes e sai para a varanda de novo. Coloquei água nos potes com a ajuda de um tanque que havia lá fora no jardim e os coloquei no chão, caso meus pokémons sentissem sede. Dei uma olhada ao meu redor. Bealtifly estava em um alto galho de uma árvore e lá embaixo estavam Venossaur e Munchilax encostados em seu tronco. Skitty e Glaceon estavam ali perto, deitadas na grama. Depois de tanto molhar as flores com seu jato d'água, Wartodle se deitou ali mesmo. E Blaziken... ah, Blaziken, meu grande amigo fogo estava olhando ao redor, alerta, apesar de estar encostado na parede da varanda com uma ótima posição para relaxar.

Bem, já que estava tudo tão tranqüilo, resolvi relaxar também. Me sentei na mesma posição do Blaziken, na varanda, encostada na parede. Fechei os olhos e relaxei. Simplesmente relaxei. Céu azul, Pidgeys cantando e a toda hora um leve vento batia em meu rosto.

Se a fome bater eu não vou levantar. Se algo acontecer eu não vou ligar. Se alguém me chamar...

– Puxa, você ainda é a mesma dorminhoca de sempre.

– Eu não vou responder... – acabei dizendo em voz alta, ainda com os olhos fechados.

– Mas isso já é uma resposta – disse a voz rindo.

Ai que saco, quem é que ta atrapalhando o meu processo de relaxamento?

– Me deixa em paz – falei com um tom sonolento e virando o rosto.

– Pika pii!!

O que foi Pikachu, me deixa dormir, vai...

Mas...

...eu não tenho um Pikachu...

Tenho?

Não, não tenho...

...eu acho...

– Ai, dor de cabeça – eu disse, percebendo que essa batalha mental na minha cabeça acabou me deixando doida.

– May... tudo bem com você?

Essa voz... tão acolhedora, tão carinhosa, tão... familiar.

Sinto uma mão no meu rosto. Se parece tanto com aquela que sempre me protegia...

Não quero acreditar, não quero me iludir, não... não quero abrir os olhos para ver se é verdade.

– Piiikaaa...

– Pikachu, não! – escuto ele gritar.

– ...chuuu!


– May?! May, você está bem?

– Uh?! – abro os olhos aos poucos. O que aconteceu? Eu... desmaiei? – Tudo está embaçado, a única coisa que vejo é alguém ajoelhado ao meu lado, que mais parece uma sombra.

Sento e olho ao meu redor. Ainda estou na varanda de casa.

– Pikaaa!

Sou surpreendida pelo pequeno rato amarelo que sobe em meu colo. Basta mais uma olhada e percebo que não é um Pikachu qualquer, é...

É aquele... Mas ainda me recuso a acreditar.

Mas será que...

– Me desculpe pelo choque do trovão do Pikachu. Sabe como é, ele só queria ajudar, né amigão?!

Tá bom! Já parei de tentar não acreditar e finalmente tomo coragem de olhar para ele, feliz agora?

Observo-o enquanto acaricia seu pequeno pokémon. É tudo tão... mágico. Não consegui acreditar em meus próprios olhos. O mesmo boné, o mesmo olhar castanho, o mesmo cabelo escuro e bagunçado, o mesmo jeito carinhoso e corajoso de ser... Meu mesmo grande amigo de sempre, ali do meu lado.

Aposto que estou o encarando com uma cara incrédula.

– Oi May – ele diz, se sentando ao meu lado.

– Você está aqui? – pergunto.

– Bem... eu acho que tô né... – abriu um sorriso sarcástico.

– Seu bobo! – eu rio. E ainda com o mesmo jeito bobinho e engraçado... pensei – Mas... por que? – estava sendo difícil fazer as palavras saírem, mas me esforcei.

Ele me olhou nos olhos com uma expressão mais séria e disse:

– Por que esta noite estou me sentindo como um astronauta.

– Uh?! – o que ele estava querendo dizer...? – Espera, já sei! – disse ao me lembrar – Astronaut, do Simple Plan!

– Exato! – ele sorriu.

– Puxa, você ainda faz isso? – perguntei.

– Bem... na verdade não. – começou a refletir – Você é a única pessoa que eu conheço que tem o mesmo estilo musical que eu... Então só dá pra fazer com você.

– Entendi... – Awn, que fofo! Pensei – Mas você ainda não respondeu minha pergunta – o repreendi – O que te trouxe à Petalburg?

– Ah... você. – sorriu e olhou para baixo.

– Co-como assim? – perguntei, um pouco incrédula.

– Eu estava com saudades de você May... – olhou para mim com um sorriso singelo – Eu iria vir antes, mas estava na Liga Sinnoh... – olhou para cima.

– Ah, e... e como você foi na Liga? – mudei de assunto enquanto me levantava. Só para ele não ver meu rosto corado.

– Fiquei entre os quatro melhores. – se levantou também.

– Parabéns – não olhei para ele, pois tinha certeza que ainda estava corada – Érm, que entrar, para cumprimentar minha mãe?

– Já nos vimos, foi ela que me disse que você estava aqui.

Nossa, valeu mãe, podia pelo menos ter me avisado né? – pensei, enquanto tive vontade de dar um tapa em minha própria testa.

– O Max tá aí? – ele me perguntou.

– Ah, sim... infelizmente.

– Nossa, você é uma ótima irmã – ele riu.

– É brincadeira, você sabe que eu gosto dele... pelo menos um pouco – ri também.

Logo quando abro a porta já consigo avistar o pirralho no sofá, assistindo televisão.

– Max, temos visita – digo indiferente para meu irmão.

– Hm – ele diz sem tirar os olhos da tv.

– E aí Max! – diz o moreno, já ao meu lado.

– Ash! Pikachu! – ele se levanta num pulo e corre em nossa direção.

– Fiquem a vontade – digo olhando para o garoto ao meu lado e seu pequeno ratinho amarelo – Vou fazer um café com leite pra mim, alguém quer alguma coisa? – digo me virando para a cozinha.

– Não, obrigada May – escuto o moreno dizer.

– Boa sorte mana, não tem leite na geladeira, só no armário.

– O que?! Não tem leite gelado?! – vociferei – Você tá zuando né? Quem foi que bebeu o ultimo leite que estava na geladeira e não colocou outro pra gelar?! – fala sério, não tinha leite gelado! Isso é uma catástrofe pra mim!

– Foi eu, algum problema, filha? – escuto uma voz feminina atrás de mim.

– Que isso mãe, claro que não! – sorrio falsamente.

Enquanto vou para o armário escuto eles rirem atrás de mim. Hunf.

Pego uma caixa de leite e volto para a cozinha, onde consigo escutar a conversa deles na sala.

– E então Ash, vai ficar quanto tempo? – escuto o tampinha perguntar.

– Não sei Max, é que pretendo voltar à minha jornada nessa semana mesmo...

Enquanto colocava o leite no freezer, automaticamente fiquei um pouco triste. Puxa, então ele iria embora tão logo assim?

– Quero que saiba que pode ficar o tempo que quiser – escuto minha mãe dizer – E que é muito bem vindo aqui!

– Eu e o Pikachu agradecemos, né amigão?

– Pika pi! – concorda.

– Isso mãe, te amo! – cochicho ao voltar para a sala.

– May, você colocou o leite no freezer? Que desespero. – diz o pirralho.

– Hunf – reviro os olhos.

– Então Ash, que tal passar a noite aqui hoje? – minha mãe diz com usa voz serena de sempre.

– Ah, eu não quero incomodar...

Não é incomodo algum, não é incomodo algum, fala mãe, fala!

– Não é incomodo algum querido! May, mostre o quarto de hospedes ao Ash!

– Ok – respondo tentando conter o sorriso – Vem Ash!


Depois de uma subida cheia de brincadeiras, chegamos ao quarto, ainda rindo de nós mesmos.

– É esse aqui Ash, vou te deixar sozinho para arrumar suas coisas tranquilamente – eu havia percebido que ele estava com uma mochila nas costas, por causa da viajem até Hoenn. – E qualquer coisa é só me chamar, meu quarto é esse aqui do lado.

– Certo May, não vou demorar. Daqui a pouco a gente se vê – piscou.

Esperei ele entrar e fui correndo para o meu quarto, deixando a porta um pouco aperta. Pulei na cama e fiquei vendo a mesma cena várias e várias vezes na minha cabeça. A cena em que ele disse que estava com saudades... de mim!

Nem vi o tempo passar, apenas fiquei ali, deitada... pensando... e... e...


– May, acorda vai!

– Me levante quando setembro acabar – eu disse, me virando.

– Não acho que era aniversário de 15 anos de alguém do Green Day quando fizeram essa música.

– Ash? Você... você sabe que é meu aniversário? – me sentei espantada e vi que ele estava sentado em minha cama, do meu lado.

– Claro que sei né – sorriu – Aqui, pra você – me entregou um embrulho pequeno e muito bonito. Preto com um laço amarelo, minha combinação favorita! E ele sabe disso...

– Mas... não precisa se preocupar comigo... – eu disse, mas ele já havia colocado a pequena caixinha em minhas mãos. Olhei para ele e vi que estava me olhando com um olhar esperançoso, queria que eu abrisse.

Certo, comecei a desfazer o laço e, logo em seguida, o embrulho. Retirei a tampa e de cara percebi o que era.

– Awn, Ash, que lindo!

– Sabia que ia gostar – sorriu.

– Nunca tinha visto uma tão prateada assim... Muito obrigada!

– De nada May, feliz aniversário. Ei, pega ela e você vai ver por que é tão prateada.

– Ok – peguei o pequeno objeto e percebi que era diferente... e logo percebi o por que – É... de aço – disse um pouco surpresa – Nunca havia visto uma palheta de aço antes... é linda! Espera... isso é um furo?

– É – olhei para o moreno – Eu fiz, caso você queira colocar nessa correntinha – apontou para a caixa.

Olhei mais atentamente e vi uma pequena corrente no fundo, prateada também.

– Entendi... aí vira uma pulseira com uma palheta né? Que diferente... Eu adorei! – olhei para ele e percebi que estava me olhando, com um olhar de ternura. Logo ele se aproximou e me abraçou. Retribui o abraço encostando minha cabeça em seu ombro. E ficamos em silêncio.

Com a gente era sempre assim, nunca precisávamos falar, um sempre sabia o que o outro sentia mesmo com nenhuma troca de palavras. O silêncio era normal. Mas mesmo assim... acho que ele não sabe da existência desse sentimento forte e diferente que tenho por ele. E talvez seja melhor assim...

– May...

– O que? – perguntei, me sentindo confortável em seus braços.

– Essa semana eu vou partir para uma nova jornada, em uma nova região. O nome dela é Unova.

– Entendo... boa sorte – aposto que nesse momento ele estava olhando pela a janela do meu quarto, que nem quando eu faço de vez em quando.

– Obrigado, eu, ér...

– Pode falar Ash – percebi que estava tentando dizer algo.

– Sua mãe comentou que você acabou de voltar de Johto e que logo vai seguir viajem novamente, e... Unova é uma ótima região, tem pokémons diferentes, é tranqüila... e tem torneios. Pensei que poderíamos viajar juntos de novo.

– Eu... Ash, eu... adoraria, mas... prefiro falar com o Professor Birch primeiro, sabe...

O que estava dando em mim? Viajar com ele de novo era a coisa que eu mais queria, com todas as forças do meu ser... Medo? Acho que era isso. Das coisas não serem como antes... Sei que é ridículo e que não preciso temer nada perto dele, mas...

– May, eu te entendo... E então, vamos aproveitar? – ele se levantou.

– Uh?! Aproveitar? O que?

– Você ainda pergunta? Seu aniversário!

– Ah Ash, qual é... é só um dia comum!

– Não! – ele retrucou – É uma dia especial – pegou minha mão e me levantou.

– Mas eu não gosto de sair, você sabe! – disse manhosa.

– Nada é tão ruim, quando você para pra pensar.

– Missunderstood, do Bom Jovi...

– Isso aí, vamos – me puchou.


– Acho que é melhor deixar o Pikachu aqui. – disse ele ao meu lado enquanto observávamos o pequeno ratinho amarelo no jardim brincando com Munchilax, e com a Bealtifly bem a cima deles, voando alegremente.

Olhei para o lado e percebi que o Blaziken ainda estava na varanda, atento como sempre.

– Ei Blaziken, pode tomar conta dos outros enquanto estivermos fora? – falei.

– Blay! – disse com um sorriso de canto. Respondi com outro sorriso.

Bem, é isso. Saímos de lá e começamos a andar, aproveitando o lindo dia.

– E então – ele começou – Vai me dizer para onde estamos indo?

– Ash! – eu parei e o olhei incrédula – Eu estou te seguindo, pensei que você estava indo à algum lugar.

– Isso é sério? – caiu na gargalhada.

– Seu bobo! – não pude resistir e comecei a rir também. – Então... que tal irmos ao laboratório do Professor Birch?

– Por mim tudo bem – sorriu.

Continuamos andando pela cidade, acompanhados com as nossas palhaçadas de sempre . Mas aí o calor começou a se manifestar e eu comecei a ficar cansada. Olhando para cima eu disse baixo o começo de uma música que me veio a cabeça.

– Estive longe por muito tempo... estou contente por estar de volta.

– Sim... estou me libertando do nó da forca, que me manteve pendurado até agora. – escutei o moreno dizer ao meu lado. Então ele havia me escutado? Pois era essa a continuação...

– Continuo olhando para o céu porque isto está me animando – continuei.

– Esqueça o carro fúnebre... – ele disse.

– ...Porque eu nunca morrerei! – nós dissemos juntos, rindo.

– Back in Black, do ACDC.

– É... – concordei com ele – Ash, olha! – apontei.

– Estamos chegando – sorriu ao avistar o laboratório. – Aposto que eu chego primeiro!

– Ah, Ash, isso é tão infantil! – fiz uma cara séria e o vi me olhar com uma expressão de desculpas, mas que logo foi embora ao me ver correr – Você sabe que eu sou muito mais rápida que você!

– Assim não vale! – escutei ele gritar, correndo atrás de mim.


– Awn, que fofinho! – exclamei ao ver um Torchic, que estava sendo cuidado pelo professor – Ele vai ficar bem né?

– Claro May, foi só um leve resfriado – ouvi ele me responder.

Já havia algum tempo que chegamos ao laboratório. Tudo lá é tão legal e interessante, dá vontade de sair mexendo em tudo!

– E esse aqui professor? – me virei para ver do que o moreno se tratava.

– Ah, esse é um pequeno Oddish que achei sozinho em uma floresta. – disse o homem que estava de jaleco – O trouxe ao meu laboratório para realizar uns exames e ver se poderá ser solto novamente.

– Hm, ele é tipo planta e venenoso né?

– É?! – indaguei.

– Sim May, o Ash está certo – disse o professor.

– E como você sabia? – me virei para o garoto.

– Ah, acho que com muito tempo de jornada eu acabei aprendendo umas coisinhas a mais – colocou a mão na cabeça.

Puxa, fiquei admirada...

– Ei Ash, poderia me fazer um favor?

– Claro Professor Birch, pode falar! – disse atencioso.

– É só colocar os pokémons aquáticos que estão na piscina dos fundos em suas pokébolas – e entregou as pequenas bolas vermelhas e brancas ao rapaz.

– Certo, estou indo – disse feliz, ele adorava ajudar. Olhou pra mim e disse: - Já volto – e deu uma piscadela.

Sorri timidamente e olhei para o lado, a fim de ninguém ver meu rosto corado. Mas alo me chamou atenção.

– Bem May, por falar em jornada... – começou o professor.

– Ah... – fiquei um pouco triste, pois me lembrou que logo eu me separaria daquele garoto que mexia tanto com a minha cabeça... e com meu coração. Só de pensar que isso me aconteceria novamente já sentia um aperto no peito. Mas consegui me conter. – O senhor encontrou alguma região interessante para mim?

– Fiz umas pesquisas em livros, internet, e até com alguns amigos também, e encontrei algumas opções. E então deixei ao seu critério escolher, que tal? – disse com tranqüilidade. Ele não tinha noção do quanto isso me machucava por dentro. Ninguém tinha...

– Certo, obrigada – sorri e vi que ele pegava algumas revistas, para me mostrar provavelmente.

– Olhe, está é a região conhecida como Badlley – colocou uma das revistas na minha frente – Seus monumentos e ruínas históricos são seu principal ponto turístico.

E ele continuou a falar, sobre esta, sobre mais uma e mais outra região. Mas sinceramente, eu não estava prestando atenção nem um pouco. Nenhuma daquelas regiões me interessava, só... ele.

– E então?

– Uh?! – exclamei.

– Qual das regiões você escolhe May? – ouvi ele dizer.

– Ah, eu... – olhei para as revistas a minha frente. Apontei para a primeira que vi – Essa aqui – sorri forçadamente.

– Ótima escolha, hoje à noite eu vou a sua casa para lhe entregar suas pokébolas e sua nova pokédex, pode ser? Ah e também um guia e um mapa da região.

– Muito obrigada Professor Birth! – sorri. Mas dessa vez não precisei forçar. Sorri como retribuição à toda bondade que sei que ele tem.

– Acabei, todos estão aqui – obeservei o moreno entregando as pokébolas ao professor.

– Muito obrigado Ash, ajudou bastante!

– Por nada Professor Birch – respondeu.


– Eu me lembro do que você usou no primeiro dia... Você entrou em minha vida e eu pensei: Hey, sabe, isso pode ser alguma coisa.

– Two is better than one, do Boys Like Girls – lhe respondi, mesmo sabendo que não era uma pergunta.

Saímos do laboratório e demos mais uma volta pela cidade. Nada nós chamou muita atenção, então voltamos para minha casa. E agora estamos ali, no jardim, sentados na grama, aproveitando o restinho de tarde que ainda nos resta.

– May, Ash, entrem, tem uma coisa aqui pra vocês! – ouvi minha mãe gritar na porta dos fundos.

– Ah, fala sério – eu disse, colocando minha mão na testa.

– O que May? – disse rindo.

– Deve ser alguma coisa pra mim...

– E qual é o problema? É seu aniversário, é um dia especial May! – se levantou.

– É... um dia... comum! – enfatizei bem as palavras.

– Ah vem, não deve ser algo ruim – olhei para ele e vi que estava em pé com a mão estendida para mim.

– Hunf, tudo bem... – disse pegando em sua mão, me levantando.


– Não precisam apagar a luz, já sei que tem alguma coisa aí pra mim! – gritei quando percebi que a luz da cozinha havia se apagado.

– Sua sem graça! – escutei meu irmão gritar de volta, e a luz se ascendeu logo em seguida.

Abri a porta.

– Suuurpreee...

– É de chocolate? – perguntei indiferente vendo um bolo em cima da mesa. Só quando tirei os olhos dele é que percebi que todos haviam caído para trás, com enormes gotas na testa.

– Típico da May... – resmungou o pirralho.

– Claro filha. O vi em uma padaria quando estava voltando no ginásio...

– Obrigada pai! – o abracei forte

– Você merece... – retribuiu o abraço – Ei Ash! Como você está?

– Estou bem Norman, obrigado. – respondeu – Daqui a pouco eu volto gente, vou buscar o Pikachu – disse se referindo à todos.

– Qualquer coisa vou estar lá em cima tocando, ok? – peguei meu pedaço e comecei a subir as escadas.

– Tudo bem filha, aproveite! – disse minha mãe com a voz amorosa de sempre – E a propósito, o leite que você deixou no freezer congelou, satisfeita?

Ok, preferi ignorar essa parte pra não ganhar uma bronca.


Já no meu quarto, peguei umas folhas de músicas cifradas que estavam espalhadas na minha mesa e coloquei em cima da cama. Fui tocando uma por uma, ficando mais vezes em algumas e deixando outras de lado. Havia muitas ali que eu não gostava, só aprendia a tocar por causa dos meus pais, eles pediam.

– Olá, anjo do meu pesadelo.

– A sombra no fundo do necrotério – respondi, já sabendo quem estava na porta.

– I miss you, do Blink 182 – ele disse – Vim te trazer mais um pedaço de bolo.

– Obrigada Ash! Pode ficar se quiser.

– Bem, nesse caso... – colocou o prato em que estava o bolo em cima da mesa – Quanta música, hein?

– É, acho melhor eu organizá-las antes que vire uma bagunça – ri.

– Vou sentar aqui, e ficar quietinho. Não se preocupe comigo, só quero te escutar tocar.

– Tudo bem – sorri.

Eu estava na beirada da minha cama e ele se sentou ao meu lado, perto da minha escrivaninha. Percebi que estava me olhando e fiquei um pouco nervosa. Mas logo comecei a tocar e o nervosismo se foi.

– Em um passado distante eu não me importava. Mas agora... aqui estamos nós. – mesmo tendo cochichado baixinho, consegui escutar. E me parecia que ele continha algo em mãos, mas não liguei muito.

– Ei, conheço essa música... – notei que ele se assustou ao perceber que eu havia escutado – É de um cara meio desconhecido ainda, o nome dele é Adam Lambert, né?

– É sim – sorriu. Mas foi um sorriso diferente, pois junto com ele também veio um olhar profundo em direção aos meus olhos... Um olhar... que queria dizer algo?

Não sei, mas percebi que ele realmente tinha algo em mãos quando deixou esse tal objeto em cima da minha escrivaninha, para pegar uma folha.

– Toca essa? – me empurrou a música.

– Claro – sorri e comecei a tocar – Canta comigo?

– May, eu...

– Por favor!

– Mas...

– É meu aniversário... – fiz minha típica carinha de cachorrinho que caiu da mudança.

– Tudo bem – se deu por vencido.


Não sei como e não faço a mínima idéia de quando aconteceu. Só sabia que ali no meu quarto, naquele momento, faltava muita pouca distância entre nossos rostos. E agora, no final da música, nós não estávamos mais cantando aquela antiga música dos Jonas Brothers, Fly with me, estávamos praticamente falando cada verso que vinha, como se fosse de um para o outro.

– Se fossemos eu e você para sempre – ele disse.

– Se fossemos eu e você agora – minha vez.

– Tudo ficaria bem – falamos juntos, em sintonia. E nos olhamos por alguns segundos quando...

– Jonas? Hm, nunca gostei muito desses caras sabia...

– Uh?! Sua peste, o que você tá fazendo aqui? – vociferei para o pirralho do meu irmão que estava na porta do meu quarto.

– Eles são da Nicklodeon né... Nunca tive interesse em assistir esse canal.

– Pra começar: Eles são da Disney. E vaza daqui logo! Se não...

– Se não? – me desafiou, olhando por cima dos óculos.

– Max, vem me ajudar na cozinha! – escutei minha mãe gritar.

– Há! – falei, me sentindo muito foda.

– May, o Professor Birch está aqui! – escutei a mesma voz de antes, enquanto uma gota crescia em minha testa.

– Qualquer coisa, vou estar no quarto de hospedes, ok? – disse o moreno se levantando, com um grande sorriso sarcástico.

– Tá, pode rir, aposto que está achando muita graça disso tudo. – como resposta ele apenas deu uma gargalhada – Seu bobo! – disse enquanto eu ia em direção as escadas e ele em direção ao seu quarto.


– Professor Birch! – eu disse na porta – Entre!

– Me desculpe May, mas tenho que recusar, fui chamado no Centro Pokémon para tratar de uns assuntos... Bem, sem mais delongas, aqui estão. – me entregou uma sacola – Está tudo aí.

– Obrigada, eu... – olhei para ele, para agradecer, mas ele já havia ido. E mais uma vez uma gota cresceu em minha cabeça.

Subi as escadas e entrei no meu quarto, para ver meus novos pertences. Comecei a tirar os objetos lá de dentro e colocá-los em cima da cama.

– Pokébolas, ok... Pokédex, ok... Hm, o guia e... deve ser esse o mapa – disse enquanto colocava o pequeno livro de lado e abria um papel dobrado – É... região grande... – já estava prestes a colocar tudo de volta na sacola quando algo me chamou a atenção – Mas... não pode ser... será mesmo? – estava incrédula ao ver aquilo, será que... é real? Comecei a abrir o guia e comprovei minhas hipóteses.

Me sentei com o livro ainda em mãos, olhei para os outros objetos e para tudo ao meu redor. Uma coisa me chamou a atenção. Mais uma vez.

Peguei aquele objeto que estava na minha escrivaninha e na hora tive certeza que era dele...

Ele...

Me agarrei ao pequeno livro, coloquei o objeto rapidamente em meu bolso e deixei todo o resto ali, jogado na cama. Sai do meu quarto feito louca e quando cheguei a porta do quarto ao lado, comecei a bater. Até que meu pai apareceu e perguntou, percebendo meu nervosismo.

– May?! O que foi?

– Eu... tenho que falar com o Ash – bati na porta mais uma vez.

– Ele não está – disse tranqüilo.

– Como assim não está? – estranhei.

– É, nos encontramos no corredor e ele disse que ia ao nosso jardim para descansar um pouco e...

– Valeu pai! – e comecei a correr novamente.


– O céu tá lindo hoje... Decidi vir aqui para relembrar os bons tempos em que eu estava em Hoenn.

– Entendo... – eu disse depois de ter ouvido sua resposta. "O que está fazendo aqui?" eu tinha falado, nem ligando se estava parecendo grossa ou não.

Tinha acabado de passar pela portas dos fundos e corri em sua direção quando o avistei. Estava sentado, encostado em uma árvore.

– E você? – estava dispersa em pensamentos e me surpreendi com sua pergunta. Nada respondi, apenas me sentei ao seu lado. Por onde devia começar?

– Pelo começo... – cochichei olhando para baixo.

– O que? – ele parecia não entender.

– Ash... – olhei em seus olhos – Quero conversar com você, promete ser sincero?

– Claro May, sempre – ficou um pouco sério ao perceber que o assunto não seria comum.

– Você esqueceu algo no meu quarto hoje, não é mesmo? – sorri para tentar fazê-lo ficar mais relaxado.

– Eu? – refletiu – É mesmo May! – deu um sobre-salto que até me assustou.

– Tudo bem, fica calmo... está comigo. – coloquei a mão em meu bolso e tirei o objeto. Depois lhe entreguei. – Eu sei que pode parecer estranho, mas quero saber... Por que você estava com ele?

– Está comigo sempre. É realmente muito importante pra mim. E quando vi que ainda estava com a sua... eu percebi que... – parou.

– Pode falar...

– Percebi que você não se esqueceu de mim... Eu acho...

O abracei fortemente. Meu desejo naquela hora foi de ficar assim para sempre, e nunca deixá-lo ir.

– Eu nunca me esqueci de você... meu bobo. Mas... e você?

– Eu o que? – perguntou.

Olhei para a frente e tomei coragem para perguntar:

– Você... se esqueceu de mim? – pergunta boba, eu sei. Mas... de algum jeito, era muito importante para mim.

Senti uma mão do lado do meu rosto e percebi que ele queria que eu olhasse para ele. Assim o fiz.

– May, você nunca saiu do meu pensamento... nem do meu coração.

Dessa vez não me preocupei em virar o rosto, não queria. Queria apenas ficar ali e continuar a receber as suas delicadas carícias em meu pescoço. Encostei minha cabeça em seu ombro.

Perto dele eu sempre ficaria segura... tenho certeza.

– Sei que nunca vou te esquecer... – ele começou, colocando a metade de fita em seu bolso – Não importa quantas jornadas venha pela minha frente...

– Ah é! Quase que me esqueço! – exclamo.

– Esquecer do que? – ele perguntou.

– Olha só – lhe entreguei o livro que estava dentro do meu casaco.

– Um guia? – ele me olhou com uma cara de quem não está entendendo nada. – Ah, entendi, obrigada May, vai me ajudar bastante e...

– Eu não tô te dando seu bobo! – exclamei toda alegre, o que só fez com que ele fique mais sem entender nada ainda.

– Mas... É um guia de Unova e... – ele tentava entender – May, me explica logo antes que eu fique louco!

– O Professor Birch me deu agora mesmo, junto com os meus pertences para a minha nova jornada!

– Então... – ele disse, com o rosto se iluminando aos poucos.

– Sim! – o abracei – Vou poder viajar com você Ash!

– Eu nem acredito... – escutei ele dizer. Olhei para seu rosto e vi uma lágrima.

– Puxa... eu sou tão chata assim? – brinquei.

– Sua boba! Eu tô muito feliz May, muito feliz! – me abraçou, mais forte.

– Espera... – eu disse – Ainda tenho uma pergunta...

– Ok... – disse ele, meio receoso.

– Quando você me convidou para ir à Unova com você... ér... – como eu digo isso? – Por que você quer que eu vá com você?

Ele me olhou por um momento... e depois olhou para cima, para o céu. Realmente estava lindo. Colocou um braço ao redor da minha cintura e disse baixinho.

– Quando me sinto sozinho... vou sabendo um pouco mais. Mas necessito mais que de mim mesmo dessa vez. – depois de mais um momento disse: – Gostou? Acabei de inventar.

– Você é muito bobo! – exclamei – Snow do Red Hot Chili Peppers!

– Tô vendo que quando o assunto é música, eu nunca vou conseguir te enganar – riu.

Já que estávamos em um momento tão... intimo, decidi falar uma coisa que faz muito tempo que queria falar.

– Ash... seu sorriso é lindo, sabia?

Ele colocou a mão em meu queixo, o que me fez olhar diretamente para seus olhos, e disse, com a voz mais doce do mundo:

– O motivo é você, sabia?

Á essa altura nem me importava mais quantas vezes ele me viu corar. Não precisava me importar. Com nada. Ele... é simplesmente tudo o que preciso.

– Meu anjo... – foi o que escutei antes que a distância entre nossos rostos se acabasse com um beijo.

– Esse foi um ótimo dia comum pra mim. – eu disse ao lhe abraçar mais uma vez.

– E esse foi um ótimo dia especial... pra nós.

Nós... uma palavra que seria muito usada dali em diante.


A jornada que tivemos? Uma história inesquecível.

A jornada que vamos ter? Uma história que ainda seria feita.

Nossos sentimentos? Bem, uma nova aventura para explorar.


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Notas finais do capítulo

Bem, como eu disse... hora das dedicatórias... Por onde eu começo...
Pelo começo né? xD
E então vou começar por quem começou tudo isso... Duda e Ino!
Sim, vocês u_u
Mas como vocês começaram isso? Simples, eu explico:
Quando li aquela fic suas, fiquei meio... boba lol
Boba por saber que existem pessoas que escrevem tão bem assim :3
E então... decidi tentar...
Pensei que iria ser um desastre... mas até que não foi xD
Aí... eu continuei, e essa já é minha... *vai contar* ... sexta one-shot *o*
Ok, ok, chega de falar de vocês u_u -q
A terceira dedicatória... é pra você Elton! *-*
Sim, sua pequena grande fã fez essa fic pensando em você também... por que?
Simplesmente porque você também foi minha inspiração, principalmente no assunto Ash e May, pois com a sua fic me impressionou, e ainda me impressiona... ela é tão... dedicada e surpreendente... Você é incrível...
Todos vocês são ;D
Bem, bem... está esperando a quarta dedicatória né? Hm...
Ok...
A quarta dedicatória... é você *o*
Yeah, você, por que?
Porque você teve a incrivel capacidade de me aturar, e isso é muito raro *o*
E também porque você leu essa fic grande... mesmo não sendo muito boa xD
Hm... é isso... caramba, essas são as maiores notas finais que eu já vi lol