Zöe E A Árvore Da Vida escrita por Lorelaai


Capítulo 3
II - O encontro


Notas iniciais do capítulo

Demorei né? Desculpa, prometi que ia postar depois do carnaval, mas eu sou idiota e fiquei sem net, os capitulos estão prontos, de todas as fics, vou postar todos hoje, eu acho, se minha mãe não chegar... Mas enfim, aproveitem ;*



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7 anos depois em Midgard.

   A garota estava esparramada em sua cama beliche na parte de cima. Olhava fixamente para o teto de madeira como se houvesse algo de interessante por lá, mas a única coisa que queria evitar era olhar pela janela novamente e enxergar aquela maldita árvore. Haviam se passado sete anos desde o ocorrido, a garota estava enlouquecendo.

   - Zoe, Zoe. – gritou uma menininha ruiva com olhos cor de mel tirando Zoe completamente da sua linha de raciocínio. A garota não devia ter mais de sete anos. Zoe sentou-se na beirada da parte de cima do beliche e pulou. Seu corpo era esbelto. Tinha seios fartos e bonitas curvas. Seus cabelos iam até um pouco depois do meio das costas, eram levemente repicados e sua franja estava torta, pois ela mesma havia pegado uma tesoura alguns dias antes e a cortado.

   - Oba, faz de novo, de novo. – disse alegre a menina.

   - Da próxima vez em que você vier Lola. – disse Zoe sorrindo e afagando sua cabeça.

   - Tudo bem. – disse a pequena quase chorando. – A Madre Susi pediu para vir te buscar, ela quer falar contigo imediatamente.

   - Você sabe sobre o quê Lola?

   - Não, ela não disse, desculpa. – choramingou Lola. Ela tinha se tornado a “detetive” pessoal de Zoe desde que havia chegado e ela lhe disse que via uma enorme árvore, sem entrar em detalhes.

   - Tudo bem, obrigada Lô. – disse saindo do quarto seguida da menina.

   - Guerra de comida. – ouviu alguém gritando do refeitório, estavam em horário de almoço.

   - Oba, posso participar Zoe? – perguntou Lola com os olhos brilhando em excitação. A garota olhou acusadora para a pequena.

   - Tudo bem, pode ir Lô, mas tome banho antes de dormir ok?

   - Ok. – disse Lola correndo em direção ao refeitório.

   Zoe se dirigiu a sala principal do orfanato, onde estava a Madre Susi, uma mulher que a conhecia desde pequena, e que também a ajudava e resolver seus problemas, principalmente com aquela maldita árvore. A menina bateu na porta e espiou.

   - Pode entrar Vanir. – disse Madre Susi. Zoe odiava seu sobrenome, ela não conhecia seus pais, por isso não gostava que a chamassem daquele jeito, somente Madre Susi pode chamá-la assim. Zoe adentrou a salinha e reparou nas novas estatuetas que estavam sobre a mesa. Havia um anjo, suas asas estavam fechadas, seu corpo era esbelto e ele segurava um arco com flechas em suas costas. “Cúpido” pensou Zoe. Ao seu lado havia uma outra estatueta, mas essa era diferente parecia significar algo para Zoe. Mostrava uma moça em uma carruagem sendo levada por dois cavalos com jubas de fogo, um lobo os perseguia, como se quisesse matá-los. “Aquilo me parece familiar”.

   - Zoe? Você ouviu o que eu disse? – perguntou Madre Susi a tirando de seus pensamentos.

   - Ahn, desculpe Madre, o quê?

   - Primeiro, sente-se. – a garota a obedeceu. – Agora, preste atenção Zoe. Você viu a árvore hoje? – Zoe virou o rosto. Sabia que era sobre aquilo. Olhou pela janela atrás da Madre e lá estava ela. Aquela maldita árvore que assombrava Zoe desde pequena.

   - Por quê? – perguntou Zoe entediada. Esse assunto era discutido todo mês e ela nunca soube o motivo.

   - Nada de mais. Você a viu ou não? – disse Madre Susi inclinando-se para frente.

   - Sim, agora.

   - Como ela está? – perguntou a Madre se interessando de repente.

   - O que quer dizer Madre? – a menina já não entendia o que se passava.

   - A aparência Zoe como está a aparência dela?

   Nesse momento Zoe começou a reparar na árvore para verificar, ficava olhando e olhando para notar algo. Ela viu algumas manchas escuras em seu tronco e tentou procurar lugares onde não havia nada, mas simplesmente toda a árvore estava manchada, como se estivesse... Doente. Zoe levantou-se e foi em direção à janela, começou a encará-la. A Madre começou a ficar preocupada e então se levantou e tocou o ombro de Zoe.

- Ela está... Morrendo. – sussurrou a menina.

Em Alfheim

   A menina se olhava no espelho e encarava a garota refletida. Não era ela. O vestido longo e branco não a destacava. Sua pele branca quase se juntava ao vestido detalhado. Somente seus cabelos verdes eram visíveis. Lis não queria aquilo. Não queria casar-se. Era um arranjo. Mas se era pelo bem da sua família e de seu povo, ela o faria. Mas porque sentia como se não devesse estar ali? Como se não pertencesse àquele lugar? Ela fitou o enorme espelho que cobria a parede a sua frente. Lis precisava sair dali, respirar ar puro. Virou-se e olhou pela enorme janela de madeira da lojinha de vestidos simples da sua tia. A árvore ainda estava lá. Yggdrasil. A árvore da antiga lenda. Lis balançou a cabeça, não se obrigaria a pensar naquilo. Ela saiu da salinha, não se dando ao luxo de tirar seu vestido. Caminhou em direção a árvore, sem saber aonde iria parar. Ela pretendia fugir, sair dali, nunca mais voltar. Continuou andando e chegou perto da árvore. Havia um lago ao lado dela. As plantas por ali balançaram de repente. Lis continuou a andar ao redor de uma pequena árvore. A Yggdrasil desaparecera. Ela parou repentinamente quando viu uma garota de cabelos negros deitada ali.

Alguns minutos antes, em Midgard

   Zoe corria pelos corredores do orfanato, passava por entre as pessoas, talvez tivesse se batido numa menina que saia da biblioteca com alguns livros na mão e a tivesse feito cair, mas não se deu ao trabalho de olhar para trás nem parar. Madre Susi a seguia gritando seu nome.

- Droga – murmurou Zoe. Não sabia por que, sentia que teria que fazer alguma coisa para salvar aquela árvore. Ela a alcançou e a observou de perto. A árvore estava totalmente manchada, em todas as áreas, até se Zoe olhasse para cima, havia manchas escuras. – Não. – sussurrou a menina. Ela esticou a mão para alcançar a árvore, algo que ela não deveria ter feito. Zoe foi imediatamente sugada pela árvore. Ela girou tanto que pensou ter sido pega por um furacão. Não agüentou de tanto enjôo e desmaiou.

Em Alfheim

Zoe acordou com uma garota a observando. Ela tinha cabelos e olhos verdes e uma pele branca. Suas orelhas eram pontudas... ”Pontudas?” Zoe levantou-se rapidamente, assustada.

- Quem-quem é você? Quer dizer, o que é você? – perguntou Zoe.

- Olá. – respondeu a menina sorridente. – Me chamo Lis. Lis Alfheim. Nunca te vi por aqui. Você é de onde? – perguntou Lis, já imaginando que a garota era de outro mundo.

- Sou Zoe. Zoe Vanir. – respondeu Zoe.

- Vanir? – Lis arregalou seus olhos, suas orelhas se mexeram de uma forma engraçada, fazendo Zoe segurar o riso, não acreditava que uma Vanir estaria ali.

- Sim, qual o problema? – perguntou Zoe, sendo um pouco grossa demais.

- Hm, nada não. – respondeu Lis. – Você é de onde Zoe Vanir?

- Como assim “de onde?” – perguntou Zoe confusa.

- De que mundo... Ou você não sabe nada sobre isso? – disse Lis, dando uma gargalhada quando viu a expressão surpresa de Zoe.

- Espera... Eu estou em outro mundo, tipo Marte ou algo assim?

- Marte? O que é Marte? – disse Lis confusa. – Ah, esquece. Não, bobinha. Você agora está em Alfheim. A terra dos elfos luminosos. Eu sou herdeira desta terra. Por isso estou vestindo isso. Meus pais me arranjaram um casamento. – Lis falou um pouco triste.

Pela primeira vez, Zoe notou que a menina estava usando um vestido branco, de cauda. Ele se unia a sua pele. Um vestido de noiva, que se outra pessoa com outra cor de pele estivesse usando, ficaria lindo.

- Noiva? Mas você não quer casar, quer? – perguntou Zoe, notando a tristeza da menina. Lis suspirou e respondeu.

- Não. Eu... Eu não me apaixonei por ele. Não quero ser mulher de alguém que não gosto. – disse Lis sendo totalmente sincera com uma estranha.

- Porque você não conversa com seus pais? – sugeriu Zoe.

- Eles não me dão ouvido. É pelo povo, eles falam. – Lis sentou-se e começou a chorar. Zoe não sabia o que fazer. Apenas sentou-se e abraçou a menina, como se elas tivessem alguma ligação.

Em Svartalfheim

Tot corria pelos corredores do enorme castelo. Seus cabelos, agora um pouco crescidos, esvoaçavam enquanto ele corria. Ele adentrou em uma salinha que mais parecia um armário de vassouras. Tot se escondia dos empregados da casa, planejava ir embora daquele lugar ainda hoje, como, ainda não sabia.

Após o barulho de passos se esvair, ele espiou pela porta e saiu. Andava e corria, alternando sempre que pensava ouvir passos. Alcançou rapidamente o portão do castelo. Ao invés de sair, direcionou-se para leste, na parte lateral do castelo. Lindas plantas estavam ali, não sabia os nomes, apenas que era de sua mãe. Arrastou um monte de grama do chão e viu a portinha. Uma passagem secreta, dava bem longe, a uns 10km a norte dali, exatamente onde ele via a árvore.

Tot apressou-se, pois havia passos por ali. Entrou pela porta e a fechou, se achassem ela, ele estaria muito distante, pois começou a correr. Essa era a chance dele. A chance de sair de casa.

Enquanto isso, em Alfheim

Lis chorava e soluçava encostada nos ombros de Zoe. Ela não queria casar-se e Zoe não sabia como a conforta-la.

- Calma, calma, vai ficar tudo bem. - murmurava Zoe.

- Não, não vai. Eu não quero casar Zoe. - respondeu baixinho a elfo. Ela levantou o rosto, agora avermelhado, e olhou nos olhos de Zoe. - Por favor, Vanir. Me ajude a fugir. - pediu Lis. Aquilo pegou Zoe de surpresa, mas ela não sabia como voltar para casa, a única pessoa, se é que poderia chamar ela assim, que conhecia estava ali, chorando e implorando por sua ajuda. "Talvez devesse ajuda-la" pensou Zoe rapidamente.

- Eu... Eu não posso. Não conheço esse mundo Lis. Desculpe. - disse Zoe, abaixando a cabeça.

- Não, não... Eu conheço os outros mundos Zoe. - disse Lis rapidamente. "Outros mundos?" pensou Zoe. - Você me ajuda a sair deste, eu lhe mostro os outros, e te levo para casa. - disse Lis com um brilho intenso nos olhos. Zoe simplesmente não podia recusar aquela oferta, conhecer outros lugares, mundos mágicos, e depois voltar pra casa... Nossa. "Isso não pode existir, estou sonhando, claro, então...Porque não me divertir em um sonho?" pensou Zoe divertida.

- Se for assim, tudo bem. - disse a garota prontamente.

- Mesmo? - gritou Lis. Alguns guardas a ouviram e estavam indo checar.

- Se quiser fugir, a hora é agora. - sussurrou Zoe, estendendo a mão para a elfo. Lis sorriu e a seguiu.

Zoe olhou por todos os lados, tentando achar ela, mas não estava lá.

- Onde está? Onde? - sussurrava Zoe, enquanto ela e Lis corriam.

- O que? O que você está procurando Zoe Vanir? - Lis tinha pego a mania de chamar Zoe por nome e sobrenome, como se as duas não fossem intimas.

- A árvore...

- Aquela? - apontou Lis para o Sul. Zoe conseguiu enxerga-la e correu para lá, arrastando a elfo consigo.

- Vamos. - gritou Zoe. - Eu cheguei aqui por ela, devemos ir para outro mundo por ela também.

Os guardas gritavam e se aproximavam. Zoe e Lis pararam de frente para a enorme raiz da árvore.

- No três. - sussurrou Lis.

- Que seja o que os deuses quiserem. - disse Zoe. "Deuses?" - Um...

- Dois...

- Três... - as duas pularam juntas. Sentiram-se como se estivessem em um redemoinho, e desmaiaram.

Em Svartalfheim

O garoto corria rapidamente por entre os túneis, sabia que estava quase lá. Não havia outro som a não ser suas pegadas, sinal de que os guardas ainda não acharam a entrada. Avistou uma luz fraca e parou de correr para começar a andar, estava cansado, fraco, e o peso em suas costas não aliviava as dores.

Ele alcançou a porta Norte, a abriu e saiu. Houve um choque instantaneo. A árvore estava ali. E junto com ela, havia duas meninas deitadas. Uma tinha cabelos negros e uma pele morena, não devia se daquele mundo, não tinha nenhum traço de elfo. A outra tinha cabelos esverdeados e uma pele branca, usava um longo vestido branco, daqueles de casamento. 

Tot se aproximou devagar das meninas, com receio de assusta-las. Ele começou a observa-las de perto. "Lindas" pensou exatamente na hora em que Lis abriu os olhos.

- Aaaaah - ela soltou um grito agudo e levantou-se. Zoe, que estava adormecida, também levantou.

- O que foi Lis? - perguntou preocupada.

- E-ele. - gaguejou a menina. - O q-que e-e-ele está fa-fazen-do-do a-qui? - perguntou assustada. Zoe olhou para o garoto.

- Onde estamos? - perguntou tentando demonstrar confiança.

- Não, quem faz as perguntas sou eu. Quem são vocês? - disse o menino autoritário.

- Me chamo Zoe. Zoe Vanir. E essa é Lis. Lis Alfheim.

- Alfheim... Vanir. Sou Tot. Tot Svartalfheim.

- Um Svartalfheim... Nunca vi um antes, mas dizem que eles são um pouco mais...escuros. - sussurrou Lis.

- Sim, somos. Sou exceção. O que fazem aqui?

- Ela ia se casar, mas não queria, então me pediu ajuda. E nós fugimos - explicou Zoe.

- Entendo. Mas agora, eu que estou em fuga, pretendo sair daqui o mais rapido possivel. Os guardas devem estar chegando. - disse Tot se dirigindo a árvore.

- Sei... - murmurou Zoe. Tot olhou para trás e falou.

- Vocês podem vir, não vão querer ficar aqui. - E pulou, seguido de duas meninas.


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Notas finais do capítulo

E aí? Esse compensa o atraso? Não né? Eu sei kk Gostaram? Deixem reviews me dizendo ;D



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