O Tempo Irá Dizer escrita por analauragnr


Capítulo 45
Senhor Nã-Resisto e Senhorita-Osso-Duro-de-Rer


Notas iniciais do capítulo

Música que acompanha o capítulo:Meu Eu em Você - Victor e Léohttp://www.youtube.com/watch?v=z5Gl0A0z_bY



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Capítulo 45 – Senhor Não-Resisto e Senhorita-Osso-duro-de-Roer


O violão era dedilhado mais uma vez, as mãos de Cebola tocando delicadamente as cordas com a ponta dos dedos, fazendo acordes com a outra. Ele começou a cantar:

"Eu sou o brilho dos teus olhos ao me olhar

Sou o teu sorriso ao ganhar um beijo meu

Eu sou teu corpo inteiro a se arrepiar

Quando em meus braços você se acolheu "

Mônica manteve seus olhos atentos a Cebola, antes de fúria, agora de pura alegria, fascinação. "Mas ele é um teimoso mesmo viu, não percebeu que não irá me convencer cantando qualquer música que for? É, pelo jeito nunca irá me conquistar", Mônica dizia de si para si. Cebola a fitava, jogando um sorriso torto.

"Eu sou o teu segredo mais oculto

Teu desejo mais profundo, o teu querer

Tua fome de prazer sem disfarçar

Sou a fonte de alegria, sou o teu sonhar

Eu sou a tua sombra, eu sou teu guia

Sou o teu luar em plena luz do dia

Sou tua pele, proteção, sou o teu calor

Eu sou teu cheiro a perfumar o nosso amor"

Cebola soltou o violão por uns instantes e jogou um beijo soprado para Mônica, lançando-lhe um sorriso apaixonado em seguida. Mônica continuava escutando, enrubesceu sua face, retribuiu o sorriso e fechou os olhos para continuar a escutar a música.

"Eu sou tua saudade reprimida

Sou o teu sangrar ao ver minha partida

Sou o teu peito a apelar, gritar de dor

Ao se ver ainda mais distante do meu amor

Sou teu ego, tua alma

Sou teu céu, o teu inferno a tua calma

Eu sou teu tudo, sou teu nada

Minha pequena, és minha amada

Eu sou o teu mundo, sou teu poder

 Sou tua vida, sou meu eu em você"

Cebola soltava o violão, pousando-o delicadamente sobre a gélida grama. Já havia anoitecido e naquele local só se encontravam os dois. Mônica permanecia de olhos fechados, em transe. A voz de Cebola penetrou em seus ouvidos como uma canção de ninar, ela estava quase adormecendo, com a cabeça pousada nos joelhos. Ele havia pegado um objeto e colocado dentro do violão, escondendo-o.

Era a segunda utilidade do violão, conseguir outro objeto, também de seu desejo. Utilizá-lo-ia no futuro, para a tão desejada prova de amor que Mônica havia solicitado. Ao ter escondido bem o tal objeto, aproximou-se delicadamente. Com uma das mãos levantou o adormecido rosto da dentuça. Ele selou seus lábios nos dela brevemente.

O ardor repentino fez Mônica despertar, assustada. Tentou gritar, libertar-se de Cebola. Mas fora impedida, ele pousava seu dedo indicador sobre os lábios dela:

- Shh, não vou te morder... – sussurrou Cebola. -

Humm, sei...

- Mas se você quiser...

- Você ta doido?

- Sim, doido... Por você. – ele puxou uma das mãos da dentuça e roçou seus lábios nela.

- O que você quer? – indagou Mônica, sussurrando.

- Você sabe o que...

- Mas não vou atender seu pedido...

- E quem disse que vou te obedecer...

- Ah, você não faria isso...

- Duvida? – perguntou Cebola levantando as sobrancelhas.

Mônica ficou confusa. O que responder para Cebola. Se dissesse que sim, ele iria beijá-la mesmo que fosse a força, mas se dissesse não, ela a beijaria mesmo assim? Não conseguiu achar a resposta. Os minutos pareciam não passar, como se o tempo fosse congelado para que ele fosse aproveitado.

- Você duvida? – perguntou Cebola mais uma vez.

- Sim, duvido... – Mônica se levantou, tentando afastar-se de Cebola

. - Sabia que você iria responder isso... – disse Cebola, abrindo o sorriso de orelha a orelha, segurando firmemente a mão de Mônica, levantando-se num salto.

Cebola pousou delicadamente sua mão na face ruborizada de Mônica. Ficou assim durante meio minuto, esperando a reação dela. Mônica nada disse. Na tentativa de escapar, ela puxou o braço dele, mas como ele segurava firmemente, ele a puxou para mais perto de seu rosto. Agora escapar seria impossível.

- Não te disse que eu iria conseguir mesmo você não deixando... Dentuça! – sussurrou Cebola, pousando mais uma vez sua mão no rosto dela.

- Ah SEU MOLEQUE! – gritou Mônica, sendo reprimida mais uma vez pela quente mão de Cebola. Ele foi se aproximando lentamente dos lábios de Mônica, mas antes pousou seu nariz no dela, sua respiração ofegante, sua pulsação penetravam pelo corpo da dentuça, a qual não conseguia resistir às carícias, apenas fechou os olhos e sorriu:

- My best friend is my love... – sussurrou Cebola uma última vez.

Cebola fitou uma última vez o sorriso de Mônica, retirou seu nariz do dela e tentou encostar levemente nos lábios de Mônica, a qual havia desviado para provocá-lo. Ele persistiu, puxou seu rosto para mais perto do dele, Mônica desviou mais uma vez. Mais uma tentativa e foi desviada mais uma vez. "Mas que garota dura na queda!" Pensou nervosamente.

Mas ele não iria desistir, não agora que estava tão próximo de seu ardente desejo. Não gostava de beijar os outros à força, mas ela estava pedindo isso. Antes de tentar mais uma vez, sussurrou:

- Você pode tentar escapar, mas nunca fugirá de mim, pois esse não é o seu desejo!

- Nossa, você sabe como me irritar!!

- Claro, pois você fica malavilhosa quando fica ilitada... – ele sorriu para ela.

Ele tentou mais uma vez encostar sua boca na da dentuça, a qual como que por milagre havia permitido que seus lábios carnudos pudessem penetrar mais no seu. Ele não perdeu tempo e começou a movimentar sua língua vagarosamente. Queria sentir aquele doce mel entrar em seu corpo aos poucos, o sabor na ponta de sua língua, queria sentir arrepios calmamente, reprimir gemidos sem pressa. Mônica começou a movimentar sua língua junto a ele com a mesma calma.

Ah! Que saudade desse beijo tão doce, tão especial, pensava Mônica. Ela envolveu seus braços em torno do pescoço dele, o qual retribuiu acariciando os cabelos dela, ondulando-o com a ponta dos dedos. Ele deu uma leve mordida no canto inferior nos lábios de Mônica, a qual soltou um gemido reprimido e roçou seu nariz no dele calmamente, mas não interrompendo o beijo.

  "- So seh’s say what’s the problem baby...."

Abruptamente, algo atrapalhara aquele momento... O celular da Mônica. Eles tentaram ignorar e continuavam a se beijar, mas o barulho não cessava, era insistente. "Ora, mais que droga"! Pensaram juntos.

- Para variar fomos interrompidos – sussurrou Cebola quando se soltou dos lábios dela, abrindo um sorriso ao falar e dando um selinho nela em seguida.

- Encapetado – Mônica deu um leve soco no ombro dele, sorrindo, mas não se afastando dele - Bom, vou lá atender... – disse se afastando.

Mônica procurou em sua bolsa o celular. Onde ele estava, pelo amor de Deus. Sua bolsa estava tão enfurnada de cadernos, apostilas, recadinhos, maquiagem, ah, aqui está, pensou Mônica pegando o aparelho nas mãos e vira que era sua mãe no telefone:

- Alô! Oi, estou na pracinha mãe. Se eu vi o que? Não... O QUE? Já são sete horas? – ela vasculhou o relógio e desligou o telefone em seguida.

- O que ela disse? - perguntou Cebola, aproximando-se, entrelaçando suas mãos na dela.

- Eu falei que voltaria as seis, já são sete. – respondeu Mônica impaciente

- Ora, mas eu explico o seu atraso. - assinalou Cebola.

- Nem pensar... – rebateu Mônica

- Eu insisto. Vamos - ele envolveu uma das mãos na cintura dela- eu não vou morder.

- Aham - respondeu Mônica ironicamente, retirando a mão que envolvia sua cintura - você disse que não ia me morder, qual foi a primeira coisa que fez quando me beijou?

- Ah, eu não resisti. – lembrou Cebola.

- Ta bom então, senhor Não-resisto, Vamos logo senão eu te bato.

- E eu te dou outra mordida. – ele trincou os dentes - Hahá, eu tenho minhas armas, viu? – disse mostrando a língua.

- Ai Cebolinha, você ta impossível... Pior do que quando era criança...

- Estou mesmo Senhorita-Osso-Duro-de-roer, agora vamos? – ele envolveu sua mão na cintura dela mais uma vez.

  Mônica se soltou do troca-letras, pegou sua mochila e a colocou nas costas. Cebola pegou seu violão. Ele ofereceu sua mão, Ela fez um sinal negativo com a cabeça, o qual foi ignorado. Cebola entrelaçou suas mãos na dela e assim começaram a caminhar.

Andavam como se fossem namorados. Claro que Mônica estava adorando, mas não queria ceder, mas Cebola era insistente, não havia escapatória. Os dois caminhavam em direção à casa da Mônica, na qual teriam muitas surpresas os aguardando.

Fim do 45º capítulo


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Notas finais do capítulo

Música que acompanha o capítulo:Meu Eu em Você - Victor e Léo
http://www.youtube.com/watch?v=z5Gl0A0z_bY
Aiiin, eu simplesmente AMEEEII escrever esse capítulo! Comentem, por favor !! :D



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